quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Crise das redes sociais ameaça futuro da liberdade na Internet

A desinformação, a censura, a manipulação e a perseguição política nas redes sociais ameaçam o futuro da liberdade de expressão na Internet, adverte um relatório divulgado ontem pela organização não governamental americana Freedom House. Pelo nono ano consecutivo, houve declínio da liberdade na rede mundial de computadores.

Dos 65 países onde a pesquisa foi realizada, em 33 houve declínio da liberdade na Internet. O recuo foi maior no Brasil, em Bangladesh, no Casaquistão e no Zimbábue. 

A revolução tecnológica gerou um autoritarismo digital. Governos autoritários vigiam os cidadãos nas redes sociais. 

Em 47 dos 65 países examinados, houve prisões por divulgar “conteúdo político, social ou religioso” que desagradou aos donos do poder. 

O mundo tem hoje 7 bilhões 742 milhões de pessoas. Quase metade, 3 bilhões e 800 milhões, tem acesso à Internet. Mas isto não as torna mais livres. Do universo da pesquisa:

• 71% vivem em países onde pessoas foram presas por divulgar conteúdo político, social ou religioso;
• 65% vivem em países onde pessoas foram atacadas e até mortas por suas atividades on-line;
• 59% vivem em países onde autoridades usaram comentaristas a favor do governo para manipular as discussões;
• 56% vivem em países onde existe censura na rede;
• 46% vivem em países onde governos desligaram a Internet e cortaram as telecomunicações por telefone por motivos políticos; e
• 46% vivem em países onde o acesso às redes sociais é restrito temporária ou permanentemente.

A desinformação sempre foi uma arma da luta política, mas o impacto hoje é muitíssimo maior. Em 38 dos 65 países estudados, líderes políticos empregam indivíduos para formar sub-repticiamente a opinião na rede. 

Em muitos países, a ascensão do populismo e do extremismo de extrema direita coincidiu com o surgimento de matilhas virtuais hiperpartidárias que incluem tanto usuários autênticos quando contas falsas e robôs, constata o relatório intitulado A Crise das Redes Sociais. Meu comentário:

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