terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Hoje na História do Mundo: 31 de Janeiro

 TRUMAN INVESTE NA BOMBA H

    Em 1950, cinco meses depois da explosão da primeira bomba atômica da União Soviética, o presidente Harry Truman anuncia aos Estados Unidos a decisão de desenvolver a bomba de hidrogênio, mil vezes mais poderosa do que as bombas jogadas em Hiroxima e Nagasaki em 6 e 9 de agosto de 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45).

Os EUA testam sua primeira bomba de hidrogênio, chamada Mike, em 1º de novembro de 1952 no atol de Eniwetok, nas ilhas Marshall, no Oceano Pacífico.

As primeiras armas atômicas são de fissão nuclear de átomos pesados, o urânio-235 e o plutônio. Sua energia vem da divisão do núcleo de átomos pesados. 

A bomba de hidrogênio ou bomba termonuclear é resultado da fusão nuclear de átomos leves. Dois átomos de hidrogênio pesado e mais do que pesado se fundem a uma temperatura altíssima. É a reação que produz a energia do sol e das estrelas. O gatilho da bomba de hidrogênio é uma explosão nuclear de urânio para gerar a temperatura de 100 milhões de graus centígrados necessária à fusão nuclear.

No processo de fusão, as partículas subatômicas perdem 0,63% da massa, que se converte numa enorme quantidade de energia medida pela famosa fórmula de Albert Einstein: E = mc2, em que c é uma constante que representa a velocidade da luz no vácuo: 300 mil quilômetros por segundo.

Houve bombas de hidrogênio de mais de 50 megatons, com o poder de destruição de mais de 50 milhões de toneladas de dinamite. As instaladas em mísseis têm geralmente até 1,5 megaton.

A União Soviética testa sua primeira bomba de hidrogênio em 12 de agosto de 1953, elevando a corrida armamentista nuclear a outro patamar. O Reino Unido (1957), a China (1967) e a França (1968) também fizeram a bomba H.

Nos anos 1980, havia cerca de 40 mil bombas termonucleares no mundo.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Hoje na História do Mundo: 30 de Janeiro

 CARLOS I EXECUTADO

    Em 1649neva em Whitehall, no centro de Londres, quando o rei Carlos I é decapitado por traição durante a Guerra Civil Inglesa (1642-51).

A execução é o ápice de uma crise entre os monarquistas católicos e o Parlamento de maioria protestante durante a Guerra Civil Inglesa.

Em 27 de janeiro de 1649, a Alta Corte ou Tribunal Superior de Justiça condena Carlos I, rei da Inglaterra, da Escócia e da Irlanda por "deter um poder tirânico e ilimitado para governar por sua vontade e por negar os direitos e liberdades do povo". A pena é a morte por degola.

Carlos I é decapitado numa estrutura armada diante do Banquet House, em Whitehall, diante de uma multidão que enfrenta o frio para ver o regicídio. O rei faz um discurso final declarando-se inocente e um "mártir do povo", mas só quem está perto dele ouve.

Com a execução do rei, começa o breve período da República na história da Inglaterra, sob a liderança tirânica de Oliver Cromwell. Com a morte de Cromwell, em 1658, seu filho o substitui, mas a monarquia é restaurada em 1660, com a ascensão ao trono de Carlos II, filho de Carlos I.

HITLER CHANCELER

    Em 1933, depois da vitória do Partido Nazista sem maioria absoluta, o presidente Paul von Hindenburg nomeia Adolf Hitler chanceler (primeiro-ministro) da Alemanha, cargo que ocupa até a morte, no fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45).

Hitler nasce em 20 de abril de 1898 em Braunau, na Áustria. Pintor medíocre, luta na Primeira Guerra Mundial (1914-18) como cabo do Exército da Alemanha. Em 1919, entra para o Partido Trabalhista Alemão, que no ano seguinte muda de nome para Partido Nacional-Socialista Trabalhista Alemão.

Em 8 a 9 de novembro de 1923, os nazistas tentam o Golpe da Cervejaria de Munique para tomar o poder na Baviera. Hitler é preso, mas o julgamento o transforma em celebridade. Num ano de cadeia, ele escreve Mein Kampf (Minha Luta), o grande manual do nazismo.

Decidido a chegar ao poder pela via democrática, Hitler faz uma vigorosa campanha ultranacionalista, denunciando a injustiça do Tratado de Versalhes, antissemita e anticomunista.

O colapso da Bolsa de Nova York, em outubro de 1929, também atinge a economia alemã. Se o desemprego chega a 25% nos Estados Unidos em 1932, na Alemanha vai a quase 30% Enquanto os norte-americanos elegem Franklin Roosevelt e seu New Deal (Novo Pacto), nas eleições de 31 de julho de 1932, os nazistas conquistam o maior número de cadeiras no Reichstag, 230 de 585, com 37% dos votos.

Em 6 de novembro de 1932, há outra eleição antecipada. Com 33% dos votos, os nazistas elegem 196 deputados, mas continuaram sendo o maior partido no Parlamento. São as últimas eleições livres na Alemanha.

Um mês depois de Hitler ser nomeado primeiro-ministro, em 27 de fevereiro, os nazistas tocam fogo no Parlamento e acusam os comunistas. É o grande golpe de Hitler. Ele aproveita o episódio para obter poderes especiais, perseguir adversários políticos e conquistar maioria absoluta na Câmara.

Com a morte de Hindenburg, em 2 de agosto de 1934, Hitler acumula os dois cargos, de presidente e primeiro-ministro, chefe de Estado e de governo, e um referendo o transforma no Führer, um ditador com poderes absolutos.

GANDHI ASSASSINADO

    Em 1948, um fundamentalista hindu mata o herói da independência da Índia, Mohandas Karamchand Gandhi, o Mahatma (Grande Espírito), aos 78 anos.

Advogado nacionalista e anti-imperialista, Gandhi lidera a luta pela independência da Índia com uma campanha não violenta de resistência e desobediência civil contra o Império Britânico.

Gandhi nasce em Porbandar, na Índia, em 2 de outubro de 1869, estuda direito em Londres e vai para a África do Sul, onde a comunidade indiana luta por direitos civis e ele aplica pela primeira vez os princípios da resistência não violenta do norte-americano Henry David Thoreau, que conhece através do escritor russo Leon Tolstoy. De volta à Índia, em 1921, vira líder do Congresso Nacional Indiano.

Apesar de defender o pluralismo religioso, Gandhi não consegue evitar a divisão do subcontinente indiano entre Índia e Paquistão, em agosto de 1947, quando ambos se tornam independentes do Império Britânico.

O Mahatma acaba de fazer suas orações quando é morto por Nathuram Vinayak Godse, um ultranacionalista hindu membro da organização paramilitar Rashtryia Swayamsevak Sangh (RSS) em que o atual primeiro-ministro Narendra Modi inicia sua atividade política.

Modi está acabando com o legado de Gandhi de uma Índia pluralista com 900 povos que falam línguas diferentes e professam uma enorme variedade de línguas.

DOMINGO SANGRENTO

    Em 1972, atiradores de elite do Exército do Reino Unido atiram contra uma manifestação pacífica, em Londonderry, de católicos nacionalistas e republicanos contra o domínio britânico da Irlanda do Norte e matam 13 pessoas desarmadas (outra morre meses depois), no Domingo Sangrento ou Massacre de Bogside, o pior em 30 anos de guerra civil.

Quando a República da Irlanda se torna independente, em 1922, seis dos nove condados da província do Úlster, de maioria protestante, formam a Irlanda do Norte, que permanece sendo parte do Reino Unido.

A minoria católica e republicana sente-se discriminada dentro do Reino Unido. Quer fazer parte da Irlanda. A revolta aumenta na onda dos movimentos de libertação nacional dos anos 1960 e leva à guerra civil na Irlanda do Norte e à intervenção militar britânica em 1969.

O Exército Republicano Irlandês (IRA) Provisório é a maior força do lado católico, republicano e nacionalista irlandês na guerra contra o Reino Unido. 

O serviço secreto militar britânico suspeita que o IRA vai se infiltrar na manifestação em Bogside e pode usar a multidão como escudo humano para atacar as forças de segurança. Atiradores de elite da força de paraquedistas do Exército Real vão para o alto dos prédios em missão especial que não é do conhecimento de agentes que estão policiando a manifestação no solo.

A marcha encontra vários bloqueios armados pelos soldados britânicos. Jovens manifestantes jogam pedras nos soldados, que respondem com balas de borracha, gás lacrimogênio e canhões d'água. Quando a multidão vê os paraquedistas no alto dos prédios, ataca com pedradas.

No meio da confusão, com tiros de balas de borracha disparados em terra, os atiradores disparam contra a multidão com munição letal. Os primeiros inquéritos acobertam o crime, alegando que os soldados atiraram em manifestantes armados que jogavam bombas.

Depois de 12 anos de investigação presidida por Lorde Mark Oliver Saville, o Relatório Saville conclui em 2010 que as mortes foram "injustas" e "injustificáveis". Nenhuma vítima estava armada nem representava qualquer perigo e nenhuma bomba foi jogada. 

O então primeiro-ministro britânico, David Cameron, pede desculpas. Ninguém nunca é punido pelo Domingo Sangrento.

domingo, 29 de janeiro de 2023

Hoje na História do Mundo: 29 de Janeiro

EIXO DO MAL

    Em 2002, no seu primeiro Discurso sobre o Estado da União, a prestação de contas anual do presidente ao Congresso dos Estados Unidos, George Walker Bush acusa o Irã, o Iraque e a Coreia do Norte de fazerem parte de um "eixo do mal", preparando a opinião pública norte-americana para a invasão do Iraque um ano depois.

A Coreia do Norte e o Irã aceleraram seus programas de armas nucleares. Para desafiar os EUA ou resistir aos EUA, é preciso ter armas de destruição em massa, como disse o ministro da Defesa da Índia Jaswant Singh, em 1998, quando a Índia fez testes nucleares.

Meses depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 e do início da guerra contra Al Caeda e o regime dos Talebã, no Afeganistão, Bush, o filho, sugere que esses países estão desenvolvendo armas de destruição em massa que podem cair em poder de extremistas. 

sábado, 28 de janeiro de 2023

Hoje na História do Mundo: 28 de Janeiro

 EXPLOSÃO DA CHALLENGER

    Em 1986, a nave ou ônibus espacial norte-americano Challenger explode no ar um minuto e 13 segundos depois do lançamento, matando os sete tripulantes, diante de um público atônito em Cabo Canaveral, na Flórida, e no mundo inteiro, que assistia pela televisão.

A espaçonave se desintegra a uma altitude de 14 km sobre o Oceano Atlântico às 11h39 pela hora local. É o primeiro acidente fatal em voo do programa espacial dos Estados Unidos.

É o décimo voo da nave Challenger e o 25º do programa de ônibus espaciais da NASA (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço), a agência espacial dos EUA. 

A causa do acidente é um problema com os anéis de vedação de uma junta dos foguetes propulsores de combustível sólido. O combustível vaza e causa a explosão.

A missão era lançar no espaço um satélite de comunicações e observar a passagem do Cometa de Halley. Entre os mortos, está a professora Christa McAuliffe, convidada numa homenagem aos professores, o que aumentou o interesse popular pelo voo trágico.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Hoje na História do Mundo: 27 de Janeiro

 DANTE EXILADO

    Em 1302, o poeta Dante Alighieri é expulso de Florença depois de mandar várias pessoas para o exílio quando era um dos governantes da cidade-estado e escreve sua obra-prima, A Divina Comédia, considerado o maior livro da literatura italiana quando era praticamente um andarilho, indo de cidade em cidade em busca de proteção para sua família.

LIBERTAÇÃO DE AUSCHWITZ

    Em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45) só restam 7,6 mil prisioneiros quando o Exército Vermelho chega a Auschwitz-Birkenau, na Polônia, o maior centro de extermínio e o maior campo de concentração do regime nazista da Alemanha de Adolf Hitler, onde se estima que 1,5 milhão de pessoas foram mortas, inclusive 1,1 milhão de judeus.

Os sobreviventes estavam tão fracos, confusos e desorientados que, no primeiro momento, nem se deram conta de que estavam sendo libertados. A data é comemorada como Dia em Memória do Holocausto.

Auschwitz, Oswiecim em polonês, fica num importante entroncamento ferroviário da Europa Oriental. O campo de concentração começa a funcionar num antigo quartel do Exército da Polônia secretamente em 20 de maio de 1940, antes mesmo da cúpula do regime nazista aprovar a "solução final para a questão judaica", o genocídio do povo judeu, na Conferência de Wannsee, em Berlim, em 20 de janeiro de 1942.

Em outubro de 1941, a SS, a organização paramilitar do Partido Nazista, cria um complexo centro de extermínio: 300 prédios para prisões, quatro câmaras de gás, chamadas de "casas da banho", e fornos crematórios. Milhares de prisioneiros são submetidos às experiências do Dr. Josef Mengele, o Anjo da Morte.

Ao todo, estima-se que 11 milhões de pessoas morrem no Holocausto, entre elas 6 milhões de judeus, 1,5 milhão de ciganos, socialistas, comunistas, prisioneiros de guerra e dissidentes do regime nazista.

INCÊNDIO DA APOLO 1

    Em 1967, a nave Apolo 1 pega fogo durante um teste na plataforma de lançamento, em Cabo Canaveral, na Flórida, e os três astronautas a bordo – Edward White, Roger Chaffee e Virgil Grissom – morrem, no primeiro acidente fatal do programa espacial dos Estados Unidos.

O primeiro lançamento do programa Apolo da NASA (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço), que levou o homem à Lua, está marcado para 21 de fevereiro de 1967. O acidente acontece num treinamento. 

White foi o primeiro astronauta norte-americano a sair da nave e passear no espaço, em 3 de junho de 1965.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Hoje na História do Mundo: 26 de Janeiro

DESCOBRIMENTO DO BRASIL

    Em 1500, o espanhol Vicente Yáñez Pinzón, comandante da Niña, uma das naves da frota de Cristóvão Colombo na Descoberta da América pelos europeus, é provavelmente o primeiro navegante europeu a estar ao Brasil.

A frota de Yáñez Pinzón chega ao Cabo de Santo Agostinho, hoje parte do estado de Pernambuco, no Nordeste, e segue ao longo da atual costa brasileira até a Foz do Rio Amazonas.

Em 22 de abril daquele ano, Pedro Álvares Cabral chega a Porto Seguro e reivindica o território para a coroa portuguesa com base no Tratado de Tordesilhas.

COLÔNIA PENAL

    Em 1788, o capitão Arthur Phillip chega com 11 navios de condenados para fundar a colônia penal de Nova Gales do Sul, dando início à colonização britânica da Austrália.

A data, comemorada como Dia da Austrália, é polêmica porque marca o início da invasão europeia e da opressão dos aborígenes, que chamam Dia da Invasão e só tiveram seus direitos reconhecidos a partir dos anos 1960.

A frota chega a Baía Botany em 18 de janeiro, mas considera as condições inadequadas e vai para Porto Jackon, na região onde fica hoje o porto de Sídnei, a maior e mais rica cidade australiana.

O país tem duas colônias penais, em Nova Gales do Sul e na Tasmânia, chamada na época de Terra de Van Diemen. Mais tarde, o Império Britânico cria uma terceira no Rio Cisne, no Oeste da Austrália.

Essa combinação de colonização e punição, com invasão, exílio em massa, trabalhos forçados, exploração e genocídio dos nativos, é uma das tragédias promovidas pelo Império Britânico sob o pretexto de levar a "civilização" a povos tecnologicamente mais atrasados.

É um passado trágico e até pouco tempo ignorado pela história oficial, que dava como marco da colonização da Austrália a corrida do ouro, descoberto em Nova Gales do Sul em 12 de fevereiro de 1851.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Hoje na História do Mundo: 25 de Janeiro

MADAME MAO CONDENADA

    Em 1981, a viúva de Mao Tsé-tung, Jiang Ching, é condenada à morte por "crimes contrarrevolucionários" cometidos durante a Grande Revolução Cultural Proletária (1966-76) na China.

A atriz e quarta mulher de Mao, o líder da revolução comunista chinesa, nasce pobre em Zhucheng em 19 de março de 1914, filha natural de um carpinteiro violento e alcoólatra e sua concubina. É batizada Li Shu-meng. Ao longo da vida, adota vários pseudônimos.

Quando criança, começou a fazer teatro comunitário. Ele se casa com um comerciante, se divorcia e aí começa a namorar um membro do Partido Comunista, que é perseguido pelo partido nacionalista Kuomintang (KMT) durante uma guerra civil.

Em 1934, a futura Madame Mao vai para Xangai, a maior e mais cosmopolita cidade chinesa perseguir o sonho de fazer cinema. Presa por ser comunista, fica meses na cadeia. Ao sair, muda o nome para Lan Ping (Maçã Azul).

Jiang consegue um papel de protagonista como Nora na peça A Casa dos Bonecas, do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen, mas não impressionou os produtores de cinema. Nessa época, ela se apaixona pelo ator e diretor Tang Na, com quem tem um casamento conturbado. Eles se divorciam em 1937.

De acordo com o historiador australiano Ross Terrill, biógrafo de Madame Mao: o diabo de ossos brancos, nessa época ela levava uma vida burguesa e decadente em Xangai. Fica famosa pelos escândalos, um passado que no futuro tenta apagar.

Numa nova transformação, vira Jiang Ching (Rio Verde), uma recatada militante comunista que seduz o grande líder da revolução. Jiang conhece Mao em Yanan, no Norte da China. Lá os comunistas instalam o quartel-general depois da Longa Marcha, uma fuga do Exército Vermelho do PCC por 9 mil quilômetros percorridos em um ano para escapar dos massacres do KMT.

Quando os japoneses invadem Xangai, em agosto de 1937, a atriz vai para o QG do partido para participar de filmes de propaganda comunista. Mais uma vez, não teve sucesso como atriz.

Ela consegue atrair Mao participando de conferências e palestras do líder. Sentava nas primeiras filas e fazia comentários entusiasmados. A relação incomoda outros líderes do partido. Ator não é profissão bem vista, Mao é casado e Jiang duas vezes mais moça. Mas ele se separa e o casal se casa em 28 de novembro de 1938.

Com a vitória da revolução, em 1º de outubro de 1949, as mulheres da cúpula do PCC são convidadas para o Comitê Central, mas Jiang é excluída. Ela passa os anos 1950 fazendo várias viagens a Moscou para tratamento médico.

Recuperada, Madame Mao passa a trabalhar nos órgãos governamentais encarregados do controle e da censura das artes, especialmente das artes cênicas, do cinema e do teatro. Um de seus alvos prediletos foram as óperas chinesas, que apresentavam um mundo de imperadores, concubinas e monstros, sem maior relação com a vida do camponês e a luta revolucionária.

Agressiva e arrogante, Jiang é afastada do cargo. Enquanto isso, o Grande Salto para a Frente, um programa de Mao para acelerar o desenvolvimento industrial da China instalando usinas siderúrgicas em fazendas coletivas e comunidades rurais, fracassa. Entre 15 e 55 milhões de chineses morrem de fome ou em perseguição política entre 1958 e 1962.

Sob pressão de outros dirigentes do PCC, Mao se cerca de um pequeno grupo de radicais, inclusive sua mulher, e lança em 1966 a Grande Revolução Cultural Proletária, uma era do radicalismo político mais extremo, com grande expurgo de altos funcionários e intelectuais, muitos enviados para reeducação em comunidades rurais, em que alunos puniam professores e filhos denunciavam os pais por "desvios burgueses".

Milhões de estudantes deixam as escolas e universidades para se tornar guardas vermelhos, fiéis seguidores e implementadores das políticas expressas no Livro Vermelho de Mao, que brandiam nos ares em histeria coletiva. O trânsito para no sinal verde e anda no sinal vermelho. Obras de arte e de arquitetura são destruídas como resquício de um período imperial e ser varrido da história.

Como mulher mais poderosa da China, Jiang se vinga daqueles que a humilharam. Reinando sobre o setor cultural, cria as "óperas revolucionárias". Os heróis são camponeses que lutam contra grandes proprietários malvados, invasores japoneses e outros inimigos da revolução.

Seu poder vai muito além da cultura. Em 1969, Jiang entra para o Politburo do PCC. Faz parte do núcleo central e da ala mais radical que cercava o Camarada Mao, a Gangue dos Quatro. 

Um mês depois da morte de Mao em 9 de setembro de 1976, a viúva é presa e condenada à morte sob a acusação de ser responsável com a Gangue dos Quatro pelo radicalismo e a violência, quando Mao defenderia apenas a "luta pacífica". Em 1983, a pena é comutada para prisão perpétua. 

Ao sair para fazer tratamento médico, Jiang Ching se suicida em 14 de maio de 1991.

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Hoje na História do Mundo: 24 de Janeiro

 HITLER REJEITA RENDIÇÃO EM STALINGRADO

    Em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), com a derrota iminente numa das batalhas mais importantes da história, o general Friedrich Paulus, comandante do 6º Exército da Alemanha, pede licença a Adolf Hitler para se render em Stalingrado, na União Soviética, mas o ditador nazista não aceita.

Antes da guerra, a Alemanha Nazista e a URSS firmam o Pacto Germano-Soviético, um acordo de não agressão. Quando Hitler invade, em 22 de junho de 1941, a URSS entra na guerra. O Exército alemão avança em três: ao norte, rumo a Leningrado, hoje São Petersburgo: no centro, rumo a Moscou; e no sul rumo à Ucrânia e ao Vale do Rio Volga.

A Batalha de Stalingrado começa em 23 de agosto de 1942 e termina em 2 de fevereiro de 1943 com 2 milhões de baixas. É o momento em que os nazistas param de avançar e o Exército Vermelho inicia sua marcha até a vitória em Berlim em 8 de maio de 1945.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Emergentes importantes vão às urnas em 2023

Na África, na América Latina e no Oriente Médio, eleições neste ano vão definir o futuro de países emergentes importantes. A Nigéria, país mais rico e mais populoso da África, vota em fevereiro sob risco de violência política. Na Turquia, o problema é um presidente cada vez mais ditatorial. O desafio na Argentina é a crise econômica permanente, com governos de direita ou de esquerda. Meu comentário:

Hoje na História do Mundo: 23 de Janeiro

PRIMEIRA MÉDICA NOS EUA

    Em 1849, numa cerimônia de formatura realizada numa igreja de Genebra, no estado de Nova York, Elizabeth Blackwell torna-se a primeira mulher a se graduar em medicina nos Estados Unidos.

Seu pai era do movimento abolicionista. O irmão e a mulher dele eram ativistas da luta pelo voto feminino. Boa aluna, Elizabeth decide estudar medicina depois de ouvir de uma amiga que estava morrendo que teria sido mais bem-tratada por uma mulher.

A questão vai para o conselho universitário e é aprovada por estudantes, talvez por troça tão inacreditável é a ideia para a época. Elizabeth recebe sua carta de aceitação e começa a estudar em 1847.

Elizabeth Blackwell monta uma clínica para pobres em Nova York, funda um hospital e uma enfermaria para crianças e mulheres junto com uma irmã mais moça que também se forma em medicina,

Durante a Guerra da Secessão (1861-65), elas treinam enfermeiras para atender os feridos. Em 1868, abrem sua faculdade de medicina. Elizabeth vai então para Londres, onde dá aula de ginecologia na Escola de Medicina para Mulheres.

Blackwell é uma pioneira. Seu exemplo contribui para que as mulheres aos poucos sejam aceitas numa profissão predominantemente masculina. Em 2017, pela primeira vez, há mais mulheres do que homens estudando medicina nos EUA.

MULHER NO PODER

    Em 1997, um dia depois de aprovação unânime no Senado, Madeleine Albright toma posse como a primeira secretária de Estado, a primeira mulher a chefiar a diplomacia dos Estados Unidos.

Albright nasce em 1937 na Tcheco-Eslováquia e é batizada como Madeleine Jana Korbelova. Sua família foge para os EUA em 1948, depois que os comunistas tomam o poder. 

Ela estuda direito e política na Universidade Colúmbia, em Nova York, e vai até o doutorado. Em 1959, casa com Joseph Albright, de uma família de editores. Nos anos 1970, trabalha como funcionária do Conselho de Segurança Nacional nos anos 1970. 

Em janeiro de 1993, no início do governo, o presidente Bill Clinton a nomeia embaixadora junto às Nações Unidas. Em dezembro de 1996, Clinton a indica para secretaria da Estado, tornando-a na primeira mulher a ocupar o cargo e a mais alta funcionária até então do governo dos EUA.

Imigrante da Europa Oriental, fala francês, polonês, russo e tcheco, Madeleine Albright se interessa especialmente pelos países de sua região de origem no mundo pós-Guerra Fria. É uma das principais responsáveis pela intervenção internacional da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Guerra do Kossovo contra o ditador sérvio Slobodan Milosevic, também conhecida como a guerra da Srª Albright.

Madeleine Albright é secretária de Estado até o fim do governo Clinton, em janeiro de 2001. Volta então a lecionar na Universidade Georgetown. Torna-se uma voz importante do antifascismo nos EUA. Ela morre em 23 de março de 2022. Um mês antes, na véspera da invasão da Ucrânia, o jornal The New York Times publica um artigo da ex-secretária advertiu o ditador russo, Vladimir Putin, para o "erro histórico" de ir à guerra.

domingo, 22 de janeiro de 2023

Hoje na História do Mundo: 22 de Janeiro

MORTE DA RAINHA VITÓRIA

    Em 1901, depois de 63 anos de reinado e de 81 de vida, morre a rainha Vitória, da Inglaterra, imperatriz da Índia, marco do fim de uma era de grande expansão do Império Britânico, onde o sol nunca se punha.

Vitória nasce em 24 de maio de 1819 e ascende ao trono com 18 anos, em 20 de junho de 1837, com a morte de seu tio Guilherme IV. 

Amiga de seu primeiro primeiro-ministro, Lorde Melbourne, Vitória tenta evitar que seja sucedido pelo conservador Sir Robert Peel em 1839. Dois anos depois, os conservadores vencem a eleição. Ela é obrigada a aceitar Peel. Nunca mais intervém diretamente na política.

Em fevereiro de 1840, ela se casa com o primo Albert, um príncipe alemão. Ele se torna um conselheiro importante e secretário particular da rainha. O casal organiza a primeira exposição internacional, a Grande Exposição, em 1851, para apresentar ao mundo o poder da indústria britânica.

Albert leva Vitória a se afastar dos liberais e se aproximar dos conservadores. A rainha apoia claramente Benjamin Disraeli, líder do Partido Conservador. Quando Disraeli se torna primeiro-ministro, dá a Vitória o título de imperatriz da Índia, em 1876.

SAKHAVOV PRESO 

    Em 1980, o físico Andrei Sakharov, o pai da bomba de hidrogênio da União Soviética, é preso por criticar a invasão do Afeganistão, se torna o mais importante dissidente do regime comunista, perde todas as honrarias e é enviado para o exílio interno na cidade de Gorki.

Sakharov nasce em Moscou em 1921 e estuda física na Universidade de Moscou. Em 1948, é recrutado pelo programa nuclear soviético.

Depois de detonar sua primeira bomba atômica, em 29 de agosto de 1949, a URSS entra na corrida nuclear com os Estados Unidos para desenvolver a bomba H. Os EUA conseguem primeiro, em 31 de outubro de 1952. Três anos depois, em 22 de novembro de 1955, a URSS explode sua bomba H.

Diante da potência da nova bomba, milhares de vezes maior do que a das bombas atômicas de urânio e plutônio, Sakharov se arrependeu. Num artigo sobre os males da radioatividade, em 1957, pediu o fim dos testes nucleares.

A URSS tolera as críticas até 1969, quando o jornal The New York Times publica um artigo de Sakharov atacando a corrida armamentista e o regime comunista soviético, e defende "uma sociedade democrática e pluralista livre da intolerância e do dogmatismo, uma sociedade humanitária que cuide da Terra e de seu futuro."

Afastado do programa nuclear soviético, ele se torna um ativista em defesa dos direitos humanos. Em 1975, ganha o Prêmio Nobel da Paz. Quando denuncia a invasão do Afeganistão, vai para o exílio interno em Gorki.

Com a liberalização do regime promovida por Mikhail Gorbachev a partir de 1985, Sakharov é reabilitado em dezembro de 1986 e é eleito para o Congresso dos Deputados do Povo. Morre de ataque cardíaco em 1989, aos 68 anos.

MAIOR MINORIA

    Em 2003, o Birô do Censo nos Estados Unidos revela que os hispânicos (latino-americanos) se tornaram a maior minoria racial do país ultrapassando os negros.

Hoje os hispânicos são 18,9% da população dos EUA e os negros 13,6%. Os brancos não latinos e não hispânicos são 59,3%. 

sábado, 21 de janeiro de 2023

Hoje na História do Mundo: 21 de Janeiro

LUÍS XVI É GUILHOTINADO

    Em 1793, um dia depois de ser condenado à morte pela Convenção Nacional por traição e conspiracão com potências estrangeiras, o rei Luís XVI é executado na Praça da Revolução, em Paris.

É o período do terror da Revolução Francesa (1793-94), quando milhares de pessoas são guilhotinadas, inclusive o rei, a rainha e os líderes revolucionários Georges-Jacques Danton e Maximiliano Robespierre.

MORTE DE LENIN

    Em 1924, o líder da Revolução Comunista e primeiro líder da União Soviética, Vladimir Ilich Ulianov, mais conhecido como Lenin, morre aos 54 anos, deflagrando uma luta pelo poder entre Leon Trotsky, criador do Exército Vermelho e ministro do Exterior, e o secretário-geral do partido, Josef Stalin, que vence e governa durante três décadas com um regime de terror. 

O corpo de Lenin embalsamado está em exposição num mausoléu na Praça Vermelha. Ele nasceu numa família de classe média alta e entrou na luta pelo socialismo revolucionário depois da execução em 1887 do irmão mais velho, Alexandre, condenado à morte sob acusação de conspirar para matar o czar e derrubar o regime.

Condenado por ativismo comunista, Lenin fica três anos no exílio interno na Sibéria, onde se casa com Nádia Krupskaya, e depois vai para a Europa Ocidental. Quando estoura a Primeira Guerra Mundial, Lenin vai para a neutra Suíça.

Contra a guerra, faz campanha para convencer os partidos socialistas e os trabalhadores dos exércitos em luta a se voltar contra a burguesia e a aristocracia dominantes de seus países. A guerra só interessa às elites. Lenin escreve seu único livro sobre relações internacionais, Imperialismo: 

Depois da queda do czar Nicolau II na Revolução de Fevereiro de 1917, Lenin recebe um salvo-conduto para atravessar a Alemanha e chega a Petrogrado, hoje São Petersburgo, depois de ter sido Leningrado. Ele lança as Teses de Abril e lidera a Revolução de Outubro, quando os comunistas tomam o poder.

Lenin é o chefe de Estado na Rússia Comunista e da URSS de 1917 até sua morte. Em reação à revolução, começa uma guerra civil. Os comunistas vencem em 1922 e criam a URSS para acomodar as diferentes nacionalidades do antigo império czarista. Para justificar a invasão da Ucrânia, o ditador russo, Vladimir Putin, alegou que a Ucrânia é uma invenção de Lenin e Stalin.

Um dos líderes mais influentes do século 20, Lenin deixou sua marca em toda uma corrente política, o marxismo-leninismo. É acusado de ter aberto o caminho para o stalinismo com o chamado centralismo democrático e de criar um regime totalitário com execuções em massa, inclusive da família imperial czarista, política política e perseguição aos dissidentes.

CARTER PERDOA DESERTORES

    Em 1977, no segundo dia de governo, o presidente Jimmy Carter perdoa centenas de milhares de homens que se negaram a lutar na Guerra do Vietnã (1955-75), uma promessa de campanha.

Cerca de 100 mil norte-americanos saem do país no fim dos anos 1960 e início dos 1970 para não ter de servir no Vietnã. Uns 30 mil vão para o Canadá, onde são recebidos como imigrantes. Outros ficam escondidos, vivendo clandestinamente nos Estados Unidos.

Ao todo, 209.517 homens são acusados de violar as leis de recrutamento militar, de um total de mais de 300 mil que não aceitam a convocação para a guerra

Os ex-presidentes Bill Clinton, George W. Bush e Donald Trump, e os ex-vice-presidentes Dan Quayle e Dick Cheney não lutam no Vietnã. Trump consegue cinco adiamentos.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Hoje na História do Mundo: 20 de Janeiro

 REFÉNS NO IRÃ SOLTOS

    Em 1981, minutos depois da posse de Ronald Reagan como presidente dos Estados Unidos, ativistas revolucionários iranianos libertam 52 reféns detidos há 444 dias, desde 4 de novembro de 1979, na embaixada norte-americana em Teerã.

O conflito entre EUA e Irã tem origem no golpe militar de 19 de agosto de 1953, o primeiro articulado pela CIA (Agência Central de Inteligência) durante a Guerra Fria com o apoio do Reino Unido e a aprovação do presidente Dwight Eisenhower e primeiro-ministro Winston Churchill. Cai o primeiro-ministro nacionalista Mohammed Mossadegh, que estatizou o petróleo da Anglo Iranian Oil, e ascende ao poder o xá Reza Pahlevi.

Com o apoio dos EUA, o xá impõe uma ditadura secularista e anticomunista aliada do Ocidente na Guerra Fria, com uma polícia política, a Savak, acusada de prender e torturar adversários do regime, além de milhares de mortes.

A Revolução Iraniana começa com uma onda de greves no setor de petróleo que abala a economia do país em 1978. O clero conservador dominado pelo aiatolá Ruhollah Khomeini era a instituição com força para tomar o poder.

Khomeini volta do exílio em Paris em 2 de fevereiro de 1979. O xá cai em 11 de fevereiro. Para o regime dos aiatolás, os EUA são o Grande Satã que sustentou a ditadura durante décadas.

O radicalismo e o ódio aos EUA levam à invasão da Embaixada Norte-Americana em Teerã em 4 de novembro de 1979 e a tomada dos diplomatas e funcionários como reféns, uma humilhação para o presidente Jimmy Carter, aliado do xá. O governo Carter tenta resgatar os reféns. 

A Operação Garra de Águia fracassa com a entrada de areia do deserto nos motores de helicópteros dos EUA. Um civil iraniano e oito militares americanos morrem quando um helicóptero cai sobre um avião de transporte de tropas.

Essa sucessão de derrotas e humilhações de Carter contribui junto com a inflação elevada para a vitória de Ronald Reagan na eleição presidencial de 1980. Ele negocia a libertação dos reféns para o dia de sua posse.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Guerra, inflação e ameaça de recessão marcam início de 2023

 O ano começa com vários problemas no horizonte: a guerra na Europa, a crise energética, a inflação, os juros, altos, a ameaça de recessão e o agravamento da mudança do clima, com aumento da escassez de água.

Não há perspectiva de fim da guerra da Rússia contra a Ucrânia. Os dois países acreditam que podem vencer a guerra. O ditador Vladimir Putin espera colocar mais soldados no campo de batalha e o presidente Volodymyr Zelensky apela a vários países para receber mais armas modernas, inclusive o Brasil, que não dá resposta desde setembro.

A China cresceu bem abaixo da média oficial e sua população diminuiu, um prenúncio de problemas de falta de mão de obra no futuro por causa da política do filho único, adotada em 1978 para conter a explosão populacional. Meu comentário:

Hoje na História do Mundo: 19 de Janeiro

NASCE O GENERAL LEE

    Em 1807, nasce na Virgínia o general Robert Edward Lee, comandante militar dos estados confederados do Sul na Guerra da Secessão (1861-65) nos Estados Unidos.

Filho da aristocracia, Lee entra aos 18 anos para a Academia Militar de West Point, onde é o segundo melhor de sua turma, com distinção em artilharia, cavalaria e infantaria.

Lee se destaca na Guerra Mexicano-Americana (1846-48) como um comandante brilhante taticamente. É considerado herói na guerra em que os EUA tomaram mais de 40% do território do México.

No fim de 1859, Lee é cotado para ser comandante das forças da Confederação. Lincoln chega a lhe oferecer o comando da União. Ele recusa. Só entra na Guerra Civil Norte-Americana quando a Virgínia se separa da União, em 17 de abril de 1861.

O general Lee enfrenta a união em batalhas sangrentas como Antietam e Gettysburg até se render ao comandante militar do Norte, general Ulysses Grant, no Fórum de Appomattox, em 9 de abril de 1865. As hostilidades param em 26 de maio na mais sangrenta das guerras dos EUA, com um total de mortes estimado em 620 mil.

Robert Lee morre aos 63 anos de um acidente vascular cerebral em 12 de outubro de 1870, em Lexington, na Virgínia.

A remoção de uma estátua do general Robert E. Lee provocou uma grande manifestação da extrema direita em Charlottesville, na Virgínia, com neonazistas cantando slogans contra judeus e enfrentando antifascistas que os confrontaram. Na época, o presidente Donald Trump declara que "havia gente boa dos dois lados".

PRIMEIRO ATAQUE AÉREO

    Em 1915, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-18), dois zepelins da Alemanha jogam bombas na costa leste da Inglaterra, no primeiro bombardeio aéreo ao Reino Unido.

No início da guerra, a Alemanha usa suas aeronaves, que viajam a uma velocidade de até 135 quilômetros por hora com uma carga de até duas toneladas de explosivos, para bombardear Paris, Liège e Antuérpia. A Inglaterra vem em seguida.

Meses depois, em 31 de maio, um zepelim de quase 200 metros joga 90 bombas incendiárias e 30 granadas em Londres.

O dirigível zepelim, um balão rígido com motor semelhante a uma bola de rúgbi, é uma criação de 1900 do Conde Ferdinand Graf von Zeppelin, um inventor alemão, muito usada nos anos 1930 para o transporte transatlântico até o acidente com o Hindenburg ao pousar em Lakehurst, em Nova Jérsei, em 6 de maio de 1937, quando pegou fogo e 14 pessoas morreram.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Hoje na História do Mundo: 18 de Janeiro

CERCO DE LENINGRADO

    Em 1944, depois de dois anos e quatro meses, quase 900 dias, o Exército Vermelho rompe o Cerco de Leningrado, um dos episódios marcantes da Segunda Guerra Mundial (1939-45), com a morte de cerca de um milhão de pessoas na antiga capital da Rússia.

Como houve muita fome na cidade cercada, os pais não deixavam os filhos menores e jovens sair de casa. Havia um mercado negro de carne humana em Leningrado.

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Hoje na História do Mundo: 17 de Janeiro

URSS TOMA VARVÓSIA

    Em 1945, o Exército Vermelho da União Soviética conquista a capital da Polônia, ocupada pela Alemanha Nazista desde o início da Segunda Guerra Mundial (1939-45).

A invasão da Polônia pelos nazistas em 1º de setembro de 1939 é o marco do início da guerra. Sem água, energia elétrica e comida, com 25% das residências destruídas, Varsóvia se rende em 27 de setembro.

Como parte do Pacto Germano-Soviético, um acordo de não agressão firmado entre Adolf Hitler e Josef Stalin em 23 de agosto de 1939, nove dias antes do início da guerra, a URSS ocupa mais tarde o Leste da Polônia e prende todo o alto oficialato do Exército polônes, policiais, altos funcionários públicos civis e intelectuais. Cerca de 22 mil poloneses são mortos pela NKVD, a polícia política de Stalin, no Massacre da Floresta de Katyn, em abril e maio de 1940.

Quando as covas rasas são descobertas, a URSS culpa os nazistas. A realidade só é esclarecida depois da guerra e a URSS só admite na abertura promovida por Mikhail Gorbachev.

Em 1º de agosto de 1944, enquanto o Exército Vermelho avança na frente oriental, a resistência polonesa inicia o Levante de Varsóvia na expectativa de tomar o poder sem a ajuda soviética e assim poder reivindicar a independência no acordo de fim da guerra.

O Levante de Varsóvia deve durar apenas alguns dias, até a chegada do Exército Vermelho, mas dura 63 dias. Sem a ajuda de Stalin, a resistência polonesa é massacrada, o que facilita a ocupação soviética no pós-guerra, que vai até as revoluções liberais de 1989 na Europa Oriental.

Stalin mobiliza 180 divisões para derrotar a Alemanha na Polônia e na Prússia Oriental, sob o comando do general Gueorgui Jukov. Quando a URSS toma Varsóvia, a população da cidade está reduzida de 1,3 milhão de habitantes antes da guerra para 153 mil pessoas.

As forças soviéticas e polonesas entram na cidade em ruínas. O combate em Varsóvia dura algumas horas porque resta apenas um pequeno contingente de alemães na capital polonesa.

DIVÓRCIO NA IRLANDA

    Em 1997, a República da Irlanda realiza o primeiro divórcio depois da aprovação da dissolução legal do casamento em plebiscito em 1995.


Um dos países mais católicos do mundo, a Irlanda resistiu ao divórcio e ao aborto, aprovados em plebiscitos. A Constituição de 1937 proíbe o divórcio.

A ultracatólica Itália aprova o divórcio em 1970. A Irlanda submete a questão a um plebiscito em 1986. O divórcio perde com 63,5% de votos contra. A separação legal é autorizada a partir de 1989. Em 1994, a chegada ao poder da Coalizão do Arco-Íris, de centro-esquerda, leva a uma nova campanha e à aprovação do divórcio no ano seguinte. O aborto é legalizado em 25 de maio de 2018.

Tanto o divórcio quanto o aborto representam declínio da importância da Igreja Católica na sociedade irlandesa.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Hoje na História do Mundo: 16 de Janeiro

 LEI SECA RATIFICADA

    Em 1919, a 18ª Emenda à Constituição dos Estados Unidos, proibindo "manufatura, venda ou transporte de licores e bebidas intoxicantes", está ratificada por 75% dos estados, condição necessária para entrar em vigor.

O objetivo expresso da lei é evitar problemas como violência e pobreza. O resultado foi muito diferente.

A Lei Seca, a proibição de produzir, vender, distribuir e ingerir bebidas alcoólicas, entra em vigor em 17 de janeiro de 1920 e dura até 5 de dezembro de 1933, criando um mercado negro onde imperam gângsters como Al Capone, a corrupção e a impunidade.

domingo, 15 de janeiro de 2023

Hoje na História do Mundo: 15 de Janeiro

NASCE LUTHER KING

    Em 1929, nasce em Atlanta, na Geórgia, filho de um pastor batista, Martin Luther King Jr., o grande líder da luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. 

Sob a inspiração do líder pacifista da independência da Índia, o Mahatma Gandhi, Luther King adota a luta pacífica, com a desobediência civil criada por Henry David Thoreau, o naturalista e ativista norte-americano que se negou a pagar impostos para não financiar a Guerra Mexicano-Americana (1846-48). Thoreau foi lido pelo escrito russo Leon Tolstói e suas ideias influenciaram Gandhi, Nelson Mandela e Luther King.

Ele lidera o boicote dos negros ao sistema de ônibus de Montgomery, no estado do Alabama, em 1955, depois que a ativista Rosa Parker se nega a ceder o assento para um branco, e leva o movimento contra as leis de discriminação racial a Albany, na Geórgia, e a Birmingham.

Na Marcha sobre Washington, em 28 de agosto de 1963, Luther King faz no Memorial de Lincoln, na capital dos EUA, seu discurso mais importante, Eu Tenho um Sonho: "Eu tenho um sonho que um dia meus filhos não sejam julgados pela cor da pele, mas pela nobreza do caráter."

O Dr. King, que é chamado nos EUA, é investigado pelo FBI, a polícia federal norte-americana, por supostas ligações com grupos esquerdistas. Em 1964, ganha o Prêmio Nobel da Paz e o governo Lyndon Johnson (1963-69), herdeiro de John Kennedy, aprova a Lei de Direitos Civis, dando finalmente igualdade de direitos aos pretos nos EUA.

Às 18h01 de 4 de abril de 1968, James Earl Ray mata Luther King, que está na varanda do segundo andar do hotel onde está hospedado em Memphis, no Tennessee, onde apoia uma greve dos trabalhadores de serviços sanitários negros discriminados.

sábado, 14 de janeiro de 2023

Hoje na História do Mundo: 14 de Janeiro

 INDEPENDÊNCIA DOS EUA

    Em 1784, o Congresso Continental ratifica o Segundo Tratado de Paris, negociado no fim da Guerra da Independência (1775-83), em que a França e o Reino Unido reconhecem os Estados Unidos como um país independente e soberano.

O Primeiro Tratado de Paris é assinado no fim da Guerra dos Sete Anos (1756-63), quando o Império Britânico conquista possessões do Império Francês na América do Norte e na Índia. Esta guerra é causa tanto da independência dos EUA (1776) quanto da Revolução Francesa (1789).

Os dois impérios ficam em situação difícil para financiar a guerra. O rei George III resolve aumentar os impostos e as 13 colônias norte-americanas se rebelam e formam os EUA. Na França, a insatisfação popular é agravada por invernos rigorosos e quebras de safra que causam fome.

O Segundo Tratado de Paris fixa a fronteira entre os EUA, na época apenas as 13 colônias da costa do Oceano Atlântico, e as possessões britânicas no resto da América do Norte, que viriam a formar o Canadá. Todos os prisioneiros de guerra são libertados. Os pescadores dos EUA ganham o direito de pescar ao largo da Terra Nova e no Golfo de São Lourenço.

"ESTRANGEIROS INIMIGOS"

    Em 1942, o presidente Franklin Delano Roosevelt decreta que todos os cidadãos de países inimigos na Segunda Guerra Mundial (1939-45) – alemães, italianos e japoneses – residentes nos Estados Unidos precisam se registrar no Departamento da Justiça.

O país ainda está sob choque, depois do bombardeio japonês à Frota do Oceano Pacífico, estacionada em Pearl Harbor, no Havaí, em 7 de dezembro de 1941, que leva os EUA à guerra. 

O decreto regulamenta a Lei de Registro de Estrangeiros, de 1940. Serve de base legal para a internação em massa de 120 mil japoneses-americanos em campos de concentração durante a guerra, decretada em 19 de fevereiro de 1942.