sábado, 30 de novembro de 2019

Historiador de presidentes prevê colapso do apoio a Trump

O historiador Douglas Brinkley, especializado em presidentes dos Estados Unidos, previu ontem o colapso do apoio ao presidente Donald Trump à medida que foram surgindo novas revelações nas comissões de inquérito da Câmara dos Representantes para a abertura de um processo de impeachment.

Na sua opinião, o inquérito "mostra a vocês como é grave o problema em que Trump se meteu. Quero dizer, que 50% do país quer não apenas um processo de impeachment, mas o afastamento do presidente, e o jogo ainda não se acelerou muito ainda", declarou Brinkley à rede de televisão americana CNN, onde participa regularmente dos debates.

Talvez o precedente histórico não se aplique. A grande maioria dos eleitores do Partido Republicano apoia Trump e se informa através de meios de comunicação como a Fox News, que o apoia incondicionalmente.

Quando Richard Nixon renunciou, em 1974, para escapar do impeachment no Escândalo de Watergate, os americanos liam e viam quase todos os mesmas notícias. Hoje, estamos na era da desinformação, da pós-verdade e das notícias falsas que infestam as redes sociais. Trump tem à disposição na Fox News uma fábrica de mentiras.

Se o eleitorado republicano não mudar de posição, os senadores do partido não vão abandonar o presidente. O impeachment exige os votos mais de dois terços ou 67 senadores. Para afastar Trump, serão necessários os votos de pelo menos 20 senadores republicanos.

Trump segurou uma ajuda militar de US$ 391 milhões à Ucrânia para pressionar o presidente Volodymyr Zelensky a investigar os negócios do filho do ex-vice-presidente Joe Biden, favorito no momento para ser o candidato do Partido Democrata na eleição presidencial de 2020. Abusou do poder ao usar a política externa dos EUA para benefício próprio e perseguir um adversário político, colocando em risco a segurança nacional.

Durante este fim de semana o presidente da Comissão de Inteligência da Câmara, Adam Schiff, está "preparando um relatório com um sumário das provas descobertas até agora que será enviado para a Comissão de Justiça logo que o Congresso voltar do recesso do feriado do Dia Nacional de Ação de Graças", o dia em que os peregrinos do navio May Flower por terem sobrevivido no primeiro ano da colonização.

O relatório descreve, entre outros detalhes "um esforço de meses em que o presidente Donald Trump quis de novo a interferência estrangeira em nossas eleições para seu benefício político e pessoal às custas do interesse nacional" e "uma campanha sem precedentes de obstrução num esforço para impedir os comitês de obter testemunhos e provas documentais."

A Comissão de Justiça também investiga dez casos apontados como possível obstrução de justiça no relatório do procurador especial Robert Mueller sobre a interferência indevida da Rússia na eleição presidencial de 2016 nos EUA para ajudar Trump a derrotar a ex-secretária de Estado Hillary Clinton.

Estado Islâmico reivindica autoria do ataque a facadas em Londres

A organização terrorista Estado Islâmico reivindicou hoje a responsabilidade pelo ataque terrorista de ontem na Ponte de Londres, quando Usman Khan, um condenado que estava em liberdade condicional, esfaqueou cinco pessoas, matando duas, até ser contido por populares e morto pela polícia.

Até agora, a polícia acredita que Khan agiu sozinho. Como foi preso e condenado por conspiração para cometer atentados terroristas pela rede Al Caeda, era um dos 20 mil suspeitos de jihadismo vigiados pela polícia no Reino Unido.

O atentado foi descrito como uma vingança pela morte do líder do Estado Islâmico, Abu Baker al-Baghdadi, em 26 de outubro de 2019, numa operação de comandos de elite da força Seals, da Marinha dos Estados Unidos.

Pelo menos 40 mil estrangeiros de 120 países aderiram ao califado do Estado Islâmico, enquanto o grupo controlava uma área do tamanho do Reino Unido no Iraque e na Síria. Muitos estão voltando para casa radicalizados e prontos a cultivar sua ideologia assassina e cometer atentados contra os países que destruíram o pesadelo do califado.

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Primeiro-ministro do Iraque cai em meio a revolta com 350 mortes

Sob pressão do principal líder religioso do Iraque, o grão-aiatolá Ali al-Sistani, por causa de uma revolta popular com 350 mortes, o primeiro-ministro Adel Abdul Mahdi vai apresentar amanhã sua renúncia à Assembleia Nacional. 

Sua queda atende a uma das exigências dos manifestantes que saem às ruas desde 1º de outubro em protesto contra a corrupção, o desemprego, a miséria, a péssima qualidade dos serviços públicos e a crescente influência do Irã.

Com a repressão violenta das forças de segurança e o grande número de mortos, o governo perdeu toda legitimidade. Depois de mais 35 mortes ontem, a situação se tornou insustentável. 

A declaração do aiatolá foi o empurrão final num governo medíocre que durou um ano e um mês. Ontem, a violência começou com um ataque ao Consulado Iraniano na cidade de Najaf e logo se espalhou pelo Sul do Iraque, onde a grande maioria da população é muçulmana xiita. Meu comentário:

Terrorista esfaqueia cinco pessoas e mata duas em Londres

Pelo menos cinco pessoas foram feridas a faca por volta das 14 horas de hoje pela hora local (11h em Brasília) na região da Ponte de Londres, no centro da capital do Reino Unido. Duas morreram. Cidadãos que estavam na ponte dominaram o agressor. 

A polícia do centro financeiro da cidade reagiu rapidamente e baleou o terrorista quando percebeu que ele poderia carregar explosivos junto ao corpo. Mas o colete para suicídio como homem-bomba era falso.

Uma testemunha ouvida pela rádio e televisão pública BBC contou que "estava num ônibus na Ponte de Londres quando o motorista freou bruscamente porque pessoas corriam na ponte. Vi que várias pessoas se batiam e percebi que era a polícia tentando controlar um homem grande barbudo. Eu estava com meu bebê e me escondi atrás da escada dos fundos. Em seguida, ouvi duas detonações e pensei que eram tiros."

Logo depois, ela viu "um homem caído no chão. Ele tinha uma veste sob um manto. Não sei se era um colete a prova de bala ou uma espécie de veste explosiva. (...) Houve pânico dentro do ônibus."

Tanto o primeiro-ministro Boris Johnson quanto o líder da oposição, Jeremy Corbyn agradeceram à reação rápida da Polícia Metropolitana da Grande Londres, um braço da Scotland Yard.

O país está em campanha para as eleições gerais de 12 de dezembro e o terrorismo dos extremistas muçulmanos é mais um tema candente para a campanha, que gira em torno da Brexit, a saída britânica da União Europeia.

No mundo inteiro, as autoridades esperam retaliações da organização terrorista Estado Islâmico pela morte de seu líder, Abu Baker al-Baghdadi, em 26 de outubro deste ano, numa operação militar dos Estados Unidos na Síria.

Mais tarde, a polícia identificou o terrorista como Usman Khan, que havia sido condenado por uma conspiração para explodir bombas em Londres e estava em liberdade condicional com tornozeleira.

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

México vai muito além da fronteira com os EUA

A fronteira entre os Estados Unidos e o México é um lugar de grande importância histórica, econômica, política e cultural que não pode ser dividido nem mesmo pelo muro proposto pelo presidente Donald Trump. 

A fronteira demarca a divisão política e militar, mas não define as relações econômicas e culturais, observa um ensaio da empresa de consultoria e análise estratégica americana Stratfor. Onde há tamanha integração econômica e cultural, sempre há movimento de pessoas. 

Os EUA são um país construído por imigrantes. A migração veio em ondas. Por razões políticas, econômicas e religiosas, milhões acreditaram na promessa de uma vida melhor, de construir uma Nova Jerusalém no Novo Mundo.

Os peregrinos do navio May Flower, que chegaram em 1620, fugiam das guerras religiosas na Europa. Os centro-americanos que formam caravanas hoje fogem da miséria e da violência criminal em seus países de origem. 

Os EUA não seriam o que são sem a enorme contribuição dos estrangeiros, hoje estigmatizados pelo ultranacionalismo e o isolacionismo de Trump, ele mesmo descendente de alemães e escoceses. Sua presença foi inestimável na construção do país. Mas cada nova onda de imigrantes provocou repúdio de quem já estava lá. 

A palavra imigrante tem dois sentidos. Serve para se referir aos estrangeiros que vivem no país e às comunidades linguística e culturalmente distintas que vivem nos Estados Unidos.

Na história do país, houve os imigrantes voluntários da Europa e da Ásia e os africanos levados como escravos. Os colonos europeus derrotaram e submeteram os índios, que por sua vez haviam disputado o território com outras tribos. Meu comentário:

Uruguai confirma oposicionista Lacalle Pou como presidente eleito

A Justiça Eleitoral do Uruguai confirmou hoje a vitória do candidato oposicionista Luis Alberto Lacalle Pou, do Partido Nacional (blanco), no segundo turno da eleição presidencial, realizado no domingo passado, sobre Daniel Martínez, da Frente Ampla, que ficou 15 anos no poder. 

Como a diferença entre os dois candidatos era de menos de 30 mil votos, as autoridades preferiram revisar todos os "votos observados", dados fora das zonas eleitorais onde os eleitores estavam inscritos. O resultado final sai no sábado.

Numa rede social, Lacalle Pou agradeceu o apoio a todos os partidários. No domingo, ele declarou-se vencedor e fico esperando a manifestação do adversário, que só saiu hoje. Também no Twitter, Martínez reconheceu a derrota. A vantagem de apenas 1% ficou muito abaixo dos 5 pontos percentuais indicados pelas pesquisas de opinião.

Lacalle Pou, filho do ex-presidente Luis Alberto Lacalle (1990-95), chega ao poder na segunda tentativa, depois de perder para o atual presidente, Tabaré Vázquez, no segundo turno da eleição de 2014.

Ele toma posse em março de 2020 para cumprir um mandato de cinco anos sem direito à reeleição. Seus maiores desafios serão aumentar a segurança pública e impulsionar a economia, estagnada sob o peso das crises econômicas na Argentina e no Brasil.

Etiópia reduz burocracia para atrair investimentos em mineração

O governo da Etiópia prometeu reduzir barreiras protecionistas para atrair investimentos estrangeiros para o setor de mineração. É mais uma medida liberalizante do presidente Abiy Ahmed, ganhador do Prêmio Nobel da Paz deste ano por acabar com a guerra com a Eritreia.

Embora não se conheçam os detalhes da proposta, faz parte de uma ampla política de liberalização e abertura de vários setores da economia ao capital estrangeiro. A mineração é o último setor de uma abertura que começou por telecomunicações, logística e finanças.

A Etiópia, um dos países que mais cresceram no mundo nos últimos anos, têm grandes jazidas de ouro e outros metais preciosos, mas barreiras tarifárias e a incerteza política afastaram possíveis investimentos de grande empresas transnacionais.

Com a abertura política, a libertação de presos de consciência e a legalização de partidos e movimentos antes clandestinos, aumentaram as pressões separatistas de minorias étnicas, como é comum na África. Abiy Ahmed precisa fortalecer a economia e aumentar o bem-estar social para consolidar o poder.

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Rotular máfias do tráfico de terroristas não acaba com o problema

O presidente Donald Trump anunciou ontem a intenção de considerar terroristas as grandes organizações criminosas do México que traficam drogas para os Estados Unidos. Na prática, é improvável que a medida mude a realidade na fronteira entre os dois países.

Com muro ou sem muro, o contrabando através da fronteira com o México não vai acabar enquanto houver um grande mercado nos Estados Unidos, com drogas indo para o norte e dólares e armas indo para o sul.

A relação entre os dois países é longa e tumultuada. Os Estados Unidos tomaram metade do território mexicano em guerras no século 19. Ficou uma eterna suspeita no México de que os americanos estão sempre prontos a violar sua soberania.

A maioria dos mexicanos vê as ações do presidente Donald Trump como ofensivas, prepotentes e eleitoreiras. Quando lançou sua candidatura à Casa Branca, em 16 de junho de 2015, Trump acusou os imigrantes ilegais mexicanos de serem traficantes, assassinos e estupradores.

Trump prometeu construir um muro na fronteira com o país, aliado no Acordo de Livre Comércio da América do Norte, e afirmou que o México pagaria pelo muro, levando o ex-presidente Vicente Fox a xingá-lo publicamente. Meu comentário:

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Violência no Congo suspende ações de ajuda humanitária contra ebola

A violência de uma guerra civil sem fim levou grupos de ajuda humanitária a suspender a luta contra a epidemia do vírus ebola na República Democrática do Congo, no Centro da África. Uma nova explosão de violência na cidade de Beni obrigou as agências a paralisar temporariamente o trabalho, noticiou hoje a agência Associated Press (AP).

A paralisação das atividades das equipes de emergência aumenta o risco de que a doença se espalhe pela República Democrática do Congo e países vizinhos. A violência de grupos armados irregulares também perturba os transportes e as comunicações na região, que faz fronteira com Uganda e Ruanda. As diversas milícias devem aproveitar a situação caótica para realizar novos ataques.

A epidemia mais recente de ebola começou em agosto de 2018. Desde então, mais de duas mil e cem pessoas morreram. É a segunda pior epidemia até hoje, atrás apenas da epidemia que atingiu a África Ocidental de 2013 a 2016, matando 11 mil 323 pessoas, a grande maioria na Guiné, na Libéria e em Serra Leoa. Estes três países são pobres, mas estavam em paz, ao contrário do Congo. Meu comentário:

Uber perde licença para operar em Londres mas pode recorrer

A Uber perdeu ontem o direito de operar em Londres, seu maior mercado na Europa. As autoridades reguladoras da capital do Reino Unido veem problemas de segurança porque motoristas não autorizados estavam usando o aplicativo para pegar passageiros. Ainda cabe recurso e a empresa pode continuar operando enquanto aguarda uma decisão final.

Transporte para Londres (TfL), o órgão regulador, descobriu 14 mil casos entre o fim de 2018 e o início de 2019 de motoristas não autorizados que colocaram suas fotos nas plataformas on-line da Uber e pegaram passageiros na rua ilegalmente usando este artifício.

Outro problema identificado foi de motoristas que deixaram parentes e amigos pegar passageiros em seu nome. A possibilidade de manipulação do aplicativo atinge em cheio o modelo de negócios da Uber. A empresa prometeu a TfL acabar com as contas não autorizadas no último verão, mas as autoridades não ficaram satisfeitas.

Em todas as 14 mil corridas irregulares, motoristas e passageiros não estavam cobertos por seguro. Dois dos 43 motoristas envolvidos não tinham carteira de habilitação nem tiveram os antecedentes criminais examinados. Pelo menos um motorista estava com a carteia cassada.

O modelo de negócios da Uber foi abalado pela decisão da Justiça da Califórnia de considerar os motoristas empregados, com todos os direitos trabalhistas. Agora, mais importante é ver se estes problemas se repetem em todos os mercados onde a empresa opera. Isto exigiria uma reformulação geral da empresa.

Na Bolsa de Nova York, as ações da Uber caíram 1,5% na segunda-feira. Desde a oferta inicial, em maio, o valor de mercado da empresa caiu mais de 25%. Em agosto, a Uber acusou um prejuízo trimestral de US$ 5,2 bilhões, seu maior até hoje, atribuído aos custos da oferta inicial de ações e ao aumento da competição.

Em 2018, 24% dos US$ 9,96 bilhões faturados pela Uber vieram de cinco grandes metrópoles: Nova York, Los Angeles, São Francisco, Londres e São Paulo. Ao todo, a empresa tem 3,5 milhões de motoristas, sendo 45 mil em Londres.

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Comércio internacional sofreu forte queda em setembro

Uma forte baixa no comércio global em setembro reduz as chances de uma retomada mais forte da economia internacional, abalada pela guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, parte de uma confrontação estratégica pela supremacia mundial que deve durar décadas.

O volume global do comércio exterior caiu 1,3 por cento em setembro em relação a agosto, depois de uma pequena expansão de meio por cento em agosto. A queda de setembro anulou os ganhos dos dois meses anteriores, quando havia uma expectativa de que as duas maiores economias do mundo chegariam logo a um acordo preliminar.

“Enquanto as negociações permaneceram com perspectivas no máximo mistas, o comércio continuará travado”, comentou o economista Timme Spakman, do banco ING.

Em relação ao ano passado, o comércio em setembro foi 1,1 por cento menor do que em setembro de 2019. Foi o quarto mês seguido em que a comparação anual registrou queda.

Os principais responsáveis foram os Estados Unidos e a China. Em setembro, o volume de importações dos Estados Unidos caiu 2,1 por cento relação a agosto. Na China, a baixa foi de 6,9 por cento.Meu comentário:

Likud vai colocar liderança de Netanyahu em votação

O partido conservador Likud vai realizar uma eleição primária dentro de seis semanas diante do desafio do ex-deputado Gideon Saar à liderança do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, denunciado criminalmente por fraude e corrupção na semana passada.

A decisão do partido reflete a tensão para que Netanyahu deixe a vida pública depois da denúncia do procurador-geral. Mesmo que vença, o primeiro-ministro pode sair enfraquecido para disputar as próximas eleições.

Israel realizou duas eleições gerais neste ano, em 9 de abril e 17 de setembro, sem que nenhuma das duas grandes alianças conseguisse maioria absoluta na Knesset, o parlamento israelense, de 120 cadeiras. As próximas eleições devem ser realizadas no início de 2020.

domingo, 24 de novembro de 2019

Centro-direitista Lacalle Pou se considera presidente eleito do Uruguai

Num disputa muito mais apertada do que previam as pesquisas, com 99% das urnas apuradas no segundo turno da eleição presidencial no Uruguai, o centro-direitista Luis Alberto Lacalle Pou, do Partido Nacional (blanco), tem uma pequena vantagem de 48,76% a 47,46% para Daniel Martínez, da Frente Ampla, de esquerda, que governa o país desde 2005.

Lacalle Pou, filho do ex-presidente Luis Alberto Lacalle, se considera vencedor e espera um telefonema do adversário reconhecendo a derrota, mas Martínez ainda não admite que perdeu, informou o jornal El Observador. Mas o Tribunal Eleitoral declarou que o resultado oficial pode sair só na quinta ou na sexta-feira.

No segundo turno, Lacalle Pou recebeu o apoio de uma aliança de cinco partidos de direita, inclusive o Colorado e o Cabildo Aberto, do ex-comandante do Exército Guido Manini Ríos, que fez uma declaração pública de repúdio à esquerda criticada pelos políticos. As pesquisas lhe davam em média uma vantagem de cinco pontos percentuais.

Às 23h30 em Montevidéu, mesmo hora de Brasília, Martínez fez um pronunciamento depois de falar com a Justiça Eleitoral: "O que está claro é que, não importa quem ganhe, não vai chegar a 50%. Isto obriga a fazer entendimentos para lutar por um só país. Agora, não resta mais do que esperar", concluiu, deixando claro que pretende aguardar o resultado oficial.

No momento, a vantagem de Lacalle Pou é de cerca de 30 mil votos, menos do que o número de "votos observados". Estes são votos de pessoas que não cumpriram alguma exigência para participar da eleição, mas foram autorizadas a votar e seus votos devem ser revisados.

Por este motivo, o presidente do Tribunal Eleitoral, José Arocena, acredita que só será possível anunciar o resultado oficial na quinta ou na sexta-feira. O novo presidente toma posse em março de 2020 para um mandato de cinco anos sem direito à reeleição na próxima eleição.

O Uruguai é o país mais democrático e menos corrupto da América Latina. Ao contrário de outros países, a transição de governo não apresenta qualquer risco. Foi pioneiro em previdência social, divórcio, aborto, união estável entre pessoas do mesmo sexo, adoção de crianças por casais homossexuais e legalização da maconha.

Candidatos pró-democracia obtêm ampla vitória em Hong Kong

Os candidatos a favor da democracia conquistaram ampla maioria nas eleições distritais em Hong Kong realizadas neste domingo. Antes do final da apuração, tinham 283 cadeiras contra 42 para candidatos apoiados pelo regime comunista da China, de um total de 452 cadeiras em disputa por 1.104 candidatos. Vão controlar 12 das 18 câmaras distritais do território.

As câmaras distritais tratam de questões locais, como poluição sonora e horário de funcionamento de bares e restaurantes. Mesmo assim, este resultado é interpretado como apoio às manifestações de protestos contra a crescente interferência de Beijim no território. que na prática paralisam Hong Kong desde 9 de junho.

Mais de 2,9 milhões de pessoas votaram. O comparecimento às urnas, de 71,2%, foi recorde para todas as eleições em todo o território.

As eleições distritais são as mais democráticas de Hong Kong, um território considerado uma zona administrativa especial dentro da República Popular da China. No Conselho Legislativa, o parlamento de Hong Kong, metade dos deputados são eleitos pelo voto popular e os outros indicados por grupos de interesse, especialmente empresário. O governador é escolhido por uma assembleia de 1,2 mil pessoas, a maioria leal ao regime comunista chinês.

Os protestos começaram contra um projeto de lei para autorizar a extradição de residentes em Hong Kong para responder a processos na China continental. Logo, cresceram e os manifestantes passaram a exigir eleições diretas para governador e para o Conselho Legislativo.

A governadora Carrie Lam, acusada pelos manifestantes por causa da violência policial, ofereceu sua renúncia, mas o governo chinês não aceitou. Entende que a concessão seria uma vitória dos manifestantes. Com mais de 80% de rejeição, Carrie Lam é a governante mais impopular da história de Hong Kong.

sábado, 23 de novembro de 2019

Exército sai às ruas para conter manifestações na Colômbia

O presidente conservador Iván Duque decretou toque de recolher noturno ontem em Bogotá a partir das 21 horas (23h em Brasília), convocou o Exército para patrulhar as ruas junto com a polícia para garantir a ordem pública e anunciou um diálogo social, mas não esclareceu que reformas vai propor.

Na quinta-feira, durante uma greve geral, mais de um milhão de pessoas protestaram nas ruas contra as reformas previdenciária e trabalhista. Houve cenas de vandalismo em Bogotá, Cáli e Barranquilla. Pelo menos 146 pessoas foram presas.

Ontem, houve panelaços em parte da capital e confrontos entre manifestantes e a polícia, saques e vandalismo. Ao todo, 76 estações do Transmilênio, um veículo leve sobre pneus que é o principal meio de transporte público da capital colombiana, foram vandalizadas 79 ônibus foram destruídos.

"Temos uma horda de delinquentes que destroem os bens de todos os cidadãos, que saqueiam e roubam, que querem acabar com a cidade. São uma minoria", afirmou o prefeito verde, liberal e radical de Bogotá, Enrique Peñalosa.

O presidente se reuniu com um gabinete de crise, visitou o posto de comando unificado das forças de segurança e pediu aos prefeitos de toda a Colômbia para manter a ordem com decretação de lei seca e e toque de recolher noturno onde for necessário.

"Devemos rechaçar categoricamente qualquer forma de violência", declarou Duque em pronunciamento na televisão sexta-feira à noite. Desde 1977, o Exército não saía às ruas para garantir a lei e a ordem. Lutava contra grupos guerrilheiros.

Em 2016, o governo Juan Manuel Santos assinou um acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). O Exército de Libertação (ELN) ainda está em atividade. Pode cometer atentados isolados, mas não representa uma grande ameaça.

Com a paz, tão rara na história da Colômbia, afloraram as reivindicações sociais em uma sociedade conservadora e oligárquica, com impressionante histórico de violência.

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Trump reduz a importância dos EUA no mundo

Enquanto os Estados Unidos discutem o processo de impeachment, o presidente Donald Trump dobra a aposta no unilateralismo e no isolacionismo, apequena a política externa do país, abdica da liderança americana e torna o mundo mais instável e perigoso. A análise é do jornalista Fareed Zakaria, da rede de televisão americana CNN, em coluna publicada no jornal The Washington Post.

Ontem, a principal especialista em Rússia do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Fiona Hill, declarou à comissão de inquérito do impeachment na Câmara dos Representantes de que a alegação de que a Ucrânia tentou manipular as eleições americanas em 2016 é uma ficção espalhada pelos serviços secretos da Rússia para encobrir sua própria culpa.

Seu uso no debate político interno diminui os Estados Unidos e faz o jogo do ditador russo, Vladimir Putin, um dos grandes inimigos da democracia hoje no mundo inteiro. Trump repetiu o argumento falso hoje em entrevista à Fox News, o canal de televisão que cria inventa sua própria realidade e faz propaganda do presidente todo o tempo.

A política externa de Trump não é primeiro os Estados Unidos, é primeiro ele mesmo. Meu comentário:

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Coreia do Norte rompe diálogo com EUA e Coreia do Sul

Sem avanço nas negociações de paz, o ditador da Coreia do Norte retoma as provocações e rompe o diálogo com os Estados Unidos e a Coreia do Sul - e deve iniciar uma nova rodada de provocações.

--> O ditador norte-coreano, Kim Jong Um, rejeitou um convite do presidente sul-coreano, Moon Jae In, para participar da reunião de cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático, a ASEAN, a ser realizada em Busan, na Coreia do Sul, de 25 a 27 de novembro. A notícia saiu hoje no jornal The Korean Times. 

Kim justificou a recusa citando uma suposta deterioração das relações entre as duas Coreias e acusou a Coreia do Sul de não cumprar as promessas feitas em encontros de cúpula anteriores.

Três dias atrás, o ditador declarou não estar interessado em novo encontro com o presidente Donald Trump. No domingo, Trump disse no Twitter que veria Kim em breve. O ditador norte-coreano respondeu: “Não queremos encontros dos quais não tiramos nada.” Meu comentário:

Presidente da Bolívia envia projeto para convocar nova eleição

A presidente interina Jeanine Áñez enviou ontem à Assembleia Legislativa Plurinacional, o parlamento da Bolívia, um projeto de lei para anular a eleição presidencial de 20 de outubro e preparar uma nova eleição, noticiou o jornal boliviano La Razón

O anúncio foi feito pela própria presidente ao lado do ministro da Justiça, Álvaro Coimbra, no Palácio Queimado, em La Paz. Pela manhã, 26 dos 35 países-membros da Organização dos Estados Americanos (OEA), inclusive o Brasil, haviam recomendado a convocação imediata da eleição para pacificar o país.

A proposta tem três objetivos centrais. Primeiro, anula a eleição presidencial de 20 de outubro de 2019 com base nas denúncias de fraude apresentadas em relatório de auditoria da OEA, como urnas sem abstenções, urnas em que todas as cédulas foram preenchidas pela mesma pessoa e fraude eletrônica na transmissão dos resultados para o Tribunal Supremo Eleitoral.

Em segundo lugar, convoca novas eleições gerais. E, em terceiro lugar, dispõe sobre a escolha de novos juízes para o TSE e os tribunais eleitorais departamentais dentro de 15 dias a partir da aprovação da lei. Caberá, então, às novas autoridades eleitorais, marcar a data da eleição.

"Queremos que se considere um documento-base para gerar um consenso nacional, que seja produto do consenso de todos os bolivianos", declarou a presidente interina.

Jeanine Áñez era segunda vice-presidente do Senado. Com a renúncia coletiva do presidente Evo Morales, do vice-presidente Álvaro García Linera e dos presidentes e vice-presidentes da Câmara e do Senado, em meio a uma revolta popular contra a fraude eleitoral, ela assumiu o poder. Mas a aprovação do projeto depende do Movimento ao Socialismo (MAS), o partido de Morales.

Do exílio na Cidade do México, o ex-presidente foi acusado de incitar à revolta popular e de apoiar um cerco para deixar La Paz sem alimentos e combustíveis, forçando assim sua volta ao poder. Como a Assembleia Legislativa não aceitou oficialmente a carta de renúncia, Morales e García Linera ainda se consideram presidente e vice.

Ambos alegam ter sido vítimas de um golpe porque o comandante das Forças Armadas e a Central Operária Boliviana (COB) "sugeriram" ao presidente que renunciasse para evitar um conflito ainda maior e um banho de sangue.

Desde a eleição de 20 de outubro, pelo menos 26 pessoas foram mortas pela violência política na Bolívia, sendo três ontem, quando o Exército rompeu o bloqueio à refinaria de Senkata, que abastece La Paz, e advertiu que não vai tolerar tentativas de ocupação.

Morales deu três golpes. Primeiro, ignorou a derrota no plebiscito constitucional de 2016 e recorreu a uma Corte Suprema aliada para concorrer a um quarto mandato quando a Constituição aprovada por sua iniciativa só permite dois mandatos.

Depois, fraudou a eleição presidencial. A apuração foi interrompida duas vezes quando tudo indicava que haveria segundo turno contra o ex-presidente Carlos Mesa e a Justiça Eleitoral amiga proclamou a reeleição de Morales.

Se a renúncia sob pressão do general Williams Kaliman pode ser considerada tecnicamente um golpe de Estado, como alegou o ministro do Exterior do México, Marcelo Ebrard, ao conceder asilo a Morales, na prática, foi no máximo um contragolpe.

A renúncia coletiva, não deixando ninguém do partido majoritário para tomar conta das instituições, deixando o Estado boliviano acéfalo, sem qualquer liderança, foi um ataque às instituições democráticas, uma aposta no caos para voltar ao poder nos braços do povo.

Então, se houve golpe, foi em defesa da democracia, que está ameaça do ambiente ultrapolarizado criado por Evo Morales. No balanço geral, ele fez um bom governo, com crescimento econômico de quase 5% ao ano na média desde 2006, mas não formou novos líderes para sucedê-los e não soube deixar o poder democraticamente.

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Indonésia instala bases militares perto do Mar do Sul da China

As Forças Armadas da Indonésia planejam instalar três bases militares para operações conjuntas nas ilhas Riaus, no Kalimantão do Norte e em Papua, noticiou o jornal Jakarta Post, citando como fonte um oficial não identificado.

A base nas ilhas Riaus fará parte da estratégia da Indonésia para patrulhar o Mar do Sul da China e áreas próximas contra intromissão de navios pesqueiros da China, das Filipinas, da Malásia e do Vietnã.

A prioridade da Indonésia é controlar seu vasto arquipélago de mais de 17 mil ilhas, que se estende por 5 mil quilômetros e o mar territorial entre elas. Mas, ao contrário de Brunei, das Filipinas, da Malásia, de Taiwan e do Vietnã, não tem disputas territoriais com a China, que reivindica a soberania sobre 90% do Mar do Sul da China.

Afeganistão anuncia vitória sobre o Estado Islâmico

O Exército do Afeganistão capturou centenas de milicianos do grupo Khorasan, o braço da organização terrorista Estado Islâmico numa batalha na província de Nangarhar, anunciou o presidente Achraf Ghani Ahmadzai, citado pela agência de notícias Reuters.

Ghani apresentou a vitória como um grande avanço na guerra contra o Estado Islâmico, uma grande ameaça à segurança pública no país. Mas o grupo pode se rearticular num futuro próximo.

O grupo Khorasan tem uma base pequena, mas até agora sólida, na província de Nangarhar. É uma ameaça ao Afeganistão, aos países vizinhos e até mesmo à milícia fundamentalista islâmica dos Talebã (Estudantes), maior inimiga do governo afegão.

Israel bombardeia alvos iranianos na Síria

Depois de ataques de foguetes, Israel fez um grande bombardeio a forças do Irã estacionadas na Síria. Pelo menos 23 pessoas morreram, entre elas 16 soldados iranianos. A Rússia condenou o ataque.

A Força Aérea de Israel atacou na madrugada de hoje alvos sírios e iranianos ligados à Força Quods, o braço da Guarda Revolucionária Iraniana para ações no exterior nas Colinas do Golã e nos arredores de Damasco, a capital da Síria. 

Foi uma resposta a ataques na manhã de ontem, quando quatro foguetes foram abatidos pelo sistema de defesa antimísseis de Israel, o Domo de Ferro. 

“Atacamos um prédio do aeroporto de Damasco usado por iranianos. Há iranianos mortos e feridos”, declarou um alto funcionário do setor de defesa de Israel. Também foram alvejadas instalações militares sírias onde há soldados iranianos. 

O número de mortos e feridos foi estimado pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental que monitora a guerra civil na Síria. Imagens da Síria mostram um míssil antiaéreo se espatifando no solo numa área densamente povoada. Meu comentário:

EUA querem quatro vezes mais dinheiro para defender o Japão

O governo Donald Trump pediu ao Japão em julho que aumente a contribuição para financiar a presença de forças dos Estados Unidos no país, onde estão desde a Segunda Guerra Mundial, para US$ 8 bilhões por ano, dentro das negociações para renovar o acordo bilateral de defesa, que venceu em março de 2021, noticiou a revista Foreign Policy.

Desde a campanha eleitoral, Trump reclama que os EUA têm um culto elevado para proteger aliados ao redor do mundo e cobra um aumento nos orçamentos militares dos países onde mantêm soldados.

A mesma exigência está sendo feita à Coreia do Sul. O governo Trump quer cobrar 400% a mais do governo sul-coreano e se retiraram das negociações com o objetivo de pressionar Seul.

O Japão e a Coreia do Sul são os principais aliados dos EUA na região da Ásia e do Pacífico. São as pedras fundamentais da defesa estratégica dos interesses de Washington na região, com cerca de 50 soldados americanos no Japão e 28,5 mil na Coreia do Sul.

Com o aumento da competição estratégica com a China, é altamente improvável que os EUA queiram retirar suas forças da região, o que pode ser uma das exigência de um acordo de paz definitivo com a Coreia do Norte para desnuclearizar a Península Coreia e acabar com a Guerra da Coreia (1950-53).

terça-feira, 19 de novembro de 2019

Repressão a protestos deixa mais de 100 mortos no Irã

A ditadura teocrática do Irã matou pelo menos 106 pessoas para conter uma onda de manifestações de protesto. Centenas de pessoas saíram feridas e mais de mil foram presas, denuncia a organização não governamental de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional.

As manifestações irromperam há cinco dias e se espalharam por 21 cidades de quase todas as províncias iranianas. São mais intensas na capital, Teerã, e nas cidades de Isfahan e Ahvaz. As agências oficiais de notícias da República Islâmica confirmam apenas 12 mortes.

As forças de segurança acusam os manifestantes pelas mortes de dois policiais, cinco membros da Guarda Revolucionária Iraniana e um da força paramilitar Bassij, que costuma fazer o trabalho sujo para a Guarda. Meu comentário:

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

EUA reconhecem colônias israelenses na Cisjordânia ocupada

A Carta da Organização das Nações Unidas proíbe expressamente a guerra de conquista, a anexação de territórios conquistados em conflitos armados. Mesmo assim, o governo Donald Trump decidiu hoje não considerar mais ilegais as colônias israelenses na Cisjordânia ocupada, mudando a política dos Estados Unidos nos últimos 40 anos.

O anúncio foi feito pelo secretário de Estado, Mike Pompeo, que alegou que a política americana sobre a colonização dos territórios árabes ocupados na Guerra dos Seis Dias, em 1967, foi inconsistente, "não ajudou a causa da paz" e ignorou a "realidade no terreno".

É mais um presente de Trump ao primeiro-ministro linha-dura de Israel, Benjamin Netanyahu. Depois de duas eleições em que nenhuma aliança conseguiu maioria absoluta, o líder da oposição, Benny Gantz, tem até quarta-feira para formar um novo governo. Caso contrário, haverá novas eleições e Netanyahu vai creditar o reconhecimento das colônias a suas políticas.

De acordo com o que defende Netanyahu, Pompeo disse que cabe à Justiça de Israel decidir questões sobre a legalidade das colônias. O secretário acrescentou que a partir de agora israelenses e palestinos têm amplo espaço para negociar o estatuto definitivo dos assentamentos judaicos: "Argumentos sobre quem está certo ou errado à luz do direito internacional não vai levar à paz."

No passado, os governos dos EUA consideram ilegais os assentamentos judaicos em terras ocupadas. Quando o governo Barack Obama tentava negociar a paz entre israelenses e palestinos, pressionou Israel a congelar a colonização. Mas sempre foi a política do partido Likud, de Netanyahu, ampliar a colonização para criar um fato consumado.

Antes das eleições israelenses de 9 de abril, Trump reconheceu a anexação por Israel das Colinas do Golã, que pertenciam à Síria até a guerra de 1967. O irmão de Netanyahu morreu lá no último dia de combate.

Sob pressão de quatro processos de corrupção, Netanyahu precisa do poder para não ser preso. Nas duas últimas eleições, o primeiro-ministro fez campanha prometendo anexar a Cisjordânia.

Hoje, Netanyahu afirmou que a decisão reflete uma "verdade histórica, que o povo judeu não é um colonizador estrangeiro na Judeia e na Samária", os nomes bíblicos da Cisjordânia. Gantz elogiou o anúncio, mas observou que o destino das colônias "deve ser definido por acordos que atendam às exigências de segurança e possam promover a paz."

A anexação total da Cisjordânia, ou deixando alguns bolsões de território palestino, cria vários problemas para Israel. Cerca de 2,5 milhões de palestinos vivem na Cisjordânia. Se virarem cidadãos de Israel, como a taxa de natalidade dos árabes é maior, dentro de alguns anos, os judeus seriam minoria.

Netanyahu aprovou uma Lei de Nacionalidade que torna os árabes cidadãos de segunda classe. A segregação criaria uma espécie de apartheid, a ditadura da maioria branca que havia na África do Sul. Seria um ultraje a um povo que foi discriminado ao longo da história até a fundação do Estado de Israel.

A política americana era baseada num parecer jurídico do Departamento de Estado de 1978 que concluiu que os assentamentos violavam o direito internacional. Ao tomar posse, em 1981, o presidente Ronald Reagan declarou que não acreditava que os assentamentos fossem ilegais, mas chamou a instalação de novas colônias uma "provocação desnecessária".

Ao reconhecer as colônias, os EUA abdicam de qualquer mediação nas negociações de paz. O porta-voz palestino Saeb Erekat condenou a mudança na política americana, descreveu a colonização dos territórios árabes como "um crime de guerra" e acusou Trump de "tentar incessantemente substituir o direito internacional pela lei da selva".

"Não podemos expressar horror e choque porque este é um padrão, mas isto não torna menos horrível", desabafou a ex-ministra palestina Hanan Ashrawi. "Manda um sinal claro de total desrespeito pelo direito internacional, pelo que é justo e certo, e pelas exigências para a paz.

Horas depois do anúncio, o Departamento de Estado emitiu um alerta aos americanos que estejam visitando Jerusalém, a Cisjordânia ou a Faixa de Gaza de que podem haver retaliação contra instalações, interesses e cidadãos dos EUA.

Mais uma decisão de Trump contribui para o projeto da direita israelense de enterrar a proposta de paz baseada na divisão do território histórico da Palestina em dois países, um árabe e um judeu, como decidiu a ONU em 1947. É a receita para uma guerra sem fim.

Batalha da universidade entra no terceiro dia em Hong Kong

As manifestações pela liberdade e a democracia em Hong Kong tem o dia mais violento em cinco meses de protesto. Desde sábado, a Universidade Politécnica de Hong Kong está cercada pela polícia. 

Depois do segundo dia de confrontos violentos entre a polícia de choque e os manifestantes, cerca de 500 estudantes permanecem entrincheirados dentro do campus. Mais de 400 pessoas foram presas e pelo menos 36 foram feridas. Um carro blindado da polícia foi incendiado.

Todas as rotas de fuga estão bloqueadas. Com coquetéis Molotov, jovens vestidos de preto travaram mais uma batalha feroz com a polícia, que usou gás lacrimogênio e balas de borracha. Depois de ser atacada com arco e flecha no fim de semana, a polícia ameaçou usar munição real para conter os manifestantes. 

Na China, os jornais do regime comunista exigem uma repressão mais dura para acabar com os protestos. A ditadura de Beijim teme que os manifestantes inspirem revoltas da mesma natureza no país.Meu comentário:

domingo, 17 de novembro de 2019

Partidários de Morales querem cercar La Paz para anular renúncia

O Movimento ao Socialismo, partido do ex-presidente Evo Morales, quer cercar a cidade de La Paz impedindo a chegada de combustíveis e alimentos para forçar a população e as Forças Armadas a pedir a renúncia da presidente interina, Jeanine Áñez, e a volta do seu líder ao poder, noticiou o jornal boliviano Página Siete.

"Queremos que os ricos morram de fome", "que a presidente autoproclamada peça perdão de joelhos" e "queremos a cabeça de Mesa e Camacho" são os gritos de guerra do movimento indígena, principal base eleitoral de Morales. O ex-vice-presidente Carlos Mesa e o presidente do Centro Cívico pró-Santa Cruz, Luis Fernando Macho Camacho, são os principais líderes da oposição.

Esta estratégia estava traçada desde a renúncia coletiva do presidente, do vice-presidente e dos presidentes e primeiros vice-presidentes da Câmara e do Senado. Ao anunciar a renúncia, o vice Álvaro García Linera, citou uma frase do líder indígena Túpac Katari, que chefiou uma revolta contra o Império Espanhol no século 18: "Voltaremos e seremos milhões."

Em 13 de março de 1871, Túpac Katari iniciou um cerco de 11 meses. Agora, os agricultores de Río Abajo, Achocalla, Luribay, Sapahaqui e Patacamaya estão bloqueando estradas para impedir o abastecimento de comida às cidades de La Paz e El Alto.

"A La Paz, não vai chegar um grão de comida. Os produtores estão proibidos de tirar comida de suas granjas. É preferível que a comida apodreça do que ser dada aos brancos", declarou um dos líderes do movimento.

Os rebeldes liderados por Evo Morales, asilo no México, querem deixar a Polícia e as Forças Armadas sem combustível para que não possam reprimir o movimento. O terceiro passo será tomar a Praça Murillo e cercar a "Casa Grande do Povo", o palácio presidencial.

"O povo derrotará este golpe", declarou um dos entrevistados. "Não importa que haja mortes. É preciso recuperar a democracia." Outro dirigente do MaS conclamou os soldados e policiais e se amotinarem e não cumprirem as ordens de seus comandantes.

É uma receita para a guerra civil.

Morales renunciou sob pressão das Forças Armadas, da Polícia e da Central Operária Boliviana (COB) depois de concorrer a um quarto mandato, violando a norma constitucional que só permite uma reeleição, e de fraudar a eleição presidencial de 20 de outubro, como foi constatado pela missão observadora da Organização dos Estados Americanos (OEA).

sábado, 16 de novembro de 2019

Comissão Interamericana de Direitos Humanos adverte militares da Bolívia

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) alertou o governo interino da Bolívia de que o Decreto Supremo 4.078, que exime de responsabilidade penal os militares que participam da repressão às manifestações de protesto, viola os padrões internacionais de proteção aos direitos humanos, noticiou o jornal boliviano Página Siete.

"O pessoal das Forças Armadas que participar de operações para o restabelecimento da ordem interna e a estabilidade pública está isento de responsabilidade penal quando, no cumprimento de suas funções constitucionais, atue em legitima defesa ou estado de necessidade e proporcionalmente", diz o decreto.

A CIDH também condenou "o uso desproporcional da força policial e militar" e recomendou que "as armas de fogo devem ser eliminadas das operações de controle dos protestos sociais."

O ministro da Defesa, Fernando López, reconheceu que o documento existe: "Tivemos indícios muito sérios de estrangeiros armados no país. E há grupos armados com armas de grosso calibre. Então, isso geraria ações que nos permitam cumprir nossa missão, nada mais." Não apresentou provas de suas alegações.

López acrescentou que o objetivo do governo é "caminhar em direção ao diálogo, à paz e à fé em Deus." O fundamentalismo cristão faz parte de ideologia dos grupos de extrema direita responsáveis por atos de violência antes da renúncia do presidente Evo Morales, no domingo passado.

Embora a Bolívia seja oficialmente um país laico, a vice-presidente do Senado, Jeanine Ánez, levou uma Bíblia e um crucifixo para a cerimônia em que tomou posse como presidente interina do país, depois da renúncia do presidente, do vice, e dos presidentes e vice-presidentes da Câmara e do Senado, todos membros do Movimento ao Socialismo (MaS), partido de Morales.

Esta manobra acabou entregando o poder não ao ex-presidente Carlos Mesa, que seria favorito no segundo turno, mas ao setor mais radical da oposição, branco, racista e fundamentalista cristão. Áñez
nega ter qualquer antepassado indígena. Ela afirma ter 100% de origem europeia. Suas feições sugerem o contrário.

A Bolívia enfrenta sua pior crise política em 14 anos desde que a oposição rejeitou, em 21 de outubro, a proclamação da vitória de Morales no primeiro turno da eleição presidencial do dia anterior. A apuração foi interrompida duas vezes quando tudo indicava que haveria um segundo turno entre Morales e Mesa.

No poder desde 2006, Morales, como fiel discípulo de Fidel Castro e Hugo Chávez, não tinha a menor intenção de entregar o poder. Por força da Constituição aprovada por sua iniciativa, não poderia concorrer a um terceiro mandato, mas alegou, em 2014, que sua primeira eleição, em 2005, fora sob a Constituição anterior.

Em 2016, Evo Morales perdeu um plebiscito para acabar com limites à reeleição. Mesmo assim, recorreu ao Tribunal Constitucional alegando, com base em decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos em outro caso, que ser candidato é um direito humano fundamental.

Como dificilmente venceria no segundo turno, quanto toda a oposição se uniria ao redor de Mesa, Morales fraudou a eleição e gritou golpe quando a população revoltada saiu às ruas. Depois de se negar a fazer qualquer concessão, em 30 de outubro, Morales aceitou uma auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA).

A missão da OEA suspeitou desde a mudança abrupta no resultado depois das interrupções na apuração. A auditoria revelou que houve seções eleitorais sem nenhuma abstenção, urnas em que todas as cédulas foram preenchidas pela mesma pessoa e irregularidades na transmissão dos resultados para o Tribunal Supremo Eleitoral.

Morales aceitou, então, realizar nova eleição com novas autoridades eleitorais, como recomendou a OEA. A oposição exigiu que ele não se candidatasse à reeleição. Diante do impasse e do risco de aumento da violência, os comandantes das Forças Armadas e da Polícia e a poderosa Central Operária Boliviana (COB) sugeriram a renúncia do presidente.

Tecnicamente, foi um golpe de Estado. Na realidade, foi um contragolpe, depois dos golpes de Morales ao forçar mais uma reeleição e roubar a eleição.

A renúncia coletiva foi o terceiro golpe de Evo Morales contra as instituições e a democracia bolivianas. Deixou o Estado totalmente acéfalo, apostando no caos para tentar voltar ao poder como salvador da pátria, e fugiu para o exílio no México.

Com dois terços das cadeiras na Assembleia Legislativa Plurinacional, o Congresso boliviano, o MaS é fundamental para dar quórum a qualquer decisão legislativa. Enquanto deputados e senadores do partido querem voltar ao trabalho e preparar o MaS para a próxima eleição presidencial, do exterior, Morales fomenta os protestos.

Seus partidários indígenas, como os conhecidos ponchos vermelhos, estão nas ruas exigindo a volta do seu líder. Não reconhecem a presidente interina, enquanto Morales declara na Cidade do México que é o presidente da Bolívia enquanto a Assembleia Legislativa não aceitar oficialmente a carta de renúncia.

A repressão às marchas indígenas se tornou mais violenta. Antes da renúncia, parte da Polícia e o Exército se negaram a atacar os manifestantes que protestavam contra a fraude eleitoral. O total de mortos desde o início dos protestos chegou a 23, com mais de 700. Só ontem, houve nove mortes.

Do exílio, Morales culpa o governo provisório, formado pela oposição mais linha-dura. Mas é o principal responsável pelo que está acontecendo hoje na Bolívia.

Chile convoca plebiscito sobre Constituinte para superar a crise

Num acordo histórico, o Congresso do Chile decidiu ontem convocar um plebiscito a ser realizado em abril de 2020 para o eleitorado decidir se quer uma Assembleia Constituinte para substituir a atual Constituição, outorgada em 1980, durante a ditadura do general Augusto Pinochet (1973-90). 

É a tentativa de superar a pior crise política desde a redemocratização do país, com protestos violentos que já duram quase um mês e uma dura repressão, que levou o Exército às ruas pela primeira vez desde o fim da ditadura. Pelo menos 22 pessoas morreram e 2 mil foram feridas, das quais 197 perderam total ou parcialmente a visão.

"É uma resposta política maiúscula, que pena no Chile, se encarrega do problema e assume a responsabilidade", declarou o presidente do Senado, Jaime Quintana, do Partido pela Democracia, de centro-esquerda, ao lado de líderes dos principais partidos políticos chilenos, menos o Partido Comunista.

Foram necessárias horas de intensas negociações entre os principais partidos de oposição e coalizão de direita que apoia o presidente Sebastián Piñera para firmar o Acordo pela Paz e por uma nova Constituição. O plebiscito é necessário porque a Constituição pinochetista não prevê uma consulta popular para convocar uma Assembleia Constituinte.

Com voto facultativo (não obrigatório), o eleitor chileno terá de responder a duas perguntas: se quer ou não uma nova Constituição e como deveria ser feita a mudança, por uma comissão constitucional mista, com candidatos eleitos especialmente para isso e parlamentares, ou uma Assembleia Nacional Constituinte eleita exclusivamente para redigir uma nova carta magna.

Enquanto a direita prefere uma comissão mista, a esquerda quer uma Constituinte para realizar uma mudança mais profunda. O plebiscito será realizado junto com as eleições municipais e regionais, no fim de abril de 2020.

Se o projeto for aprovado no plebiscito, as eleições para a Constituinte ou a comissão mista ocorrerão em outubro de 2020, com sufrágio universal e voto facultativo.  No referendo para ratificar a nova Constituição, o voto será obrigatório.

As manifestações começaram em protesto contra um aumento de 30 pesos nas passagens do metrô de Santiago, o equivalente a R$ 0,17. Em 17 de outubro, a estação de metrô de San Joaquín foi o primeiro alvo de depredações.

No dia seguinte, dez estações foram incendiadas. As operações do metrô, o principal meio de transporte de Santiago, um local de democratização de uma cidade profundamente dividida, foram suspensas. Milhares de pessoas caminharam pela Alameda, a principal avenida da cidade para voltar para casa.

O presidente Piñera foi à televisão declarar que havia uma guerra contra o Chile, com gangues do crime organizado infiltradas no meio dos protestos para causar tamanha violência: "Estamos em guerra contra um inimigo poderoso e implacável que não respeita nada nem ninguém e está disposto a usar a violência e a delinquência sem nenhum limite."

Piñera decretou estado de emergência e toque de recolher em Santiago e outras cidades, e botou o Exército nas ruas para reprimir os manifestantes junto com a polícia. Nos primeiros nove dias, a resposta do governo foi uma repressão como não se via desde a era Pinochet. A maior manifestação reuniu 1,2 milhão de pessoas nas ruas de Santiago.

Ao todo, houve 5.629 detenções. Pelo menos 283 ações foram movidas contra os Carabineiros, a polícia militar do Chile, sendo cinco por homicídio, seis por tentativa de homicídio, 52 por violência sexual e cerca de 200 por tortura e maus tratos.

Uma frase da primeira-dama, Cecilia Morel, resumiu as causas da crise: "Vamos ter de diminuir nossos privilégios e compartilhar com os outros." Piñera é bilionário.

Outra frase descreve bem a situação: "Não são 30 pesos, são 30 anos." A ditadura de Pinochet terminou em março de 1990 e até hoje sua herança maldita não foi atacada.

Toda previdência no Chile é privada. O trabalhador faz sua própria poupança para a aposentadoria, no modelo de capitalização que o ministro da Economia, Paulo Guedes, queria implantar aqui na reforma da previdência, mas o Congresso não aceitou. Muitos aposentados não ganham o suficiente, provocando muitos suicídios de velhos.

A educação também é paga. Mesmo nas universidades públicas, é preciso pagar. Os estudantes tomam empréstimos bancários. Quando formados, usam até 10% do salário para pagar a dívida, sobre a qual incidem juros.

Há dois sistemas de saúde: só 20% podem pagar o privado; no sistema público, há longas filas de espera e hospitais mal equipados. O preço dos medicamentos pode ser até três vezes maior do que na vizinha Argentina.

O Chile tem a segunda maior renda per capita da América Latina, de pouco mais de US$ 16 mil por ano, mas o custo de vida é altíssimo. As ruas gritam contra a desigualdade social. É um dos países mais desiguais do continente. O Brasil é mais desigual ainda.

"Deixam você na porta do paraíso, mas não te deixam entrar", reclamou Juan Elgueta, um estudante de 23 anos.

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Trump aumenta em 400% o preço da proteção à Coreia do Sul

Em mais um sinal do desprezo por aliados e da sua visão negocista da política, o presidente Donald Trump pediu um aumento de 400% para que a Coreia do Sul pague no próximo ano US$ 4,7 bilhões pela proteção militar dos Estados Unidos, que mantêm forças no país desde a Guerra da Coreia (1950-53), hoje cerca de 28,5 mil homens.

O Acordo de Medidas Especiais, que cobra a maioria das despesas pela presença militar americana na Coreia do Sul, está sendo renegociado. Não é a primeira vez que Trump quer aumentar preço. No ano passado, queria mais 50%. Acabou aceitando 8%. Exigiu em troca uma renegociação a cada ano.

Em última análise, a atitude de Trump abala a aliança entre os dois países e leva a Coreia do Sul a duvidar da proteção militar americana e partir para se tornar mais autossuficiente em segurança e defesa. Os EUA de Trump são inconfiáveis.

Alarmados pelos 400% de Trump, os Departamentos de Estado e da Defesa tentam justificar o aumento para os sul-coreanos. A Casa Branca quer incluir no preço a prontidão das tropas americanas, as manobras militares conjuntas e a rotação das tropas dos EUA.

A Coreia do Sul alega que estas obrigações não estão previstas no tratado bilateral de defesa. O presidente americano recuou no ano passado, mas este ano, inclusive pelo percentual de aumento pedido, a situação parece outra.

Os EUA podem pressionar a Coreia do Sul a retomar o acordo de cooperação em inteligência com o Japão e assim melhorar a relação bilateral dos dois países do Leste da Ásia, os maiores aliados americanos na região, que estão abaladas. Podem exigir que a Coreia do Sul não faça negócios com a companhia chinesa fabricante de equipamentos de telecomunicações Huawei, que a Casa Branca está boicotando, ou que o país aceite instalar mísseis nucleares de curto e médio alcances.

Do ponto de vista dos EUA, o aumento de preço faz parte de uma iniciativa de Trump de renegociar e reestruturar a presença militar americana ao redor do mundo, especialmente em países que ficaram ricos e podem gastar muito mais com defesa.

Do lado sul-coreano, é um sinal de que os EUA deixaram de ser um aliado confiável, o que obriga o país a ser mais independente, investir mais em defesa e considerar a possibilidade de desenvolver armas atômicas.

A Coreia do Norte já tem armas nucleares, as negociações de desarmamento de Trump com o ditador Kim Jong Un não levaram a lugar nenhum e ninguém acredita que o regime comunista de Pyongyang esteja disposto a abrir mão de todo arsenal atômico, desenvolvido a um custo elevado.