sábado, 31 de maio de 2014

Talebã libertam único prisioneiro de guerra dos EUA no Afeganistão

A milícia fundamentalista dos Talebã (Estudantes) libertou hoje o sargento Bowe Bergdahl, das forças de operações especiais do Exército dos Estados Unidos, capturado há cinco anos perto de sua base no Afeganistão.

Em troca, exigiu a soltura de cinco talebã presos no centro de detenção instalado na base naval de Guantânamo, um enclave americano em Cuba.

A Guerra do Afeganistão já é a mais longa da história dos EUA, com 2.178. Começou em 7 de outubro de 2011, em resposta aos atentados de 11 de setembro daquele ano, cometidos pela rede terrorista Al Caeda. Desde então, pelo menos 2.212 militares americanos morreram no Afeganistão.

Uma das promessas de campanha do presidente Barack Obama era acabar com as guerras do Iraque e do Afeganistão. Depois da retirada total do Iraque, ele anunciou nessa semana que os americanos param de entrar em combate neste fim de ano.

Em 2015, ficarão cerca de 9,8 mil militares americanos no país para treinar as forças de segurança afegãs e realizar operações especiais antiterrorismo. No fim de 2016, só ficam os soldados necessários para proteger a Embaixada dos EUA em Cabul.

Líder checheno nega ter enviado soldados à Ucrânia

O presidente da república autônoma da Chechênia, Ramzan Kadirov, negou hoje ter enviado soldados ao Leste da Ucrânia, onde rebeldes separatistas apoiados pelo Kremlin luta para se anexar à Federação Russa. Mas admitiu que eles podem ter ido por conta própria e alegou não poder impedir isso.

Para o líder rebelde da cidade ucraniana de Donetsk, eles são "voluntários russos". Kadirov declarou que enviaria soldados, se o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o pedisse.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Terrorista americano vira homem-bomba na Síria

Um caminhão-bomba explode no Norte da Síria aos gritos de "Deus é grande!" Parecia apenas mais um atentado terrorista suicida na guerra civil em que mais de 160 mil pessoas foram mortas desde março de 2011. Mas o vídeo do ataque revelou que o homem-bomba era americano.

Abu Hurayra al-Amiriki era um cidadão americano criado na Flórida. Ele pertencia à Frente al-Nusra, afiliada à rede terrorista Al Caeda.

Vários europeus e americanos que aderiram ao islamismo e se tornaram radicais estão lutando na guerra civil síria. Os serviços secretos ocidentais temem que se voltem contra seus governos ao voltar para casa.

Raúl Castro recebe Câmara de Comércio dos EUA

O presidente Raúl Castro recebeu hoje em Havana o presidente da Câmara de Comércio dos Estados Unidos, Thomas Donahue, para discutir as reformas econômicas em Cuba, noticiaram a agência de notícias espanhola Efe e a revista América Economía.

Foi a primeira missão comercial da Câmara Americana de Comércio a ir a Cuba desde 1999. Também participaram do encontro as empresas Amway e Cargill e os ministros cubanos das relações exteriores e do comércio internacional.

Desde 1962, os EUA impõem um embargo comercial à ilha em retaliação à adoção do regime comunista e à expropriação das propriedades de americanos em Cuba. Hoje até mesmo dentro da comunidade cubana exilada em Miami há um interesse cada vez maior no fim do boicote econômico.

Israel e palestinos se reúnem com papa em 8 de junho

Os presidentes de Israel, Shimon Peres, e da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, vão se reunir com o papa Francisco no Vaticano em 8 de junho de 2014, anunciou ontem a Santa Sé.

O convite para uma oração pela paz foi feito durante a visita do papa ao Oriente Médio.

Maduro acusa Maria Corina e EUA de tentar matá-lo

Em mais um gesto teatral, sem apresentar qualquer prova, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou a líder oposicionista María Corina Machado e o novo embaixador dos Estados Unidos na Colômbia, Kevin Whitaker, de participar de uma conspiração para assassiná-lo. O Departamento de Estado considera as acusações "falsas e sem base".

A denúncia vazia coincide com a aprovação pela Câmara dos Representantes dos EUA de um projeto autorizando a Casa Branca a congelar os ativos no país de funcionários venezuelanos responsáveis por violações dos direitos humanos na repressão governamental contra os protestos populares que já duram mais de 100 dias.

O Senado americano ainda debate a conveniência de aprovar a lei temendo uma influência negativa sobre o diálogo entre o governo e a oposição da Venezuela promovido pela União das Nações Sul-Americanas (Unasul).

Durante entrevista no Teatro Nacional, em Caracas, ao lado da primeira-dama Cilia Flores e do presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, Jorge Rodríguez, porta-voz da cúpula do regime, apresentou apenas um email de María Corina elogiando os protestos antigovernamentais e dizendo que "Kevin Whitaker reconfirmou seu apoio e indicou novos passos". Não há nenhum indício de aprovação do uso da força

"O Departamento de Estado sabe que a ultradireita venezuelana, quando tenta realizar atos criminosos que violam a Constituição, a paz e a democracia, pede instruções e autorização a um funcionário do Departamento de Estado?", vociferou Rodríguez para tentar dar um ar de veracidade à sua teoria conspiratória. Mas não deu detalhes de quando e como seria o atentado, como foi descoberto, quem seriam os autores, quais suas ligações com os acusados, onde está o inquérito policial e quando será enviado à Justiça.

Maduro ganhou as eleições realizadas em 14 de abril de 2013, depois da morte do presidente Hugo Chávez, em 5 de março do mesmo ano com uma vantagem de apenas 1,5 ponto percentual, o que levantou suspeitas de fraude, já que o governo controla toda a máquina pública e eleitoral. Até hoje não conseguiu se legitimar.

A onda de protestos é consequência da inflação, que ronda 70% ao ano, do desabastecimento que chegou a 28% dos produtos encontrados em supermercados e do índice de homicídios, que está entre os mais altos do mundo. Com a crise do modelo chavista, o número de pobres, reduzido à metade pelas políticas sociais financiadas pelo petróleo venezuelano, volta a subir.

No país que se vangloria de ter as maiores reservas mundiais de petróleo, não podem faltar dólares nem dinheiro para importações. Sem profundas reformas econômicas que aposentem o "socialismo do século 21", não há saída nem haverá acordo com a oposição.

Se a missão de paz da Unasul fracassar, o futuro da Venezuela será sombrio.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Rebeldes derrubaram helicóptero e matam 14 na Ucrânia

Os rebeldes instigados e armados pela Rússia derrubaram hoje um helicóptero do Exército da Ucrânia perto da cidade de Slaviansk, matando um soldado e 13 generais. Pela primeira vez, os rebeldes admitiram a presença de russos entre suas forças.

"Tenho certeza de que as forças de segurança levarão até o fim a operação antiterrorista. Todos os criminosos serão eliminados ou sentarão no banco dos réus", reagiu o presidente Olexander Turchinov.

Durante todo o dia, aviões e canhões da Ucrânia bombardearam posições rebeldes em Slaviansk e Kramatorsk.

Marechal Al-Sissi é eleito no Egito com 93% dos votos

Depois de três dias de votação, o ex-comandante do Conselho Supremo das Forças Armadas marechal Abdel Fattah al-Sissi, responsável pelo golpe militar de 3 de julho de 2013, foi declarado hoje vencedor da eleição presidencial no Egito com 93% dos votos.

As oposições muçulmana e secularista boicotaram a votação. Na prática, o pleito anula os resultados da revolução que acabou com a ditadura de Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011, e restabelece o regime militar que governou o país desde 1952, quando a Revolução dos Coronéis derrubou o rei Faruk.

O único candidato oposicionista era o socialista Hamdin Sabahi.

Economia dos EUA recuou no primeiro trimestre

Sob o impacto do inverno rigoroso, a economia dos Estados Unidos recuou num ritmo equivalente a uma contração de 1% ao ano, informou hoje o Departamento do Comércio, ao revisar o cálculo do produto interno bruto. O cálculo inicial indicara um avanço de 0,1%.

A maior economia do mundo não encolhia desde o primeiro trimestre de 2011, quando a taxa foi de 1,3% ao ano. A queda mostra que os EUA ainda não se livraram do crescimento medíocre que marca a recuperação econômica da Grande Recessão de 2008-9.

Como foi uma crise financeira profunda, o governo, as empresas e as famílias ainda têm dívidas a saldar. Isso inibe o consumo e o investimento.

Modi manda ministros não nomearem parentes

Para combater o nepotismo, ao apresentar uma lista de prioridades para os primeiros cem dias do governo, o novo primeiro-ministro da Índia, o nacionalista de direita Narendra Modi, orientou os ministros a não empregarem parentes nem oferecer contratos com parentes e amigos.

O Departamento de Pessoal e Treinamento baixou uma norma na segunda-feira passada para "garantir o cumprimento estrito dos procedimentos" para contratação.

As prioridades de Modi são:
• restabelecer a confiança na burocracia estatal;
• estabelecer um sistema interministerial para resolver problemas multissetoriais;
• reorganizar a máquina pública para orientá-la para as necessidades do cidadão;
• atacar os problemas econômicos, a começar pela inflação;
• reformar os setores de infraestrutura e as regras sobre investimentos;
• acelerar o ritmo de implementação das políticas públicas;
• incorporar a estabilidade e a sustentabilidade nas políticas públicas; e
• priorizar os setores de saúde, educação, água, energia e infraestrutura.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Obama faz discurso bonito mas vazio

Em discurso na Academia Militar de West Point para celebrar a retirada do Afeganistão, o presidente Barack Obama disse aos formandos que será a primeira turma de oficiais a não ser enviada ao Iraque nem ao Afeganistão em uma década. Ele afirmou que a liderança dos Estados Unidos é indispensável, mas não deixou claro até onde os compromissos com a segurança e defesa de outros países.

Sua única proposta concreta foi a criação de um fundo de US$ 5 bilhões de combate ao terrorismo. Seria usado, por exemplo, para tentar encontrar as estudantes sequestradas por extremistas muçulmanos no Nordeste da Nigéria.

Há um recuo evidente dos EUA como potência mundial pressionada por déficits orçamentários que forçaram um corte nas despesas militares, mas o país ainda gasta em armas três vezes mais do que a China, que vem em segundo lugar.

As Forças Armadas dos EUA devem ser usadas para apoiar a ação diplomática e em operações especiais contra o terrorismo, considerado a maior ameaça à segurança nacional do país, em vez de guerras como no Iraque e no Afeganistão. Os EUA devem armar e treinar rebeldes sírios não ligados a grupos extremistas.

Diante da inação em conflitos como na Síria e na Ucrânia, os aliados dos EUA duvidam que possam contar com a superpotência no momento em que a Rússia faz demonstrações de força contra ex-repúblicas soviéticas e a China fustiga os países vizinhos com que tem disputas territoriais. Depois de intimidar as Filipinas, afundou um navio pesqueiro do Vietnã.

No Oriente Médio, além da omissão na Síria, citada apenas genericamente no discurso de hoje, a reaproximação entre os EUA e o Irã assusta as monarquias petroleiras do Golfo Pérsico lideradas pela Arábia Saudita, que aumentaram significativamente seus gastos com defesa. Se o acordo negociado pelas grandes potências para evitar que o regime iraniano faça a bomba atômica não convencer, pode haver uma corrida armamentista nuclear no Oriente Médio.

Se o recuo é considerado positivo pelos críticos do imperialismo americano, cria um vácuo de poder que pode ser ocupado por outras grandes potências. A China tem desafiado os vizinhos com que tem disputas territoriais.

Oposição protesta contra extensão da votação no Egito

O único candidato oposicionista na eleição presidencial do Egito, Hamdin Sabahi, protestou ontem contra a prorrogação do prazo de votação até, por um terceiro, aparentemente porque o elevado índice de abstenção minaria a legitimidade do marechal Abdel Fattah al-Sissi, responsável pelo golpe de Estado de 3 de julho de 2013, que derrubou o único líder eleito democraticamente da história egípcia, Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana.

Sabahi exigiu a contagem imediata dos votos depositados nas urnas na segunda e na terça-feira. Alega que a mudança no calendário eleitoral levanta "muitas dúvidas sobre a integridade do processo".

A Irmandade, o mais antigo grupo fundamentalista muçulmano do mundo, fundado em 1928, denunciou a eleição como "uma farsa sangrenta".

EUA recomenda a americanos que saiam da Líbia

Os Estados Unidos aconselharam ontem seus cidadãos a "abandonar imediatamente" a Líbia por causa da situação do país, descrita pelo Departamento de Estado como "instável e imprevisível".

"Diante dos problemas de segurança, o Departamento de Estado reduziu o pessoal na embaixada em Trípoli e tem capacidade apenas para oferecer serviços de emergência a cidadãos americanos", disse a nota. "Os viajantes devem estar conscientes de correm risco de sequestro e morte."

Uma revolução deflagrada em fevereiro de 2011, dentro da chamada Primavera Árabe, derrubou em agosto daquele ano a ditadura do coronel Muamar Kadafi, que estava no poder desde 1969 e destruíra as instituições do país. Sem Forças Armadas regulares significativas, a Líbia é dominada até hoje pelas milícias que o derrubaram, num estado de caos e anarquia.

Na terça-feira, homens armados atacaram a casa do novo primeiro-ministro, Ahmed Miitig. Os EUA enviaram um navio de assalto anfíbio com mil fuzileiros navais a bordo para retirar funcionários e cidadãos americanos do país em caso de necessidade.

Em 12 de setembro de 2012, um ataque de milícias inicialmente confundido com uma manifestação de protesto contra um filme antimuçulmano matou quatro funcionários americanos no consulado americano em Bengázi, inclusive o embaixador Christopher Stevens.

Até hoje, a oposição republicana tenta explorar politicamente o episódio na tentativa de atingir a então secretária de Estado, Hillary Clinton, que desponta como favorita para a eleição presidencial de 2016. Deveria se preocupar mais com a estabilidade da Líbia.

Turquia pede prisão de quatro oficiais de Israel

A Justiça da Turquia pediu ontem à polícia internacional Interpol a prisão de quatro oficiais das Forças Armadas de Israel acusados por um ataque contra a chamada Flotilha da Liberdade, que tentava romper o bloqueio naval israelense à Faixa de Gaza em 31 de maio de 2010. Nove turcos morreram na ação.

O pedido atrapalha a reconciliação entre os dois países, que eram aliados até recentemente, quando o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, criticou uma ofensiva contra o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) na Faixa de Gaza no fim de 2008 e início de 2009, e condenou o ataque à flotilha.

Laurent-Perrier anuncia lucro de 6,9% no ano

Apesar de uma queda de 1,1% no faturamento, que ficou em 220,6 milhões de euros, o grupo francês Laurent-Perrier, fabricante de champanhe, anunciou ontem uma alta de 6,9% no lucro no ano fiscal encerrado em 31 de março de 2014, que foi de 21,6 milhões de euros.

Com as vendas em baixa na União Europeia, especialmente na França, por causa da crise econômica, o aumento de 5% no volume das exportações foi essencial para o resultado positivo.

Custo da energia nuclear sobe 20% na França

O custo da energia nuclear, responsável por 75% da eletricidade gerada na França, subiu 20,6% de 2010 a 2013 e deve continuar em alta por causa dos investimentos necessários para modernizar as antigas centrais atômicas da empresa estatal Electricité de France (EdF), observa um relatório divulgado ontem pelo Tribunal de Contas do país.

A modernização tornou-se mais urgente e rigorosa depois do acidente nuclear de Fukushima, no Japão, em 11 de março de 2011, quando a Alemanha decidiu desativar todas as suas usinas nucleares e o Japão o fez temporariamente.

Em todo o mundo, a França é o país mais dependente da energia atômica para geração de eletricidade.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Obama vai deixar 9,8 mil soldados dos EUA no Afeganistão

Depois de uma rápida visita ao Afeganistão, o presidente Barack Obama anuncia hoje que os Estados Unidos devem manter 9,8 mil soldados no país por mais um ano depois de retirada do grosso das tropas no fim de 2014. Os dois candidatos que disputam o segundo da eleição presidencial afegã em 14 de junho concordaram, noticiou o jornal The Washington Post.

No fim de 2016, só devem ficar os soldados necessários para proteger a Embaixada dos EUA em Cabul. Antes disso, os 9,8 mil soldados vão manter as atividades de treinamento da polícia e das Forças Armadas do Afeganistão. Ficará também um grupo de operações especiais para ações antiterroristas contra a milícia fundamentalista dos Talebã e os remanescentes da rede terrorista Al Caeda.

Ucrânia mata 40 para retomar aeroporto de Donetsk

O Exército da Ucrânia realizou uma ofensiva para retomar o aeroporto de Donetsk, no Leste do país, ocupado por separatistas aliados à Rússia. Pelo menos 40 pessoas foram mortas.

Na madrugada desta terça-feira, um dos líderes separatistas da cidade, Pavel Gubarev, escreveu no Facebook que uma granada disparada por foguete atingiu um caminhão que transportava rebeldes depois da batalha do aeroporto. O prefeito de Donetsk, Olexander Lukiachenko, disse que há 40 mortos e 43 feridos.

A Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) perdeu contato com sua equipe de observadores.

China em Versalhes: arte e diplomacia na Época das Luzes

A partir de hoje, uma exposição no Palácio de Versalhes, nos arredores de Paris, retraça a história das relações políticas e culturais entre a China e a França no século 18. É mais um evento para celebrar os 50 anos de relações bilaterais com a República Popular da China.

A mostra China em Versalhes: arte e diplomacia no Século das Luzes estará em Versalhes até 26 de outubro de 2014 das 9h às 18h30, menos às segundas-feiras, quando o palácio não abre. Reúne cerca de 150 obras, entre pinturas, móveis, objetos laqueados, porcelana e tapeçaria escolhidas com base no gosto francês pela arte chinesa e no interesse dos europeus por obras de arte que representassem a China.

Nigéria sabe onde estão meninas sequestradas

As Forças Armadas da Nigéria localizaram as 284 meninas sequestradas em 14 de abril de 2014 pela milícia terrorista muçulmana Boko Haram, que luta para impor a lei no Norte do país, majoritariamente muçulmano.

Um comandante militar disse que eles não podem usar a força por causa do risco para as reféns. Os grupos extremistas muçulmanos da Nigéria costumam executar os reféns quando são atacados.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Egito vota para eleger marechal golpista

Dezenas de milhões de egípcios votam hoje e amanhã para escolher um novo presidente. O franco favorito é o marechal Abdel Fattah al-Sissi, ex-comandante do Exército, responsável pelo golpe que derrubou, em 3 de julho de 2013, o único presidente eleito democraticamente na história do país, Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, hoje declarada terrorista e ilegal.

Seu único adversário é o esquerdista Hamdin Sabahi.

Na prática, a volta de um general ao poder pouco mais de três anos depois da queda do ditador Hosni Mubarak é um retorno à ditadura militar que governou o Egito desde que a Revolução dos Coronéis derrubou o rei Faruk e proclamou a república, em 1952.

Além da Irmandade Muçulmana, o Movimento 6 de Abril, que liderou a revolta popular dos jovens na Primavera Árabe, também foi banida.

Rússia promete diálogo com novo presidente da Ucrânia

A Rússia está aberta ao diálogo com o novo presidente ucraniano, o bilionário Petro Porochenko, o rei do chocolate, quando a apuração estiver concluída, mas a Ucrânia deve encerrar as operações militares contra os separatistas aliados de Moscou, declarou hoje o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov.

Em entrevista coletiva como presidente eleito, Porochenko também se declarou aberto ao diálogo, mas não com "terroristas", desqualificando os separatistas que pegaram em armas sob a inspiração do Kremlin depois da queda do presidente Viktor Yanukovich, em 22 de fevereiro de 2014, em meio a uma revolta popular.

domingo, 25 de maio de 2014

Santos e Zuluaga disputam segundo turno na Colômbia

O candidato contrário às negociações de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Óscar Zuluaga, apoiado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, ficou em primeiro lugar no primeiro turno da eleição presidencial do país, disputado hoje, com 29,26% dos votos, seguido pelo presidente Juan Manual Santos, com 25,68%.

Ao comentar o resultado, Santos prometeu: "Vamos ganhar com a paz." Zuluaga declarou que, "em junho, saberemos se há uma nova Colômbia ou é mais do mesmo." Como Zuluaga é um fantoche de Uribe, será mais do mesmo de qualquer maneira.

O segundo turno será realizado em 15 de junho.

Ultradireita avança nas eleições para Parlamento Europeu

Como era previsto nestes tempos de crise, os partidos de extrema direita contrários ao projeto de integração da Europa foram os grandes vencedores das eleições para o Parlamento Europeu, de 751 cadeiras, realizadas de quinta-feira até este domingo, no Reino Unido, na França e na Dinamarca, e avançaram em outros dos países da União Europeia.

O bloco conservador de centro-direita - que reúne, por exemplo, a União Democrata-Cristã (CDU) da primeira-ministra alemã Angela Merkel, o Partido Conservador do primeiro-ministro britânico David Cameron e a União por um Movimento Popular do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy - continuará sendo majoritário, com 212 eurodeputados.

Com 186 deputados, a bancada socialista será a segunda maior. Ao todo, os partidos de centro-direita e centro-esquerda que governam a maioria dos países europeus teram 398 eurodeputados, mais da metade. Mas foi o avanço da ultradireita, com 80 deputados, a grande novidade desta eleição. Isso que não significa que a extrema direita vai conseguir formar um bloco. Sua agenda em relação à UE é inteiramente negativa.

Depois, vem os blocos menores: liberais, com 70 cadeiras; ecologistas, com 55; e esquerda radical, com 43. Outros 105 eurodeputados têm diferentes afiliações.

Na França, onde a votação foi hoje, a Frente Nacional, neofascista, obteve 25% dos votos, um salto em relação 18% obtidos por sua líder, Marine Le Pen, no primeiro turno da eleição presidencial de 2012, enquanto o Partido Socialista teve apenas 14,3% dos votos. Com os grupos mais radicais, as esquerdas somaram 33%.

A FN conquistou 30% dos votos dos eleitores de menos de 35 anos, 38% dos votos dos empregados e 43% entre os operários.

O presidente socialista François Hollande convocou uma reunião de emergência do governo para amanhã. Depois de afirmar que a situação é "muito séria", o primeiro-ministro Manuel Valls acenou com a possibilidade de cortar impostos. Não é exatamente uma solução socialista.

O governo francês está acuado pela crise econômica. Não consegue acelerar o crescimento econômico nem reduzir o desemprego. A insatisfação se expressou nas urnas.

Na Alemanha, ganhou a CDU de Merkel, com 36%, seguida do Partido Social-Democrata (SPD), parceiro na grande coalizão de governo, mas surgiu um novo partido eurocético. Com 7% dos votos, a Alternativa para a Alemanha superou a barreira de 5% existente na lei eleitoral do país para barrar a volta dos nazistas ao Parlamento Federal. Isso levará a primeira-ministra conservadora a cogitar a devolução de poderes a Berlim, repatriando competências transferidas para a comunidade.

No Reino Unido, foi a primeira vez em décadas que nem o Partido Conservador nem o Partido Trabalhista ganharam as eleições. A vitória, com 28% dos votos, coube ao Partido da Independência do Reino Unido (UKIP), liderado por Nigel Farage, que quer abandonar a UE, provocando um prometido terremoto político, observa o jornal inglês The Guardian.

A vitória do partido antieuropeu reforça a posição dos eurocéticos no referendo sobre a permanência ou não na UE, prometido pelo primeiro-ministro David Cameron para 2017.

Na Grécia, o país mais atingido pela crise das dívidas públicas da periferia da Zona do Euro, o voto de protesto foi para o partido de extrema esquerda Syriza.

Rei do chocolate canta vitória na Ucrânia

O bilionário pró-ocidental Petro Porochenko, mais conhecido como o rei do chocolate, declarou-se vencedor da eleição presidencial deste domingo na Ucrânia. A ex-primeira-ministra Yulia Timochenko reconheceu a derrota.

As pesquisas de boca de urna dão 55% a 57% para Porochenko contra 12% a 13% para Timochenko. Apesar da sabotagem organizada pela Rússia, o comparecimento às urnas passou de 60%.

Morre ditador que deu golpe na Polônia em 1981

O general Wojciech Jaruzelski, dirigente comunista responsável pelo golpe de Estado de 13 de dezembro de 1981 na Polônia, que colocou na ilegalidade o sindicato independente Solidariedade, morreu hoje aos 90 anos, anunciou o ex-presidente Alexander Kwasniewski.

Jaruzelski foi primeiro-ministro (1981-85) e presidente da Polônia (1985-90), mas não resistiu à onda democratizante deflagrada pelas reformas e a abertura política de Mikhail Gorbachev na União Soviética.

Com o apoio da Igreja Católica e do papa João Paulo II, o Solidariedade, liderado por Lech Walesa, seria a grande força política da luta contra o comunismo e a democratização da Polônia. Nas primeiras eleições livres realizadas no país, em junho de 1989, só perdeu uma das cadeiras em disputa, para um candidato independente.

Rússia boicota eleição presidencial na Ucrânia

A eleição presidencial deste domingo na Ucrânia não está sendo realizada nas províncias de Donetsk, Luhansk e Slaviansk, onde não foi possível entregar urnas e cédulas de votação por causa do boicote dos separatistas pró-Rússia estimulados pelo Kremlin.

Em Donetsk, uma multidão teria marchado até a casa do homem mais rico da Ucrânia, Rinat Akhmetov, que conclamou a população local a resistir à intervenção russa. A casa estaria cercada por atiradores.

Akhmetov apoiava o presidente Viktor Yahukovich, afastado em 23 de fevereiro de 2014 em meio a uma revolta popular. Com a crise, virou um personagem importante por suas ligações com o poder em Moscou e Kiev.

O favorito para se tornar o próximo presidente da Ucrânia é outro magnata, Petro Porochenko, o rei do chocolate. A ex-primeira-ministra Yulia Timochenko, que perdeu a eleição de 2010 para Yanukovich por escassa margem e depois foi para a cadeia num processo iniciado pelo rival, também concorre, mas não tem grandes chances.

Papa convida Israel e palestinos para reunião em Roma

No fim de uma missa celebrada hoje em Belém, onde nasceu Jesus Cristo, hoje uma cidade da Cisjordânia ocupada controlada pela Autoridade Nacional Palestina, o papa Francisco convidou os presidentes de Israel, Shimon Peres, e da ANP, Mahmoud Abbas, para um encontro em Roma, numa tentativa de salvar o process de paz no Oriente Médio.

"Ofereço minha casa no Vaticano para acolhê-los neste momento de oração", declarou o papa, que começou ontem por Amã, na Jordânia, sua primeira viagem à Terra Santa como Sumo Pontífice.

Ao chegar a Belém, no domingo à noite, Francisco descreveu o conflito árabe-israelense como uma "situação inaceitável". Ele observou: "Para o bem de todos, é tempo de pôr fim a uma situação que se torna cada vez mais inaceitável". Defendeu o direito de dois Estados de existirem lado a lado em paz e segurança dentro de fronteiras reconhecidas internacionalmente."

Abbas e Peres aceitaram o convite. Hoje à tarde, o papa chegou a Israel. Em Jerusalém, Francisco vai à Esplanada das Mesquitas, sagrada para os muçulmanos, e ao Muro das Lamentações, sagrado para os judeus. Também visita o Memorial do Holocausto.

sábado, 24 de maio de 2014

Primeiro-ministro do Paquistão vai à posse de Modi

Será a primeira vez que um chefe de governo do Paquistão irá à posse do primeiro-ministro da Índia. O primeiro-ministro Nawaz Sharif aceitou o convite de Narendra Modi, vencedor das eleições parlamentares indianas, e vai à Nova Déli para a cerimônia, marcada para 26 de maio de 2014, informou hoje o jornal The Times of India.

Os dois líderes terão um encontro bilateral no dia 27. O ministro do Exterior paquistanês, Sartaz Aziz, vai acompanhar Sharif na viagem à Índia.

Al Chababe ataca o Parlamento da Somália

A milícia fundamentalista muçulmana Al Chababe (Os Jovens ou A Juventude) atacou hoje o Parlamento da Somália, em Mogadíscio, matando pelo menos quatro policiais, informou a agência de notícias Reuters citando como fontes o governo provisório e o grupo rebelde.

Um terrorista suicida e um carro-bomba foram detonados na entrada do Parlamento. Em seguida, os jihadistas abriram fogo com fuzis e metralhadoras. Alguns franco-atiradores atacam de mesquitas próximas.

Durante a Guerra Fria, a Somália, que fica na região estratégica do Chifre da África, oscilou entre o bloco soviético e o Ocidente. Desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991, a Somália, não tem um governo estável que controle todo o território. Vive em clima de anarquia. O governo provisório não consegue se impor nem com a ajuda de uma missão de paz da União Africana.

Boko Haram mata mais 28 no Nordeste da Nigéria

Milicianos do grupo terrorista muçulmano Boko Haram queimaram casas e mataram 28 pessoas em três aldeias do estado de Borno, no Nordeste da Nigéria, há dois dias, noticiou hoje a agência Reuters.

O presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, está na África do Sul para discutir com outros líderes africanos uma estratégia conjunta para combater o jihadismo em todo o continente.

A milícia Boko Haram aderiu à luta armada, em 2009, para tentar impor a lei islâmica ao Norte da Nigéria, onde a maioria da população é muçulmana.

Pela estimativa da empresa de estudos estratégicos americana Stratfor, desde então matou 10 mil pessoas em ataques contra igrejas, escolas, prédios públicos, delegacias de polícia e terminais de ônibus. Sua última ação espetacular foi o sequestro de mais de 270 meninas de uma escola secundária em Chibok, no mesmo estado de Borno, em 14 de abril de 2014. Elas ainda não foram encontradas.

O maior Exército da África Ocidental, frequentemente enviado em missões de paz nos países vizinhos, não consegue conter a insurgência muçulmana no Norte da Nigéria.

Atirador mata 4 pessoas no Museu Judaico em Bruxelas

Um homem abriu fogo hoje às 15h50 (10h50 em Brasília) dentro do Museu Judaico de Bruxelas, na Bélgica, matou pelo menos três pessoas e fugiu. O jornal belga La Libre noticiou uma quarta morte. A polícia prendeu um suspeito e trata o caso como terrorismo.

"De acordo com as informações que temos no momento, foi um atirador solitário e parece ter sido dentro do museu", declarou Peter Meys, porta-voz do Corpo de Bombeiros, que atendeu à emergência.

Toda a área ao redor do museu foi isolada pela polícia. O ministro do Exterior belga, Didier Reynards, primeira alta autoridade a chegar ao local, se declarou chocado. Para a ministra do Interior da Bélgica, Joëlle Milquet, "um tiroteio dentro do Museu Judaico levanta a suspeita de um ato antissemita."

Os museus judaicos costumam ter segurança reforçada por causa de atentados terroristas.

Mais tarde, a polícia identificou os mortos como dois israelenses e uma francesa. Uma quarta vítima, um jovem guarda do museu de nacionalidade belga, que estava em estado grave, morreu horas depois.

Jihadistas usam sequestro para extorquir dinheiro na Síria

Entre o grande número de milícias rebeldes lutando contra a ditadura de Bachar Assad na Síria com diferentes ideologias e interpretações do Corão, o Estado Islâmico do Iraque e do Levante está usando a extorsão mediante sequestro como forma de arrecadar dinheiro para sua guerra santa.

O EIIL foi desautorizado pelo chefe supremo da rede terrorista Al Caeda (A Base), o médico egípcio Ayman al-Zawahiri, que aponta a Frente al-Nusra como verdadeira representante d'al Caeda na guerra civil da Síria. Mas segue uma ideologia salafista e jihadista radical que condiciona suas táticas, modo de governar e metas de longo prazo.

Seu objetivo é criar um grande Estado Islâmico incluindo o Iraque, o Líbano e a Síria, num Oriente Médio onde não haveria lugar para Israel.

Em 19 de abril de 2014, uma patrulha do Exército da Turquia encontrou quatro jornalistas franceses vendados e com as mãos amarradas na fronteira com a Síria. Eles haviam sido sequestrados em junho de 2013 pelo EIIL. Embora o ministro do Exterior da França, Laurent Fabius, negue, um resgate de US$ 18 milhões teria sido pago pelos repórteres.

Durante a ocupação do Iraque pelos Estados Unidos, especialmente em 2004 e 2005, a rede Al Caeda cobrava de US$ 5 milhões a US$ 15 milhões por refém ocidental. Também fazia exigências inaceitáveis como a retirada total das forças e empresas estrangeiras do Iraque e executou alguns reféns decapitando-os a facadas em vídeos divulgados na Internet como atos heroicos.

Ao praticar a extorsão mediante sequestro, o EIIL, com muitos iraquianos, segue o padrão do país na era pós-Saddam Hussein.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Alemanha cresceu 0,8% no primeiro trimestre de 2014

A economia da Alemanha está ganhando força. Cresceu 0,8% no primeiro trimestre de 2014, um ritmo considerado forte para um país desenvolvido neste momento pós-crise, mas graças unicamente ao mercado interno.

O comércio exterior teve um peso negativo de 0,9% no PIB, indicam dados divulgados hoje pelo Destatis, o instituto oficial de estatísticas da República Federal da Alemanha.

No ano passado, a maior economia da Europa e quarta do mundo, ficou estagnada no primeiro trimestre e avançou 0,7% no segundo, 0,3% no terceiro e 0,4% no quarto.

Ataque de morteiro mata 21 em comício pró-Assad

Um ataque de morteiros contra um comício da campanha à reeleição do ditador Bachar Assad matou pelo menos 21 pessoas ontem à noite na cidade de Derá, na Síria. Nenhum grupo reivindicou a autoria. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede em Londres, atribuiu a ação a uma brigada rebelde islamita.

Assad não participava do comício. Não foi visto em nenhum, na campanha para a eleição presidencial de 3 de junho de 2014, uma maneira de reafirmar a legitimidade do presidente em meio a uma guerra civil cruel e brutal com mais de 162 mil mortes.

Coreias do Sul e do Norte trocam tiros no mar

As Coreias do Norte e do Sul trocaram tiros de artilharia em 22 de maio de 2014 em águas da discutida Linha Limite Norte, uma extensão da Zona Desmilitarizada entre os dois países que o regime comunista norte-coreano considera ilegítima.

Na versão sul-coreana, obuses da artilharia naval norte-coreana caíram perto de navios do Sul que patrulhavam o mar ao redor da pequena ilha de Yeonpyeongdo, ao sul da LLN. A Marinha da Coreia do Sul respondeu dando dois tiros n'água perto de um barco patrulha da Coreia do Norte.

Em 20 de maio, navios do Sul tinham disparado tiros de advertência depois que três barcos de patrulha naval do Norte cruzaram a LLN. No dia seguinte, o regime stalinista de Pionguiangue divulgou uma declaração condenando "tiros dados a esmo" e advertindo que "todos os navios de guerra da Marinha-fantoche sul-coreana, grandes e pequenas, que manobram imprudentemente em águas sensíveis da fronteira da frente sudoeste, pontos quentes, vão se tornar sem exceção alvos de ataque por todos os meios."

Até hoje, os dois países não assinaram um acordo de paz na Guerra da Coreia (1950-53). Tecnicamente e na retórica belicista do Norte, ainda estão em guerra.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Empresas corruptoras podem pagar 400% de multa

As companhias britânicas que subornem funcionários estrangeiros para obter contratos, cometer fraudes ou lavar dinheiro estarão sujeitas a multas de até 400% de seus lucros ilícitos a partir de outubro, de acordo com novas regras a serem estabelecidas nesta sexta-feira pelo Conselho de Sentença do Reino Unido. As multas podem chegar a centenas de milhões de dólares.

Os planos para aumentar a punição dos crimes do colarinho branco estão sendo discutidas há um ano. "Por causa do aspecto internacional das investigações de fraude e corrupção, é realmente chave que as multas no Reino Unido tenham uma equivalência com as dos Estados Unidos", declarou o conselheiro real Jonathan Fisher, especialista em crimes financeiros.

Desde a última crise financeira internacional, há uma pressão pelo aumento das penas dos crimes do colarinho branco. As maiores penalidades são para enganar investigadores, subornar funcionários públicos e abusar de uma posição dominante no mercado, revelou o jornal Financial Times, que teve acesso a uma cópia da proposta.

Rebeldes tuaregues tomam várias cidades do Mali

Os rebeldes do Movimento Nacional Tuaregue pela Libertação de Azawade (MLNA) tomaram várias cidades do Norte do Mali e repeliram um contra-ataque das forças governamentais em Kidal, informou a agência Reuters. Anderamboukane, Anefis, Anelhok, Ansongue, Lere, Menaka e Tassalite caíram em poder dos tuaregues.

Ao não conseguir retomar Kidal, o Exército galvanizou o movimento rebelde e agora está se retirando de Gao, a maior cidade da região, depois de negociar um cessar-fogo.

Exército formaliza golpe de Estado na Tailândia

Três dias depois de decretar a lei marcial, o Exército da Tailândia anunciou hoje formalmente que está tomando o poder para acabar com uma onda de protestos violentos em que pelo menos 28 pessoas morreram nos últimos seis meses. É o 19º golpe militar no país desde 1932.

Em pronunciamento na televisão, o comandante do Exército, general Prayuth Chan-ocha, alegou ter tentando uma conciliação entre os partidários do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto num golpe em 2006 e exilado, que usam camisas vermelhas, e a elite urbana conservadora e monarquista que não deixava o governo da irmã de Thaksin, Yingluck Shinawatra, trabalhar, que se veste de amarelo. O general prometeu restaurar a ordem e promover reformas políticas.

A Tailândia está sob toque de recolher noturno. O líder dos protestos contra o governo, Suthep Thaugsuban, foi preso. O primeiro-ministro interino Niwattumrong Boonsongpaisan, deposto pelo general, que assumiu o cargo, pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O problema da democracia na Tailândia é que a elite conservadora urbana de Bangkok não aceita o populismo dos Shinawatra, que ganharam todas as eleições no país desde 2001. Nada indica que a situação mude através de um golpe. O impasse político se mantém.

China e Rússia vetam resolução para levar Síria ao TPI

Como em votações anteriores no Conselho de Segurança das Nações Unidas, a China e a Rússia vetaram hoje uma resolução proposta pela França para que o Tribunal Penal Internacional investigue os crimes contra a humanidade cometidos pelo governo durante a guerra civil na Síria.

As duas potências autoritárias com poder de veto impediram que o Conselho de Segurança até agora tomasse qualquer providência para acabar com o conflito, que já matou 162 mil pessoas.

Com o apoio da Rússia, do Irã e da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá, o ditador Bachar Assad leva vantagem no nomento. Acaba de retomar Homs, terceira maior cidade líbia, antes conhecida como a "capital dos rebeldes". Mas a guerra está longe de acabar.

Atentado terrorista mata 31 e fere 90 no Noroeste da China

Uma série de explosões num mercado público da cidade de Urumchi, na região de Xinjiang, no Noroeste da China, matou pelo menos 31 pessoas e feriu outras 90 nesta quinta-feira, informou hoje a agência oficial de notícias Nova China. O Ministério da Segurança Pública descreveu o ataque "como um violento incidente terrorista".

A maior suspeita recai sobre os extremistas muçulmanos da minoria uigur que lutam pela independência do Turquestão Oriental.

Por volta de 7h50, dois veículos utilitários esportivos entraram no meio da multidão e jogaram as bombas, afirmou a agência chinesa. Em seguida, um dos carros também explodiu. Uma testemunha disse ter ouvido 12 grandes explosões.

O ataque ao mercado acontece menos de um mês depois de uma explosão com três mortos e outros 79 feridos na estação ferroviária de Urumchi, em 30 de abril de 2014.

A polícia chinesa também atribuiu um ataque com facas que matou 29 pessoas na cidade de Kunming, no Sudoeste da China, aos extremistas muçulmanos de Xinjiang, que lutam pela independência do Turquestão Oriental.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Ex-presidente do Egito é condenado por corrupção

A Justiça do Egito condenou hoje o ex-presidente Hosni Mubarak a três anos de prisão por corrupção. Seus filhos Gamal e Alaa também foram condenados pelo mesmo motivo nesta quarta-feira no Cairo, a quatro anos de prisão cada um. Os três foram multados em US$ 2,9 milhões e devem devolver US$ 17,6 milhões aos cofres públicos.

Hosni Mubarak, hoje com 86 anos, foi deposto pela revolução da chamada Primavera Árabe em 11 de fevereiro de 2011 depois de ficar quase 30 anos no poder. Ele e os filhos foram acusados de desviar milhões de dólares.

Na sentença, o juiz Ossama Chahin afirmou que Mubarak "tinha o dever de conter a si mesmo e aos filhos impedindo-os de roubar dinheiro público. (...) Em vez disso, deu a si mesmo a aos filhos uma licença para desviar fundos públicos, ajudando a si mesmos sem supervisão ou consideração. Portanto, eles merecem ser punidos." Os condenados podem recorrer a tribunais superiores.

Em outro processo, um tribunal da cidade de Mansura sentenciou 155 ativistas da Irmandade Muçulmana denunciados por atos de violência política a penas de até 25 anos de cadeia; 75 são fugitivos e foram julgados à revelia.

A Irmandade venceu as eleições parlamentares e presidencial, mas foi derrubada em 3 de julho de 2013 por um golpe de Estado liderado pelo marechal Abdel Fattah al-Sissi, favorito para vencer a eleição presidencial de 26 e 27 de maio de 2014. Desde então, foi declarada um grupo terrorista e seus ativistas têm sido perseguidos.

EUA enviam soldados ao Chade atrás de garotas nigerianas

O presidente Barack Obama notificou hoje o Congresso sobre o envio de 80 soldados das Forças Armadas dos Estados Unidos ao Chade, na África, em busca das quase 300 meninas nigerianas sequestradas pela milícia fundamentalista muçulmana Boko Haram, que luta para impor a lei islâmica ao Norte da Nigéria.

Em princípio, as tropas americanas não devem entrar em combate. Primeiro, tentarão saber se as meninas saíram da Nigéria. Depois, vão ajudar a determinar sua localização.

Gazprom fecha seu maior contrato com a China

Depois de dez anos de discussões em torno do preço, a China e a Rússia assinaram um contrato de US$ 400 bilhões para a companhia russa Gazprom fornecer gás natural aos chineses durante 30 anos. Nenhuma das partes revelou detalhes sobre o preço.

Sob pressão das sanções internacionais impostas pelos Estados Unidos e a União Europeia, o presidente russo, Vladimir Putin, foi a Xangai para uma visita de dois dias à China. O acordo do gás fortalece a parceria estratégica das duas grandes potências, que teve grandes problemas mesmo quando as duas tinham regimes comunistas.

O mal-estar vem desde antes da vitória da revolução comunista na China, em 1949. Nos anos 1920s, quando Leon Trotski e Josef Stalin disputaram o poder depois da morte de Lenin, a revolução chinesa foi um dos temas do debate.

Stalin não acreditava que um país atrasado como a China, onde a maioria da população era camponesa, não tinha indústria nem proletariado industrial e assim não tinha condições de fazer uma revolução comunista. Ele recomendou então uma aliança com a burguesia representada pelo partido nacionalista Kuomintang (KMT) para formar uma "frente popular".

Trotski era contra essa aliança com a burguesia que se mostrou desastrosa. No Incidente de 12 de Abril, também conhecido como Massacre de Xangai, o líder nacionalista Chiang Kai-shek promoveu um expurgo. Começava um massacre de 300 mil comunistas.

A perseguição levaria a uma longa fuga liderada por Mao Tsé-tung e Chu Enlai para fugir das tropas do KMT. De outubro de 1934 a 1935, os comunistas percorreram 10 mil quilômetros na Longa Marcha, quando Mao assumiu o comando da revolução chinesa, que se fortaleceria na luta contra a invasão japonesa de 1937, que acabou com a guerra civil chinesa, restabelecendo a aliança KMT-PC, e na Segunda Guerra Mundial.

Depois da guerra, o Exército Popular de Libertação expulsou os nacionalistas do KMT para a ilha de Taiwan, vista até hoje pelos comunistas como uma província renegada da China.

No início de 1950, Mao foi a Moscou. Stalin esperou 50 dias para recebê-lo, em meio ao rigoroso inverno russo. Foi a humilhação do líder da uma revolução feita para que a China não tivesse mais de se submeter às potências imperialistas.

Mao e Stalin assinaram o Tratado de Cooperação e Amizade Sino-Soviético em condições nitidamente inferiores para a China. A humilhação prosseguia.

Quando o novo líder do PC soviético, Nikita Kruschev, denunciou em 1956 os crimes do stalinismo, o regime comunista chinês foi contra. A decisão soviética de adotar uma política de "coexistência pacífica" com os Estados Unidos depois da crise dos mísseis em Cuba, em outubro de 1962, provocou mais uma reação negativa da China.

As duas potências comunistas romperam em 1964, quando os EUA entraram na Guerra do Vietnã. Em 1969, vários incidentes militares na longa fronteira comum entre China e União Soviética quase levaram a uma guerra entre os dois países.

Os EUA se aproveitaram disso ao enviar o então assessor de segurança nacional da Casa Branca Henry Kissinger a Beijim em 1971 para restabelecer relações com a República Popular da China. Na última parte da Guerra Fria, a China foi virtualmente uma aliada informal da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada por Washington.

Quem tentou uma reaproximação foi o último líder soviético, Mikhail Gorbachev, mas sua visita à China em 1989 estimulou o movimento estudantil pela liberdade e a democracia que terminou com o Massacre na Praça da Paz Celestial, em Beijim, em 4 de junho daquele ano.

Na China, Gorbachev e suas reformas foram associadas à derrocada do regime comunista e ao fim da URSS. Se a imprensa oficial comparava alguém a Gorbachev, tentava queimá-lo politicamente.

A reconciliação pós-Guerra Fria se dá sob pressão do Ocidente, com a criação, em 1996, do Grupo dos Cinco (China, Rússia, Casaquistão, Quirguistão e Tajiquistão), que em 2001 passa a se chamar Organização de Cooperação de Xangai e tanta contrabalançar a hegemonia dos EUA.

O acordo do gás fortalece uma parceria estratégica essencial à Rússia neste momento de conflito com o Ocidente em torno da Ucrânia, criando um eixo alternativo de países autoritários que se opõem ao liberalismo defendido pela Europa e os EUA.

Como membro do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) de grandes economias emergentes citadas pelo banco Goldman Sachs como principais fontes de crescimento mundial nas próximas décadas, o Brasil precisa decidir se vai se atrelar a este bloco autoritário ou honrar os princípios de liberdade, democracia e respeito aos direitos humanos inscritos na Constituição de 1988 como bases da política externa.

Putin não consegue vender gás da Rússia à China

Sob pressão internacional desde a anexação ilegal da Crimeia, o presidente Vladimir Putin tentou aproveitar a oportunidade para fortalecer as relações entre a Rússia e a China com a venda da energia, no caso, gás natural. Mas a negociação se arrasta há dez anos por causa do preço, e o regime comunista chinês viu na crise entre a Rússia e o Ocidente por causa da Ucrânia uma chance para barganhar.

Se sair da China hoje sem acordo, como parece mais provável, depois de uma visita de dois dias, Putin não rompe o isolamento internacional que os Estados Unidos e a União Europeia tentam impor em retaliação à intervenção militar russa na Ucrânia. Os chineses pelo jeito podem esperar. São negociadores implacáveis. Exigem queda nos preços.

Na Europa, a Rússia faz uma chantagem. Corta o gás para a Ucrânia, afetando vários países da UE que dependem ao menos parcialmente do suprimento russo. Para vender gás à China, teria de explorar reservas na Sibéria, na Rússia asiática, perto da China, para não ter de construir gasodutos muito mais longos. Seria necessário fazer um projeto conjunto com grandes investimentos. A China pode esperar.

Irã deve abraçar a Internet, diz presidente

Em mais um desafio à linha dura do regime dos aiatolás, o presidente Hassan Rouhani declarou que a República Islâmica do Irã deve abraçar a Internet, em vez de ver a rede mundial de computadores como uma ameaça.

A Internet se tornou inimiga do regime fundamentalista iraniano em 2009, quando foi o principal instrumento do Movimento Verde, de oposição, que contestou a reeleição fraudulenta de Mahmoud Ahmadinejad. Seu candidato a presidente, Mir Hussein Mussavi, está até hoje em prisão domiciliar e também sua mulher e outro candidato dissidente, Mehdi Karroubi.

Com a eleição do moderado Rouhani, sob sanções internacionais pesadas contra seu programa nuclear, o Irã abriu negociações com os Estados Unidos e as outras grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas para desarmar seu programa nuclear.

O presidente promove uma abertura limitada. A liberalização da Internet faz parte.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Terroristas matam mais 118 pessoas na Nigéria

Um atentado triplo com dois carro-bomba deflagrou um incêndio num mercado público e matou pelo menos 118 pessoas na cidade de Jos, no Centro da Nigéria. As autoridades locais temem  que o total de mortos sejam ainda maior.

O primeiro carro-bomba explodiu no mercado à tarde, quando estava cheio de gente. O segundo, meia-hora depois, diante do hospital para onde eram levados os feridos.

"Ainda estamos procurando corpos entre os destroços", declarou Mohamed Abdulsalam, coordenador da Agência Nacional de Gerenciamento de Emergências na cidade, citado pela rede de televisão americana CNN.

Em nota, o presidente Goodluck Jonathan condenou o "trágico assalto na liberdade humana" e reafirmou que "o governo está totalmente comprometido para ganhar a guerra contra o terror e não será acovardado por atrocidades de inimigos da civilização e do progresso".

As suspeitas recaem sobre o grupo jihadista Boko Haram, que raptou mais de 280 meninas no mês passado sem que o governo nigeriano tenha pistas do que aconteceu e onde elas estão.

Em 2009, esta milícia fundamentalista aderiu à luta armada para tentar impor a lei islâmica ao Norte da Nigéria, majoritariamente muçulmano. Desde então, mais de 3,5 mil pessoas morreram nesta guerra.

Ministro do Esporte mente ao acusar Anistia

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, aquele comunista que se aliou ao latifúndio para aprovar o Código (Anti)Florestal e anistiar desmatadores, investe agora contra a organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional, que faz campanha para defender o direito de realização de manifestações pacíficas durante a Copa. Mente descaradamente ao povo brasileiro ao dizer que a Anistia prega a violência.

A quem o Sr. quer enganar, ministro?

É um princípio básico da Anistia repudiar o uso da força. A Anistia nunca defendeu prisioneiros envolvidos em crimes de sangue. Repudia a anistia acordada no fim do regime militar porque ela contraria tratados internacionais firmados pelo Brasil que consideram tortura e desaparecimento de pessoas crimes contra a humanidade, imprescritíveis como os crimes do nazismo.

Como stalinista, Rebelo deve achar que a repressão faz bem à sociedade, impondo ordem e disciplina. Entre os alvos dos manifestantes violentos, exclui os bancos. Como comunista, deve achar justificado atacar bancos, símbolos maiores do capitalismo. Na prática, repete o discurso autoritário da ditadura militar contra a Anistia.

Se o ministro conseguir provar uma única das muitas acusações que faz nO Globo de hoje, que a "Anistia quer que o mundo diga às autoridades do Rio de Janeiro que não é crime explodir coquetel molotov em atos a que pessoas de boa fé levam os filhos para defender as causas justas do povo", que a ONG alega que "não é crime matar cinegrafista que registra o desempenho dos manifestantes" e que aplaude saques, atos de vandalismo, depredações e ataques a jornalistas e policiais, pedirei desculpas publicamente a Aldo Rebelo.

Mas ele não vai conseguir. O que escreve nO Globo de hoje não passa de um festival de mentiras. 

Este é o ministro responsável pela Copa com 10 dos 20 estádios mais caros da história do planeta, em mais uma rodada de benesses às empreiteiras que corrompem as campanhas eleitorais e os governos, e das obras de mobilidade que nunca saíram do papel, em que a maioria assiste mais uma vez ao banquete dos poderosos pago com dinheiro público.

Que a Seleção Brasileira tenha sorte e bom futebol para fazer o que o governo não conseguiu: ganhar a Copa!

Quanto ao ministro, tem lugar na lata de lixo da história ao lado da ideologia autoritária que professa. A corrupção só vai acabar quando o eleitorado parar de votar em quem mente e engana descaradamente o povo brasileiro, seja no debate sobre o Código Florestal ou na Copa do Mundo.

O Partido Comunista do Brasil (PCdoB), partido de Rebelo, não estava envolvido em escândalos de corrupção com desvio de verbas destinadas a promover o esporte nas escolas? Que fim levaram as investigações? Caiu o ministro, mas o partido não perdeu a boquinha. Brasiilll!

Credit Suisse admite conspiração para sonegar impostos

A banco suíço Credit Suisse confessou ontem ser culpado de conspiração para fraudar o sistema de impostos dos Estados Unidos e fez um acordo com o Departamento da Justiça para pagar multas de US$ 2,6 bilhões e encerrar o caso.

É a primeira instituição financeira a admitir que cometeu um crime nos EUA em uma década, observou o jornal The Wall St. Journal, porta-voz do centro financeiro de Nova York.

Ao oferecer a denúncia, o secretário (ministro) da Justiça e procurador-geral Eric Holder acusou o banco de se engajar num esquema "amplo e de grande alcance" para ajudar americanos a esconder seu dinheiro e seus bens. Transações secretas "deixaram de tomar os passos mais básicos para garantir o cumprimento da legislação fiscal", acrescentou.

"A conspiração durou décadas", declarou o secretário Holder. "O Credit Suisse não apenas sabia dessa atividade bancária ilegal que atravessava fronteiras. Intencionalmente ajudou e se acumpliciou. Centenas de empregados do Credit Suisse, inclusive a nível executivo, conspiraram para ajudar sonegadores a não pagar impostos aos EUA."

O acordo prevê um pagamento de US$ 100 milhões para a Reserva Federal, o banco central dos EUA, mais de US$ 715 milhões do Departamento de Serviços Financeiros de Nova York e US$ 1,8 bilhão ao Departamento da Justiça.

Para pagar essas multas, o Credit Suisse já reservou US$ 800 milhões. Assim, o lucro do banco neste trimestre será US$ 1,8 bilhão menor.

Foi a maior vitória do Departamento da Justiça contra a evasão fiscal. Em 2009, o banco suíço UBS (União de Bancos Suíços) tinha feito um acordo para pagar multa de US$ 780 milhões para ajudar americanos a fraudar o imposto de renda, sem reconhecer a culpa.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Exército da Tailândia declara lei marcial

Depois de seis meses de paralisia política por causa de uma onda de protestos da oposição que causou pelo menos 28 mortes, o Exército da Tailândia declarou lei marcial na manhã desta terça-feira pela hora local, ocupou estações de televisão e patrulha as ruas, mas nega estar dando um golpe de Estado.

"Devido à situação de instabilidade, eles estão se matando todos os dias", declarou um general para justificar a medida. O governo não foi consultado sobre a imposição da lei marcial. Vai fazer uma reunião de emergência para tomar posição.

A primeira-ministra Yingluck Shinawatra e nove ministros foram afastados pelo Supremo Tribunal em 7 de maio de 2014 por abuso de poder. As oposições mantiveram os protestos, exigindo a demissão de todo o governo.

Com a lei marcial, as Forças Armadas avocam para si  todos os poderes do Estado. Em 2006, a decretação de lei marcial levou a um golpe militar que depôs o então primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, acusado de corrupção e abuso de poder.

EUA denunciam militares chineses por ciberespionagem

O Departamento da Justiça dos Estados Unidos vai processar criminalmente cinco funcionários do Exército Popular de Libertação (EPL), acusando-os de pirataria cibernética contra o governo e empresas americanas, anunciou hoje o procurador-geral, Eric Holder. É a primeira denúncia desta natureza contra um país estrangeiro, observa o jornal The Washington Post.

É uma escalada do conflito entre as duas maiores potências mundiais e sua guerrinha cibernética. A China negou tudo. Afirmou que não espiona ninguém, que as acusações são ultrajantes e que vai suspender a cooperação com os EUA em segurança. Como não existe a menor possibilidade de extradição dos réus, o processo é principalmente simbólico.

Os EUA acusam Wang Dong, Sun Kailiang, Wen Xinyu, Huang Zhenyu e Gu Chunhui de invadir os sistemas de computadores de seis empresas americanas para descobrir segredos que deem uma vantagem competitiva a companhias chinesas. Os réus trabalham na Unidade 61398 do EPL, em Xangai, dedicada exclusivamente à espionagem eletrônica.

Entre os alvos dos ciberpiratas chineses, o projeto de uma usina de energia nuclear e um estudo sobre custo e preço de uma empresa fabricante de coletores de energia solar. O risco de escassez de energia é uma das maiores preocupações do regime comunista chinês.

Os réus são acusados de fazer parte de um grupo que invadiu 1.753 computadores da indústria metalúrgica US Steel, roubou informações sobre usinas nucleares da Westinghouse. De outra empresa, Allegheny Technologies, foram roubadas de 2010 a 2012 as credenciais de milhares de empregados. Da empresa de alumínio Alcoa foram pirateados 2.907 mensagens de correio eletrônico e 863 arquivos anexados.

No início de 2013, os EUA aumentaram a pressão sobre a ciberespionagem da China. Com a revelação do megaesquema de espionagem eletrônica feita pelo ex-funcionário terceirizado da Agência de Segurança Nacional Edward Snowden em junho do ano passado, inclusive de empresas chinesas, o governo americano adotou uma postura defensiva. Agora, volta à ofensiva.

Tailândia ficou mais pobre no primeiro trimestre

Sob pressão de uma séria crise política interna, a economia da Tailândia encolheu 0,6% no primeiro trimestre de 2014 na comparação anual, revelou hoje o instituto oficial de estatísticas do país.

A última contração antes disso tinha sido de 9%, no quarto trimestre de 2011, quando uma enchente inundou várias regiões da Tailândia.

O problema agora é uma crise política que se arrasta desde o golpe contra o então primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, em 2006, acusado de corrupção. Extremamente popular no interior do país, ele conseguiu eleger a irmã, Yingluck Shinawatra, afastada neste mês pelo Supremo Tribunal de Justiça por abuso de poder e corrupção ao nomear um primo.

A contração indica que a crise política abalou a economia do país. Pior ainda, ela não acabou. A oposição monarquista exige a queda de todo o governo e não apenas da primeira-ministra.

Euroceticismo cresce com ultradireita na França

Só 39% dos franceses consideram bom pertencer à União Europeia, indicou uma pesquisa de opinião encomendada pelo jornal Le Monde, que afirma ser a primeira vez que a maioria da França é cética em relação ao projeto de integração da Europa.

O partido de extrema direita Frente Nacional, que defende a saída da UE, obteve 18% votos na última eleição presidencial, em 2012, e avançou nas últimas eleições municipais neste ano.

Com a grave crise econômica, nas eleições para o Parlamento Europeu, em 25 de maio de 2014, os partidos de ultradireita devem crescer em todo o continente, superando pela primeira vez a bancada verde.

domingo, 18 de maio de 2014

Turquia prende 19 por acidente na mina de carvão

A polícia da Turquia prendeu hoje 19 pessoas suspeitas dentro da investigação sobre o pior acidente numa mina de carvão da história do país, que matou 301 mineiros na semana passada na cidade de Soma. Entre os detidos estão quatro diretores e engenheiros da empresa responsável pela exploração.

Nos últimos dias, milhares de pessoas protestaram nas três maiores cidades turcas contra a negligência dos proprietários da mina e o descaso das autoridades do Partido da Justiça e do Desenvolvimento ao aplicar as leis de proteção dos mineiros.

Milícia ataca o Parlamento da Líbia

Forças rebeldes lideradas pelo general Khalifa Hafter atacaram hoje a sede do Parlamento da Líbia, em Trípoli. Moradores da área contaram ter ouvido disparos de metralhadora, de baterias antiaéreos e de granadas disparadas por morteiros. A situação é confusa.

A mesma milícia enfrenta desde sexta-feira outros grupos armados em Bengázi, a segunda maior cidade líbia. Pelo menos 70 pessoas morreram no conflito.

Desde a queda do ditador Muamar Kadafi (1969-2011), a Líbia vive num clima de anarquia. Até agora, não foi possível chegar um acordo político para criar as instituições de um país democrático.

Suíços rejeitam supersalário mínimo de US$ 25/hora

Com 76,3% votos contra, a Suíça rejeitou hoje em referendo uma proposta para elevar o piso salarial para 22 francos suíços, cerca de US$ 25, por hora. Seria o maior salário mínimo do mundo.

A derrota reflete a preferência do eleitorado suíço por políticas econômicas liberais e a rejeição do intervencionismo estatal. Havia o temor de que um salário mínimo muito alto acabasse gerando mais desemprego.

Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama propôs um mínimo de US$ 10,10 para funcionários públicos federais.

A Alemanha vai introduzir um salário mínimo nacional de 8,50 euros (US$ 11,64) por hora a partir de 1º de janeiro de 2015, menor do que o da França (9,54 euros = US$ 13,07), mas superior ao do Reino Unido (6,31 libras = US$ 10,616). No Brasil, a hora trabalhada está em pelo menos R$ 3,29 (US$ 1,49).

Um dos países mais ricos do mundo pelo critério de renda média por habitante, graças a seu sistema financeiro protegido pelo sigilo bancário, e grandes indústrias química, farmacêutica, mecânica e de instrumentos de precisão, a Suíça não tem grandes disparidades salariais.

Os sindicatos alegaram que os trabalhadores não qualificados da agricultura e do setor de serviços não ganham o suficiente para enfrentar o custo de vida mais alto do mundo. O empresariado acenou com os fantasmas do desemprego e da perda de competitividade.

"Um salário fixo nunca foi uma boa maneira de resolver o problema", declarou o ministro da Economia, Johann Schneider-Ammann. "Se a proposta tivesse sido aceita, teria levado a perdas no mercado de trabalho, especialmente nas zonas rurais, onde pessoas sem qualificação têm mais dificuldade de encontrar emprego. O melhor remédio contra a pobreza é o trabalho."

Ao reconhecer a derrota, o presidente do sindicato dos trabalhadores no setor de transportes, Giorgio Tuti, disse que pelo menos tinha conseguido colocar em discussão a desigualdade de renda e dos baixos salários no país.

"A Suíça, especialmente em consultas populares, não tem a tradição de aprovar a intervenção estatal no mercado de trabalho", observou Daniel Kübler, professor de ciência política da Universidade de Zurique. "A maioria dos suíços acredita que os princípios econômicos liberais são a base de seu sucesso."

Em outro referendo realizado hoje, os suíços rejeitaram a compra de aviões de caça Gripen, da Suécia, o mesmo modelo encomendado pelo Brasil. A empresa depende assim do negócio com o Brasil para sobreviver.

China retira 3 mil cidadãos do Vietnã

Diante de uma onda de protestos e ataques contra alvos chineses, a China enviou cinco navios para retirar 3 mil cidadãos do Vietnã, informou hoje a agência estatal de notícias Nova China. Há uma revolta popular contra a China no Vietnã porque o regime comunista de Beijim instalou uma sonda para procurar petróleo nas Ilhas Paracel, disputadas entre os dois países.

Os dois países travaram uma guerra em 1979, depois que uma invasão vietnamita invadiu o Camboja e derrotou a ditadura genocida do Khmer Vermelho, apoiada pela China. Desde a abertura econômica do Vietnã, a Doi Moi (Renovação), iniciada em 1986, os chineses se tornaram os maiores investidores no país.

Agora que a China virou uma superpotência e usa seu crescente poderio militar para pressionar os vizinhos com que tem disputas territoriais, no caso do Vietnã em torno das Ilhas Paracel, que ficam no Mar da China Meridional. Como se chama historicamente de Mar da China, Beijim afirma que as ilhas são chinesas.

Recentemente a China começou a instalar sondas para procurar petróleo, afastando agressivamente um navio vietnamita que tenta impedir a operação. Foi o que deflagrou a revolta popular.

O primeiro-ministro do Vietnã, Nguyen Tan Dung, apelou à população para "não participar de protestos ilegais que causem desordem e ameaçam a segurança social", noticiou a rede de televisão americana CNN.

A China impôs uma zona de exclusão de 5 quilômetros de raio ao redor da plataforma de petroleo da estatal chinesa CNOOC e não está disposta a ceder: "Não criamos problemas, mas também não temos medo de problemas", declarou o comandante do Exército Popular de Libertação (EPL), general Fang Fenghui, durante visita aos Estados Unidos.

"Em questões territoriais, nossa atitude é firme", advertiu. "Não cedemos um centímetro."

Brasil espera mais crescimento e comércio com Modi

A ampla vitória de um primeiro-ministro comprometido com a retomada do crescimento econômico gera expectativa de mais negócios entre o Brasil e a Índia.

O governo brasileiro espera que Narendra Modi venha para a reunião de cúpula do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em julho, em Fortaleza, diz o jornal O Globo, em reportagem de Eliane Oliveira na qual fui citado.

sábado, 17 de maio de 2014

Conflito entre milícias mata 43 pessoas em Bengázi

Pelo menos 43 pessoas foram mortas desde ontem num conflito entre milícias rivais em Bengázi, a segunda maior cidade da Líbia, que foi chamada de "capital dos rebeldes" durante a luta contra o ditador Muamar Kadafi, em 2011.

De um lado, estão as forças do general reformado Khalifa Hafter, um dos comandantes militares da revolta popular. Do outro, as milícias fundamentalistas Brigada 17 de Fevereiro, Brigada Escudo Líbio Nº 1 e Ansar al-Charia. Este último grupo foi responsável pelo ataque ao Consulado Americano em Bengázi em 11 de setembro de 2012, quando o embaixador dos EUA e outros três funcionários foram mortos.

O ataque ao consulado, descrito inicialmente pelo Departamento de Estado como uma revolta popular contra um filme ofensivo ao profeta Maomé em vez de ataque terrorista, é até hoje explorado politicamente pela oposição ao presidente Barack Obama no Congresso dos EUA. Agora, é uma tentativa de atingir a então secretária de Estado, Hillary Clinton, que desponta como candidata do Partido Democrata à Casa Branca em 2016.

Em vez de se preocupar com a crise decorrente do colapso do Estado na Líbia, o Partido Republicano tenta reescrever o passado para tentar a vitória no futuro. É uma receita para o fracasso nos EUA e na Líbia.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Suíços votam em referendo sobre salário mínino de US$ 25/hora

Os eleitores da Suíça votam domingo num referendo sobre um salário mínimo de 22 francos suíços (US$ 25) por hora, o maior do mundo. Se a medida for aprovada, 10% dos trabalhadores do país terão aumento salarial, a maioria nos setores agrícola e de serviços.

De acordo com o Banco Mundial, a Suíça tem o custo de vida mais alto do mundo. Em 2011, os preços eram em média 62% superiores aos da União Europeia.

Partido nacionalista hindu vence eleições na Índia

O Partido Bharatiya Janata (BJP, do inglês), nacionalista hindu, obteve uma ampla vitória nas eleições parlamentares na Índia, realizadas nas últimas cinco semanas e pode obter maioria absoluta na Lok Sabha, a câmara dos deputados do país, o que não acontecia com nenhum partido desde 1989. O ex-governador Narendra Modi será eleito primeiro-ministro quando o novo Parlamento se reunir, em 2 de junho de 2014.

O BJP é o partido do fanático que assassinou o herói da independência da Índia, Mohandas Gandhi, e que explodiu a bomba atômica, assumindo abertamente o status de potência nuclear em maio de 1998. Ex-governador do estado de Gujarat, Modi é acusado de ter fomentado e acobertado massacres de e mil muçulmanos em 2002. Até ser apontado nas pesquisas como futuro chefe de governo da Índia, era proibido de entrar nos Estados Unidos.

Sua vitória se deve sobretudo à queda do crescimento econômico da Índia de cerca de 9% ao ano antes da crise mundial de 2008-9 para pouco menos de 5% hoje. Diante da promessa de retomada do crescimento, a Bolsa de Valores de Mumbai teve forte alta nos últimos dias. Mas Modi é um personagem divisionista e os economistas consideram suas promessas exageradas.

"A Índia é um grande navio. Será necessário tempo para mudar de direção", comentou Gunjan Bagla, diretor da empresa de consultoria californiana Amritt Ventures.

Para recuperar a indústria manufatureira, serão necessárias grandes reformas estruturais para facilitar contratações e demissões. Fazem falta uma reforma agrária para dar terras a agricultores pobres e uma do sistema de impostos que contrarie interesses estabelecidos. Numa democracia, quaisquer mudanças são mais lentas.

Se a política econômica não der resultado, há o risco de que Modi caia na tentação populista e no sectarismo, por exemplo, abraçando o programa cultural de grupos nacionalistas hindus conservadores como Rashtriya Swayamsevak Sangh. Seria desastroso.

Os liberais e a minoria muçulmana, de 170 milhões, temem um ressurgimento do autoritarismo e do nacionalismo hindu. E também os vizinhos. O governo do Partido do Congresso era acusado pela direita nacionalista de ser "frouxo" com a China e o Paquistão, os vizinhos e inimigos históricos da Índia. Com o BJP no poder, pelo menos o discurso será mais agressivo.

Se houver um novo ataque terrorista cometido por paquistaneses como o de 26-29 de novembro de 2008 em Mumbai, que matou mais de 160 pessoas na maior e mais rica cidade indiana, a reação contra o Paquistão num governo Modi será certamente muito mais forte.

A derrota do Partido do Congresso, que governou a Índia durante a maior parte do tempo de sua história independente, desde 1947, o pressiona a fazer uma profunda transformação para ir além da dinastia Nehru-Gandhi, que o domina até hoje.

Com mais de 1,2 bilhão de habitantes, a Índia é o segundo país mais populoso do mundo. Pelo critério de paridade do poder de compra, é considerada pelo Banco Mundial a terceira maior economia do mundo, atrás apenas dos EUA e da China. Em 67 anos de independência, mantém um regime democrático que acaba de realizar com sucesso as maiores eleições da história da humanidade.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Protestos contra a China causam primeira morte no Vietnã

Uma onda de manifestações e saques de fábricas chinesas em protesto contra a exploração de petróleo pela China em águas territoriais disputadas pelos dois países causou a primeira morte no Vietnã. Pelo menos um trabalhador chinês foi morto e dezenas feridos quando centenas de vietnamitas depredaram uma empresa metalúrgica.

A explosão de violência iniciada na zona industrial de Cidade de Ho Chi Minh, a antiga Saigon, foi uma reação ao uso da força pela China para impor suas reivindicações territoriais sobre o Mar da China Meridional. Hoje atinge 22 das 63 províncias do Vietnã.

Os dois países travaram uma guerra em 1979, depois da invasão vietnamita ao Camboja apoiada pela União Soviética para derrubar a ditadura genocida do Khmer Vermelho, apoiada pelo regime comunista da China.

França alega "patriotismo econômico" para bloquear venda da Alstom à GE

Sob o pretexto de proteger indústrias "estratégicas" da França, o primeiro-ministro Manuel Valls assinou hoje um decreto de "patriotismo econômico", relativo aos "investimentos estrangeiros submetidos à autorização prévia.

Na prática, o governo socialista francês quer impedir a venda da empresa de engenharia Alstom, envolvida no escândalo do metrô de São Paulo, para a companhia americana General Eletric (GE).

"A escolha que nós fizemos, junto com o primeiro-ministro, é uma escolha de patriotismo econômico", declarou ao jornal Le Monde o ministro da Economia, Arnaud Montebourg.

O governo francês prefere intermediar a venda da Alstom para um grupo europeu.

França ficou estagnada no início de 2014

A economia da França não cresceu nem encolheu no primeiro trimestre deste ano, mais um problema para o presidente socialista François Hollande, que não consegue vencer a estagnação e o desemprego. No quarto semestre de 2013, o crescimento tinha sido de 0,2%.

De janeiro a março, o consumo (-0,5%) e o investimento (-0,9%) caíram.

Japão cresce em ritmo anual de 5,9%

Uma corrida às compras antes de um aumento do imposto sobre vendas em abril acelerou a economia do Japão acima da expectativa no primeiro trimestre de 2014. Foi um avanço de 1,5%, num ritmo de crescimento de 5,9% ao ano, o mais forte desde a retomada pós-tsuname em meados de 2011.

Os próximos números devem avaliar o impacto da alta no imposto. A maioria dos economistas aposta numa contração da terceira maior economia do mundo em 3,3% ao ano no segundo trimestre, com uma retomada de 2% ao ano de julho a setembro deste ano.

Para evitar o primeiro aumento de alíquota no imposto de circulação de mercadorias desde 1997, os japoneses compraram tudo, de cigarros a automóveis. Se daqui em diante houver uma forte queda no consumo, a política de estímulos econômicos do primeiro-ministro Shinzo Abe para combater a estagnação e a deflação será contestada.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Geórgia e Moldova vão fazer acordos com UE

Um dia depois da Moldova, outra ex-república soviética assediada por Vladimir Putin, a Geórgia, anunciou hoje que deve assinar um acordo de associação com a União Europeia em 27 de junho.

A Moldova assina na mesma data. São reações à intervenção militar da Rússia na Ucrânia, primeiro para anexar a península da Crimeia e depois para desestabilizar o Leste do país, onde grande parte da população fala russo.

Arábia Saudita convida chanceler do Irã

Num degelo nas relações de duas potências regionais do Oriente Médio, o ministro do Exterior da Arábia Saudita, príncipe Saud al-Faissal, anunciou ontem ter convidado seu colega do Irã, Mohamed Javad Zarif, a visitar o país. O Irã aceitou.

A relação entre os dois países é das mais hostis da região. Guardiã das cidades sagradas de Meca e Medina, a Arábia Saudita se considera centro e guia do mundo árabe, e sua corrente dentro do islamismo, o puritano wahabismo, como a única interpretação do Islã. É a principal fonte do sunismo.

O Irã, por sua vez, é um país de maioria xiita que fez uma revolução islâmica e hostilizou durante anos o reino medieval que tem milhares de príncipes, alguns dos quais financiavam a rede terrorista Al Caeda.

Nos documentos sigilosos do Departamento de Estado vazados pelo sítio de Internet WikiLeaks, uma das revelações mais bombásticas foram apelos do rei da Arábia Saudita para que os Estados Unidos atacassem o Irã para neutralizar seu programa nuclear.

Diante da reaproximação EUA-Irã, os sauditas optaram por retomar o diálogo interrompido desde a ascensão dos aiatolás e agravado recentemente pela guerra civil na Síria, onde a república islâmica apoia a ditadura de Bachar Assad e a Arábia Saudita financia grupos rebeldes.

Explosão em mina mata 274 na Turquia

Um acidente causado pela explosão em uma mina de carvão na cidade de Soma, no Oeste da Turquia, no início da tarde de ontem matou pelo menos 274 mineiros, a maioria sufocada pelo gás carbônico.

Pelo menos 120 mineiros continuam presos no interior da mina, admitiu o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, a mais de 2 mil metros de profundidade. O governo está injetando oxigênio para que eles consigam respirar.

A explosão destruiu o sistema elétrico, paralisando os elevadores. Parentes dos mineiros passaram a noite ao redor da mina à espera do resgate, mas foram dispersados pela polícia hoje de manhã sob a alegação de que os protestos dificultam a operação.

Dos 787 mineiros que estavam no local na hora do acidente, 363 foram salvos, informou o ministro das Minas e Energia, Taner Yildiz.

Como os donos da mina são ligados ao Partido da Justiça e do Desenvolvimento, o acidente atinge a popularidade de Erdogan, que pretende lançar nas próximas semanas sua candidatura à Presidência de Turquia na eleição de agosto.

Erdogan enfrentou uma grande onda de protestos contra a destruição de uma área verde no Parque Guézi, em Istambul, a maior cidade turca, iniciada em maio de 2013. A ampla vitória de seu partido, islamita moderado, nas eleições municipais de março de 2014, consolidou sua liderança, com a forte votação no interior neutralizando a rejeição da classe média urbana secularista.

Rússia marcha para a recessão, admite ministro da Economia

Sob pressão das sanções internacionais impostas pelos Estados Unidos e a União Europeia por causa da intervenção na Ucrânia, depois de perder 0,5% no primeiro trimestre de 2014, a economia de Rússia caminha para a recessão neste segundo semestre. A ameaça de novas sanções está afastando os investimentos, admitiu o ministro da Economia, Alexei Uilukaiev.

Em entrevista à imprensa russa na cidade de Kaliningrado, Uilukaiev reconheceu que o país pode entrar em recessão. Pelas previsões do governo, o produto interno bruto deve encolher 0,1% no segundo semestre. Tecnicamente, os economistas consideram que um país está em recessão quando a economia recua durante dois trimestres consecutivos.

O ministro responsabilizou duas altas de juros aprovadas pelo Banco Central desde março para combater a inflação prejudicaram o crescimento da Rússia. A inflação deve chegar a 7,6% e cair para 6,5% no fim do ano.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Tribunal da UE garante direito de ser esquecido

Numa decisão de profundas implicações, a Corte Europeia de Justiça, o tribunal da União Europeia, decidiu hoje em Luxemburgo obrigar o Google a retirar da Internet links relacionando notícias, decisões judiciais e outros documentos ao nome de um cidadão espanhol, em nome do "direito de ser esquecido". Os tribunais decidirão caso a caso.

A partir de agora, qualquer cidadão europeu tem o direito de exigir que links para páginas com informações a seu respeito sejam removidas dos mecanismos de busca da rede mundial de computadores em defesa do direito à privacidade. Os documentos em si não serão removidos.

A decisão vale para todas os sítios de busca da Internet e pode ser um grande problema para as empresas por causa do aumento de custos. Elas não precisam atender a todos os pedidos, mas podem ser processadas com base em leis de proteção de dados pessoais.

"Desde nossa fundação há quase 20 anos, apoiamos uma Internet livre e aberta, não uma ensombrecida pela censura", declarou uma porta-voz do Yahoo.

O processo foi aberto por Mario Costeja González por causa de um anúncio publicado em 1998 anunciando o leilão de um imóvel vendido para cobrir dívidas com a Previdência Social. Como a situação foi resolvida, Costeja alegou ser vítima de uma punição eterna desabonando sua conduta.

Google, Yahoo e outros sítios de busca ainda estão analisando as implicações e esperando para ver como a decisão será aplicada por outros tribunais.

UE amplia lista de russos sancionados

A União Europeia acrescentou mais três nomes à lista de altos funcionários da Rússia responsáveis pela anexação ilegal da província ucraniana da Crimeia.

Eles são:
• Viacheslav Volodin, subchefe da Casa Civil do Kremlin;
• Vladimir Chamanov, comandante das forças aerotransportadas da Rússia; e
• Vladimir Pligin, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Duma do Estado, a Camara dos Deputados da Rússia.

O ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, foi hoje a Kiev, a capital da Ucrânia, para tentar promover uma negociação entre o governo provisório formado depois da revolução de fevereiro e os rebeldes que querem aderir à Rússia.

Hoje o primeiro-ministro interino Arseni Yatseniuk acusou a Rússia de querer transformar a Ucrânia num país falido para lhe negar legitimidade. O boicote às eleições parlamentares e presidencial de 25 de maio de 2014 seria um passo decisivo.

Se o Kremlin e seus aliados impedirem a votação, os Estados Unidos e a UE devem impor novas sanções à Rússia.

China vai construir novo aeroporto para a capital

Para reduzir o congestionamento no aeroporto internacional de Beijim, o governo da China vai construir um novo aeroporto ao sul da capital. O custo está estimado em US$ 13,7 bilhões.

O novo aeroporto será erguido na divisa com a província de Hebei. Será capaz de receber 72 milhões de passageiros e 2 milhões de toneladas de carga por ano.

Produção industrial da China cresce menos

A produção industrial da China registrou uma alta anual de 8,7% em abril de 2014, desacelerando-se em relação ao mês anterior, enquanto as vendas no varejo avançaram 11,9% com a tentativa do governo chinês de aumentar o consumo interno para compensar uma demanda menor por exportações.

O investimento em capital fixo cresceu 17,3% nos primeiros quatro meses do ano, na comparação com o mesmo período em 2013.

Putin vai à China para evitar isolamento

A convite do presidente Xi Jinping, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, vai à China em 20 de maio, anunciou hoje o Kremlin, num momento em que o líder russo procura fugir do isolamento diplomático que as potências ocidentais tentam impor em resposta à intervenção na Ucrânia.

Na pauta, estão acordos de comércio, economia e energia. Como a Rússia quer atrair investimentos chineses para a recém-anexada província da Crimeia, espera que a China não cobre um preço muito alto.

O regime comunista chinês, que luta contra movimentos nacionalistas em Taiwan, no Tibete e na província da Kashgar, não aprovou a realização do referendo usado por Moscou para anexar a Crimeia. Mas os dois regimes autoritários conseguem chegar a um entendimento mínimo quando se trata de fazer oposição aos Estados Unidos e à Europa no cenário internacional, como fizeram no Conselho de Segurança das Nações Unidas, impedindo-o de intervir na guerra civil na Síria.

Se a Europa buscar fontes alternativas ao gás natural russo, a Rússia pode se voltar para a China, grande importadora de energia para manter seu extraordinário crescimento econômico. Isto fortaleceria o eixo Beijim-Moscou também em segurança e defesa. Ao mesmo tempo, a China sabe que o capital e a tecnologia dos EUA são importantes, o que limita a aliança com a Rússia.

Enviado especial da ONU à Síria pede demissão

O ex-ministro do Exterior da Argélia Lakhdar Brahimi está anunciando neste momento sua demissão do posto de enviado especial das Nações Unidas para mediar a paz na Síria por não ter conseguido acabar com a guerra civil que matou mais de 150 mil pessoas em três anos e dois meses.

"Não fomos capaz de fazer nenhum progresso em três anos", lamentou o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, que afirmou haver 2,8 milhões de refugiados que deixaram a Síria. "Não há solução militar."

Brahimi substituiu o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, que fez o primeiro plano de paz, rejeitado pela ditadura de Bachar Assad, que nunca o cumpriu, apostando numa vitória no campo de batalha que hoje parece cada vez mais próxima.

Depois de um ataque com armas químicas na periferia de Damasco, a capital síria, em 21 de agosto de 2013, os Estados Unidos ameaçaram bombardear posições do governo Assad. Com a mediação da Rússia, o regime fez um acordo prometendo entregar todas as armas químicas, o que não fez até hoje, alegando que algumas estão em regiões perigosas por causa do conflito.

Os EUA e seus aliados europeus sempre relutaram em armar os rebeldes temendo que caíssem nas mãos de grupos extremistas muçulmanos. Com o apoio da Rússia, do Irã e da milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), o governo retomou na semana passada o controle da Homs, a terceira cidade do país, que era chamada de "capital dos rebeldes". Agora, concentra os ataques em Alepo, no Norte da Síria.

Enquanto isso, grupos jihadistas se fortalecem no Sul da Síria.

Ex-primeiro-ministro de Israel pega seis anos por corrupção

O ex-primeiro-ministro de Israel Ehud Olmert foi condenado a seis anos de prisão e multa de US$ 290 mil por receber suborno duas vezes num escândalo de corrupção para favorecer a empresa da construção civil Holyland quando era prefeito de Jerusalém, informou o jornal liberal israelense Haaretz.

"Um servidor público que aceita propina é um traidor", declarou na sentença o juiz David Rozen num tribunal de Telavive. Olmert foi denunciado por aceitar US$ 144 mil numa ocasião e US$ 17 mil noutra.

Antes de anunciar o veredito, o juiz elogiou o ex-chefe de governo, descrevendo-o como "impressionante, caloroso, um homem muito inteligente que sabe convencer os outros. É um homem respeitável que deu uma grande contribuição ao país."

Em seguida, condenou Olmert e o ex-secretário de Obras de Jerusalém Uri Sheetrit por "agirem num espaço fechado, escondido do público". E acrescentou: "Mas a putregação que produziram não ficou confinada àquele espaço. (...) Olmert aproveitou sua posição como funcionário público para aceitar quantidades maciças de dinheiro, como está detalhado no processo. (...) Era um homem no topo do mundo - foi primeiro-ministro e acabou condenado criminalmente."

 Sheetrit foi sentenciado a sete anos de cadeia. Olmert divulgou nota dizendo que "este é um dia triste no qual uma sentença injusta e severa foi dada a um inocente". Ele nega esta e outras denúncias de corrupção que forçaram sua demissão da chefia do governo de Israel em 2008.

Sete dos dez réus foram condenados. Eles devem recorrer da sentença.

Clérigo muçulmano defende boicote à eleição no Egito

Um influente clérigo muçulmano nascido no Egito que vive no Catar, Yussef al-Karadawi, defendeu ontem um boicote à próxima eleição presidencial egípcia, acusando o principal candidato, o marechal Abdel Fattah al-Sissi tomou o poder ilegalmente num golpe de Estado em 3 de julho de 2013.

A Arábia Saudita, uma potência regional, está em conflito com o Catar, outra monarquia petroleiro do Golfo Pérsico, por causa do apoio catarino à Irmandade Muçulmana no Egito.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Boko Haram exige libertação de presos para soltar garotas

O grupo terrorista muçulmano Boko Haram divulgou hoje um vídeo com imagens que seriam das 284 estudantes secundaristas sequestradas no Nordeste da Nigéria em 14 de abril de 2014 e exigiu a libertação de todos os presos do grupo para soltá-las.

As imagens mostram jovens cobertas da cabeça aos pés, apenas com o rosto à mostra. O líder do grupo, Abubakar Shekau, afirma no vídeo de 17 minutos divulgado pela televisão árabe Al Jazira que elas se converteram ao islamismo.

Na língua hauçá-fulâni, Boko Haram significa "a educação ocidental é pecaminosa". O movimento existe desde 2001. Com a morte de seu fundador, a partir de 2009, entrou na luta armada. Desde então, sua insurgência causou mais de 3,5 mil mortes. Nos últimos ataques, visou alvos fáceis como terminais de ônibus e agora escolas secundárias para meninas.

Índia conclui votação de maiores eleições da história

Com a votação em 41 distritos dos estados de Bengala Ocidental, Bihar e Uttar Pradesh, a Índia concluiu hoje a maior eleição da história, com mais de 800 milhões de eleitores aptos a votar. O resultado sai na sexta-feira, 16 de maio, e o novo Congresso toma posse em 2 de junho de 2014.

O favorito para ser o próximo primeiro-ministro é Narenda Modi, líder do Partido Bharatiya Janata (BJP, do inglês), nacionalista hindu. Ele enfrentou 41 candidatos na cidade de Varanase, principal foco da votação de hoje, um teste para sua popularidade.

Modi é acusado de sectarismo e de ter insuflado ou tolerado massacres de muçulmanos. Lidera as pesquisas por causa do desgaste do Partido do Congresso com a crise internacional, que reduziu o crescimento anual da economia indiana de cerca de 9% para 5%.

Durante as seis semanas de votação, nos 502 distritos que haviam votado antes, o comparecimento às urnas foi de 66%, acima do recorde de 64% registrado nas eleições de 1984 e 1985. Por causa do tamanho do eleitorado, o governo indiano distribui as eleições por nove dias de votação. Assim, pode mobilizar o Exército para garantir a segurança.

Pelo critério de paridade do poder de compra, a Índia acaba de ser considerada pelo Banco Mundial como a terceira maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China.

Álcool matou 3,3 milhões de pessoas em 2012

Mais 3,3 milhões pessoas morreram em 2012 devido ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas, por causas que vão da violência ao câncer, advertiu hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS), apelando aos governos do mundo inteiro para que tomem medidas e façam campanhas para atacar o problema.

"É preciso fazer mais para proteger as populações das consequências negativas do consumo de álcool. Não há espaço para a complacência", afirmou Oleg Chestnov, especialista em doenças crônicas e saúde mental da OMS, citado pela agência de notícias Reuters.

Entre as propostas, estão aumentos de impostos e da idade mínima para beber, e uma regulamentação mais rigorosa da propaganda.

De acordo com o relatório, cada pessoa de 15 anos ou mais bebe em média 6,2 litros de álcool por ano; no Brasil, são 8,7 litros por pessoa. Como menos da metade (38,3%) da população bebe, a média mundial sobe para 17 litros por pessoa.

O maior consumo está na Europa. Nos últimos cinco anos, ficou estável na Europa, na África e na América. Cresceu na Ásia. Outro estudo divulgado no início do ano indicou que 25% dos homens russos morrem antes de completar 55 anos, principalmente por abusar do álcool. Alguns citados na pesquisa tomaram três garrafas de vodca ou mais numa semana.

No mundo inteiro, "16% dos que ingerem bebidas alcoólicas o fazem episodicamente em grandes quantidades", derrubando um copo atrás do outro, bebendo até cair ou de ficar perto de perder a consciência, "o que é mais prejudicial à saúde", declarou Shekhar Saxena, diretor da OMS para doenças mentais e abuso de drogas.

O alcoolismo aumenta o risco de sofrer de mais de 200 doenças. As pessoas mais pobres, que têm menos acesso a serviços de saúde, são as mais afetadas.

Rússia ameaça cortar suprimento de gás à Ucrânia

A empresa estatal russa Gazprom vai suspender o fornecimento de gás natural à Ucrânia a partir de 2 de junho de 2014, se o governo de Kiev não pagar contas atrasadas, advertiu hoje seu diretor-presidente, Alexei Miller.

Depois de novos cálculos, Miller afirmou que a Ucrânia deve mais de US$ 3,5 bilhões à Rússia. Há poucas semanas, a dívida era de US$ 2,2 bilhões. A conta será apresentada amanhã.

O primeiro-ministro da Rússia, Dimitri Medvedev, declarou que não vê intenção do governo interino ucraniano de pagar a dívida.

Festival de Cinema Chinês começa hoje em Paris

A atriz Catherine Deneuve é a candidata de honra do 4º Festival do Cinema Chinês na França, que será realizado de hoje até 24 de junho de 2014 em Paris, Estrasburgo, Marselha, Lyon, Biarritz, Cannes e na Ilha da Reunião.

Com uma dúzia de filmes, todos inéditos, de gêneros diferentes para expressar a diversidade da cultura chinesa, esta edição do festival celebra os 50 anos de relações entre a França e a República Popular da China.

domingo, 11 de maio de 2014

Moldova apreende listas de quem pede intervenção russa

A ex-república soviética da Moldova confiscou uma série de caixas com listas de assinaturas de residentes da Transnístria que querem uma intervenção militar de Moscou para que a região seja anexada à Rússia.

As caixas estavam em Quixinau, a capital da Moldova (antiga Moldávia), a bordo de um avião russo que levava o vice-primeiro-ministro Dimitri Rogozin, depois de uma visita à região separatista para festejar o Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, na última sexta-feira.

Tanto a Romênia quanto a Ucrânia proibiram a passagem do avião de Rogozin por seus espaços aéreos.

Até hoje, nenhuma ex-república soviética conseguiu se libertar totalmente do jugo do Kremlin. A Ucrânia faz sua segunda revolução e está sob virtual intervenção militar da Rússia.

Rebeldes russos cantam vitória em referendos na Ucrânia

Os rebeldes pró-Rússia da autoproclamada República Popular de Donetsk afirmaram hoje que 89% dos eleitores aprovaram a independência de sua região no Leste da Ucrânia, embora nem o Kremlin reconheça a legitimidade da consulta popular.

Também houve votação em Luhansk, onde os separatistas aliados a Moscou também organizaram o referendo, realizaram a votação, apuraram o resultado e se declararam vencedores. Agora, tanto em Donetsk quanto em Luhansk, pretendem formar seus próprios exércitos e declarar os ucranianos estrangeiros.

Talvez não seja suficiente para tomar o poder, mas vai atrapalhar ou até inviabilizar as eleições parlamentares e presidencial convocadas para 25 de maio na Ucrânia.

Pelos dados do comitê eleitoral de Donetsk, que não tem a menor credibilidade, 75% dos 3 milhões de eleitores aptos a votar compareceram às urnas hoje. Os números contrariam inteiramente as pesquisas de opinião realizadas no Leste da Ucrânia, onde cerca de 70% dos entrevistados manifestaram a intenção de permanecer sendo ucranianos.

A revolta da minoria russa, insuflada diretamente pelo homem-forte do Kremlin, Vladimir Putin, começou depois da queda do presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, em fevereiro de 2014. No fim daquele mês, milicianos russos ocuparam o Parlamento Regional da Crimeia e convocaram um referendo que, em 16 de março, aprovou a anexação à Rússia.

No início de abril, o movimento chegou ao Leste da Ucrânia, onde a maioria da população é étnica e linguisticamente russa, mas, de acordo com as pesquisas, não quer aderir à Rússia.

Depois de fomentar a revolta para desestabilizar o governo provisório da Ucrânia e sabotar as eleições convocadas para 25 de maio, na semana passada, Putin desautorizou os referendos convocados pelos separatistas. Como quer manter a influência sobre toda a Ucrânia, especialmente sobre Kiev, o presidente da Rússia não tem interesse na divisão do país além da anexação da Crimeia.

Os Estados Unidos lamentaram que a Rússia não tenha usado sua influência sobre os rebeldes para evitar a realização dos referendos. Tropas russas voltaram a se concentrar junto à fronteira da Ucrânia, algumas com uniforme das forças de paz das Nações Unidas.

Só o Conselho de Segurança da ONU podem autorizar o envio de missões de paz. Se os russos invadirem sem aprovação da ONU, será uma intervenção militar.