quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Hoje na História do Mundo: 31 de Agosto

 JACK, O ESTRIPADOR

    Em 1888, os restos mortais mutilados da prostituta Mary Ann Nichols, a primeira vítima do assassino em série chamado de Jack, o Estripador, são encontrados no bairro de Whitechapel, em Londres.

Mais quatro vítimas são mortas nos meses seguintes. Na Inglaterra vitoriana do fim do século 19, período áureo do Império Britânico, a região do East End, em Londres, é um favelão com cerca de um milhão de miseráveis onde a prostituição é um meio de sobrevivência para mais de mil mulheres de Whitechapel.

A polícia britânica, a Scotland Yard, descobre o método do assassino. Ele promete pagar por sexo e atrai as prostitutas para praças ou ruas escuras, onde cortava a garganta com uma faca de 15 centímetros. Em seguida, usa a mesma faca para estripá-las. Mas nenhum suspeito foi preso e muito menos punido.

EDISON PATENTEIA CINEMATÓGRAFO

    Em 1897, o americano Thomas Alva Edison, um dos maiores inventores de todos os tempos, com mais de 2 mil patentes, registra sua câmera de cinema, o cinematógrafo, usando o filme de rolo, inventado em 1893 por George Eastman.

LEI DE NEUTRALIDADE NOS EUA

    Em 1935, diante da ascensão do nazifascismo na Europa, o presidente Franklin Delano Roosevelt sanciona a Lei da Neutralidade "para evitar qualquer ação que possa envolver [os Estados Unidos] na guerra.

É uma reação ao anúncio da Alemanha Nazista, em março daquele ano, de que não respeitaria mais o Tratado de Versalhes, assinado em 1919, depois da Primeira Guerra Mundial (1914-18).

Com o início da Segunda Guerra Mundial (1939-45), em 14 de agosto de 1940, Roosevelt assina a Carta do Atlântico com o primeiro-ministro do Reino Unido, Winston Churchill, começando a forjar a aliança que derrotaria Adolf Hitler.

Os EUA entram na guerra em 7 de dezembro de 1941, com o ataque do Japão à base naval de Pearl Harbor, no Havaí.

GREVE NA POLÔNIA

    Em 1980, o regime comunista da Polônia cede diante da greve dos 17 mil metalúrgicos do estaleiro de Gdansk, liderada por Lech Walesa. A vitória dos trabalhadores leva à formação do Solidariedade, o primeiro sindicato livre num país do Bloco Soviético.

Sob pressão da União Soviética, as conquistas são revogadas por um golpe dado pelo general Wojciech Jaruzelski em 13 de dezembro (dia do AI-5) de 1981. Walesa ganha o Prêmio Nobel da Paz em 1983.

O movimento oposicionista ganha força com a ascensão do líder reformista Mikhail Gorbachev ao cargo de secretário-geral do Partido Comunista da URSS, com suas políticas de abertura política (glasnost) e econômica (perestroika).

Em 4 e 18 de junho de 1989, a Polônia realiza as primeiras eleições democráticas no Bloco Soviético, que levam à queda do regime. Walesa é eleito presidente em 1990 e fica no cargo até 1995.

MORTE DA PRINCESA

    Em 1997, a princesa Diana morre num acidente de automóvel em Paris quando o motorista e segurança Henry Paul, totalmente embriagado, perde o controle o carro em alta velocidade ao fugir de paparazzi, fotógrafos que tentavam tirar fotos dela. O motorista e o namorado da princesa e dono do Mercedes, o playboy egípcio Dodi al-Fayed, também morrem.

A morte provoca grande consternação no Reino Unido, especialmente por causa da falta de reação da rainha Elizabeth II, que estava no Castelo de Balmoral, na Escócia, onde a família real britânica passa as férias de verão.

Sob pressão do primeiro-ministro Tony Blair e do príncipe Charles, ex-marido de Diana, cinco dias depois a rainha volta a Londres com o príncipe Philip e cumprimenta a multidão que ficava até 12 horas na fila para assinar o livro de condolências e depositar flores diante do Palácio de Buckingham, a residência real em Londres.

Famoso por suas gafes, Philip pergunta: "Vocês estão aqui há muito tempo?"

Como Diana era divorciada de Charles, oficialmente não pertencia mais à família real e não teria direito a um funeral com honras de Estado na Abadia de Westminster. Mas era a "princesa do povo", como definiu o assessor de imprensa de Blair, Alastair Campbell. O clamor popular garante todas as honrarias.

terça-feira, 30 de agosto de 2022

Morre o líder comunista que tentou democratizar a URSS

 Um dos maiores estadistas da segunda metade do século 20, Mikhail Gorbachev, o líder do Partido Comunista que tentou reformar a União Soviética e foi o maior responsável pelo fim da Guerra Fria, morreu hoje aos 91 anos com reconhecimento internacional, mas não da Rússia, que voltou ao autoritarismo com a ditadura de Vladimir Putin.

Mikhail Sergueievich Gorbachev nasceu em 2 de março de 1931 nasceu em Privolnoye, na região de Stavropol, no Sudoeste da Rússia. Filho de uma família de agricultores pobres de origem russa e ucraniana, trabalhou numa fazenda coletiva antes de entrar para o partido, no governo de Josef Stalin (1924-53).

Em 1953, quando estudava na Universidade de Moscou, casou com Raíssa Titarenko. Dois anos depois, formou-se em direito. De volta a Stavropol, trabalha na Juventude Comunista.

Quando o novo líder do partido, Nikita Kruschev, denuncia os crimes de Stalin no 20º Congresso do PC, em 1956, Gorbachev apoia a desestalinização. Em 1970, vira primeiro-secretário do Comitê Regional do partido em Stavropol.

Ele volta a Moscou em 1978 como secretário do Comitê Central do PC. Em 1979, entra para o Politburo, o birô político do Comitê Central, o pequeno grupo que governava a URSS.

Com a morte, em 1982, de Leonid Brejnev, que sucedera Kruschev em 1964, a URSS tem dois governos curtos de líderes idosos, Yuri Andropov, considerado protetor de Gorbachev, e Konstantin Chernenko.

Como comissário (ministro) da Agricultura, Gorbachev visitou o Canadá em 1983 e chegou à conclusão de que era preciso reformar a URSS, pressionada pelo governo linha de Ronald Reagan (1981-89), que anunciou a Iniciativa de Defesa Estratégica, o projeto mais conhecido como Guerra nas Estrelas.

Em 11 de março de 1985, Gorbachev é eleito secretário-geral do partido, o mais algo cargo na hierarquia soviética. Em 1986, lança seus programas de reforma política, a glasnost (transparência), e econômica a perestroika (reestruturação). Meu comentário:

Hoje na História do Mundo: 30 de Agosto

 WASHINGTON REJEITA RECONCILIAÇÃO

    Em 1776, o comandante do Exército Continental, George Washington, recusa uma segunda proposta de reconciliação com o Império Britânico enviada através de carta do general William Howe.

Howe desembarca em Long Island com uma força superior à dos rebeldes americanos e conquista uma grande vitória na Batalha de Brooklyn Heights, em 27 de agosto. Entre outras razões, Washington rejeita a proposta porque a carta não o chamava de general. 

As negociações são retomadas em 11 de setembro por Benjamin Franklin e John Adams. São rompidas quando os britânicos se negam a aceitar a independência dos EUA. Os rebeldes tomam Nova York em 15 de setembro e mantêm o controle sobre a cidade até o fim da Guerra da Independência (1775-83). 

LENIN BALEADO

    Em 1918, durante um comício numa fábrica em Moscou, Fanya Kaplan, do Partido Social Revolucionário, atira duas vezes no líder comunista Vladimir Illitch Ulianov (Lenin), que é ferido gravemente, mas sobrevive.

A tentativa de assassinato deflagra uma onda de retaliações dos bolcheviques contra os sociais-revolucionários e outros partidos, aprofundando a guerra civil que acontece depois das revoluções de 1917.

PRIMEIRO JUIZ NEGRO NA SUPREMA CORTE

    Em 1967, Thurgood Marshall é confirmado como o primeiro juiz negro do supremo tribunal dos Estados Unidos

Marshall chega à Suprema Corte com um longo histórico de luta pelos direitos dos negros e durante 24 anos, até se aposentar por motivos de saúde, deixa um legado de luta pelos direitos civis.

HO CHI MINH RESPONDE A NIXON

    Em 1969, chega a Paris, onde se realizam as negociações de paz sobre a Guerra do Vietnã (1955-75), uma carta do líder comunista Ho Chi Minh ao presidente Richard Nixon acusando os Estados Unidos de travar uma "guerra de agressão" contra o Vietnã do Norte "violando nossos direitos nacionais".  

Ho alerta que "quanto mais longa for a guerra maiores serão o ônus e os pesares da guerra para o povo norte-americano" e defende o plano de paz de 10 pontos da Frente de Libertação Nacional. Ele exige o "fim da guerra de agressão e a retirada das forças norte-americanas”.

Com o acordo paz, assinado em 27 de janeiro de 1973, os EUA retiram suas tropas de combate da guerra, que termina em 30 de abril de 1975 com uma fuga espetacular dos norte-americanos da embaixada em Saigon, hoje Cidade de Ho Chi Minh, quando os tanques norte-vietnamitas tomavam a capital do Vietnã do Sul para reunificar o país. 

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Petro reata com Venezuela e anuncia cessar-fogo na Colômbia

 O novo presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou sábado, durante visita ao Departamento de Antióquia, uma trégua multilateral com os grupos guerrilheiros em atividade no país, noticiou hoje o jornal El Tiempo.

Em curto prazo, o esforço para pacificar o país vai aumentar a segurança e reduzir o risco de ataques nas zonais rurais. Mas não há garantia de sucesso. Qualquer acordo de paz vai depender da aprovação do Congresso e da adesão dos guerrilheiros.

Primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia, Petro prometeu na campanha a “paz total”, o fim de uma guerra civil que matou cerca de 500 mil pessoas desde 1948. 

O Exército de Libertação Nacional (ELN), hoje o maior grupo armado do país, enviou uma delegação de alto nível para Havana, a capital de Cuba, sede das negociações, e libertou dois grupos de reféns. O governo suspendeu as ordens de prisão dos líderes da guerrilha para que possam entrar contato com sua organização.

A bancada do Pacto Histórico, a coalizão de governo, apresentou ao Congresso um projeto para encaminhar as negociações. A proposta prevê a suspensão dos mandados de prisão e extradição dos comandantes de grupos armados que negociem a paz, inclusive dos chefões dos cartéis do tráfico de drogas. Autoriza governadores e prefeitos a participar de diálogos regionais com os rebeldes. E tenta assegurar que futuros governo mantenham as negociações.

O governo Juan Manuel Santos (2010-18) negociou a paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que abandonaram a luta armada em 2017, mas seu sucessor, Iván Duque, sabotou o processo de paz. Cerca de um terço dos guerrilheiros das FARC voltou à guerra.

Nesta segunda-feira, o embaixador colombiano Armando Benedetti apresentou credencias ao ministro do Exterior da Venezuela, Carlos Farías, e foi recebido pelo ditador Nicolás Maduro no Palácio de Miraflores, em Caracas, selando o reatamento entre os dois países, rompidos desde 23 de fevereiro de 2019, outra promessa de Petro.

Durante, a campanha, Petro, que foi ativista político do grupo guerrilheiro M-19, foi acusado de querer impor um regime como o venezuelano. Ele era amigo e admirador de Hugo Chávez, mas se tornou um crítico do regime chavista. Afirmou que “um pequeno grupo de pessoas se locupletando da renda do petróleo não pode-se chamar de revolução”. Petro é ecologista.

O restabelecimento de relações com a Venezuela ajuda o processo de paz colombiano porque os grupos armados costumam se refugiar no país vizinho.

Hoje na História do Mundo: 29 de Agosto

 FIM DO IMPÉRIO INCA

    Em 1533, o conquistador espanhol do Peru, Francisco Pizarro, executa o 13º e último imperador inca, Ataualpa, marco do fim de 300 anos da maior civilização pré-colombiana da América do Sul, que construiu um império com 14 milhões de súditos no seu auge, que ia do Sul da Colômbia ao Norte do Chile.

Os incas constroem sua civilização, o Império Inca ou Tahuantinsuyo, seu nome na língua quêchua, no altiplano da Cordilheira dos Andes, inicialmente no Peru. Não tem escrita, mas criam um governo sofisticado, com método estatístico, grandes obras públicas, construções monumentais que até hoje a engenharia não explica como moveram pedras de toneladas e um sistema agrícola brilhante.

Cinco anos antes de chegada dos conquistadores, uma disputa pela sucessão causou uma guerra civil ruinosa. Em 1532, Ataualpa vence o irmão Huáscar numa batalha perto de Cusco, a capital do império. Está consolidando o poder quando Pizarro chega com 180 homens.

Filho da aristocracia espanhola, Pizarro trabalha como criador de porcos quando jovem. Em 1502, se torna um soldado e vai para Hispaniola, a ilha hoje dividida entre Haiti e República Dominicana onde Cristóvão Colombo começa a colonização da América em 1492.

Ele serve ao conquistador Alejandro de Ojeda na expedição à Colômbia, em 1510, e a Vasco Núnez Balboa quando este descobre o Oceano Pacífico, no Panamá, em 1513. 

Ao saber da grande riqueza do Império Inca, Pizarro se une a Diego de Almagro. Em 1524, eles saem do atual Panamá, mas só vão até onde hoje é o Equador. Na segunda expedição, entram no que hoje é território peruano, batizam a terra de Peru e a reivindicam para a coroa espanhola.

De volta ao Panamá, Pizarro planeja conquistar o Peru, mas não tem o apoio do governo colonial espanhol na América. Depois da conquista do México por Hernán Cortez, em 1521, Pizarro vai à Espanha em 1528 e consegue apoio do imperador Carlos V, que sonhava em criar uma monarquia universal.

Em 15 de dezembro de 1532, o pequeno exército de Pizarro, com 180 soldados, chega a Cajamarca, onde Ataualpa relaxa em águas termais antes de marchar rumo a Cusco, a capital do irmão. O conquistador convida o imperador para uma festa.

Com um exército de 30 mil homens, logo depois de vencer a maior batalha da história inca, Ataualpa não teme os homens de Pizarro. É alvo de uma emboscada.

Ataualpa vai ao local do encontro com um séquito de milhares de homens aparentemente desarmados. Pizarro envia um padre como emissário e intima Ataualpa a aceitar a soberania do imperador Carlos V e do cristianismo. 

Quando o imperador inca rejeita e joga a Bíblia no chão, Pizarro ordena o ataque com arcabuzes, canhões e cavalaria, armas que os incas desconhecem. Milhares de incas são massacrados e Ataualpa é preso.

Mesmo pagando o maior resgate da história, Ataualpa é processado pela morte do irmão, por conspirar contra a coroa espanhola e outros delitos menores. Amarrado a um poste, tem a última escolha: ser queimado vivo ou se converter ao cristianismo e morrer pelo garrote vil. Na esperança de preservar seu corpo para mumificação, escolhe o garrote.

BOMBA NUCLEAR SOVIÉTICA

    Em 1949, a União Soviética explode sua primeira bomba atômica, chamada de Primeiro Raio, num remoto campo de testes em Semipalatinisk, no Casaquistão, acabando com o monópolio dos Estados Unidos em armas nucleares.

Para avaliar o impacto da bomba, os cientistas soviéticos constroem edifícios, pontes e outras estruturas urbanas. Também colocam mamíferos perto do local da explosão para ver o efeito da radiação. 

A bomba tem a força de 20 quilotons (20 mil toneladas de dinamite), mas ou menos a mesma potência da Trinity (Trindade), a primeira bomba detonada experimentalmente pelos EUA em Alamogordo, no Novo México, em 16 de julho de 1945.

FURACÃO KATRINA ARRASA

    Em 2005, o furacão de Katrina, de categoria 5 sobre o Oceano Atlântico e 3 ao chegar em terra, arrasa uma região do Sul dos Estados Unidos, especialmente a cidade de Nova Orleans, que é alagada em 80% de sua área, causando a morte de 1.836 pessoas, principalmente nos estados da Louisiana e do Mississípi, e prejuízos de mais de US$ 125 bilhões. 

Outras 135 pessoas estão desaparecidas até agora. Mesmo sendo apenas o terceiro furacão mais forte da temporada, é o terceiro pior da história dos EUA. Com a enchente, Nova Orleans vira uma terra sem lei. Gangues invadem casas abandonadas para roubar e atacam moradores que ficaram na cidade.

Diante da omissão do governo George W. Bush com uma população flagelada majoritariamente negra, o jovem senador Barack Obama se destaca na linha de frente da ajuda às vítimas.

domingo, 28 de agosto de 2022

Hoje na História do Mundo: 28 de Agosto

 REI ZULU CAPTURADO

    Em 1879, o Império Britânico captura o rei Cetshwayo, último grande líder da Zululândia, no fim da Guerra Britânico-Zulu. Cetshwayo é exilado.

Os britânicos tomam em 1843 a província de Natal dos bôeres, os descendentes dos colonos holandeses que povoaram o que hoje é a África do Sul a partir da fundação da Cidade do Cabo por Jan van Riebeeck, em 1652.

Cetshwayo desafiou o domínio colonial. Em 1879, os britânicos invadiram a Zululândia e sofreram grandes perdas na Batalha de Isandlwana, quando tiveram 1,3 mil baixas, e na Batalha do Monte Hoblane. São as únicas vitórias militares de um exército armado com lanças e escudos contra um exército moderno com armas de fogo.

Na Batalha de Khambula, em 29 de março, o império vence. Capurado, Cetshwayo vai para o exílio. Volta em 1883 e retoma o controle de parte da Zululândia, mas sua liderança está abalada pela derrota. Cai de novo, volta para o exílio e morre no ano seguinte.

Diante da revolta zulu, em 1887, o Império Britânico anexa a Zululândia, que em 1897 passa a fazer parte da província de Natal, que em 1910 forma a União Sul-Africana.

"EU TENHO UM SONHO"

    Em 1963, no fim da Marcha sobre Washington, o reverendo Martin Luther King Jr., líder da luta pelos civis dos negros nos Estados Unidos, faz no Memorial de Lincoln, diante de 250 mil pessoas, seu discurso mais importante, Eu Tenho um Sonho: "Eu tenho um sonho de que um dia meus quatro filhos vão viver num país onde não serão julgados pela cor da sua pele, mas pelo seu caráter."

Os manifestantes se reúnem na luta por liberdade e oportunidades iguais de trabalho para a minoria de origem africana. Nos degraus do monumento em homenagem a Abraham Lincoln, o presidente que aboliu a escravatura, o Dr. King afirma em linguagem direta: "O negro ainda não é livre."

FIM DE UM SONHO

    Em 1996, quatro anos depois da separação, os príncipes de Gales, Charles e Diana, se divorciamos oficialmente, pondo fim ao que no primeiro momento parecia um conto de fadas, com o herdeiro da coroa do Reino Unido casando com uma linda princesa na Catedral de São Paulo, em Londres, em 29 de julho de 1981.

sábado, 27 de agosto de 2022

Hoje na História do Mundo: 27 de Agosto

 VULCÃO KRAKATOA EXPLODE

    Em 1883, na maior erupção vulcânica da história, uma explosão na ilha de Krakatoa, na Indonésia, ouvida a 5 mil quilômetros de distância, joga lama e lava a uma altura de 80 km, causa um terremoto com ondas gigantes de 37 metros e mata cerca de 36 mil pessoas.

Depois de mais de 200 anos adormecido, o vulcão Krakatoa dá os primeiros sinais de atividade em 20 de maio. Tripulantes de um navio alemão relatam ter visto uma coluna de fumaça e poeira vulcânica de mais de 11 km de altura.

Nos dois meses seguintes, navios e habitantes das ilhas vizinhas de Java e Sumatra veem pequenas explosões. A população local festeja até uma explosão destrói dois terços da ilha no dia 26. Ao desabar no Estreito de Sunda, que fica entre Java e Sumatra, a montanha causa uma série de catástrofes ambientais sentidas durante anos no mundo inteiro, a começar por um maremoto com ondas gigantescas.

Quatro erupções a partir das 5h30 de 27 de agosto são cataclísmicas, ouvidas a 5 mil km de distância, e projetam uma maré de uma lava vulcânica de gás, cinza e rocha fundida a mais de 60 km do Krakatoa. Dos 36 mil mortos, as tsunames mataram 31 mil. Outros 4,5 mil foram vítimas da lava incandescente.

Uma nuvem de cinza e poeira vulcânica fina envolve o planeta e reduz a temperatura da Terra durante anos.

Além do Krakatoa, ativo até hoje, a Indonésia tem mais 130 vulcões em atividade, mais do que qualquer outro país.

ROMÊNIA ENTRA NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

    Em 1916, depois de declarar guerra ao Império Austro-Húngaro, a Romênia invade a região da Transilvânia, um território de maioria romena pertencente à Hungria cuja soberania reivindicava, e entra na Primeira Guerra Mundial (1914-18).

Ao observar o sucesso da Rússia contra a Áustria-Hungria na frente oriental no verão de 1916, a Romênia decidir entrar na guerra. Em 18 de agosto, fecha um acordo secreto com os aliados e, no dia   27, lança o ataque.

Enquanto a Romênia invade a Pensilvânia, os britânicos pressionam os alemães na Batalha do Somme e a Áustria-Hungria cai diante da Rússia no Leste. O kaiser Guilherme II, da Alemanha, chega a dizer que “a guerra está perdida”.

Numa reunião que incluiu ainda a Turquia e a Bulgária, os Poderes Centrais criam um comando militar supremo entregue ao general Paul Hindenburg, comandante em chefe das Forças Armadas da Alemanha.

O general que deixa o comando geral, Erich von Falkenhayn, assume o comando da guerra contra a Romênia. Junto com o general August von Mackensen, eles derrotam a Romênia e tomam Bucareste em 9 de dezembro de 1918.

A Rússia vem em socorro, mas as revoluções de 1917, a queda do império czarista e a ascensão do comunismo tiram o país da guerra. Com a saída da Rússia, a Ucrânia se rende em maio de 1918. No Tratado de Bucareste, perde parte do litoral para a Bulgária e o controle sobre a Foz do Rio Danúbio. No Tratado de Versalhes, recupera estas perdas e ganha a soberania sobre a Transilvânia.

LANÇADO O LIVRO DOS RECORDES

    Em 1955, sai a primeira edição do Guinness - o Livro dos Recordes, uma publicação anual com feitos da humanidade e do mundo animal.

A ideia nasce em 1951, quando Sir Hugh Beaver, diretor-executivo da Cervejaria Guinness, fundada em 1759 em Dublin, na Irlanda, participa de uma caçada. Depois de não conseguir alvejar uma tarambola dourada, eles quis saber quais eram os pássaros de caça mais rápidos da Europa, mas não encontrou nenhum livro com a resposta.

Pensando que os donos dos pubs britânicos e irlandeses gostariam de ter um livro capaz de dirimir as dúvidas dos clientes, Beaver contratou dois irmãos donos de uma agência que vendia dados estatísticos para jornais e agência de propaganda, Norris e Ross McWhirter.

A proposta inicial é distribuir o livro de graça nos pubs para promover a cerveja Guinness. Diante do sucesso, passa a ser vendido. A primeira edição americana sai em 1956.

Ross trabalha no livro até ser morto pelo Exército Republicano Irlandês (IRA), em 1975. Norris continua sendo editor até 1986.

IRA MATA LORDE MOUNTBATTEN

    Em 1979, na luta armada para acabar com o domínio britânico sobre a Irlanda do Norte, o Exército Republicano Irlandês (IRA) mata o lorde Louis Mountbatten, herói de guerra, último vice-rei da Índia e primo segundo da rainha Elizabeth II, com a explosão de uma bomba de pouco mais de 20 quilos.

Mountbatten passa o dia com a família na Baía de Donegal, na Irlanda, quando é atacado. Outras três pessoas morrem na explosão, inclusive um neto dele de 14 anos, Nicholas. No mesmo dia, outro atentado do IRA mata 18 paraquedistas britânicos.

A violência destes ataques leva a primeira-ministra Margaret Thatcher, eleita pela primeira vez em maio de 1979, a endurecer a política em relação ao IRA, radicalizando ainda mais o conflito na Irlanda do Norte. 

Em 1981, depois de 66 dias de greve, morre na prisão de Maze o deputado eleito para o Parlamento Britânico Bobby Sands, que nunca tomou posse porque o Sinn Féin, partido político do IRA, sempre se nega a jurar lealdade à coroa britânica.

A própria Thatcher é alvo de um atentado em 1984 num hotel em em Brighton, na Inglaterra, durante a Convenção Anual do Partido Conservador, em que morrem cinco pessoas, inclusive um deputado da Câmara dos Comuns.

A partir daí, o deputado John Hume, do Partido Trabalhista e Social-Democrata, o braço do Partido Trabalhista britânico na Irlanda do Norte, começa um diálogo secreto para tentar atrair o Sinn Féin para a negociação. 

Em 1985, o Reino Unido e a Irlanda assinam o Acordo Anglo-Irlandês para encaminhar o fim do conflito. A Declaração de Downing Street, em 1993, estabelece as bases para as negociações, que exigem um cessar-fogo do IRA, anunciado em 6 de abril de 1994.

Diante da estagnação das negociações, o IRA rompe a trégua num atentado na Ilha dos Cães, em Londres, em 9 de fevereiro de 1996. Um novo cessar-fogo, em 1997, permite a retomada das negociações para o Acordo da Sexta-Feira Santa, de abril de 1998, que acaba com quase 30 anos de uma guerra civil em que 3,5 mil pessoas morreram.

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Hoje na História do Mundo: 26 de Agosto

BATALHA DE CRECY

    Em 1346, durante a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), o exército do rei Eduardo III, da Inglaterra, aniquila as forças de Felipe VI, da França, na Batalha da Normandia, uma das primeiras em que os ingleses usam arcos de longo alcance.

Eduardo III invade a Normandia em 12 de julho de 1346 com uma força de 14 mil homens e marcha em direção ao norte saqueando o interior da França.

Para contra-atacar, Felipe VI mobiliza um exército de 12 mil homens, 8 mil cavaleiros armados e 4 mil arqueiros genoveses.

O exército inglês estaciona em Crecy à espera dos franceses, que chegam no dia 26 e tomam a iniciativa de atacar com seus arqueiros. Mas, do outro lado, há 10 mil arqueiros armados com grandes arcos com alcance muito maior.

Quando os cavaleiros armados franceses tentam avançar, são atingidos por uma chuva impiedosa de flechas. No início da noite, os franceses recuam depois de perder um terço de seus soldados, inclusive Carlos II de Alencon, irmão de Felipe VI, do rei João da Boêmia e de Luís II de Nevers, aliados do rei da França.

WASHINGTON DECIDE ENFRENTAR A REBELIÃO DO UÍSQUE 

    Em 1794, o presidente George Washington escreve ao governador da Virgínia, Henry Lee, um ex-general, para avisar que vai enfrentar a Rebelião do Uísque, o primeiro desafio ao governo federal dos Estados Unidos, por temer que “abale os alicerces” da República.

A Rebelião do Uísque é fruto do descontentamento dos produtores de grãos com os impostos federais cobrados sobre bebidas destiladas. Quando os ruralistas ameaçam fisicamente os coletores de impostos federais, o governo apela à Justiça.

Em agosto de 1974, 6 mil rebeldes se reuniram num campo perto de Pittsburgh, na Pensilvânia com guilhotinas falsas e desafiaram o governo a dispersá-los. No dia 7, Washington encarregou o secretário do Tesouro, Alexander Hamilton, que fora seu ajudante de ordens na Guerra da Independência dos EUA (1775-83), de organizar uma força para subjugar os insurgentes.

Aos 62 anos, Washington montou num cavalo à frente de uma tropa de 13 mil homens, tornando-se o único presidente dos EUA a comandar uma força militar no campo de batalha, em 30 de setembro de 1794. Logo, cede o comando a Hamilton.

Diante das tropas federais, os rebeldes se dispersam. Não há derramamento de sangue. Ao prestar contas ao Congresso, Washington admite que reprimir a revolta foi uma decisão angustiante. Ele declarou ser a favor do direito do cidadão de protestar contra impostos que considere injustos, mas temia pela jovem democracia.

A revolta mostrou uma divisão em Washington entre defensores dos direitos dos agricultores, como os futuros presidentes Thomas Jefferson e James Madison, e defensores dos interesses urbanos e industriais como Hamilton e John Adams.

VOTO FEMININO

    Em 1920, a Emenda nº 19 é incorporada à Constituição dos Estados Unidos dando o direito de voto às mulheres depois de 70 anos de luta do movimento dos sufragistas.

O texto é simples e direto: "O direito de voto dos cidadãos dos Estados Unidos não será negado ou cercado em nenhum Estado em razão do sexo. O Congresso terá competência para, mediante legislação adequada, executar este artigo."  

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Hoje na História do Mundo: 25 de Agosto

 CONCÍLIO DE NICEIA

    Em 325, o Concílio de Niceia, a primeira reunião de cúpula da Igreja Católica para discutir os princípios da fé, termina com o estabelecimento da doutrina da Santíssima Trindade (pai, filho e espírito santo).

O concílio, convocado em maio pelo imperador Constantino, que tornou o cristianismo a principal religião do Império Romano, declara ser heresia colocar Jesus Cristo como uma figura menor do que Deus.

Arius, um sacerdote de Alexandria, no Egito, questiona a divindade de Cristo porque ele nasceu. Sua história tem um começo, enquanto Deus é eterno. O debate teológico sai da academia e se espalha por todas as congregações da Igreja.

Constantino, então, convoca bispos de todo o império para resolver o problema. O imperador preside à cerimônia de abertura do concílio, realizado na Niceia, hoje parte da Turquia.

PRIMEIRA TRAVESSIA DA MANCHA A NADO

    Em 1875, Matthew Webb, um capitão de navio da marinha mercante de 27 anos, torna-se o primeiro homem a atravessar a nado o Canal da Mancha, de 45 quilômetros, de Dover, na Inglaterra, a Calais, na França.

Com o mar revolto e as correntes marinhas, ele é obrigado a nadar mais de 60 quilômetros. Cruza p canal em 21 horas e 45 minutos.

De uma família com 12 filhos, Webb aprendeu a nadar no Rio Severn. Aos 12 anos, entrou para a marinha mercante. Nas viagens pelo mundo, costumava dar nadadas de risco. Não era rápido, mas tinha grande resistência.

Para se acostumar ao mar frio e atravessar a Mancha, treina distâncias de 20 a 30 quilômetros na costa da Inglaterra.

Webb sai do Pier do Almirantado, em Dover, no dia 24 de agosto com o corpo untado de gordura e um traje de seda vermelho. Barcos que o acompanhava dão chá, licor e outros líquidos para o atleta amador. 

Quando ele está a cerca de 10 km da costa da França, a maré vira e o empurra para trás, Mas às 11h, ele chega em terra. Depois de dormir 12 horas na França, volta de navio para o Reino Unido.

ALEMANHA QUEIMA LOUVAIN

    Em 1914, no início da Primeira Guerra Mundial (1914-18), o Exército da Alemanha queima e saqueia durante quatro dias a cidade belga de Louvain, matando centenas de civis, numa amostra da violência de sua máquina de guerra.

Nos primeiros dias da guerra, a Alemanha viola a neutralidade da Bélgica e invade este país a caminho de atacar a França. A Universidade de Louvain, de 1426, e sua biblioteca são incendiadas, sob protestos internacionais,

LIBERTAÇÃO DE PARIS

     Em 1944, depois de mais de quatro anos de ocupação nazista, a 2ª Divisão Blindada do Exército da França e a 4ª Divisão de Infantaria do Exército dos Estados Unidos libertam Paris.

A cidade é tomada em 14 de junho de 1940, um mês depois da invasão da França pela Alemanha nazista. Oito dias depois, é firmado um armisticio e surge o regime fantoche colaboracionista de Vichy. Do exílio em Londres, o general Charles de Gaulle lidera a França Livre.

A 2ª Divisão Blindada da França é criada em 1943 com o propósito de libertar Paris depois da Invasão da Normandia, quando é colocada sob o comando do general George Patton, do 3º Exérxito dos EUA,

A resistência alemã é fraca e o comandante militar nazista, general Dietrich von Choltitz, não seguiu as ordens de Hitler de incendiar a cidade e destruir seus marcos históricos.

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Guerra da Ucrânia faz seis meses em impasse sem perspectiva de paz

 A invasão da Ucrânia pela Rússia completa seis meses hoje sem esperança de paz. O ditador russo Vladimir Putin não atingiu nenhum dos seus objetivos, a não ser destruir o país vizinho. O nacionalismo ucraniano e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) estão mais forte e a Rússia mais fraca e mais dependente da China.

O conflito marca o fim da era pós-Guerra Fria. Aumenta o risco de guerra entre grandes potências e de uma nova guerra fria. O uso da economia como arma de guerra como nunca antes ameaça a cooperação internacional para combater problemas globais como o aquecimento global. Meu comentário:

Hoje na História do Mundo: 24 de Agosto

ERUPÇÃO DO VESÚVIO

    No ano 79 da era cristã, o vulcão Vesúvio entra em erupção no que hoje é o Sul da Itália, na época parte do Império Romano, e arrasa as cidades de Herculano e Pompeia, matando milhares de pessoas.

As duas cidades são cobertas por uma grossa camada de lava e poeira vulcânica e não são reconstruídas. Ficam praticamente esquecidas até serem redescobertas no século 18.

O Vesúvio é o único vulcão ativo da Europa. A última grande erupção foi em 1631 e a mais recente em 1944. Cerca de 700 mil pessoas vivem em áreas próximas, que seriam atingidas numa grande erupção.

MASSACRE DA NOITE DE SÃO BARTOLOMEU

    Em 1572, sob pressão da rainha-mãe, Catarina de Medici, o rei Carlos IX da França manda matar os líderes dos protestantes huguenotes em Paris, deflagrando o massacre de dezenas de milhares de huguenotes na noite do Dia de São Bartolomeu.

Dois dias antes, a rainha-mãe ordena o assassinato do almirante Gaspard de Coligny, um líder huguenote, temendo que leve o filho a uma guerra com a Espanha. Ele sai ferido. O rei promete investigar para acalmar os huguenotes. A mãe o convence de que eles estão prestes a se rebelar.

Com o beneplácito da coroa, hordas de católicos sedentos de sangue atacaram os huguenotes, primeiro em Paris, depois por toda a França. O rei baixa um decreto no dia 25, mas a matança continua até outubro.

Pelo menos 3 mil huguenotes foram mortos em Paris e 70 mil em toda a França.

ESPANHA RECONHECE INDEPENDÊNCIA DO MÉXICO

    Em 1821, onze anos depois do início da guerra da independência, o vice-rei espanhol Juan O’Donojú assina o Tratado de Córdoba, um plano para transformar o México numa monarquia constitucional.

A invasão de Napoleão Bonaparte da Espanha, em 1808, na Guerra Peninsular, meses depois de invadir Portugal, deflagra a independência das colônias americanas.

Em 16 de setembro de 1810, o padre Miguel Hidalgo y Costilla dá o Grito de Dolores, proclamando a independência do que até então era a Nova Espanha, com propostas de redistribuição da terra e igualdade racial. Ele é derrotado, capturado e executado, mas a semente da revolta estava plantada.

Outros líderes camponeses, José María Morelos y Pavón, Mariano Matamoros e Vicente Guerrero comandaram exércitos rebeldes. Por ironia da história, a vitória cabe aos monarquistas, mexicanos conservadores de origem espanhola.

Na falta de uma família real, em 1822, Agustín de Iturbide, o comandante militar rebelde, é proclamado imperador do México. Seu reino é curto. Em 1823, Guadalupe Victoria e Antonio López de Santa Ana o depõe e proclamam a república. Santa Ana perde mais de 40% do território mexicano para os EUA.

SUICÍDIO DE VARGAS

    Em 1954, o presidente Getúlio Dornelles Vargas se mata com um tiro no peito no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, sob forte pressão da oposição e dos militares desde o atentado da Rua Tonelero contra o deputado Carlos Lacerda, líder da oposição, em 5 de agosto, quando morre o major-aviador Rubens Vaz.

Na carta-testamento, Vargas acusa forças ocultas de bloquear o desenvolvimento do Brasil. O suicídio adiou por dez anos o golpe militar, que viria em 31 de março de 1964.

PLUTÃO VIRA ANÃO

    Em 2006, a União Astronômica Internacional decide rebaixar Plutão, até então considerado o nono planeta do sistema solar, para planeta anão.

Plutão é descoberto em 1930 por Clide Tombaugh. Formado por rocha e gelo, tem um quinto da massa da Lua e um terço co volume.

Com a descoberta de vários corpos celestes semelhantes a partir de 1992, sua classificação como planeta passou a ser questionada, especialmente depois da identificação, em 2005, de Éris, que tem massa 27% maior.

terça-feira, 23 de agosto de 2022

Hoje na História do Mundo: 23 de Agosto

MORRE SÍMBOLO SEXUAL DOS ANOS 1920

    Em 1926, morre em Nova York aos 31 anos Rodolfo Alfonso Raffaello Pierre Filibert Guglielmi di Valentina D'Antonguolla, mais conhecido como Rodolfo Valentino, um ator italiano radicado nos Estados Unidos que se tornara o arquetípico galã cinematográfico, um símbolo sexual dos anos 1920.

Pouco depois do lançamento de seu último filme, O Filho do Xeique, Valentino é hospitalizado com uma úlcera perfurada e morre de peritonite oito dias depois de ser operado. Sua morte provoca várias tentativa de suicídio. Sua última namorada, a atriz Pola Negri, está inconsolável. 

Dezenas de milhares de pessoas prestam homenagem passando junto ao caixão em Nova York. Cem mil pessoas se concentram perto da igreja onde é realizado o funeral. O corpo é levada de trem para ser enterrado em Hollywood.

SACCO E VANZETTI EXECUTADOS

    Em 1927, apesar dos protestos internacionais de defensores de sua inocência, os anarquistas italianos Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti são executados na cadeira elétrica por latrocínio, roubo seguido de mortes.

O tesoureiro de uma fábrica de sapatos de South Braintree, no estado de Massachusetts, é assassinado em 15 de abril de 1920 junto com um segurança. O latrocínio é atribuído a dois italianos, que fogem com US$ 15 mil.

Sacco e Vanzetti são presos ao ir a uma garagem atrás de um carro que a polícia supunha estar ligado ao crime. Os dois suspeitos estão armados e mentem nos depoimentos, mas não têm antecedentes criminais. Em 14 de julho de 1921, são condenados à morte.

A pena é mantida mesmo depois que Celestino Medeiros, condenado por homicídio, confessa em 1925 ter participado do latrocínio. O Tribunal de Justiça de Massachusetts não revisa a sentença e o governador Alvin Fuller nega os pedidos de clemência.

Em 1977, o governador Michael Dukakis reabilita Sacco e Vanzetti declarando que foram alvos de uma injustiça.

PACTO GERMANO-SOVIÉTICO

    Em 1939, a Alemanha Nazista e a União Soviética firmam o Pacto Germano-Soviético ou Pacto Ribbentrop-Molotov, nomes dos ministros do Exterior que assinaram o acordo de não agressão a mando dos ditadores Adolf Hitler e Josef Stalin

Com o pacto, Hitler garante a paz temporariamente com a URSS, enquanto Stalin ganha tempo para se preparar para uma guerra que considerava inevitável. Os dois países dividem a Polônia, a Alemanha fica com a maior parte e Hitler entrega as repúblicas do Mar Báltico (Estônia, Letônia e Lituânia) à URSS.

Nove dias depois, em 1º de setembro, a Alemanha invade a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial (1939-45). A URSS ocupa o lado oriental. Com o controle da situação, em 1940, Hitler volta o esforço de guerra para conquistar a Europa Ocidental.

Ao ocupar parte da Polônia, a URSS detém 22 mil militares, policiais e cidadãos comuns acusados de espionagem e subversão pelo Comissariado do Povo para Assuntos Internos (NKVD), o nome da polícia política soviética na era Stalin (1927-53). Eles são mortos em abril e maio de 1940 no Massacre da Floresta de Katyn.

Em 22 de junho de 1941, a Alemanha invade a URSS na na Operação Barbarossa, a aposta mais ousada de Hitler, que o levaria à derrota e à morte. Mais de 80% das tropas alemãs são derrotadas na frente oriental. Com a entrada da URSS na guerra ao lado dos aliados, o governo polonês no exílio em Londres pede a libertação dos militares.

Dois anos depois da invasão, a Alemanha anuncia a descoberta de valas cheias de corpos na Floresta de Katyn. A URSS culpa os nazistas.

Com as vitórias nas batalhas de Stalingrado e de Kursk, em 1943, o Exército Vermelho para a ofensiva nazista e inicia a contraofensiva rumo a Berlim, tomada em 8 de maio de 1945, marco do fim da guerra na Europa. Hitler se suicida dias antes, em 30 de abril.

Só em 1990, durante o governo Mikhail Gorbachev (1985-91), a URSS reconheceu a responsabilidade pelo Massacre de Katyn.

LOU REED DEIXA VELVET UNDERGROUND

    Em 1970, o cantor e compositor Lou Reed faz seu último show com The Velvet Underground, uma das maiores bandas de rock americanas.

Reed conhece o galês John Cale em Nova York em 1964. Eles começam a tocar juntos. Com temas como prostituição e drogas, as letras de Reed estão muito distantes da música comercial. 

O apoio do artista plástico Andy Warhol credencia o Velvet Underground junto à vanguarda cultural nova-iorquina. A banda lança o primeiro álbum, Nico and the Velvet Underground, em 1967. Cale sai em 1968 e Lou Reed dois anos depois para fazer carreira solo. Ele morre em 2013. 

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Hoje na História do Mundo: 22 de Agosto

 BATALHA DE BOSWORTH

    Em 1485, na última grande batalha da Guerra das Duas Rosas (1455-85), Henrique Tudor, Conde de Richmond, vence Ricardo III, que morre no campo de Bosworth, e é coroado rei da Inglaterra como Henrique VII

É o fim da Idade Média na Inglaterra e o início da poderosa Dinastia Tudor, que governaria o país até 1603, com o próprio Henrique VII, Henrique VIII, que rompe com a Igreja Católica e funda a Igreja da Inglaterra, Maria I e Elizabeth I, período em que começa a construção do Império Britânico.

FUNDAÇÃO DA CRUZ VERMELHA

    Em 1864, na Suíça, 12 países adotam, a Convenção de Genebra para Melhorar a Condição dos Feridos e Doentes de Exércitos no Campo de Batalha e criam a Cruz Vermelha Internacional.

MICHAEL COLLINS ASSASSINADO

    Em 1922, o líder revolucionário Michael Collins, político do Sinn Féin e herói da independência da Irlanda do Reino Unido, é morto em emboscada no condado de Cork, no Oeste da Irlanda

LUTA CONTRA RACISMO NO ESPORTE

    Em 1950, a tenista Althea Gibson é a primeira pessoa de origem africana a ser aceita pela Associação de Tênis na Grama dos Estados Unidos para disputar o Torneio de Forest Hills, que no futuro evolui para Aberto dos EUA.

Althea Gibson vence o Torneio Aberto da França em 1956 e Wimbledon e o Aberto dos EUA em 1957 e 1958, antes de se tornar profissional. Na época, os torneios do Grand Slam só aceitavam amadores.

domingo, 21 de agosto de 2022

Explosão de bomba em carro mata filha do guru do neofascismo russo

 Uma bomba instalada embaixo do carro matou no sábado, perto de Moscou, por volta das 21h a jornalista e cientista política Daria Dugina, de 29 anos, filha do filósofo Alexander Dugin, principal ideólogo do neofascismo da Rússia, defensor do excepcionalismo russo, do eurasianismo e da guerra contra a Ucrânia.

Como ela dirigia um Toyota Land Cruiser do pai, há suspeitas de que o alvo seria ele, o guru do ditador Vladimir Putin, uma espécie de novo Rasputim, o mago que era eminência parda do último czar do Império Russo, Nicolau II, o Sanguinário, derrubado pela Revolução de Fevereiro de 1917. Podem ter sido os dois.

Dugina volta para casa depois de um evento em que os dois participaram. Com a explosão, o carro, que vinha em alta velocidade, explodiu, foi envolto em chamas e atravessou a pista, contou Andrei Krasnov, amigo pessoal dela. A polícia trata o caso como um crime premeditado, um “assassinato por encomenda”.

Na visão de Dugin, a Rússia é muito mais do que um país, é uma civilização destinada a unir a Eurasia para frustrar as ambições imperiais dos Estados Unidos de dominar o mundo inteiro. Para isso, seria fundamental o fim da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar criada para conter o expansionismo da União Soviética durante a Guerra Fria, e a retirada das forças norte-americanas da Europa. A guerra leva exatamente ao contrário.

Seu livro de 600 páginas Fundações da Geopolítica, publicado em 1997, é leitura obrigatória para as elites política e militar da Rússia. Oficialmente, Dugin não tem nenhum cargo público. Sua relação com Putin não é clara. As especulações vão de mentor propagandista. É um Olavo de Carvalho ou Steve Bannon, um provocador e ex-marqueteiro do ex-presidente Donald Trump?

“Ninguém, nem mesmo os altos funcionários, sabe ao certo quem ou o que Putin ouve”, admitiu Dugin, ao comentar o caótico processo de decisão em Moscou. “Qualquer um que diga que sabe como Putin toma decisões está desinformado ou errado.” 

De qualquer maneira, suas ideias ultranacionalistas e imperialistas coincidem com as do Kremlin. Há anos, Dugin defende a anexação da Ucrânia pela Rússia, tema de um ensaio escrito por Putin no ano passado com o argumento central de que os dois países são um só por força dos laços históricos, políticos, espirituais e culturais.

A filha também fazia declarações públicas em defesa da invasão da Ucrânia. Ambos estão sob sanções dos EUA desde 2015, Dugina por ser editora-chefe do portal de desinformação United World International e o pai por “ser responsável ou cúmplice em ações ou políticas que ameaçam a paz, a segurança, a soberania ou a integridade territorial da Ucrânia.”

Como líder da União da Juventude Eurasiana, Dugin recrutava voluntários com treinamento militar e experiência de combate para lutar em Donetsk.

O Reino Unido impôs sanções a Dugina em julho deste ano por causa do apoio à guerra, “com contribuições frequentes e de alto destaque para a desinfomação relação à Ucrânia e à invasão da Ucrânia pela Rússia em várias plataformas on-line.”

Sob a ótica do pai, Daria Dugina vê um choque de civilizações entre a Eurasia e EUA e aliados. Em março, no início da guerra, ela afirmou no YouTube que a identidade nacional ucraniana está no Oeste do país. 

O Leste da Ucrânia, especialmente a região de Donbass, a Bacia do Rio Dom, a região industrial formada pelas províncias de Donetsk e Lugansk, aceitaria fazer parte de um “império eurasiano”.

Denis Puchilin, dos líderes separatistas da República Popular de Donetsk, uma das províncias do Leste da Ucrânia que a Rússia reconheceu como países independentes e pode anexar, acusou o governo Volodymyr Zelensky pela morte de Daria. 

No domingo, Mykhailo Podolyak, assessor de Zelensky, negou enfaticamente qualquer relação do governo ucraniano com o atentado: “Não somos um país criminoso como a Federação Russa, muito menos um país terrorista”, afirmou.

“O processo de destruição interna do mundo russo começou”, proclamou Andrii Yussov, porta-voz da inteligência militar da Ucrânia. “O mundo russo vai devorar a si mesmo.”

Se a Ucrânia estiver envolvida, será uma “política de terrorismo de Estado do regime de Kiev”, reagiu a porta-voz do Ministério do Exterior da Rússia, Maria Zakharova, pedindo que as alegações de Puchilin “sejam investigadas pelas autoridades competentes”.

De uma forma ou de outra, às vésperas de completar seis meses sem perspectiva de paz, a Guerra da Ucrânia atinge a capital da Rússia e dificulta a censura oficial do governo Putin sobre a guerra, dias depois de ataques à Península da Crimeia, anexada ilegalmente por Moscou em 2014, a regiões ocupadas durante a guerra e a instalações militares situadas em território russo.

Vários comentaristas da mídia e das redes sociais que apoiam o regime estão pressionando o Kremlin a endurecer com a Ucrânia.

Hoje na História do Mundo: 21 de Agosto

 REVOLTA DE ESCRAVOS NOS EUA

    Em 1831, Nat Turner, que se considera enviado por Deus para libertar seu povo, inicia um sangrenta revolta de escravos no estado da Virgínia. Com sete aliados, ele mata seu dono, Joseph Travis, e família.

O plano é tomar o arsenal do condado, na cidade de Jerusalém, e fugir por 50 quilômetros até um pântano onde pretendia enganar seus perseguidores.

Durante dois dias e duas noites, os rebeldes atacam fazendas e arregimentam seus escravos para a luta. Cerca de 75 rebeldes matam 60 moradores brancos do Condado de Southampton.

Uma milícia estadual de 3 mil homens esmaga a rebelião quando Turner e os escravos rebelados estão a poucos quilômetros de Jerusalém. O líder escapa. É preso em outubro e enforcado em 11 de novembro em Jerusalém.

Em reação à maior revolta de escravos da história dos EUA, muitos negros inocentes são chacinados e uma série de leis repressivas proíbe o movimento negro, a reunião e a educação de escravos.

ASSASSINATO DE TROTSKY

    Em 1940, o agente stalinista Jaime Ramón Mercader mata com uma picareta de alpinismo o líder revolucionário comunista Leon Davidovich Bronstein, mais conhecido como Leon Trotsky, na sua casa no exílio na Cidade do México.

Trotsky nasce na Ucrânia numa família judaica. Vira marxista na adolescência e larga a Universidade de Odessa para organizar o Sindicato dos Trabalhadores do Sul da Rússia. Em 1898, é preso por suas atividades políticas. Dois anos depois, é enviado para a Sibéria. Em 1902, foge usando um passaporte falso em nome de Leon Trotsky.

Ele volta à Rússia para participar da Revolução de 1905. É preso e enviado de novo à Sibéria. Em 1907, escapa mais uma vez. Em mais uma década no exílio, Trotsky vive na Suíça, na França, na Espanha e em Nova York antes de voltar à Rússia em 1917, depois que a Revolução de Fevereiro derruba a monarquia.

Como líder do Soviete de Petrogrado, Trotsky tem um papel decisivo na Revolução de Outubro, que leva os bolcheviques ao poder. Nomeado comissário de Relações Exteriores, negocia a paz de Brest-Litovsk com a Alemanha para tirar a Rússia da Primeira Guerra Mundial (1914-18).

Comissário do Povo para Assuntos Militares e Navais, cria e chefia o Exército Vermelho durante a guerra civil que se segue à Revolução Comunista. Também funda o Politburo do Comitê Central do Partido Comunista e se torna um de seus sete membros.

Depois da morte de Lenin, em janeiro de 1924, Trotsky perde a disputa pelo poder com Josef Stalin. Em 1925, deixa de ser comissário da Guerra e, em 1927, é afastado do Politburo.

Expulso da União Soviética em fevereiro de 1929, torna-se o maior crítico do stalinismo até ser morto pelo comunista espanhol Ramón Mercader, um agente internacional do Comissariado do Povo para Assuntos Internos (NKVD), a polícia política da URSS no período stalinista. 

HAVAÍ VIRA ESTADO DOS EUA

    Em 1959, o presidente Dwight Eisenhower assina a proclamação que torna o Havaí o 50º estado dos Estados Unidos.

Os primeiros seres humanos chegam ao Arquipélago do Havaí no século 8 da era cristã. Os comerciantes americanos começam a extrair o sândalo, uma madeira muito apreciada na China. A indústria açucareira é introduzida nos anos 1830 e se torna importante na metade do século 19. 

A presença de agricultores e missionários americanos muda a história do Havaí. Em 1893, um grupo de americanos expatriados e plantadores de açúcar depõe a monarquia. No ano seguinte, o Havaí vira protetorado dos EUA.

Depois do uso da base naval de Pearl Harbor durante a Guerra Hispano-Americana, em 1898, quando os EUA tomaram as Filipinas e a ilha de Guam, a anexação formal é aprovada. O ataque japonês à 7ª Frota Americana em Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941 fez os EUA entrarem na Segunda Guerra Mundial (1939-45).

LÍDER DA INDEPENDÊNCIA DO QUÊNIA SOLTO

    Em 1961, depois de nove anos de prisão, as autoridades coloniais britânicas libertam Jomo Kenyatta, líder do movimento pela independência do Quênia

Menos de dois anos depois, em 1º de junho de 1963, o Quênia conquista a independência e Kenyatta se torna primeiro-ministro e, a partir de 1964, presidente até sua morte, em 22 de agosto de 1978.

Sob Kenyatta, o Quênia adere à Organização de Unidade Africana (OUA) e à Comunidade das Nações, a antiga Comunidade Britânica, e se alia ao Ocidente durante a Guerra Fria. 

ASeu governo é acusado de ditatorial, autoritário, corrupto e neocolonial ao privilegiar os kikuyos sobre outras etnias, mantendo a hierarquia social imposta pelo Império Britânico.

sábado, 20 de agosto de 2022

Hoje na História do Mundo: 20 de Agosto

 INÍCIO DA ESCRAVIDÃO NOS EUA

     Em 1619, os primeiros escravos africanos são vendidos na colônia de Jamestown, na Virgínia, no início da escravidão no que hoje são os Estados Unidos

São mais de 20 angolanos capturados por traficantes de escravos portugueses atacados por piratas em busca de ouro. Quando os piratas veem que são escravos, os vendem aos colonos norte-americanos.

A colônia de Jamestown, fundada em 1607 e batizada em homenagem ao rei Jaime I da Inglaterra e Jaime VI na Escócia, tem cerca de 700 habitantes em 1619.

Os escravos são capturados pelos traficantes portugueses nos reinos africanos do Kongo e de Ndongo e embarcados no navio San Juan Bautista, que os levaria a Veracruz, na colônia espanhola da Nova Espanha, hoje México.

Na travessia do Oceano Atlântico, cerca de 150 dos 350 escravos morreram. Dois navios piratas, o Leão Branco e o Tesoureiro, atacam o navio negreiro e tomam 60 escravos. O Leão Branco trocou-os por comida em Jamestown.

O tráfico de escravos capturou mais de 12 milhões de africanos. A maior parte (5 milhões) veio para o Brasil, outros 3 milhões para a região do Mar do Caribe e 400 mil para a América do Norte.

ASSASSINATO DE TROTSKY

    Em 1940, o agente stalinista Jaime Ramón Mercader mata com uma picareta de alpinismo o líder revolucionário comunista Leon Davidovich Bronstein, mais conhecido como Leon Trotsky, na sua casa no exílio na Cidade do México.

Trotsky nasce na Ucrânia numa família judaica. Vira marxista na adolescência e larga a Universidade de Odessa para organizar o Sindicato dos Trabalhadores do Sul da Rússia. Em 1898, é preso por suas atividades políticas. Dois anos depois, é enviado para a Sibéria. Em 1902, foge usando um passaporte falso em nome de Leon Trotsky.

Ele volta à Rússia para participar da Revolução de 1905. É preso e enviado de novo à Sibéria. Em 1907, escapa mais uma vez. Em mais uma década no exílio, Trotsky vive na Suíça, na França, na Espanha e em Nova York antes de voltar à Rússia em 1917, depois que a Revolução de Fevereiro derruba a monarquia.

Como líder do Soviete de Petrogrado, Trotsky tem um papel decisivo na Revolução de Outubro, que leva os bolcheviques ao poder. Nomeado comissário de Relações Exteriores, negocia a paz de Brest-Litovsk com a Alemanha para tirar a Rússia da Primeira Guerra Mundial (1914-18).

Comissário do Povo para Assuntos Militares e Navais, cria e chefia o Exército Vermelho durante a guerra civil que se segue à Revolução Comunista. Também funda o Politburo do Comitê Central do Partido Comunista e se torna um de seus sete membros.

Depois da morte de Lenin, em janeiro de 1924, Trotsky perde a disputa pelo poder com Josef Stalin. Em 1925, deixa de ser comissário da Guerra e, em 1927, é afastado do Politburo.

Expulso da União Soviética em fevereiro de 1929, torna-se o maior crítico do stalinismo até ser morto pelo comunista espanhol Ramón Mercader, um agente internacional do Comissariado do Povo para Assuntos Internos (NKVD), a polícia política da URSS no período stalinista.

INVASÃO DA TCHECO-ESLOVÁQUIA

    Em 1968, 200 mil soldados e 5 mil tanques do Pacto de Varsóvia, a aliança militar liderada pela União Soviética, invadem a Tcheco-Eslováquia e acabam com a Primavera de Praga, uma tentativa do líder Alexander Dubcek de humanizar o regime comunista.

Os comunistas tomam o poder na Tcheco-Eslováquia em 1948, num golpe apoiado pelo ditador soviético Josef Stalin, e impõem um regime stalinista, padrão na Europa Oriental, ocupada pelo Exército Vermelho no fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45).

A linha dura domina o país até os anos 1960, quando há uma liberalização do regime que atinge o auge sob Dubcek, eleito primeiro-secretário do Partido Comunista em 5 de janeiro de 1968. As tentativas de descentralizar a administração e a economia, e democratizar o regime desagradaram ao Kremlin.

Os tcheco-eslovacos protestam e resistem à invasão. Vários jovens se autoimolam e morrem queimados na luta pela liberdade, mas são impotentes contra os tanques soviéticos. 

A Tcheco-Eslováquia permanece sob o controle da URSS até a queda do regime comunista na Revolução de Veludo, em novembro de 1989. Os tanques soviéticos só deixam o país em 1991, quando acaba a URSS.

No Divórcio de Veludo, em 1º de janeiro de 1993, o país se dividiu em República Tcheca e Eslováquia.