Apesar dos esforços do regime comunista para sustentar o mercado, as bolsas de valores da China viveram hoje o pior dia desde 2007. O principal índice da Bolsa de Xangai perdeu 8,5%, enquanto a bolsa de Xenzen, que concentra empresas de alta tecnologia, caiu 7%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng baixou 3,1%.
Com essa queda forte, a China arrastou as outras bolsas de valores, com baixas acima de 2,5% em Paris e Frankfurt. Em Nova York, a desvalorização foi de 0,73%. Em São Paulo, de 1,04%. O dólar fechou na maior cotação desde 2003, a R$ 3,36.
Nas últimas semanas, o governo chinês comprou 5% das ações negociadas em bolsa tentando segurar o mercado depois de incentivar pequenos investidores e aplicarem suas poupanças em ações. O mercado de ações ainda é relativamente pequeno na segunda maior economia do mundo, fortemente controlada pelo Estado.
O problema é que o crescimento econômico legitima hoje a ditadura do Partido Comunista. Assim, toda crise econômica corre o risco de se transformar numa crise política. Por isso, o governo tenta minimizar as perdes.
Do ponto de vista do mercado internacional, os analistas desconfiam das últimas estatísticas divulgadas pelas autoridades da China indicando um crescimento de 7% ao ano, a meta oficial.
Outros indicadores, como consumo de energia e aço, movimento de cargas e volume de embalagens, apontam uma desaceleração, e o governo tem anunciado várias medidas de estímulo. Se o crescimento estivesse realmente dentro da meta, não haveria necessidade de tantos incentivos à atividade econômica.
Depois de forte alta nos últimos anos, as bolsas chinesas estariam passando por uma "correção" com queda de 20% a 30% nos preços das ações. Desde o pico, em 12 de junho de 2015, a Bolsa de Xangai caiu 28%, mas está 6% acima da pior baixa recente, de 8 de julho, e positivo no ano.
Mesmo com essas perdas recentes, as ações chinesas ainda estariam sobrevalorizadas pelo critério da relação entre o preço e a expectativa de lucros e dividendos por ação.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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