O ex-primeiro-ministro de Israel Ehud Olmert foi condenado a seis anos de prisão e multa de US$ 290 mil por receber suborno duas vezes num escândalo de corrupção para favorecer a empresa da construção civil Holyland quando era prefeito de Jerusalém, informou o jornal liberal israelense Haaretz.
"Um servidor público que aceita propina é um traidor", declarou na sentença o juiz David Rozen num tribunal de Telavive. Olmert foi denunciado por aceitar US$ 144 mil numa ocasião e US$ 17 mil noutra.
Antes de anunciar o veredito, o juiz elogiou o ex-chefe de governo, descrevendo-o como "impressionante, caloroso, um homem muito inteligente que sabe convencer os outros. É um homem respeitável que deu uma grande contribuição ao país."
Em seguida, condenou Olmert e o ex-secretário de Obras de Jerusalém Uri Sheetrit por "agirem num espaço fechado, escondido do público". E acrescentou: "Mas a putregação que produziram não ficou confinada àquele espaço. (...) Olmert aproveitou sua posição como funcionário público para aceitar quantidades maciças de dinheiro, como está detalhado no processo. (...) Era um homem no topo do mundo - foi primeiro-ministro e acabou condenado criminalmente."
Sheetrit foi sentenciado a sete anos de cadeia. Olmert divulgou nota dizendo que "este é um dia triste no qual uma sentença injusta e severa foi dada a um inocente". Ele nega esta e outras denúncias de corrupção que forçaram sua demissão da chefia do governo de Israel em 2008.
Sete dos dez réus foram condenados. Eles devem recorrer da sentença.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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