sexta-feira, 31 de julho de 2015

EUA bombardeiam braço da rede terrorista Al Caeda na Síria

A coalizão aérea liderada pelos Estados Unidos bombardeou hoje bases da Frente al-Nusra, braço da rede terrorista Al Caeda na guerra civil da Síria, perto da cidade de Alepo, no Norte do país, informou a agência Reuters.

Os EUA negaram ontem que o ataque tenha sido uma retaliação aos jihadistas, que teriam sequestrado rebeldes moderados treinados por militares americanos. Horas antes, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental que monitora o conflito, dissera que pelo menos oito rebeldes tinham sido sequestrados.

De acordo com o Departamento da Defesa dos EUA, nenhum dos 54 graduados no programa de treinamento conhecido como Nova Força Síria foi capturado.

Talebã admitem morte do mulá Omar e elegem novo líder

A milícia extremista muçulmana dos Talebã (Estudantes) do Afeganistão reconheceu a morte de seu fundador, o mulá Mohamed Omar, noticiou ontem a televisão árabe Al Jazira, do Catar, citando fontes não identificadas do grupo. Numa reunião do conselho dirigente, os talebã elegeram o mulá Akhtar Mansur como novo líder.

Sirajuddin Haqqani, ex-comandante da Rede Haqqani, ligada ao serviço secreto militar do Paquistão, foi eleito vice-líder dos Talebã, informou a agência de notícias afegã Pajhwok.

Omar morreu em abril de 2013 no Paquistão, supostamente de tuberculose, revelou três dias atrás a TV britânica BBC. O governo afegão confirmou. Raramente visto em público mesmo quando governava o Afeganistão, de 1996 a 2001, Omar era considerado inflexível.

Com a retirada do grosso das forças internacionais lideradas pelos Estados Unidos, o novo governo afegão tenta negociar a paz com os Talebã, que agora também enfrentam a tentativa do Estado Islâmico do Iraque e do Levante de se infiltrar no Afeganistão. A mudança de líder pode mudar a negociação.

"O governo do Afeganistão acredita que o caminho para as negociações de paz está mais pavimentado do que nunca, e assim convoca todos os grupos de oposição armados a aproveitar a oportunidade e aderir ao processo de paz", declarou em nota o palácio presidencial em Cabul.

Hoje deveria começar a segunda rodada do diálogo entre o governo e os Talebã, mas o Ministério do Exterior do Paquistão adiou o encontro e os rebeldes disseram não saber de nada.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

EUA crescem em ritmo de 2,3% ao ano

A economia dos Estados Unidos se recuperou da estagnação no primeiro trimestre, avançando em ritmo de 2,3% de abril a junho de 2015, um pouco abaixo da expectativa média dos analistas, que era de 2,5% ao ano, revelou hoje o Departamento do Comércio, na primeira estimativa do produto interno bruto do segundo trimestre.

Os últimos dados repetem o padrão verificado nos últimos anos: uma queda no início do ano, seguida por uma recuperação na primavera e no verão no Hemisfério Norte, observou o jornal The Wall Street Journal, notando que a maior economia do mundo ainda não se recuperou totalmente da Grande Recessão de 2008-9.

De 2012 a 2014, o avanço médio foi de 2% ao ano. Até agora, o ritmo em 2015 é de 1,5% ao ano, abaixo do 1,9% registrado no primeiro semestre de 2014.

Produção industrial do Japão cresce 0,8% num mês

Depois de uma queda de 2,1% em maio, a produção industrial do Japão avançou 0,8% em junho de 2015, superando a expectativa do mercado indicam cifras preliminares divulgadas hoje pelo Ministério da Indústria.

Na comparação anual, a alta foi de 2% em relação a junho de 2014. Os economistas ouvidos pela agência Bloomberg previam um crescimento de apenas 0,3%.

A economia japonesa, a terceira maior do mundo, tem oscilado negativa e positivamente. As vendas no varejo, abaladas em abril do ano passado por um aumento do imposto de circulação de mercadorias, subiram 1,7% em maio, mas recuaram 0,8% em junho.

Hillary Clinton pede amanhã fim do embargo a Cuba

Em campanha para ser a primeira mulher a presidir os Estados Unidos, a ex-secretária de Estado e ex-primeira-dama Hillary Clinton vai pedir amanhã, durante visita ao Sul da Flórida, o fim do embargo econômico ao regime comunista de Cuba, informa o jornal Latin American Herald Tribune.

Hillary vai participar de dois eventos da campanha. Na Universidade Internacional da Flórida em Miami, onde vive a maior comunidade cubana no exílio, ela vai apelar ao Partido Republicano que abandone "as políticas fracassadas do passado".

Antes, a ex-secretária de Estado participa em Forte Lauderdale de um fórum da Liga Urbana Nacional, uma organização de defesa dos direitos civis, ao lado do ex-governador da Flórida Jeb Bush, um dos favoritos na disputa pela candidatura republicana, que se opõe ao reatamento de relações com Cuba.

"As concessões do presidente Barack Obama aos Castro não resultou em maior liberdade ou democracia para o povo cubano", declarou Jeb, acrescentando que no passado recente Hillary era contra diminuir as restrições a Cuba. "A repressão de Havana aos dissidentes continua, apesar das concessões unilaterais, e o fato é que 75 ativistas pela democracia foram presos no último fim de semana."

América Latina só cresce 0,5% em 2015, prevê Cepal

Sob o impacto da desaceleração do crescimento da China, que reduziu os preços de exportação dos produtos primários, a América Latina deve crescer apenas 0,5% neste ano, previu ontem a Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (Cepal), citada no boletim de notícias Infolatam.

Ao apresentar seu relatório anual, a Cepal apelou aos governos para estimular os investimentos para retomar o crescimento e aumentar a produtividade das economias da região. A Cepal quer crédito mais acessível para pequenas e médias empresas, e políticas industriais e de inovação tecnológica que vão além de incentivos tributários.

A América do Sul, arrastada pelo Brasil, deve encolher 0,4%, enquanto o México e a América Central devem avançar 2,8% e os países do Caribe, 1,7%.

O maior crescimento será do Panamá (6%), seguido de Antigua e Barbuda (5,4%), e a Nicarágua e a República Dominicana (ambas com 4,8%). O México, segunda maior economia do subcontinente, deve crescer 2,4%; a Argentina, a terceira, 0,5%; e o Brasil, a maior, deve recuar 1,5%.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

França convida presidente do Irã a visitar o país

Na primeira visita de um ministro do Exterior francês ao Irã em 12 anos, Laurent Fabius convidou o presidente iraniano, Hassan Rouhani, a visitar a França em novembro de 2015, noticiou hoje a agência Reuters.

O último presidente iraniano em exercício a visitar a França foi o aiatolá moderado Mohamed Khatami, em 1999.

Fabius chegou a Teerã nesta quarta-feira com o objetivo de relançar as relações internacionais com o regime fundamentalista iraniano depois da assinatura do acordo nuclear entre as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a Alemanha e o Irã para desarmar o programa nuclear iraniano.

Durante as negociações, Fabius fez o papel do negociador linha-dura preocupado com as exigências sobretudo de Israel para evitar que a república dos aiatolás faça a bomba atômica. Ao desembarcar na capital iraniana, ele foi recebido por manifestantes que prometiam "não perdoar nem esquecer".

Bombardeio de Israel mata três pessoas na Síria

A Força Aérea de Israel atacou hoje um carro na zona rural do município de Kuneitra, no lado sírio das Colinas do Golã, matando três pessoas, reportou o jornal The Jerusalem Post.

Dois mortos pertenciam a uma milícia aliada à ditadura de Bachar Assad na guerra civil da Síria, noticiou a televisão Al Manar, da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), que atribuiu o ataque a um drone de Israel. O governo israelense não comentou.

Israel intervém esporadicamente na guerra civil da Síria. Várias vezes bombardeou carregamento de mísseis iranianos destinados ao Hesbolá. O governo israelense apoia a guerra aérea dos Estados Unidos contra o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, mas quer impedir a Turquia de tornar a Síria parte de sua esfera de influência.

Afeganistão anuncia morte do líder dos Talebã

O mulá Mohamed Omar, líder da milícia extremista muçulmana dos Talebã (Estudantes), que governou o Afeganistão de 1996 a 2001, morreu em abril de 2013 no Paquistão, declarou hoje um porta-voz do governo afegão.

A Milícia dos Talebã tomou o poder em 1996, quatro anos depois da execução de Mohamed Najibullah, o último ditador instalado pela União Soviética na invasão que durou de 1979 a 1989, em meio a um clima de caos violência e anarquia.

Sem reconhecimento internacional, a não ser da Arábia Saudita, dos Emirados Árabes Unidos e do Paquistão, os Talebã, apoiados pelo serviço secreto militar paquistanês, contaram inicialmente com o beneplácito dos Estados Unidos, que chegaram a dar ajuda para o combate às plantações de papoula e à produção de opiáceos no Afeganistão.

Ao mesmo tempo, os Talebã abrigavam a rede terrorista Al Caeda, formada pelos voluntários árabes que foram para o país lutar contra a invasão soviética, sob a liderança de Ossama ben Laden. Depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, os EUA intervieram no país à frente de uma força internacional, a partir de 7 de outubro daquele ano.

Quatorze anos depois, a Guerra do Afeganistão já é a mais longa da história dos EUA, que retiraram o grosso das tropas, deixando um contingente de 9,8 mil, mais do que previsto, para evitar um recrudescimento do terrorismo, como acontece no Iraque com a ofensiva do Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

Uma das medidas para viabilizar a retirada americana é uma negociação de paz entre o governo afegão e a milícia. O mulá Omar sempre foi contra. Em princípio, as chances de um acordo aumentam com sua morte, mas os governos ocidentais ainda mantêm a cautela.

terça-feira, 28 de julho de 2015

EUA vão libertar espião israelense em novembro

Depois de anos de pressão, os Estados Unidos devem libertar em novembro de 2015 o espião israelense Jonathan Pollard, preso há 30 anos, anunciaram hoje seus advogados. 

Por unanimidade, uma comissão de três pessoas da Justiça Federal dos EUA decidiu aceitar um pedido de liberdade condicional.

O governo Barack Obama afirma que não é uma maneira de melhorar as relações com Israel, que é contra o acordo assinado pelas grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas com o Irã para desarmar o programa nuclear iraniano. Israel teme que o Irã viole o acordo.

Os advogados Eliot Lauer e Jacques Semmelman fizeram um apelo ao presidente dos EUA para que solte Pollard antes da data prevista, 21 de novembro.

Curdos retomam cidade síria do Estado Islâmico

As Unidades de Proteção do Povo, braço armado do Partido dos Trabalhadores do Curdistão na guerra civil da Síria, reconquistaram ontem a cidade de Sarrin, noticiou a agência Reuters citando como fonte o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental com sede em Londres que monitora o conflito.

Os guerrilheiros curdos lutavam há um mês pelo controle da cidade para cortar uma importante rota de suprimento para o Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Sarrin servia como base para os jihadistas lançarem ataques contra Kobane.

Como na Batalha de Kobane, a coalizão liderada pela Força Aérea dos Estados Unidos bombardeou posições do Estado Islâmico durante a ofensiva curda. Por outro lado, a Força Aérea da Turquia atacou tanto o Estado Islâmico quanto os guerrilheiros curdos.

Ao mesmo tempo, o governo da Turquia fez um acordo com os EUA para criar uma zona de segurança de 100 quilômetros de largura ao longo da fronteira com a Síria e convocou uma reunião do Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sobre as ameaças à sua segurança para esta quarta-feira.

Governo reconhecido controla todos campos de petróleo da Líbia

Todos os campos de petróleo da Líbia estão sob o controle total e a proteção das forças leais ao governo reconhecido internacionalmente, baseado no Leste do país, afirmou ontem o ministro da Informação, Omar Qweri, citado pela agência de notícias russa Sputnik.

O ministro admitiu que a produção de petróleo foi duramente abalada pela disputa de poder entre as milícias que derrubaram o ditador Muamar Kadafi em agosto de 2011. Desde então, os campos de petróleo, a principal riqueza líbia, foram alvo dos dois governos paralelos.

Um dos maiores campos de petróleo do país, Sidra, está fechado depois de repetidos ataques nos dois últimos anos.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Exército e milícias do Iraque preparam assalto a Faluja

A alta liderança das Unidades de Mobilização Popular ordenou às milícias que lutam ao lado do Exército do Iraque que preparem um ataque contra o Estado Islâmico do Iraque e do Levante para retomar a cidade de Faluja, informou hoje a agência de notícias iraquiana Shafaq.

O governo e aliados também estariam cercando a cidade de Ramadi, capital da província de Ambar, em preparação a um ataque à cidade, tomada pelo Estado Islâmico em maio de 2015.

A retomada da província de Ambar, de maioria sunita, é uma questão de honra para o governo do primeiro-ministro Heidar Abadi provar que não representa apenas os xiitas.

Bolsas da China tem pior dia desde 2007

Apesar dos esforços do regime comunista para sustentar o mercado, as bolsas de valores da China viveram hoje o pior dia desde 2007. O principal índice da Bolsa de Xangai perdeu 8,5%, enquanto a bolsa de Xenzen, que concentra empresas de alta tecnologia, caiu 7%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng baixou 3,1%.

Com essa queda forte, a China arrastou as outras bolsas de valores, com baixas acima de 2,5% em Paris e Frankfurt. Em Nova York, a desvalorização foi de 0,73%. Em São Paulo, de 1,04%. O dólar fechou na maior cotação desde 2003, a R$ 3,36.

Nas últimas semanas, o governo chinês comprou 5% das ações negociadas em bolsa tentando segurar o mercado depois de incentivar pequenos investidores e aplicarem suas poupanças em ações. O mercado de ações ainda é relativamente pequeno na segunda maior economia do mundo, fortemente controlada pelo Estado.

O problema é que o crescimento econômico legitima hoje a ditadura do Partido Comunista. Assim, toda crise econômica corre o risco de se transformar numa crise política. Por isso, o governo tenta minimizar as perdes.

Do ponto de vista do mercado internacional, os analistas desconfiam das últimas estatísticas divulgadas pelas autoridades da China indicando um crescimento de 7% ao ano, a meta oficial.

Outros indicadores, como consumo de energia e aço, movimento de cargas e volume de embalagens, apontam uma desaceleração, e o governo tem anunciado várias medidas de estímulo. Se o crescimento estivesse realmente dentro da meta, não haveria necessidade de tantos incentivos à atividade econômica.

Depois de forte alta nos últimos anos, as bolsas chinesas estariam passando por uma "correção" com queda de 20% a 30% nos preços das ações. Desde o pico, em 12 de junho de 2015, a Bolsa de Xangai caiu 28%, mas está 6% acima da pior baixa recente, de 8 de julho, e positivo no ano.

Mesmo com essas perdas recentes, as ações chinesas ainda estariam sobrevalorizadas pelo critério da relação entre o preço e a expectativa de lucros e dividendos por ação.

Turquia bombardeia guerrilheiros curdos

Pela segunda noite consecutiva, a Turquia bombardeou acampamentos de guerrilheiros curdos, informou o jornal turco Hürriyet. O governo turco acusa o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) por um ataque que matou dois soldados e feriu outros quatro em 25 de julho de 2015.

Um carro-bomba e explosivos deixados à beira da estrada foram detonados na passagem de um veículo militar perto da base aérea de Diyarbakir, a principal cidade da região curda da Turquia. Atiradores também abriram fogo contra uma delegacia de polícia próxima.

Os ataques de hoje alvejaram posições do PKK perto da cidade de Harkuk, no Norte do Iraque. Na mesma campanha aérea, a Turquia bombardeia o Estado Islâmico do Iraque e do Levante na Síria e no Iraque.

Hoje o primeiro-ministro Ahmet Davutoglu pediu a convocação de uma reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para discutir a situação na Síria e no Iraque, dizendo que "o jogo mudou", noticiou o jornal Hürriyet.

Quando os Estados Unidos entraram na guerra contra o Estado Islâmico, em setembro de 2014, a Turquia relutou em participar ativamente sob a alegação de que o maior problema regional é a ditadura de Bachar Assad e a guerra civil na Síria. O Estado Islâmico seria apenas uma consequência.

Um atentado que matou 32 curdos da Turquia que se preparavam para reconstruir a cidade curda de Kobane, na Síria, e tiroteios através da fronteira, na semana passada, levaram a uma mudança de estratégia em Ancara.

Ao mesmo tempo em que combate o EI, a Turquia ataca os curdos com quem negocia a paz com o objetivo de criar uma zona de segurança ao longo da fronteira com a Síria. Assim, pretende impedir a cada vez mais provável criação do Curdistão unindo a região autônoma curda do Norte do Iraque com a região de maioria curda da Síria.

O Curdistão independente inevitavelmente reivindicaria soberania sobre a região Leste da Turquia onde os curdos são maioria.

México cresce 2,1% em 12 meses

Apesar da violenta guerra contra as máfias do tráfico de drogas e dos escândalos envolvendo o governo Enrique Peña Nieto, a economia do México registrou em maio de 2015 um crescimento de 2,1% em 12 meses, informou o Instituto Nacional de Estatística e Geografia (Inegi), citado pela agência Infolatam.

O crescimento foi resultado de um avanço de 6,2% nas atividades do setor primário (agropecuária e indústria de extração) e de 3,2% nos serviços, enquanto a indústria de transformação ficou estagnada. Em maio, a alta foi de apenas 0,1%, com expansão de 2,5% na agropecuária e 0,4% nos serviços, e recuo de 0,4% na indústria.

Segunda maior economia da América Latina depois do Brasil, o México cresceu 1,4% em 2013 e 2,1% em 2014. No primeiro trimestre deste ano, avançou num ritmo de 2,5% ao ano e agora registra uma desaceleração.

A previsão oficial do governo mexicano para 2015 é de um crescimento de 2,2% a 3,2%. O país enfrenta uma grave crise política com a fuga do traficante mais poderoso do país, Joaquín El Chapo Guzmán, por um túnel escavado com evidente conivência das autoridades prisionais.

Em 26 de setembro de 2014, 42 estudantes desapareceram no município de Iguala, no estado de Guerrero, numa cumplicidade criminosa entre a polícia, traficantes e o prefeito local. É outro escândalo jamais esclarecido.

Candidato kirchnerista lidera pesquisa para presidência de Argentina

A duas semanas das eleições primárias na Argentina, o candidato do governo à Presidência, o governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, tem 11 pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado, o prefeito da capital, Mauricio Macri, apoiado pela direita peronista, informou ontem o sítio de notícias Infolatam.

De acordo com a pesquisa, Scioli, ex-vice-presidente no governo Néstor Kirchner, candidato da coalizão Frente pela Vitória do Povo, da presidente Cristina Kirchner, tem a preferência de 38% do eleitorado, enquanto Macri, da Proposta Republicana, da direita liberal, aparece com 26,6%.

Em terceiro lugar, ficou uma aliança de dissidentes peronistas, a União por una Nova Argentina, com 17,3% das preferências, divididas entre dois candidatos. O deputado Sergio Massa, ex-chefe de gabinete de Cristina Kirchner e ex-prefeito de Tigre, tem o apoio de 12,1% do eleitorado e o ex-governador da província de Córboda José Manuel de la Sota, de 5,2%.

Também foram citados a socialista Margarita Stolbizer (3,6%), o radical Ernesto Sanz (2,3%) e Elisa Carrió (1,6%), da Coalizão Cívica.

Dos 1,5 mil entrevistas, 42,4% acreditam que Scioli será o próximo presidente da Argentina, 35% apostam em Macri e 10,9% em Massa.

As eleições primárias vão definir os candidatos da cada coalizão. O primeiro turno da eleição presidencial argentina será realizado em 25 de outubro de 2015. No fim do segundo mandato, a presidente Cristina Kirchner não pode concorrer a um terceiro mandato.

domingo, 26 de julho de 2015

Ditador convoca sírios para a guerra

Mais sírios precisam entrar para o Exército para derrotar as forças rebeldes na guerra civil que já dura quatro anos e quatro meses, declarou hoje o ditador Bachar Assad em pronunciamento pela televisão, noticiou a agência Bloomberg.

Um dia depois de anunciar uma anistia para desertores, Assad afirmou que, embora mais gente esteja se alistando no Exército, o que é de se duvidar, o número de soldados não é suficiente para lutar em várias frentes.

O ditador insistiu em que seu apelo não é um sinal de que as Forças Armadas da Síria estão à beira do colapso, mas as principais vitórias recentes das forças leais ao regime sírio foram atribuídas à milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), financiada pelo Irã.

Al Chababe contra-ataca com carro-bomba em hotel de Mogadíscio

Sob pressão no interior do país, a milícia extremista muçulmana Al Chababe (A Juventude) explodiu um carro-bomba hoje na entrada de um hotel de Mogadíscio, a capital da Somália, noticiou a agência Reuters. Pelo menos seis pessoas foram mortas.

Al Chababe, ligada à rede terrorista Al Caeda, reivindicou a autoria do atentado, cometido por um homem-bomba.

Nos últimos dias, o grupo sofreu sérias derrotas diante da força internacional da União Africana que intervém na Somália com mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas para apoiar o frágil governo provisório. Perdeu o controle da cidade de Bardera e está sob ataque no vale do rio Juba, perto da fronteira com o Quênia.

No sábado, um deputado e seus dois guarda-costas foram mortos pela Chababe. A ação de hoje faz parte do contra-ataque. Acontece no último dia da visita do presidente Barack Obama, ao Quênia, onde nasceu seu pai, realizada sob forte esquema de segurança porque Al Chababe já atacou no Quênia, matando dezenas de pessoas num centro comercial de Nairóbi há dois anos e 148 pessoas numa universidade do interior.

Hoje o presidente dos Estados Unidos vai para a Etiópia, outro país vizinho da Somália. A Etiópia e o Quênia formam o grosso da força da União Africana na Somália, sendo alvos potenciais de retaliações dos jihadistas.

sábado, 25 de julho de 2015

Nkurunziza é reeleito presidente do Burúndi

Sem surpresas, a Comissão Nacional Eleitoral do Burúndi anunciou ontem a reeleição do presidente Pierre Nkurunziza para um terceiro mandato, o que contraria a Constituição do país e o acordo de paz de 2005. O secretário de Estado americano, John Kerry, protestou contra o que chamou de "eleição fraudulenta".

Em maio, um grupo de oficiais do Exército revoltados com a insistência do presidente em concorrer a um novo mandato tentou dar um golpe de Estado em meio a uma onda de protestos.

Mais de 80 pessoas morreram, no pior conflito no país, que tem a mesma composição étnica da vizinha Ruanda, desde o fim da guerra civil entre a minoria tútsi, que controlava o Exército, e a maioria hutu. Os protestos populares continuam.

União Africana avança na luta contra Al Chababe

A Missão da União Africana na Somália lançou uma nova ofensiva contra a milícia extremista muçulmana Al Chababe (A Juventude). Depois de libertar a capital, Mogadíscio, em agosto de 2011, e Kismayo, em setembro de 2012, a força internacional não conseguiu derrotar totalmente o grupo jihadista, braço da rede terrorista Al Caeda na região do Chifre da África.

Apesar da morte de vários comandantes da milícia em bombardeios dos Estados Unidos, Al Chababe ainda é um grupo perigoso. Além de ataques diretos na Somália e no Quênia, a milícia ataca rotineiramente as rotas de suprimento das tropas da UA em operações de guerrilha.

Com a nova ofensiva, a UA pretende tirar Al Chababe de combate, mas a força internacional de apoio ao governo provisório sofreu uma derrota na vila somaliana de Lego em 26 de junho de 2015. A missão consegue vender a milícia num combate convencional, mas tem dificuldades para proteger a vastidão do Sul da Somália.

O objetivo da Operação Corredor Juba é atacar os principais redutos do grupo. Em 22 de julho, o alvo foi a cidade de Bardera, reconquistada depois de ficar seis anos sob o controle da Chababe, quando serviu como refúgio para milicianos. A próxima meta é impedir que eles se refugiem no vale do rio Juba, perto da trongeira com o Quênia.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Governo da Turquia prende ativistas curdos e do Estado Islâmico

Centenas de policiais da Turquia participaram nas últimas horas de uma megaoperação contra a milícia extremista muçulmana Estado Islâmico do Iraque e do Levante e do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, que luta para criar uma pátria para o povo curdo. Cerca de 300 suspeitos foram detidos.

Entre os presos, estão o líder do Estado Islâmico em Istambul, Halis Bayancuk, também conhecido pelo nome de guerra Abu Hanzala, e sua mulher, noticiou hoje o jornal turco Hurriyet.

Até agora, a Turquia resistia à pressão dos Estados Unidos para ter uma participação mais ativa na guerra contra o EI, entre outras razões por causa da minoria curda, que sonha em criar um país independente e se beneficiaria da derrota dos jihadistas.

Um atentado terrorista contra voluntários turcos que se preparavam para ajudar a reconstruir a cidade síria de Kobane que matou 32 pessoas nesta semana e a morte de um soldado turco na primeira troca de tiros na fronteira com a Turquia obrigaram o presidente Recep Tayyip Erdogan a agir.

Em conversa por telefone com o presidente Barack Obama, Erdogan autorizou o uso da base aérea de Incirlik para aviões de combate dos EUA atacarem o EI na Síria. Até o momento, só aviões-espiões americanos estavam usando a base da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

A Turquia já alegou estar sendo agredida pela ditadura síria de Bachar Assad para tentar atrair os EUA e a Europa para a guerra civil na Síria, insolúvel depois de 4 anos e 4 meses de uma carnificina com mais de 220 mil mortes. Agora, está travando sua própria guerra contra o EI.

Força Aérea da Turquia bombardeia Estado Islâmico na Síria

Três caças-bombardeiros F-16 da Força Aérea da Turquia atacaram na madrugada desta sexta-feira várias posições da milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante em território da Síria, anunciou o gabinete do primeiro-ministro Ahmet Davutoglu.

O bombardeio acontece um dia depois da primeira troca de tiros entre o Exército da Turquia e o Estado Islâmico na fronteira entre a Síria e a Turquia em que um suboficial turco morreu. Marca uma mudança na estratégia do governo turco em relação ao grupo jihadista.

Até agora, a Turquia, que tem o maior e mais poderoso Exército entre os vizinhos muçulmanos da Síria, relutou em entrar na guerra contra o terrorismo. Quando os EUA começaram a bombardear o EI, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, condicionou sua participação na guerra à queda do ditador sírio, Bachar Assad. Só agora, autorizou o uso da base aérea de Incirlik por aviões de combate americanos.

Os EUA não queriam entrar ao mesmo tempo em guerra contra o EI e contra Assad, aliado da Rússia e do Irã, no momento de delicadas negociações para desarmar o programa nuclear iraniano.

Um atentado terrorista e o tiroteio na fronteira aumentaram a pressão sobre Erdogan. A Turquia é o país de passagem da maioria dos voluntários do EI a caminho dos campos de batalha da Síria e do Iraque. Os islamitas exportam petróleo e obtêm recursos via território turco.

Como os bombardeios aéreos liderados pelos EUA são insuficientes, uma força terrestre terá de dar combate ao EI no solo para lhe negar a base territorial necessária a um Estado. Até o momento, a estratégia de Obama não está conseguindo "degradar e destruir" o EI.

Alguém precisa reconquistar o território em poder dos extremistas muçulmanos. Os guerrilheiros curdos são estão interessados, a não ser nas suas próprias regiões tendo em vista a fundação do Curdistão. Os rebeldes sírios moderados que os EUA prometem treinar não existem como força de combate. E o Exército do Iraque se revela totalmente incompetente.

Na Síria, a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) luta ao lado da ditadura de Bachar Assad. Além do EI, as outras forças importantes são a Frente al-Nusra, braço da rede terrorista Al Caeda e o Exército da Conquista, uma aliança de milícias jihadistas . No Iraque, as milícias xiitas financiadas e treinadas pelo Irã tem um papel importante, mas não são bem-vindas nas regiões sunitas onde está o grosso da insurgência.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Moçambique cresce em ritmo de 6% ao ano

A economia de Moçambique avançou em ritmo de 6% ao ano no primeiro trimestre de 2015, abaixo da meta oficial de 7,5%, anunciou ontem o primeiro-ministro Carlos Agostinho do Rosário em depoimento na Assembleia da República.

No primeiro dia de audiência no parlamento, o chefe do governo declarou que a inflação ficou em 2,4% ao ano em junho, abaixo da meta oficial, de 5,1%.

Rosário destacou a contratação de 1.963 pelo Sistema Nacional de Saúde, a construção de 387 salas de aula e 46 centros de saúde, a eletrificação de 92 escolas com energia solar e a geração de 119.403 empregos.

Turquia cede base aérea para EUA bombardearem Estado Islâmico

Em conversa telefônica, os presidente Barack Obama e Recep Tayyip Erdogan acertaram em princípio ontem o uso da base aérea de Incirlik, na Turquia, pela coalizão aérea liderada pelos Estados Unidos para bombardear a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, anunciou hoje a Casa Branca.

Durante a conversa, Obama e Erdogan se comprometeram a "conter o fluxo de combatentes estrangeiros e defender a fronteira da Turquia com a Síria", revelou o jornal turco Hurriyet.

Os ataques aéreos a partir de Incirlik devem começar em agosto, informou o Departamento de Estado americano.

Desde que decidiu entrar na guerra contra o Estado Islâmico, em setembro de 2014, os EUA pressionam a Turquia a colaborar, mas Erdogan teme fortalecer a minoria curda e insistiu na necessidade de derrubar o ditador sírio, Bachar Assad, que considera o principal responsável pela instabilidade política no Oriente Médio.

Depois da morte hoje de um soldado turco por tiros disparados do outro lado da fronteira, pela primeira vez o Exército da Turquia entrou num tiroteio com o Estado Islâmico.

Nikkei compra FT por 844 milhões de libras

A companhia jornalística japonesa Nikkei, editora do jornal econômico Nihon Keizai Shimbun, vai comprar o Financial Times, principal diário econômico-financeiro da Europa por 844 milhões de libras, cerca de US$ 1,32 bilhão. O grupo Pearson, atual dono do FT, vai se concentrar na área de educação profissional.

O FT, impresso na cor salmão, é um dos jornais mais importantes do mundo. Depois de 58 anos, o grupo Pearson decidiu vender o jornal. O grupo, com sede em Londres, obtém 60% de seu faturamento na América do Norte e três quartos de sua renda total vêm da educação.

Fundado em 1888 como London Financial Guide, um mês depois rebatizado como FT, o jornal é impresso desde 1893 na cor salmão para se diferenciar dos concorrentes. Em 1957, foi comprado pelo grupo Pearson.

Soldado da Turquia é morto na fronteira com a Síria

Tiros disparados do lado sírio da fronteira mataram hoje um soldado do Exército da Turquia e feriram outro, informou a agência Reuters. De acordo com a agência de notícias local Dogan, os disparos partiram de uma região sob controle do Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

Até agora, a Turquia reluta em enviar tropas à Síria para enfrentar o Estado Islâmico. É acusada pela minoria curda de apoiar a luta dos jihadistas contra guerrilheiros curdos.

Com o atentado a bomba que matou 32 pessoas na cidade de Suruc, aumenta a pressão sobre o governo turco para desarticular as redes de apoio ao Estado Islâmico dentro da Turquia, usada como passagem para voluntários recrutados em outros países para chegar aos campos de batalha na Síria e no Iraque.

Mais de 4 mil soldados do Afeganistão foram mortos em 2014

Cerca de 4,1 mil soldados do Exército do Afeganistão foram mortos nos primeiros seis meses de 2015, 50% a mais do que no primeiro semestre de 2014, noticiou ontem o jornal The New York Times. Outros 7,8 mil saíram feridos.

Com a retirada do grosso das tropas internacionais da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) lideradas pelos Estados Unidos que invadiram o país em 2001 para vingar os atentados de 11 de setembro de 2011, as forças de segurança afegãs assumiram a linha de frente no combate com a Milícia dos Talebã.

As deserções são um problema greve. Muitos soldados são obrigados a ficar meses longe de casa nas frentes de combate, mas o governo afegão não teme o colapso de suas Forças Armadas.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Mais de 70% são a favor do reatamento e fim do embargo a Cuba

Setenta e três por cento dos americanos são favoráveis ao restabelecimento de relações diplomáticas com Cuba e 72% querem o fim do embargo econômico à ilha, indica uma sondagem feita pelo Centro de Pesquisas Pew.

Nos últimos meses, houve um aumento do apoio ao reatamento, selado ontem com a reabertura das embaixadas em Havana e Washington. Em janeiro de 2015, 63% eram a favor do reatamento e 66% favoráveis a acabar com o boicote econômico imposto contra o regime comunista cubano depois da estatização de propriedades de americanos na ilha.

Depois de 54 anos de ruptura, o presidente Barack Obama e o ditador Raúl Castro anunciaram em 17 de dezembro de 2014 uma reconciliação que marca o fim da Guerra Fria na América Latina. O fim do embargo depende de decisão do Congresso dos EUA, onde a oposição conservadora tem maioria na Câmara e no Senado.

Entre os democratas, 83% aprovam a iniciativa do presidente Obama e 82% o fim do embargo. Entre os independentes, 75% apoiam o reatamento. No eleitorado republicano, o apoio ao fim do boicote econômico cresceu de 47% em janeiro para 59%.

Cerca de 74% dos negros e hispânicos, e 72% dos brancos, querem o fim das restrições econômicas; 43% acreditam que Cuba vai ser tornar "mais democrática" nos próximos anos.

A pesquisa ouviu 2.002 adultos de 14 a 20 de julho de 2015.

Militares chineses treinam no Mar da China Meridional

A Marinha de Guerra da China iniciou hoje manobras militares de dez dias junto às Ilhas Hainã, no Mar da China Meridional, onde tem disputas territoriais com vários países vizinhos, anunciou a televisão estatal CCTV. Durante o treinamento, nenhum outro navio poderá entrar na área.

Os militares chineses alegam que os exercícios fazem parte de um esforço amplo de modernização das Forças Armadas, sem relação direta com as disputas territoriais.

Na semana passada, o chefe do Comando do Pacífico dos Estados Unidos participou de voos de vigilância no Mar da China Meridional, onde a China está ampliando pequenas ilhotas e construindo pistas de pouso para garantir suas reivindicações, se necessário, à força.

Quênia e Etiópia querem tomar cidade antes da visita de Obama

Os exércitos do Quênia e da Etiópia esperam tomar a cidade de Bardera, que está em poder da milícia terrorista muçulmana Al Chababe (A Juventude), antes de sexta-feira, início da visita de três dias do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Quênia, terra natal de seu pai.

Cerca de 3 mil soldados da Etiópia participam da operação, com o apoio do Exército e da Força Aérea do Quênia e de aviões não tripulados (drones) dos EUA.

Os militares etíopes e quenianos, que formam o grosso da força de paz da União Africana na Somália, querem conquistar Bardera, a única cidade importante ainda em poder da milícia. A missão apoia o governo provisório reconhecido internacionalmente.

EUA mataram comandante d'al Caeda na Síria

Um bombardeio dos Estados Unidos matou tem 8 de julho de 2014 o comandante do Grupo Khorassan, um dos braços da rede terrorista Al Caeda na guerra civil da Síria, anunciou hoje o Departamento de Estado.

Muhsin al-Fadhli foi morto durante uma viagem, quando estava perto da cidade de Sarmada, no Norte do país.

O Grupo Khorassan seria formado por guerreiros veteranos d'al Caeda enviados à Síria pelo líder máximo da rede, Ayman al-Zawahiri, para planejar atentados contra o Ocidente. Seu objetivo seria recrutar voluntários com passaportes que permitam entrar sem maiores problemas em países da Europa e nos EUA

Al-Fadhli faria parte da alta cúpula da rede Al Caeda. Seria um dos poucos membros da organizados avisados com antecedência dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Estado Islâmico ataca com carro-bomba no Iêmen

O Estado Islâmico do Iraque e do Levante, a organização terrorista mais poderosa hoje no mundo, detonou um carro-bomba que matou quatro pessoas em Saná, a capital do Iêmen, controlada desde setembro de 2014 pelos rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã.

Outras oito pessoas, inclusive crianças, foram feridas no ataques.

Desde março de 2015, extremistas sunitas atacaram alvo xiitas no Iêmen. Outros 11 rebeldes morreram em ataques durante a noite.

Nos últimos dias, as forças leais ao presidente deposto, Abed Rabbo Mansur Hadi, reconquistaram o porto de Áden, a segunda cidade mais importante do país, capital do Iêmen do Sul antes da unificação do país, em 1990.

Duas pessoas morrem na eleição presidencial do Burúndi

Um policial e um civil foram mortos hoje pouco antes da abertura das seções de votação na eleição presidencial do Burúndi, adiada depois de uma onda de protestos e uma tentativa frustrada de golpe de Estado para impedir o presidente Pierre Nkurunziza de concorrer a um terceiro mandato.

A insistência de Nkurunziza provocou uma onda de violência. O presidente foi acusado de violar o acordo de paz de 2005, que acabou com uma guerra civil iniciada em 1992 entre a maioria hutu e a minoria tútsi, que historicamente controlava o Exército.

É o mesmo conflito étnico que causou em 1994 o genocídio de Ruanda, um país vizinho de características semelhantes ao Burúndi.

Missão da União Africana bombardeia cidade da Somália

Pelo menos 19 pessoas foram mortas e outras 17 feridas de um bombardeio da missão de paz da União Africana contra a cidade de Merca, na Somália, noticiou a mídia local.

Os soldados da UA, que têm mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas para apoiar o governo provisório reconhecido internacionalmente, alegaram estar reagindo a um ataque de granadas.

As maiores suspeitas recaem sobre a milícia jihadista Al Chababe (A Juventude), braço da rede terrorista Al Caeda na região do Chifre da África.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Merkel admite reduzir dívida da Grécia

A Grécia poderá negociar uma redução de sua dívida pública nos próximos meses, se os credores confirmarem que o país está fazendo as reformas econômicas prometidas para equilibrar as contas do governo, admitiu ontem a chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, em entrevista à TV ARD.

O acordo de ajuda à Grécia desestabilizou o Grupo do Euro, especialmente o eixo Berlim-Paris. Desde a introdução do euro como moeda comum, em 1999, a França defende a criação de um conselho de governo para a Zona do Euro. O presidente francês, François Hollande, voltou a insistir nesta ideia, que não agrada à Alemanha.

Bandeira de Cuba tremula em Washington

Com a reabertura das embaixadas, os Estados Unidos e Cuba reataram hoje as relações diplomáticas, rompidas há 54 anos, depois da vitória da revolução liderada por Fidel Castro. 

Em Washington, a bandeira cubana foi hasteada numa cerimônia com a presença de centenas de pessoas. Pouco antes, foi colocada na entrada do Departamento de Estado.

A embaixada dos EUA em Havana abriu logo depois da meia-noite sem uma cerimônia oficial. O secretário de Estado americano, John Kerry, visita Cuba em 14 de agosto para celebrar o reatamento. Ainda não há um embaixador indicado. A maioria oposicionista no Senado ameaça dificultar e nomeação.

No auge da Guerra Fria, de 14 a 27 de outubro de 1962, a tentativa de instalação de mísseis nucleares soviéticos em Cuba deixou o mundo mais perto do que nunca de uma guerra nuclear entre os EUA e a União Soviética.

A ruptura de relações diplomáticas era anterior, de 3 de janeiro de 1961. Em 17 de dezembro de 2014, o presidente Barack Obama e o ditador Raúl Castro anunciaram o reatamento.

O pleno restabelecimento das relações bilaterais ainda dependem do fim do embargo econômico imposto pelos EUA em retaliação à estatização de propriedades de americanos na ilha. Isso depende do Congresso dos EUA, onde a oposição conservadora é maioria.

Estado Islâmico contra-ataca a Turquia

A organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante iniciou uma retaliação contra o governo da Turquia. Um atentado terrorista suicida matou hoje 32 pessoas e feriu outras 100 num centro cultural da cidade turca de Suruc, perto da fronteira com a Síria.

O ataque acontece depois de uma série de advertências feitas pela milícia jihadista contra ações do governo da Turquia para desarticular as redes de apoio ao grupo e suas rotas de suprimentos em território turco e a mobilização de tropas junto à fronteira com a Síria. Mais de mil turcos aderiram à "guerra santa" do Estado Islâmico.

No momento do ataque, o centro cultural estava cheio de voluntários que se preparavam para levar ajuda humanitária à cidade síria de Kobane, tomada pelos curdos numa derrota dos islamitas depois de meses de batalha.

A rede de aliados do Estado Islâmico na Turquia permite que o grupo lance novas ações terroristas. O grupo tem agentes e várias casas seguras onde aloja voluntários a caminho dos campos de batalha na Síria e no Iraque.

Diante do ataque, é improvável que a Turquia recue. Ao contrário, o governo deve intensificar as operações contra o grupo em território turco. A grande questão é se vai atacar o Estado Islâmico também na Síria.

Até o momento, apesar das pressões dos Estados Unidos, a Turquia, país-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), reluta em intervir na guerra civil da Síria se não houver um compromisso específico das potências ocidentais de derrubar a ditadura de Bachar Assad, na opinião turca a maior responsável pela instabilidade no Oriente Médio.

Como Suruc está longe das principais cidades turcas, também é improvável que as Forças Armadas da Turquia intervenham na Síria em grande escala. Tudo vai depender da reação do Estado Islâmico. Se atacar áreas mais sensíveis, a resposta será mais dura.

FMI recebe 2 bilhões de euros da Grécia

O Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou hoje o recebimento de 2 bilhões de euros (R$ 7 bilhões) devidos pela Grécia, anunciou o canal de televisão americano CNBC, especializado em noticiário econômico.

O Ministério das Finanças da Grécia disse que o governo pagou 470 milhões de euros (R$ 1,64 bilhão) ao Banco da Grécia e 4,24 bilhões de euros (R$ 14,8 bilhões) ao Banco Central Europeu (BCE).

Curdos estão perto de assumir controle de Al-Hassaka

Guerrilheiros da minoria curda estão próximos de assumir o controle total de cidade de Al-Hassaka, na Síria, atacada no mês passado pela milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, noticiou hoje a agência Reuters citando com fonte milicianos curdos.

Al-Hassaka está sendo disputada por forças da ditadura de Bachar Assad e milícias curdas. Se os guerrilheiros curdos apoiados pelos Estados Unidos conquistarem totalmente a cidade, será um duro golpe para o regime sírio.

Os curdos acusam o governo de Damasco de não proteger a cidade dos extremistas muçulmanos.

domingo, 19 de julho de 2015

Governo sírio retoma vilas na província de Latakia

Com bombardeios por terra e ar, as Forças Armadas da Síria reconquistaram várias vilas da província de Latakia que estavam em poder de milícias jihadistas na guerra civl que assola o país há quatro anos e quatro meses, noticiou hoje a agência Reuters citando fontes militares sírias.

O Exército bombardeou rotas de suprimento dos rebeldes e retomaram cinco vilas e topos de montanha de importância estratégica na região da província de Latakia junto à fronteira com a Turquia.

A Frente al-Nusra, ligada à rede terrorista Al Caeda, controla diversas áreas ao norte do porto de Latakia, a capital da província, que está sob controle da ditadura de Bachar Assad. O governo intensificou as operações militares na região depois que os rebeldes tomaram a cidade de Jisr al-Shughour, em abril de 2015.

sábado, 18 de julho de 2015

Caminhão-bomba do Estado Islâmico mata mais de 120 no Iraque

Um terrorista suicida que fingia oferecer gelo para amenizar o calor detonou ontem à noite um caminhão-bomba com duas toneladas de explosivos no mercado público da cidade majoritariamente xiita de Khan Bani Saad, no Iraque, matando mais de 120 pessoas. 

A organização terrorista sunita Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou no Twitter a autoria do atentado, noticiou a televisão americana CNN.

Foi um dos ataques mais mortíferos do ano no Iraque. O mercado estava cheio de pessoas que compravam alimentos para a festa religiosa do Eid, que marca o fim do sagrado mês do Ramadã, quando os muçulmanos são obrigados a jejuar durante o dia e só podem comer e beber à noite.

O sol já tinha se posto, mas os termômetros rondavam os 35 graus centígrados. Assim, a oferta de gelo com desconto no preço atraiu centenas de pessoas para o caminhão-bomba. Além dos mortos, 160 pessoas foram feridas.

Bancos de Grécia reabrem na segunda-feira com restrições

A Grécia vai autorizar a reabertura em 20 de julho de 2015 dos bancos, fechados desde 29 de junho, mas vão continuar proibidas as remessas de dinheiro para o exterior. A abertura de novas contas será restrita e os saques serão limitados a 420 euros por semana, informou a agência Reuters.

Hoje o governo grego deu posse a novos ministros, depois de sofrer demissões e defecções de deputados e ministros do partido Syriza (Coligação de Esquerda Radical) descontentes com o acordo fechado no domingo passado com os credores internacionais.

O primeiro-ministro Alexis Tsipras começa a negociar na próxima semana os termos de terceiro programa de resgate da dívida pública do país, de 86 bilhões de euros. Ontem, por 119 a 40, a Câmara Federal da Alemanha aprovou o novo plano de ajuda à Grécia.

A reabertura dos bancos só será possível porque o Banco Central Europeu ampliou há dois dias uma linha de crédito de emergência para garantir a liquidez e evitar o colapso do sistema financeiro grego.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

China e Rússia farão manobras navais conjuntas no Mar do Japão

As marinhas de guerra da China e da Rússia assinaram protocolo hoje para realizar manobras militares conjuntas no Mar do Japão no fim de agosto de 2015, informou a agência Tass. Pela primeira vez, chineses e russos vão treinar um assalto anfíbio, no caso ao território russo de Primorsky.

Um grupo naval da Frota do Pacífico da Rússia liderado por um porta-aviões vai participar das manobras, que reunirão ao todo cerca de 60 navios de guerra, além de barcos de apoio, aviões e helicópteres.

Em maio, a China e a Rússia fizeram exercícios militares conjuntos no Mar Mediterrâneo. O Kremlin planeja reforças suas posições na costa no Oceano Pacífico na próxima década, mas enfrenta restrições orçamentários que obrigarão a fazer opções.

As manobras serão realizadas pouco depois de uma decisão tomada nesta semana pelo Parlamento do Japão para autorizar as Forças Armadas do país a realizar operações ofensivas no exterior. Isso era proibido pela Constituição imposta pelos Estados Unidos depois da derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial.

Armênios voltam a protestar contra governo aliado da Rússia

As manifestações de protesto contra um aumento nas tarifas de energia elétrica lideradas pelo movimento "De Pé, Armênia!" foram reiniciadas na noite de hoje em Ierevã, a capital desta ex-república soviética aliada da Rússia.

O movimento exige a suspensão da alta nos preços da eletricidade até 1º de agosto de 2015.

As manifestações são comparadas à onda de protestos iniciada em novembro de 2013 na ex-república soviética da Ucrânia, que levaram à revolução da Praça Maidan, à queda do presidente Viktor Yanukovich e à intervenção militar russa para anexar a Crimeia e subverter a ordem no Leste da Ucrânia. Mas é improvável que ameacem o governo, a não ser que haja violência.

Como a empresa de energia elétrica é de propriedade de um oligarca russo próximo do Kremlin, os protestos têm um caráter contra a Rússia e as pretensões do protoditador Vladimir Putin de manter a influência sobre as repúblicas da antiga União Soviética.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Atirador solitário mata quatro militares americanos nos EUA

Um atirador solitário atacou duas instalações militares da cidade de Chattanooga, no estado do Tennessee, matando quatro fuzileiros navais dos Estados Unidos. 

A polícia matou o criminoso, identificado como Muhammad Youssef Abdulaziz, um imigrante kuwaitiano formado em engenharia pela Universidade do Tennessee em Chattanooga.

Primeiro, o atirador abriu fogo contra um posto de recrutamento militar, causando apenas danos materiais. Ninguém saiu ferido. Em seguida, ele foi até um Centro da Reserva da Marinha situado a 24 quilômetros de distância, onde não havia vigias na entrada.

Os investigadores ainda tentam descobrir a motivação do ataque, se foi apenas um ato criminoso ou terrorista. Muitos lobos solitários e pequenas células terroristas de extremistas muçulmanos podem atender à convocação do Estado Islâmico do Iraque e do Levante para realizar ataques durante o sagrado mês do Ramadã.

Grupo do Euro ajuda de emergência de 7 bilhões à Grécia

Os outros 18 países da Zona do Euro aprovaram hoje um empréstimo de emergência de 7 bilhões de euros para a economia da Grécia funcionar enquanto conclui as negociações do terceiro programa de resgate financeiro, no valor de 86 bilhões de euros.

Em nota, o Grupo do Euro declarou que, "depois da avaliação positiva das instituições", deu o aval ao empréstimo, que tem prazo de três anos. Esse dinheiro será liberado até segunda-feira, em tempo para o governo grego honrar um pagamento de 3,5 bilhões de euros devido ao Banco Central Europeu (BCE) com vencimento em 20 de julho de 2015.

As instituições são a Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia, o BCE e o Fundo Monetário Internacional (FMI), a chamada troika.

Brasil pode se tornar maior exportador mundial de alimentos

O Brasil pode superar os Estados Unidos e se tornar o maior fornecedor mundial de alimentos e produtos agrícolas do mundo, prevê um relatório divulgado ontem pela Organização das Nações Unidas para Alimentos e Agricultura (FAO) e a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

"No curso dos próximos dez anos, as colheitas do Brasil devem continuar a crescer em produtividade e área cultivada", destaca o estudo, estimando que a superfície plantada chegue a 69,4 milhões de hectares em 2024.

Pelas previsões oficiais, o país vai colher 204,3 milhões de toneladas de grãos e oleaginosas em 2015 de uma área cultivada de 57,5 milhões de hectares.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) estimou ontem em R$ 478,3 bilhões o faturamento total do setor neste ano, uma alta de 5,8% em relação a 2014.

Estado Islâmico ataca navio do Egito com foguete

A autoproclamada Província do Sinai do Estado Islâmico reivindicou hoje a autoria de um ataque de foguetes contra um navio da guarda costeira do Egito, noticiou o sítio de notícias turco World Bulletin.

Um porta-voz das Forças Armadas confirmou o ataque, declarando que ninguém saiu ferido.

Em 1º de julho, a Província do Sinai fez ações coordenadas contra o Exército do Egito na Península do Sinai. Pelo menos cem militantes e 17 militares foram mortos.

BCE amplia ajuda de emergência a bancos da Grécia

Um dia depois que o Parlamento da Grécia aprovou o novo programa de ajuda proposto pelos sócios da Zona do Euro, o Banco Central Europeu (BCE) ampliou hoje em 900 milhões de euros a linha de crédito de emergência para evitar a falência dos bancos gregos.

Em entrevista coletiva, o presidente do BCE, o italiano Mario Draghi, justificou a medida tendo em vista "diversos avanços positivos" nas negociações da Grécia com os credores internacionais para acertar o terceiro programa de resgate financeiro da dívida pública do país.

Os bancos gregos estão fechado desde 29 de junho. Os correntistas só podem sacar 60 euros por dia por conta bancária. A ajuda de liquidez de emergência já era de 89 milhões. Houve um aumento pequeno, mas indica a disposição do BCE de evitar um colapso do sistema financeiro da Grécia.

Com conflitos na rua entre a polícia e manifestantes contrário ao acordo, e apesar dos votos contrários de 39 deputados do partido do governo, a Coligação de Esquerda Radical (Syriza), o Parlamento da Grécia aprovou ontem o acordo por 229 a 64, com seis abstenções.

Horas antes, a Assembleia Nacional e o Senado da França aprovaram o acordo sem problemas. A maior dificuldade deve ocorrer no Parlamento da Alemanha, onde há forte resistência da opinião pública em emprestar mais dinheiro à Grécia. A votação em Berlim será amanhã.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Raúl Castro pede a Obama fim do embargo econômico

O ditador Raúl Castro insistiu hoje em que "não é possível conceber" relações normais com os Estados Unidos enquanto continuar o embargo econômico imposto depois da estatização de propriedades de americanos em Cuba depois da revolução comunista liderada por Fidel Castro.

"Esperamos que Obama continue usando suas prerrogativas de chefe do Executivo para desmantelar aspectos desta política que causa danos e privações a nosso povo", declarou Raúl em discurso no encerramento da primeira sessão plenária anual da Assembleia Nacional, o parlamento fantoche da ilha, citado pelo sítio de notícias Infolatam.

Em 1º de julho de 2015, ao anunciar a reabertura das embaixadas em 20 de julho, Obama pediu ao Congresso dos EUA que suspenda o embargo econômico.

Desde 1992, o que era apenas uma série de decretos do Executivo se tornou lei aprovada pela Câmara e o Senado que exige a democratização de Cuba, com eleições pluripartidárias para normalizar as relações econômicas entre os dois países.

O reatamento foi anunciado simultaneamente em 17 de dezembro de 2014, depois de 55 anos de ruptura e de um ano e meio de negociações secretas.

Raúl Castro foi além do bloqueio. Cobrou a devolução da base naval de Guantânamo, ocupada antes da Guerra da Independência de Cuba (1898), onde o governo George W. Bush criou em 2002 um centro de detenção ilegal para os prisioneiros da guerra contra o terrorismo.

Em sua primeira campanha presidencial, Obama prometeu fechar a prisão de Guantânamo. Não conseguiu por causa da dificuldade de processar suspeitos detidos ilegalmente nos tribunais dos EUA.

O dirigente cubano também pediu "o fim das transmissões ilegais de rádio e televisão para a ilha, que se eliminem os programas dirigidos a promover a subversão e a destabilização, e se compense o povo cubano pelos prejuízos humanos e econômicos causados pelas políticas dos EUA."

Forças do governo deposto do Iêmen retomam porto de Áden

As forças leais ao governo deposto do Iêmen, apoiadas pela Arábia Saudita e outras monarquias petroleiras do Golfo Pérsico, reconquistaram hoje o porto de Áden, que estava em poder dos rebeldes hutis, informou a agência de notícias Reuters.

Os hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã, abandonaram o porto e o distrito de Muala. Ontem, haviam perdido o controle do aeroporto de Áden, a segunda cidade mais importante do país, antiga capital do Iêmen do Sul antes da unificação do país, em 1990.

Foi a primeira vitória importante das forças aliadas ao presidente Abed Rabbo Mansur Hadi, deposto em fevereiro e exilado na Arábia Saudita, desde a intervenção militar de uma coalizão de Forças Aéreas liderada pelos sauditas, em 25 de março de 2015.

Uma trégua humanitária negociada na semana passada pelas Nações Unidas, que deveria ter começado em 10 de julho, foi amplamente ignorada no campo de batalha.

A coalizão aérea voltou a bombardear a capital, Saná, desde 13 de julho. Pelo menos 21 civis foram mortos e outros 45 feridos.

EUA devem aumentar juros neste ano, diz presidente do Fed

Com a recuperação da economia, apesar das ameaças externas com a China e a Grécia, os Estados Unidos devem aumentar ainda neste as taxas básicas de curto prazo, previu hoje a presidente da Reserva Federal (Fed), o banco central do país, Janet Yellen. A expectativa do mercado é de uma alta em setembro.

"Se a economia evoluir como esperamos, é provável que as condições econômicas tornem apropriado em algum momento deste ano aumentar a taxa dos fundos federais, começando a normalizar a política monetária", declarou Yellen em depoimento ao Congresso dos EUA para fazer sua prestação de contas semestral.

As taxas básicas de juros da economia americana estão praticamente zeradas desde dezembro de 2008 para combater a Grande Recessão deflagrada pela falência do banco Lehman Brothers em 14 de setembro daquele ano.

Em depoimento na Comissão de Finanças da Câmara, Yellen observou que "a China continha a enfrentar os desafios colocados pela dívida elevada, mercado imobiliário fraco e condições financeiras voláteis". A desaceleração da economia chinesa preocupa as autoridades monetárias dos EUA.

Mesmo assim, "as perspectivas são favoráveis a uma melhoria ainda maior no mercado de trabalho e da economia num sentido mais amplo".

O Fed estabeleceu dois parâmetros para aumentar os juros: o fortalecimento do mercado de trabalho, onde os salários continuam estagnados; e sinais de que a inflação está se aproximando da meta informal seguida pelo banco, de 2% ao ano.

Amanhã, Janet Yellen fala no Comitê de Bancos do Senado dos EUA.

China suscita dúvidas ao anunciar crescimento de 7% ao ano

O crescimento da China ficou em 7% ao ano no segundo trimestre de 2015, um ritmo que os economistas consideram improvável em meio ao estouro de uma bolha nas bolsas de valores e diante de várias tentativas do governo de estimular a economia.

Essa taxa de expansão é a mesma do primeiro trimestre e a mesma prevista pelo governo para o ano inteiro. Realimenta o debate sobre a confiabilidade das estatísticas do regime comunista chinês, observa o jornal The Wall Street Journal.

"Há sinais positivos no segundo trimestre, com a economia como um todo se estabilizando e mostrando sinais de melhora", declarou o chefe do Escritório Nacional de Estatísticas, Sheng Laiyun. "Precisamos trabalhar duramente para cimentar essa situação."

Com a queda no crescimento das exportações por causa da crise mundial e a fraqueza na demanda interna, o governo aumentou gastos, reduziu impostos e cortou as taxas de juros nos últimos meses. Não teria razões para fazer isso se não visse sinais de deterioração na economia.

A produção industrial de valor agregado avançou em ritmo de 6,3% ao ano no primeiro semestre, uma leve desaceleração em comparação aos 6,4% do primeiro trimestre, enquanto o investimento em capital fixo caiu de 11,4% para 13,5% ao ano e o aumento das vendas no varejo de 10,4% para 10,6%.

Como é o desenvolvimento econômico que legitima a ditadura do Partido Comunista, qualquer crise econômica na China logo vira uma crise política e uma questão estratégica para o regime.

Para o Brasil e a América Latina, é certo que o apetite chinês por matérias-primas importadas deve diminuir e com ele os preços.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Obama afirma que todas vias para bomba iraniana foram fechadas

Ao celebrar hoje o acordo firmado entre as grandes potências e o Irã para desarmar o programa nuclear iraniano, o presidente Barack Obama afirmou que o acordo está baseado não na confiança, mas na fiscalização. 

"Todos os caminhos para o Irã fazer a bomba atômica foram bloqueados", declarou o presidente dos Estados Unidos.

Os EUA negociaram de uma posição de força, com base em princípios, acrescentou Obama, que ameaçou vetar qualquer iniciativa do Congresso para derrubar o acordo.

No Irã, a população saiu às ruas para festejar o acordo. O presidente Hassan Rouhani falou em pronunciamento na TV que é o início de uma nova era nas relações do Irã com o mundo.

As maiores críticas vieram de Israel. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu considerou que houve um "mau acordo" capaz de deflagrar uma corrida armamentista nuclear no Oriente Médio. No momento, Israel é o único país da região com armas atômicas.

Outro grande aliado dos EUA, a Arábia Saudita, que apoia sunitas em conflitos contra xiitas sustentados pelo Irã no Bahrein, no Iêmen, no Iraque, no Líbano e na Síria, teme o fortalecimento do Irã. Próximos do Paquistão, único país muçulmano com armas nucleares, os sauditas já manifestaram interesse em adquirir a tecnologia.

A Turquia, outra candidata a potência regional, também cogita a opção nuclear. O risco de uma corrida armamentista na região mais explosiva do planeta não pode ser descartada.

Como no caso de Cuba, Obama aposta no engajamento político para ver se estimula pressões internas pela liberalização do regime. Enquanto o povo festeja nas ruas, dentro do regime a linha-dura vê um risco para a ditadura teocrática iraniana.

A República Islâmica do Irã se comprometeu a reduzir seus estoques de urânio enriquecido a baixos teores em 98% em 15 anos. Dois terços das centrífugas serão eliminadas, restando as 5.060 ativas no centro de processamento primário de Natanz.

Em troca, as sanções internacionais contra o regime fundamentalista iraniano serão removidas à medida que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) certificar que a república dos aiatolás está cumprindo o acordo. A AIEA, órgão da ONU, poderá fazer inspeções sem aviso prévio em qualquer instalação nuclear, inclusive em áreas militares.

O Irã vai exportar mais petróleo e poderá usar o sistema financeiro internacional em seu comércio exterior. As sanções à venda de armas serão levantadas gradualmente.

Estado Islâmico avança na Síria mas é alvo de ofensiva no Iraque

A milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante avançou na guerra civil contra o Exército da Síria na cidade de Hassakeh, que fica no Nordeste do país, reportou a Agência France Presse (AFP), citando como fonte o Observatório Sírio dos Direitos Humanos. Ao mesmo tempo, é alvo de uma ofensiva na província de Ambar, no Iraque.

Na Síria, a Batalha de Hassakeh está sendo travada desde 25 de junho de 2015, quando o Estado Islâmico tomou dois bairros da cidade. Desde então, pelo menos 170 pessoas morreram. Agora, os jihadistas assumiram o controle da entrada sul da cidade, de um estádio, de mais um bairro e parte de outro.

No Iraque, as forças de segurança iraquianas e milícias aliadas retomaram hoje oito regiões da província de Ambar, informou a agência de notícias iraquiana Shafaq News, citando fontes não identificadas do Exército do país.

Quatro caças-bombardeiros F-16 recebidos pelo governo iraquiano em 13 de julho vão participar da ofensiva em Ambar, anunciou o comando da Força Aérea.

A coalizão aérea liderada pelos Estados Unidos fez 29 ataques, bombardeando 67 posições do Estado Islâmico perto de Ramadi, a capital da província.

FMI adverte que ajuda à Grécia pode ser insuficiente

O Fundo Monetário Internacional (FMI) suscitou hoje dúvidas sobre a capacidade da Grécia de cumprir os compromissos assumidos e advertiu os países da Zona do Euro a iniciar um processo de reestruturação da dívida para garantir que o programa iria funcionar.

Nos últimos dias, o FMI alertou várias vezes que a Grécia precisa de uma redução da dívida, além do acordo de 86 bilhões de euros (R$ 297 bilhões).

A economia grega, deprimida com uma queda de 25% no produto interno bruto nos últimos seis anos, ficou ainda mais fragilizada pela imposição de controle de capitais e o fechamento dos bancos.

Com medo da desvalorização de suas poupanças, os gregos correram às compras de produtos de longa duração, desequilibrando ainda mais a economia do país.

Além da redução da dívida, uma reestruturação poderia alongar os prazos de pagamento da dívida pública da Grécia, mas seus 18 sócios do Grupo do Euro só admitem uma renegociação se o país fizer as reformas, cortar gastos e aumentar impostos para equilibrar as contas do governo.

Irã e grandes potências anunciam acordo nuclear

Depois de um ano e oito meses de negociações, as cinco grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (EU, China, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha chegaram hoje a um acordo com o Irã para desarmar o programa nuclear iraniano para evitar que o país faça a bomba atômica. Em troca, as sanções internacionais contra o regime fundamentalista iraniano serão suspensas.

O Irã se comprometeu a reduzir sua capacidade de enriquecer urânio, se desfazer de 96% do estoque de urânio enriquecido e permitir inspeções em suas instalações militares. Como não têm relações diplomáticas com a República Islâmica, os Estados Unidos não vão participar desta fiscalização.

As sanções serão suspensas quando a Agência Internacional de Energia Atômica certificar que o Irã está cumprindo as exigências do acordo. As restrições à venda de armas convencionais serão mantidas por cinco anos e à venda de mísseis balísticos, por oito anos.

Se o Irã violar os termos do acordo, as sanções serão reimpostas dentro de 65 dias.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Grupo do Euro concorda em emprestar 86 bilhões de euros à Grécia

Depois de 16 horas de reunião, os ministros das Finanças do Grupo do Euro aprovaram na manhã de hoje um novo empréstimo de 86 bilhões de euros (R$ 296 bilhões) à Grécia em troca de um plano de reformas para equilibrar as contas públicas do país. 

O primeiro-ministro Alexis Tsipras declarou que o risco de saída da Grécia da união monetária europeia pertenceu ao passado.

Durante as tensas negociações do fim de semana, a Alemanha chegou a propor que a Grécia deixasse o euro durante cinco anos, até renegociar a dívida pública e equilibrar as receitas e despesas do governo.

O acordo ainda precisa ser aprovado pelos parlamentos vários países. Deve haver resistência na Alemanha, na Finlândia e na Holanda, que pareciam dispostos a aceitar a saída da Grécia da Zona do Euro.

A palavra decisiva de conciliação teria partido do ex-primeiro-ministro polonês Donald Tusk, atual presidente do Conselho Europeu, que reúne os chefes de Estado e de governo dos países da União Europeia.

Bombardeio aéreo mata dois líderes do Estado Islâmico

Um bombardeio aéreo da coalização liderada pelos Estados Unidos no Norte da Síria matou dois líderes da milícia terrorista Estado Islâmico e do Levante, noticiou a agência Reuters, citando como fonte o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental de oposição que monitora a guerra civil no país.

Os dois comandantes jihadistas foram identificados como o iraquiano Abu Ossama al-Iraqi e o sírio Amer al-Rafdan. Há dez meses, os EUA bombardeiam posições do Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

domingo, 12 de julho de 2015

EUA e Irã pretende anunciar acordo nuclear amanhã

Os negociadores dos Estados Unidos e do Irã pretendem anunciar amanhã um acordo entre grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Alemanha, de um lado, e a República Islâmica, do outro, para desarmar o programa nuclear iraniano e impedir que o país faça a bomba atômica.

Apesar do otimismo, americanos e iranianos disseram mais cedo que seria impossível resolver todos os detalhes ainda hoje. As negociações, que já duram dois anos, visam a congelar o programa nuclear iraniano por dez anos em troca do fim das sanções internacionais ao regime fundamentalista do Irã.

Duas questões importantes ainda em discussão eram o regime de inspeções e o momento do fim das sanções. O Irã rejeita uma fiscalização irrestrita, especialmente de suas instalações militares, já que nega qualquer dimensão militar do programa, e exige o fim imediato das sanções. Os EUA só aceitam suspendê-las gradualmente, à medida que o acordo seja implementado.

Vice-presidente do Supremo Tribunal da China é acusado de corrupção

O vice-presidente do Supremo Tribunal do Povo, ministro Xi Xiaoming, está sendo investigado por suspeita de corrupção, anunciou hoje o órgão oficial de combate à corrupção do regime comunista da China, noticiou a agência Reuters.

A biografia de Xi Xiaoming foi retirada do sítio do tribunal na Internet, mas oficialmente ainda não se sabe se ele será afastado do cargo durante o inquérito.

Xi Xiaoming é um dos mais altos funcionários do regime denunciados na campanha anticorrupção do presidente Xi Jinping, que prometeu "caçar das moscas aos tigres". É mais um tigre que cai na rede.

O mais alto funcionário foi o ex-ministro da Segurança do Estado Zhou Yongkang, que pertenceu ao Comitê Permanente do Politburo do Comitê Central do Partido Comunista, o seleto grupo dos noves (hoje sete) imperadores que mandam de fato na China.

sábado, 11 de julho de 2015

Grupo do Euro exige mais cortes da Grécia

Os ministros das Finanças dos países da Zona do Euro resistiram hoje diante do plano de ajuste das contas públicas aprovado ontem pelo Parlamento da Grécia, exigindo cortes orçamentários ainda maiores do governo radical de esquerda, noticiou a agência Reuters.

A Grécia foi ameaçada de ser excluída durante cinco anos da Eurozona pelo ministro das Finanças linha-dura da Alemanha, Wolfgang Schäuble, contrário a fazer qualquer concessão aos gregos. Neste período, a Grécia renegociaria a dívida e equilibraria as contas públicas antes de ser readmitida.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) avaliou positivamente a nova proposta grega, que não é muito diferente da rejeitada no plebiscito de 5 de julho de 2015, e avaliou que o país precisa de 74 bilhões de euros em novos empréstimos.

A França também se declarou a favor da proposta, que necessita de uma aprovação final em reunião de cúpula da União Europeia marcada para este domingo.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Grécia aceita imposições do Eurogrupo com poucas exceções

O primeiro-ministro radical da Grécia, Alexis Tsipras, apresentou ontem um plano de reformas e ajuste fiscal para fechar um terceiro acordo com os sócios do Grupo do Euro. Tanto o Parlamento da Grécia quanto os outros países da Zona do Euro devem aceitar a proposta, previu o jornal espanhol El País.

O presidente da França, François Hollande, um dos principais defensores da permanência da Grécia na união monetária europeu, elogiou a proposta, descrevendo-a como "séria e com credibilidade".

A Grécia caloteou uma dívida de 1,55 bilhão de euros junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Sob pressão interna e externa, Tsipras convocou um referendo que rejeitou, no domingo passado, a proposta anterior do Grupo do Euro, do FMI e do Banco Central Europeu (BCE). Agora, aceitou praticamente a mesma coisa.

Turquia prende recrutadores do Estado Islâmico

Uma operação realizada em três cidades da Turquia prendeu hoje 21 suspeitos de recrutar voluntários para lutar pela milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, noticiou o jornal egípcio Al-Ahram.

Em Istambul, a maior cidade do país, a polícia fez buscas em vários endereços, especialmente em um na rua Temassa, no distrito de Gaziosmanpassa.

Os supostos recrutadores do Estado Islâmico são acusados de recrutar europeus que entram na Síria e no Iraque através da Turquia.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Grécia anuncia construção de gasoduto de interesse da Rússia

O ministro da Energia e do Meio Ambiente da Grécia, Panagiotis Lazafanis, apresentou hoje planos para construir um gasoduto para levar gás natural da Rússia para a União Europeia, noticiou o jornal inglês Financial Times.

O Gasoduto do Sul da Europa pode aumentar a dependência da Europa da companhia estatal russa Gazprom no momento em que a UE tenta reduzir essa dependência por causa das sanções que impôs a Moscou por causa da intervenção militar da Rússia na Ucrânia.

Neste momento de crise em que a Grécia corre o risco de sair da Zona do Euro e talvez até da UE, se não houver acordo com os sócios europeus, a Rússia acena com a possibilidade de ajudar externa para dividir a UE e minar as sanções. Lazafanis declarou que o governo radical de esquerda da Grécia não vai permitir a que as instituições europeias ditem suas políticas.

Como a Grécia também faz parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), por razões geopolíticas, os Estados Unidos estão pressionando o Grupo do Euro a não expulsar a Grécia. O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, precisa apresentar ainda hoje um plano de ajuste fiscal para fechar um acordo até domingo.

Fortaleza, uma cidade para curtir de dia e de noite

Esta reportagem foi publicada no Correio do Povo, de Porto Alegre, em 19 de novembro de 1978, depois da primeira visita a Fortaleza. Republico na minha volta ao Ceará:

FORTALEZA - Lindas mulheres dourando seus corpos ao sol escaldante à beira de verdes mares. Velas fazendo-se ao mar de madrugada para voltar à tarde carregadas de peixes. Pessoas se embalando preguiçosamente à sombra dos coqueirais. Uma noite enfeitada por um luar de prata que se prolonga até o raiar do dia nos movimentados bares e restaurantes da beira-mar.

Você está no Ceará, terra de José de Alencar, da lagosta e de muitas lendas, de Iracema ao Padre Cícero. Lá o aguardam um sol que brilha o ano todo, ar despoluído, hotéis de boa qualidade (mas caros), uma culinária variada da carne-de-sol à lagosta ao Thermidor, um povo aberto e comunicativo.

Uma das cidades que mais cresceu no Brasil nas últimas décadas, enfrenta graves problemas de violência, saneamento, habitações, comunicações, trânsito e transportes públicos, que preocupam as autoridades, interessadas em fazer do turismo uma importante fonte de renda.

Fortaleza é uma cidade onde há o que fazer de dia e à noite. O calor equatorial permite que se vá à praia quase todo dia. Depois que cai o sol, uma brisa fresca retempera o ambiente.

Orgulhoso, o cearense diz que qualquer época do ano é boa para visitar Fortaleza - mas de julho a janeiro quase não chove, as praias enchem de dia e os bares vão pela madrugada. No interior, há as vaquejadas municipais, "pegas de boi" e nos fins de semana os forrós. O Ceará é animado.

Nesta época do ano, o céu está sempre azul e o mar sempre verde, convidando a um mergulho ou a que apenas se olhe para ele debaixo de uma tenda à beira-mar coberta com palha de coqueiro enquanto se toma cerveja ou água de coco e engana o estômago com camarões, patinhas de caranguejo e agulhas fritas.

Os aterros que foram feitos, para melhor ou para pior, numa cidade construída sem planejamento que cresce em ritmo de embolada, condenaram a praia de Iracema ao ostracismo nas narrativas dos poetas, em prateleiras empoeiradas ou em rodas de som nos botecos.

A praia do Mucuripe também não resistiu ao progresso. Sua forma é bonita. Há muitos coqueiros plantados na areia branca, bares e restaurante no outro lado da Avenida Presidente Kennedy. Mas o movimento do porto e a falta de saneamento básico (entenda-se rede de esgotos) a comprometem. Resta sentar num dos bares à tarde e observar o "arrastão" das jangadas. Ou ver os pescadores partindo às cinco da madrugada. O mar está sujo.

Os jovens preferem a praia do Futuro, principalmente a parte fronteiriça à Praça 31 de março - o ponto da moda. Durante o período escolar, é ali que os namorados marcam encontro no sábado. Também é ali que desfilam as cearenses mais bonitas. Barraquinha vendem bebidas e tira-gostos.

Mas os jornais de Fortaleza não se cansam de registrar protestos contra aqueles que praticam esportes fora dos locais determinados, desrespeitando adultos e ameaçando crianças. Isso provoca discussões e bolas furadas.

TIRA-GOSTO
Quando a barriga roncar e não se satisfizer mais com frugais tira-gostos, uma boa pedida é comer nos simpáticos restaurantes à beira-mar. Fique de olho nos preços.

Durante uma refeição à beira-mar, vão desfilar à sua frente pequenos artesãos oferecendo suas mercadorias: entalhes, rendas, bordados, quadros ou simplesmente colares de conchas. Os preços são razoáveis, melhores em geral do que em Salvador e no Recife. Quanto à qualidade, o gosto de cada um que julgue.

Fortaleza também é conhecida como a "cidade dos clubes", vários deles situados à beira-mar com restaurantes abertos ao público.

PASSEIOS
Uma boa volta pela cidade inclui o Mausoléu do Presidente Castelo Branco, o Palácio da Abolição, o Museu Histórico e Antropológico do Ceará, o Teatro José de Alencar, as praias, os novos bairros residenciais, o centro e a barra do Rio Ceará, onde começa o retorno.

O mausoléu e o palácio, sede do governo estadual, são construídos em estilo arquitetônico moderno, concebidos pelo arquiteto Sérgio Bernardes. No primeiro, além do túmulo do presidente, estão expostas cartas, fotos, documentos, medalhas e placas com os pensamentos do marechal Castelo Branco.

Do palácio, se conhece apenas o aspecto externo, onde estátuas de Zenon Barreto representam as figuras características do Ceará: o cafuné, a mulher carregando a moringa, a mulher pulando para fazer passoca, o jangadeiro, a mulher rendeira. Árvores da terra como o acácia imperial, o peão roxo e o cacto nordestino dão o acabamento paisagístico.

O Museu Histórico e Antropológico, na Avenida Barão de Studart, mostra peças e pertences das mais variadas personalidades cearenses, do presidente Castelo Branco ao Padre Cícero, de Chico Anysio a Dom Hélder Câmara.

Ali estão expostas armas usadas nas mais diferentes revoltas, das quais participaram "coronéis" até hoje muito influentes, a ponto do historiador Clóvis Silva, funcionário do museu, prevenir-se contra microfones antes de abrir a boca.

MERCADO
Depois de uma parada para um sorvete de caju, goiaba ou graviola, o passeio segue pelas praias até a Praia do Futuro. Então, por entre morros em cima dos quais se erguem luxuosas mansões, tomam-se as avenidas que levam ao centro.

No burburinho do Mercado Central, o turista encontra os diversos objetos a que a criatividade popular deu forma: vestidos rendados ou bordados, sacolas e cestas de palha, estatuetas de barro do Padim Ciço, redes para se embalar. Nas proximidades, fica o imponente Teatro José de Alencar, um dos passeios obrigatórios da cidade.

Em estilo art nouveau, foi inaugurado em 1910. Suas frisas, escadarias, camarotes e balcão nobre são de ferro fundido. Na plateia, há uma impressionante estrutura metálica importada da Escócia. À saída do teatro, todos os caminhos levam à Praça do Ferreira, onde as antigas construções revelam uma Fortaleza histórica - diferente da Fortaleza das praias, dos jangadeiros, das rendeiras e dos coqueirais.

GUARANI
Depois de uma rápida passada pelo forte que deu nome à cidade, quando o sol estiver caindo, se o passeio for à tarde, você avistará a barra do rio Ceará, onde estarão fundeados pequenos barcos. A uns 10 quilômetros do centro urbano, ela conta a história dos primeiros colonizadores nas ruínas quase encobertas do primeiro fortim, construído por Pero Coelho de Souza.

Durante a travessia, os barcos contam que por ali José de Alencar passou e se inspirou para escrever O Guarani.

Guerreiro fundou a capital do Ceará

FORTALEZA - Três teses sobre o início da povoação do Ceará são discutidas há muito tempo e os historiadores ainda não chegaram a uma conclusão defnitiva. Alguns afirmam que o fundador de Fortaleza foi Martim Soares Moreno, outros dizem que foi Matias Beck e uns homenageiam Álvares de Azevedo Barreto.

O primeiro a efetivamente estabelecer um povoado às margens do Rio Ceará foi Martim Soares Moreno, o guerreiro branco da Iracema de José de Alencar. Sobrinho do sargento-mor Diogo de Campos Moreno, desde muito pequeno havia sido mandado para a região com Pero Coelho de Souza, que lá chegou em 1603, a fim de aprender a língua dos índios e seus costumes.

FORTE
Mais tarde, por ordem do governador-geral da colônia, Diogo de Campos Moreno percorreu todo o litoral reunindo os mapas que fez num livro terminado em 1612 em que observava a necessidade de serem criadas três capitanias: uma entre os rios Grande e Ceará, a segunda em Camocim e a última no Maranhão.

Na foz do Ceará, deixou seu sobrinho Martim Soares Moreno. Este, na companhia de potiguares do Rio Grande do Norte, nu e tatuado como eles, apresou um navio francês no Mucuripe (atual porto de Fortaleza) e compreendeu que era indispensável fortificar o local.

O governador mandou-lhe então uma escolta de 10 homens e um sacerdote. Juntos, fizeram o reduto e uma ermida a Nossa Senhora do Amparo, na foz do Ceará. Surgiu assim Fortaleza, princípio deste Ceará, que por muito tempo se limitou ao quartel à beira-mar, o Fortim de São Tiago da Nova Lisboa, depois rebatizado para Forte de São Sebastião - de acordo com a História do Brasil de Pedro Calmon.

HOLANDESES
Anos mais tarde, em 1637, houve a primeira invasão holandesa, que durou até 1644. Durante este período, em 1643, o Forte de São Sebastião foi destruído pelos índios. Depois disso, há um hiato na povoação que reforça a posição dos que acreditam que o holandês Matias Beck tenha sido o verdadeiro fundador da capital cearense.

Em 1649, as forças da Holanda comandadas por Beck retomaram a região, construindo para defendê-la o Forte de Schoonenborch, que ficava onde hoje é o centro de Fortaleza. Mas, como argumenta o historiador Clóvis Reis, do Museu Histórico e Antropológico do Estado, "Matias Beck não veio para fundar uma povoação. Veio para saquear, explorar e espoliar."

Quando os holandeses foram expulsos não só do Ceará mas de todo o Nordeste do Brasil, em 1654, Álvares de Azevedo Barreto melhorou o forte, rebatizando-o como nome de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção. Foi ao redor dele que teve início a povoação definitiva do lugar.

Em 1807, o forte foi reconstruído em pedra, tijolo e cal, com dois baluartes fronteiros ao mar - onde resiste até hoje, reformado, agora como quartel da região militar. Desde aquela época, a cidade é conhecida como Fortaleza.

JARDINS
Elevada à categoria de vila em 1689, Fortaleza foi escolhida capital da capitania do Ceará em 1799, mas só pôde se desenvolver depois da abertura dos portos brasileiros às nações amigas por Dom João VI, em 1808, quando a corte portuguesa fugiu do imperador francês Napoleão Bonaparte e se instalou no Brasil.

Depois da independência, em 1823, Fortaleza passou a ser cidade e capital da província do Ceará.

Economicamente, começou a ganhar importância como porto de exportação de algodão. Devido à proximidade com a Europa, diversas casas de comércio estrangeiras abriram filias na capital do Ceará.

Em 1848, suas ruas foram iluminadas a azeite de peixe. Em 1855, começou a pavimentação das ruas para em 1880 chegarem a iluminação a gás e os bondes puxados a burro. Nas décadas de 1920 e 1930, a cidade foi reurbanizada com a construção de jardins e novos bairros residenciais.

Hoje, com 2,5 milhões de habitantes, é a quinta maior cidade do Brasil, de acordo com estimativa do IBGE de 2014.

Jangadeiros do Mucuripe lutam pela vida

Esta reportagem, feita na primeira viagem ao Ceará, foi publicada no Correio do Povo, de Porto Alegre, em 26 de novembro de 1978. De volta a Fortaleza, relembro as primeiras impressões:

"As velas do Mucuripe
vão sair para pescar
eu vou levar minhas mágoas
p'ras águas fundas do mar.

FORTALEZA - Entre uma e cinco da manhã, dependendo do vento, o homem solta as cordas do tauaçu, amarra bem o samburá à jangada e põe a vela no mar para voltar à tarde com o peixe que lhe garantirá o pão. A muié fica na paria esperando, a tecer o seu amor com bilros, fazendo as rendas que encantarão a todos. 

Esta é a imagem idealista que os poetas e prosadores românticos, como José de Alencar, "teceram" sobre os tipos humanos mais característicos do Ceará: o jangadeiro e a rendeira. Mas a fantasia não sobrevive ao sobrevive ao cotidiano. Para descobrir uma rendeira na zona urbana de Fortaleza é preciso escalar os morros do Mucuripe (morro de areia na língua dos índios) e entrar numa favela.

É dali mesmo que devem partir homens como José Armando Pacheco - 40 anos de vida e 28 de jangada -, que confessa continuar pescando porque "não tem outro jeito mesmo". De qualquer forma, comprar rendas e bordados e assistir à chegada das jangadas são maneira de conhecer a cultura cearense que o turista não dispensa.

As jangadas já perderam muito da primitiva pureza, assim como perderam importância com a pesca industrial. Suas velas estampam anúncios comerciais desde que foram instituídas as corridas de jangadas. Há patrocinadores por trás disso. E os homens que as manobram enfrentando os perigos do mar dividem metade dos prêmios - o resto fica com os proprietários. O mesmo ocorre com a pesca diária.

Pacheco, que diz ter 40 anos mas aparenta no mínimo uns 10 a mais, explica esta relação de produção:

- Hoje vendemos Cr$ 800,00. Entre quatro, dá Cr$ 100,00 para cada um.

- Mas como? 800 divididos por quatro dá 100?

- Não. É que o patrão ganha sempre a metade. Se a gente não traz nenhum peixe, não ganha nada. Em dia que morre muito, o preço baixa. Se morre pouco, sobe. Agora, se o pescador quiser de volta um peixe que ele mesmo pegou, vai pagar no mínimo o dobro. Do contrário, não come.

ARRASTÃO
São cerca de duas horas de uma tarde de pleno sol e a praia do Mucuripe está coalhada de gente esperando os jangadeiros. Uns ajudam no "arrastão", outros fazem a seleção e a partilha dos peixes capturados, alguns apenas observam.

A cada samburá emborcado, os olhos e as mãos dos comerciantes se avivam em busca dos peixes mais valiosos. A poucos metros da praia, em pequenas embarcações, pescadores jogam suas tarrafas.

Os peixes variam com a época do ano. Em agosto, quem não vai muito longe pega cavalas e serras, além de espécies de baixo valor comercial. O dia foi bom e indiferente ao reboliço José Armando fuma um cigarro de palha, o chapéu também de palha enterrado na testa, sentado na jangada. Sua pele escura está precocemente enrugada pelo contato diário com os raios de sol em 28 anos de pesca. O olhar sofrido e vago se perde no horizonte das águas.

Com voz firme e pausada, vai contando aspectos da vida de jangadeiro no Ceará:

- A vida aqui é essa mesmo de pescá, não tem outra, não. Tirô de pescá, outro trabalho aqui não se encontra, não. Eu gosto um tanto, se tivesse outro melhor gostaria menos, mas não tem outro jeito.

Desde os 10 ou 12 anos, quando já tiver força para içar um peixe de tamanho médio e não atrapalhar, o menino começa a aprender a ganhar a vida em cima de uma jangada. Será uma vida dura, sem descanso, sem férias, sem folga semanal remunerada.

APOSENTADORIA
Aos 60 anos, o homem ainda sai para o mar porque precisa. Na verdade, já não tem mais condições físicas e muitas vezes os outros não querem levá-lo:

- Com 60 anos, o que um homem vai fazer no mar? Se é para atrapalhar os outros, que fique em terra. Mas, como a família vai passá fome e tudo, ele se obriga a ir.

Hoje a Previdência Social garante a aposentadoria para os pescadores artesanais, mas um jovem jangadeiro se intromete na conversa com o argumento de que o tempo de serviço exigido deveria ser de apenas 25 anos:

- A pesca envelhece muito a gente. O cara vai para o mar hoje e volta daqui a três, barbado, descabelado e sujo. Com 25 anos de mar, era pra se aposentar.

Lá em alto mar, o sangue dos animais feridos atrai cardumes de tubarões ferozes. Mas o jangadeiro, acostumado a lutar contra diversos problemas, não se assusta com esses companheiros indesejáveis de jornada. Manobra a cai fora:

- Quando eles estão muito chegados à navegação, a gente procura saí. Não tem medo, não.

Rendeiras do Ceará: os segredos de uma arte

Esta reportagem, feita na primeira viagem ao Ceará, foi publicada no Correio do Povo, de Porto Alegre, em 26 de novembro de 1978. De volta a Fortaleza, relembro as primeiras impressões:

"Olê, muié rendeira,
Olê muié rendá,
Tu me ensina a fazer renda
que eu te ensino a namorá"

FORTALEZA - As rendas e bordados nascidos da criatividade cearense estão espalhadas por toda a capital do Ceará e concentradas no Mercado Popular e no centro da artesanato da Emcetur (Empresa Cearense de Turismo) - um antigo presídio -, principalmente sob a forma de roupas femininas: vestidos, saias, lenços, blusas, saídas de banho - mas também em toalhas, cortinas e redes. Talvez muitas mercadorias sejam produzidas em "fábricas de artesanato", mas fascinam o visitante que não resiste à tentação de levar alguma lembrança para casa.

BILROS
Na favela do Mucuripe, as meninas informam que a renda autêntica do Ceará é feitas nas praias de Mandaú, Trairi e Canaã - todas relativamente distantes de Fortaleza. Os motoristas de táxi convidam para um passeio a Aracati, onde fica a praia de Canoa Quebrada, mas as rendas do morro afirmam que ali a renda não presta.

Uma almofada cilíndrica ou arredondada feia com lona ou estopa, de extremidades cosidas e cheias de capim ou palha de bananeira, serve de base para os bilros. Estes são hastes finas de madeira com uma esfera de coco de buriti ou de macaúba na extremidade, onde se prende a linha. Indispensável é o papelão - um cartão picotado com o motivo da peça que se quer tecer.

Pronta a almofada, dispõe-se sobre ela um pano fino e por cima deste o papelão, preso por espinhos de cardeiro. Trocando cerca de 200 bilros com polegares e indicadores das duas mãos, dá-se início ao trabalho.

MOTIVOS
Antigamente as rendeiras guardavam os papelões com os desenhos picotados como segredos profissionais. Hoje, trocam entre si; recriam motivos. Os mais conhecidos são: jasmin, margarida, dadinho, rio de janeiro, ponta de navio, tijolinho, estrela, palha de coqueiro, amor de pobre, pé de galinha, onda de flores, pingo de ouro, amor perfeito, cinquentinha e cor-de-rosa.

Mas a vida não é nada fácil para uma rendeira num estado atrasado como o Ceará e elas são forçadas a migrar do interior em busca de uma vida melhor na capital, onde precisam trabalhar fora, dedicando-se à sua arte "por esporte" - como diz Lucineide Viana da Silva, 18 anos, aprendiz desde os nove, falando de sua mãe.

Durante o dia, a mãe sai para trabalhar e ela fica trocando 60 bilros. Ainda não aprendeu a manipular 200 bilros. Com essa técnica incipiente dá apenas para fazer palas para roupas. Lucineide não ganha nada diretamente por sua atividade. A mãe recebe Cr$ 50,00 a Cr$ 70,00 por peça.

A produção é comercializada no Mercado Central de Fortaleza, na Praça da Sé, por preços bastante superiores, "é claro", mas Lucineide não se espanta. Está acostumada desde que nasceu com esta relação de trabalho. E confessa que não dá para viver disso.

LABIRINTO
Ela veio em fevereiro para a grande cidade e está achando "legal, a vida é melhor porque tem muitas coisas, mas lá também é bom". Garante que no interior ainda tem muita gente fazendo renda. Em Fortaleza, não, as artesãs estão desaparecendo, em vez de rendas estão fazendo "labirintos", trabalho que consiste em desfiar um tecido para depois encher os espaços abertos com motivos de um desenho previamente traçado.

Para encontrar Lucineide, foi necessário enfrentar o calor do sol do início da tarde e escalar os cômoros do Mucuripe, passando por entre barracos construídos com materiais usados, onde os jegues são convocados a transportar água durante todo o dia.

Quem compra na Emcetur ou no Mercado Central não se preocupa com essas coisas. Talvez nem se questione sobre como e onde surgiu esta arte popular. Ali, as peças são produtos acabados, convites ao consumo. E não interessa, a não ser em termos de preço, de uma toalha de banquete exigiu até seis meses de trabalho dedicado e persistente.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

FARC declaram novo cessar-fogo unilateral na Colômbia

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) anunciaram hoje uma trégua unilateral de um mês a partir de 20 de julho de 2015 para dar um impulso às negociações de paz com o governo colombiano, informou o sítio de notícias Infolatam. O presidente Juan Manuel Santos está avaliando a proposta. Ele pediu compromissos específicos da guerrilha esquerdista.

"Atendendo ao espírito do chamado dos garantidores do processo de paz, Cuba e Noruega, e dos países que o acompanham, Venezuela e Chile, anunciamos nossa disposição de ordenar um cessar-fogo unilateral a partir de 20 de julho, por um mês", declarou um comunicado do Secretariado do Estado-Maior das FARC lido em Havana por Luciano Marín Arango, mais conhecido como Iván Márquez, o subcomandante geral das FARC.

O presidente Santos reagiu no Twitter: "Queremos acabar com esse conflito o mais rapidamente possível." Para isso, acrescentou, é preciso acelerar o diálogo, "especialmente no tema da justiça".

Um dos maiores problemas para um acordo de paz é como serão punidos os guerrilheiros e militares que cometeram crimes de guerra. Alguns guerrilheiros se recusam a entregar as armas e ir para prisão.

As Nações Unidas consideraram a trégua um "passo significativo", mas o ex-presidente linha-dura Álvaro Uribe, que infligiu derrotas militares importantes às FARC, exige a criação uma zona para concentrar os guerrilheiros numa zona rural onde não haja população civil, longe das fronteiras, "de tamanho prudente e que não seja estratégica para a economia nacional".

Em 20 de dezembro de 2014, as FARC declararam uma trégua unilateral por prazo indeterminado. Com o cessar-fogo, o presidente suspendeu em março os bombardeios aéreos contra os acampamentos da guerrilha. Um ataque rebelde contra um pelotão do Exército no Departamento de Cauca que matou 11 militares, em 15 de abril de 2015, marcou o fim da trégua.

As FARC suspenderam o cessar-fogo em 22 de maio, depois de um bombardeio que matou 27 guerrilheiros.

Justiça da França suspende assembleia da Frente Nacional

O Tribunal de Justiça de Nanterre, na França, cancelou a realização de uma assembleia geral do partido de extrema direita Frente Nacional destinada a extinguir o cargo de presidente de honra, ocupado por seu fundador, Jean-Marie Le Pen, pai e antecessor da líder atual, Marine Le Pen.

A Justiça exigiu a convocação de um congresso do partido para modificar os estatutos e não apenas uma votação pelo correio.

Marine Le Pen herdou a FN do pai decidida a torná-la um partido aceitável pelo eleitorado volátil do centro do espectro sem filiação partidária. Para fazer do discurso antieuropeu e anti-imigrantes algo mais palatável, suprimiu a retórica neonazista e antissemita. Afinal, os alvos agora são os muçulmanos.

Sem se intimidar, Jean-Marie voltou a minimizar o Holocausto ao insistir em entrevista a uma revista de ultradireita que as câmaras de gás foram um detalhe menor da história da Segunda Guerra Mundial. Censurado e afastado pela filha, o pai foi à Justiça.

Em 21 de abril de 2002, Le Pen, o pai, surpreendeu o mundo ao bater o primeiro-ministro socialista Lionel Jospin e chegar ao segundo turno com o presidente conservador Jacques Chirac, que se reelegeu com facilidade.

No primeiro turno de 2012, Marine obteve 17,9% dos votos, acima dos 16,9% do pai dez anos antes. Em 2014, a Frente Nacional foi o partido mais votado da França nas eleições para o Parlamento Europeu.

Neste ano, Marine não conseguiu transformar a FN no "maior partido da França". Ficou em segundo nas eleições departamentais, atrás da União por um Movimento Popular (UMP), rebatizada como Os Republicanos pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy, que sonha em voltar ao Palácio do Eliseu.

Bancos da Grécia não abrem antes de segunda-feira

As agências bancárias da Grécia, fechadas há dez dias para evitar um colapso do sistema financeiro, não vão abrir até segunda-feira. Os saques em caixas automáticos estão limitados a 60 euros por conta bancária por dia. Os aposentados podem sacar até 120 euros.

O governo do primeiro-ministro esquerdista Alexis Tsipras apresentou hoje um novo pedido de ajuda de três anos aos sócios da Zona do Euro. Em troca, prometeu iniciar reformas estruturais na próxima semana. Os detalhes devem ser revelados amanhã. Um acordo precisa ser fechado até domingo.

Em discurso no Parlamento Europeu, o líder esquerdista grego reafirmou que o programa de austeridade fiscal imposto pela chamada troika, o Grupo do Euro, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central Europeu (BCE), em troca de 240 bilhões de euros em empréstimos de emergência. Ele foi eleito em janeiro de 2015 prometendo acabar com esse ajuste fiscal rigoroso.

Se não houver um acordo até domingo, o BCE pode não manter a linha de crédito de emergência para garantir a liquidez dos bancos da Grécia, que entrariam em colapso.

Justiça da Itália condena Berlusconi por subornar senador

Um tribunal de Nápoles, no Sul da Itália, condenou hoje o ex-primeiro-ministro conservador Silvio Berlusconi a três anos de prisão por subornar um ex-senador entre 2006 e 2008 para derrubar o governo de seu rival esquerdista Romano Prodi. A defesa vai recorrer. Como o caso está perto de prescrever, é improvável que a sentença definitiva saia antes do fim do prazo legal.

Berlusconi foi denunciado por subornar o então senador Sergio de Gregorio, do partido Valores da Itália, para deixar a coalizão de centro-esquerda e assim derrubar o governo Prodi. De Gregorio confessou a culpa em 2013, em troca de uma sentença de um ano e oito meses de prisão com direito a suspensão da pena.

A promotoria pediu cinco anos de cadeia para o magnata, o líder que governou a Itália por mais tempo depois da Segunda Guerra Mundial. Berlusconi negou tudo, como faz em todos os processos de uma vida marcada por escândalos sexuais e de corrupção.

Em 2013, condenado por fraude fiscal, Berlusconi foi proibido de ocupar cargos públicos por seis anos. A pena de prisão de quatro anos foi convertida em um ano de trabalho comunitário. Agora, deve se beneficiar da extinção de punibilidade por decurso de prazo. O processo vai durar mais tempo do que a lei permite.

Desde então, seu partido de direita Força Itália (o slogan da torcida da seleção de futebol do país) vem caindo por divisões internas e falta de liderança. Nas eleições regionais de maio, foi superado pela neofascista Liga do Norte, que emerge como a grande força política da direita italiana.

Por ironia do destino ou da história da Itália, Berlusconi surgiu no vácuo deixado pela Democracia Cristã. O principal partido político italiano do pós-guerra desapareceu com os processos de corrupção da Operação Mãos Limpas, no início dos anos 1990s, junto com o Partido Socialista, deixando um vazio na direita italiana, habilmente preenchido pelo homem mais rico do país, um empresário arquicorrupto.