sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

ANO-NOVO EM SANTA CATARINA

Prezados leitores,

Estou pegando a estrada de Porto Alegre para Santa Catarina, onde passarei o réveillon e as duas primeiras semanas de 2008.

Farei um esforço mas, com certeza, durante minhas férias, não terei as mesmas condições para atualizar este blog. Peço desculpas antecipamente.

Feliz Ano Novo a Todos!

Benazir morreu de bomba e não de tiro

O Ministério do Interior do Paquistão afirmou hoje que a ex-primeira-ministra Benazir Bhutto morreu ontem em conseqüência da explosão de uma bomba detonada por um terrorista suicida, e não por causa de três tiros que teriam sido disparados pelo assassino.

A informação ontem é de que ela teria morrido por causa de um tiro no pescoço.

Benazir foi enterrada hoje sob grande comoção. Pelo menos 23 pessoas foram mortas na onda de violência deflagrada por sua morte.

Petróleo volta a rondar US$ 100

Com o assassinato da ex-primeira-ministra do Paquistão Benazir Bhutto e a queda nos estoques dos Estados Unidos neste início de inverno no Hesmifério Norte, o preço do barril de petróleo chegou a US$ 97 ontem na Bolsa Mercantil de Nova Iorque, fechando em US$ 96,62.

Na manhã de hoje, voltou a ser negociado acima de US$ 97.

Exportação argentina bate recorde

Com a alta nos preços internacionais das commodities e uma safra recorde, as exportações da Argentina foram de US$ 50,266 bilhões nos primeiros 11 meses do ano. Bateram não só o total do ano passado como a marca dos US$ 50 bilhões. Cresceram 19% em relação ao mesmo período de 2006.

As importações subiram 30% para US$ 40,898 bilhões. Isso diminui o saldo comercial da Argentina neste ano em 13,6% para US$ 9,368 bilhões.

Houve também um aumento nas exportações de automóveis e produtos industriais menos sofisticados como tubos de aço e de alumínio.

O aumento das exportações foi maior para os produtos primários (43%), seguido de produtos agroindustriais(25%) e produtos industriais (15%). Com o aumento da demanda na Ásia e de biocombustíveis, o preço internacional da soja aumentou 40% desde julho.

As exportações de combustíveis e energia caíram 12%.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Guerra contra terror já custa US$ 15 bilhões por mês aos EUA

A guerra dos Estados Unidos contra o terrorismo dos fundamentalistas muçulmanos, incluindo as operações no Iraque, no Afeganistão e outras ações antiterroristas, custa US$ 15 bilhões por mês ao governo americano, afirma o senador republicano Ted Stevens, um dos defensores da política externa do presidente George Walker Bush.

Leia mais no jornal The Washington Post.

Russia fornecerá defesa antiaérea ao Irã

A Rússia vai vender ao Irã um sistema de defesa antiaérea capaz de derrubar aviões bombardeiros dos Estados Unidos ou de Israel que tentem destruir suas instalações nucleares, revela hoje o jornal inglês The Guardian.

Reféns das FARC devem ser soltos amanhã

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) devem libertar amanhã três reféns, anunciou hoje o governo da Venezuela, que mediou a libertação.

O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, embarcou para Caracas, na Venezuela, representando o governo brasileiro.

Ao lado do ex-presidente argentino Néstor Kirchner e de autoridades de outros países, Garcia faz parte da missão encarregada de receber os reféns na fronteira da Colômbia com a Venezuela.

Aviões e helicópteros militares da Venezuela foram autorizados a pousar em Villavicencio, na Colômbia, de onde partirão para resgatar os reféns: a ex-candidata a vice-presidente Clara Rojas, seu filho de um guerrilheiro, Emmanuel, e a ex-deputada Consuelo González Perdomo.

Malnutrição de crianças de Darfur piora

A malnutrição das crianças da província sudanesa de Darfur, em guerra civil desde 2003, agravou-se dramaticamente, apesar da região ser alvo da maior operação de ajuda humanitária no momento, revela um relatório das Nações Unidas.

Mais de 16% das crianças de Darfur sofrem de malnutrição aguda, em contraste com cerca de 13% no ano passado. Pela primeira vez desde 2004, esse índice ultrapassa o limite que a ONU considera emergencial.

Desde 2003, o governo islamita de Cartum e milícias armadas e sustentadas por ele travam uma guerra contra a população não-muçulmana de Darfur, numa operação de purificação étnica considerada genocídio.

Terrorista suicida mata Benazir Bhuto


A primeira mulher a governar um país muçulmano, Benazir Bhutto, ex-primeira-ministra e atual líder da oposição paquistanesa, foi assassinada nesta quinta-feira, 27 de dezembro de 2007, em Rawalpindi, aos 54 anos, por um terrorista suicida.

O ditador do Paquistão, general Pervez Musharraf, pediu calma à população. Embora o caos político seja de seu interesse, as maiores suspeitas recaem sobre os jihadistas ligados à rede terrorista Al Caeda.

No final de um comício para as eleições de 8 de janeiro, Benazir, a política mais popular do país, líder do Partido Popular Paquistanês, fundado por seu pai, foi atacada a tiros por um homem que em seguida detonou explosivos amarrados a seu corpo.

Benazir saiu do comício em Rawalpindi, nos arredores da capital paquistanesa, em carro aberto. Saiu pelo teto solar e começou a acenar para a multidão de seguidores, totalmente exposta.

O assassino chegou de moto, e atirou no peito e no pescoço da ex-primeira-ministra, que morreu no hospital uma hora depois. Em seguida, o terrorista se explodiu. Outras 22 pessoas morreram no atentado.

Como o outro líder da oposição, o ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, deposto em 1999 pelo general Musharraf, defende o boicote às eleições, a transição para a democracia e o próprio pleito estão ameaçados.

Isso gera um forte risco de instabilidade no Paquistão, de 160 milhões de habitantes, sendo 65 milhões em pobreza absoluta. É único país muçulmano com armas atômicas, onde estariam refugiados Ossama ben Laden, a cúpula d'Al Caeda e parte dos Talebã, com o apoio das tribos que vivem na fronteira afegã-paquistanesa.

Benazir foi eleita primeira-ministra pela primeira vez em 1988, aos 35 anos. Deposta em 1990, foi reeleita em 1993 e afastada de novo em 1996, acusada de corrupção. Ela denunciou os processos como manobras políticas, mas preferiu o exílio em 1999 a enfrentar a Justiça.

Quando voltou ao Paquistão, em outubro de 2007, depois de oito anos, ela foi alvo de outro atentado terrorista suicida. Na ocasião, 136 pessoas morreram mas Benazir saiu ilesa.

Além de ser mulher e secularista, Benazir era a maior aliada dos Estados Unidos na política paquistanesa, o que a tornou em alvo preferencial dos fundamentalistas muçulmanos que sonham em tomar o poder no único país muçulmano com armas nucleares.

Antes de voltar ao Paquistão, ela negociou um acordo intermediado pelos EUA com o ditador Pervez Musharraf. O general, agora reformado, ficaria na presidência e Benazir seria chefe de governo outra vez.

Era a estratégia americana para democratizar o Paquistão. Mas a Suprema Corte rejeitou a reeleição de Musharraf e o ditador decretou estado de emergência, em 3 de novembro, empurrando Benazir para a oposição.

A relação entre os dois ficou inconciliável, pelo menos até as eleições. Depois, se Benazir ganhasse, como esperado, a negociação com Musharraf seria inevitável.

É mais uma tragédia para a principal dinastia política do Paquistão. Seu pai, Zulfikar Ali Bhutto, o primeiro primeiro-ministro eleito da História do Paquistão, foi enforcado em 1979 pela ditadura do general Zia ul-Haq, aliado dos EUA durante a Guerra Fria.

Zia morreu num acidente aéreo suspeito em 1988, quando o líder soviético Mikhail Gorbachev e o presidente americano Ronald Reagan já tinham negociado o fim da Guerra Fria. A União Soviética estava saindo derrotada do Afeganistão, onde entrara em 26 de dezembro de 1979.

Em 1988, com apenas 35 anos, Benazir Bhutto seria primeira-ministra pela primeira vez.

Benazir Bhutto herdou o PPP e o destino trágico do pai.

Hillary retoma liderança em Iowa

Depois de uma trégua de Natal, os aspirantes à Presidência dos Estados Unidos reiniciaram ontem suas campanhas para as convenções regionais do estado de Iowa.

Em 3 de janeiro, elas abrem a temporada das eleições prévias para a escolha dos candidatos dos grandes partidos à Casa Branca na eleição de 4 de novembro de 2008.

Na última pesquisa, a senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton reabre uma boa vantagem sobre seu principal adversário, o senador negro Barack Obama, de quatro para 15 pontos percentuais. A vitória nas primeiras prévias é importante para mobilizar ativistas e recursos para as campanhas eleitorais.

Entre os republicanos, há uma disputa apertada entre o pastor Mick Huckabee e o ex-governador Mitt Romney. O ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani é o quinto em Iowa e o terceiro em Nova Hampshire. Mas pode se recuperar em outros estados e conquistar a candidatura do partido.

Preços de casas caem mais nos EUA

Os preços da casa própria em 10 regiões metropolitanas dos Estados Unidos caíram em outubro pelo décimo mês consecutivo. Em relação ao mesmo período no ano passado, o valor das casas baixou 6,7%, maior queda, seguida por 6,3% em 1991, durante a crise das sociedades de poupança e empréstimo.

É um sinal de que a recessão no setor habitacional continua. A crise ainda não chegou ao fundo do poço.

As piores quedas nos últimos 12 meses foram registradas nas cidades de Miami (12,4%) e Tampa (11,8%), ambas na Flórida.

Marrocos é cenário da guerra no Iraque

Como os riscos para filmar a ocupação americana in loco no Iraque, os produtores de Hollywood buscam outros países árabes para cenário dos filmes sobre a última guerra dos Estados Unidos. Um dos favoritos é o Marrocos. Mas seus habitantes ficam um pouco deprimidos ao saber que o lugar onde moram pode ser parecido com um país arrasados pela guerra.

Leia mais no Wall Street Journal, que pode restringir o acesso a assinantes.

Colômbia aceita plano de Chávez para libertar reféns

O governo da Colômbia concordou nesta noite com o plano do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, para libertar três reféns em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

É um gesto unilateral que pode levar a uma negociação mais ampla para soltar os cerca de mil reféns que acredita-se que estejam detidos pelas FARC. Em troca, o grupo rebeldes exige a libertação de guerrilheiros presos.

A libertação, anunciada há poucos dias, foi prejudicada pelo aumento da atividade do Exército da Colômbia na região onde os reféns seriam soltos. Eles devem ir para a Venezuela.

Em entrevista ontem, Chávez anunciou a libertação dos reféns dentro de 24 horas, acrescentando que helicópteros venezuelanos estão prontos a resgatá-los.

Devem ser soltas Clara Rojas, que dirigia a campanha da ex-senadora Ingrid Betancourt à Presidência da Colômbia em 2002, quando ambas foram seqüestradas, seu filho Emmanuel, nascido no cativeiro, e a ex-deputada colombiana Consuelo González.

Ingrid Betancourt continua refém. É o grande trunfo mas mãos da guerrilha para a troca de prisioneiros.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Dólar fraco estimula exportações dos EUA

Com a desaceleração da economia doméstica e a queda do dólar, as empresas americanas estão aumentando suas exportações.

Há uma demanda crescente nas economias emergentes por bens de capital como tratores, equipamentos médicos e máquinas elétricas, setores em que os Estados Unidos tornam-se competitivos com a desvalorização cambial.

Leia mais no Washington Post.

Chade condena fraceses por tráfico de menores

A Justiça do Chade, um país do centro da África, condenou hoje a oito anos de cadeia com trabalhos forçados seis franceses da organização não-governamental Arca de Zoé por tráfico de crianças. Um chadiano e um sudanês pegaram quatro anos de prisão. Outros três chadianos foram absolvidos.

Eles foram acusados pelo seqüestro de 103 crianças e jovens que descreveram como refugiados da guerra civil na província sudanesa de Darfur. Mas muitos tinham família e alguns não eram do Sudão.

Lojistas planejam grande liquidação pós-Natal nos EUA

As vendas entre o Dia Nacional de Ação de Graças e o Natal aumentaram 3,6% nos Estados Unidos em relação ao mesmo período no ano passado. Mas foi a menor alta dos últimos quatro anos, em contraste com 6,6% em 2006 e 8,7% in 2005.

Assim, o Wall Street Journal prevê grandes remarcações de preços na temporada de liquidações pós-Natal, com descontos para novos produtos e não apenas do encalhe de Natal.

China admite aumento do uso de carvão

A China prometeu hoje desenvolver projetos de energia de fontes renováveis para sua economia, que cresce num ritmo acelerado de mais de 10% ao ano. Mas advertiu que haverá um aumento dramático na queima de carvão e evitou fixar limites para suas emissões de gases que agravam o efeito estufa.

Até o final da próxima decada, o governo do Partido Comunista pretende elevar metade da população chinesa, de 1,3 bilhão, para a classe média.

Sérvia ameaça romper com o Ocidente

A ex-república iugoslava da Sérvia ameaça suspender seu processo de adesão à União Européia (UE), se o Ocidente reconhecer a independência da província do Kossovo.

Um anteprojeto de resolução em debate hoje no Parlamento da Sérvia admita a possibilidade da ruptura de relações diplomáticas com os Estados Unidos e os países da UE.

Para tentar convencer os sérvios a aceitar a independência do Kossovo, objeto de uma guerra da Organização do Tratado do Atlântico (OTAN), a aliança militar liderada pelos EUA, e a Sérvia, a UE acenou com a possibilidade de acelerar as negociações de adesão. Mas o Kossovo é considerado o berço do nacionalismo sérvio, o que complica a situação.

Afeganistão expulsa ocidentais

O governo do presidente Hamid Karzai decretou a expulsão do Afeganistão de um alto funcionário das Nações Unidas, o britânico Mervyn Patterson, e do chefe da missão da União Européia, Michael Semple.

Eles são acusados de colocar em risco a segurança nacional ao negociar com a milícia dos Talebã (Estudantes) na província de Helmand, no Sul do país. Intensos esforços diplomáticos estão sendo feitos para salvar as missões de ambos.

Turquia volta a atacar curdos no Iraque

A Força Aérea da Turquia faz nova incursão hoje no Norte do Iraque para bombardear bases dos guerrilheiros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

Ontem, o Estado-Maior turco afirmou que pelo menos 150 rebeldes foram mortos num ataque realizado em 16 de dezembro.

Os Estados Unidos, que controlam o espaço aéreo do Iraque, apoiam as ações turcas. Mas o governo autônomo da região curda iraquiana advertiu a Turquia a parar com os bombardeios.

Sarkozy faz diplomacia nuclear

O presidente Nicolas Sarkozy está aproveitando a grande experiência francesa de geração de eletricidade a partir da energia nuclear para projetar o poderio da França no Oriente Médio.

Durante viagem ao Egito, à Jordânia e a países da região do Golfo Pérsico, Sarkozy pretende oferecer colaboração para criar a estrutura técnica, regulatória e jurídica para administrar um programa atômico para fins pacíficos. A França tira a maior parte de sua eletricidade da energia nuclear.

Em Abu Dhabi, Catar, Dubai, Egito e Jordânia, o presidente Sarkozy vai oferecer os serviços nucleares da França. Desde que chegou ao Palácio do Eliseu, em maio passado, ele fez acordos semelhantes com Marrocos, Argélia e Líbia.

Na opinião do jornal inglês Financial Times, "a proposta de colaboração para uso civil da energia nuclear e, a longo prazo, para o funcionamento de usinas atômicas é um dos métodos favoritos do Sr. Sarkozy para projetar a influência da França ao redor do mundo, especialmente em países muçulmanos."

Mauritânia procura terroristas que mataram franceses

A Procuradoria-Geral da Mauritânia declarou nesta terça-feira, 25 de dezembro, que a morte de quatro turistas franceses foi um ato terrorista. Os suspeitos que estão sendo procurados pela Polícia podem ter ligações com organização regional da rede terrorista Al Caeda para o Norte da África.

Os terroristas abriram fogo contra os turistas, todos de uma mesma família, quando faziam um piquenique à beira da estrada perto da cidade de Aleg, a 240 quilômetros a leste da capital, Nouakchott.

Só sobreviveu o pai, de cerca de 70 anos. Ele está hospitalizado em Dacar, capital do Senegal.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Consumo mundial de champanhe explode

Tim-tim!

Com o crescimento acelerado das economias emergentes, explode o consumo mundial de champanhe, puxado por países como a China e a Rússia, onde, na era comunista, isso era considerado um hábito perigoso, símbolo da decadência da burguesia e do capitalismo.

Mas o mundo mudou radicalmente desde a queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989: o que antes era visto como preconceito de classe agora é sinal de delicadeza, sensibilidade, riqueza e sofisticação.

Os produtores da região de Champanhe, na França, que tem exclusividade para o uso da marca, pretendem fechar o ano com a venda recorde de 400 milhões de garrafas. Com o aumento da demanda, os preços têm subido de 4% a 5% ao ano nos últimos anos.

Salut!!!

Turquia anuncia morte de 150 curdos

A Turquia afirma que mais de 150 guerrilheiros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) foram mortos em bombardeios aéreos contra suas bases no Norte do Iraque em 16 de dezembro.

"Entre 150 e 175 terroristas foram neutralizados neste ataque aéreo", anuncia o Estado-Maior turco em seu sítio na Internet. "Este número não leva em conta os terroristas que morreram no desabamento do abrigo onde estavam escondidos, no momento dos ataques".

Desde 1984, o PKK luta contra a dominação da Turquia na região de maioria curda no Leste do país. Com a queda do ditador iraquiano, em 2003, e a criação de uma região curda autônoma no Norte do Iraque, os rebeldes curdos passaram a se refugiar lá, usando o território iraquiano para fazer ações contra a Turquia.

Em 16 de novembro, a Força Aérea turca alvejou o maciço de Candil, uma região de montanhas onde ficaria o quartel-general do PKK no Iraque, com mais cerca de 3,5 mil homens.

As ações militares da Turquia contam com o apoio dos Estados Unidos, que controlam o espaço aéreo iraquiano, No sábado, véspera do Natal, o presidente George Walker Bush reiterou seu apoio às operações turcas de contra-insurgência.

Usbequistão tem eleição soviética

Em uma eleição que lembrou as grandes farsas eleitorais da extinta União Soviética, o presidente do Usbequistão, Islam Karimov, foi reeleito com 88,1% dos votos.

O Usbequistão é membro da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que luta pela democracia no continente, mas é um dos países menos democráticos da ex-URSS.

Karimov está no poder desde a era soviética. Foi o único presidente do Usbequistão independente. Os dissidentes são presos ou fogem do país, e a mídia é controlada pelo Estado.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Morre Oscar Peterson, lenda do jazz

O pianista e compositor canadense Oscar Peterson, um dos grandes nomes do jazz no século 20, morreu ontem aos 82 anos, em Toronto, no Canadá.

Peterson tinha uma grande agilidade e uma técnica apurada. Era um virtuose.

FELIZ NATAL!!!

Feliz Natal ao ritmo de John Lennon sonhando que The War is Over (If You Want It). As imagens são fortes.

Aqui, a mensagem de paz de Lennon.

Aliados de Thaksin vencem na Tailândia

O partido do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto no ano passado por um golpe de Estado, venceram as eleições de domingo na Tailândia, mas não obtiveram maioria absoluta.

Enquanto seus aliados se articulam para formar um governo de coalizão, seus adversários também se mobilizam para manter o ex-chefe de governo, acusado de corrupção, longe do poder.

"Outros partidos aceitaram fazer parte da coalizão, o que nos dará maioria absoluta no Parlamento", declarou Surapong Suebwonglee, secretário-geral do Partido do Poder Popular (PPP), que reúne os aliados de Thaksin.

Com 232 deputados no Parlamento, de 480 cadeiras, o PPP está mais perto da maioria do que o Partido Democrata, que elegeu 165 deputados.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Primeiro-ministro italiano visita Afeganistão

Depois do presidente da França, Nicolas Sarkozy, e do novo primeiro-ministro da Austrália, neste domingo, 23 de dezembro, foi a vez do primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, visitar o Afeganistão, onde as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) enfrentam o ressurgimento da milícia dos Talebã.

Este foi o ano mais violento no país desde a invasão americana de 2001 para atacar bases da rede terrorista Al Caeda, responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos.

Prodi reafirmou o compromisso da Itália, através da OTAN, com a Guerra no Afeganistão.

Sauditas prendem 28 suspeitos de terrorismo

A Arábia Saudita anunciou a prisão de 28 suspeitos de terrorismo que teriam planejado realizar atendados nas cidades sagradas de Meca e Medina durante a peregrinação anual dos muçulmanos a Meca.

No ano 622 da era cristã, o profeta Maomé fugiu de Meca para Medina, na Hégira, considerada o marco inicial da religião muçulmana. Todo muçulmano que tiver saúde e dinheiro suficientes deve peregrinar a Meca pelo menos uma vez na vida.

Com a ascensão do fundamentalismo muçulmano a partir da vitória da revolução islâmica no Irã, em 1979, tem ocorrido distúrbios ocasionais, correrias e atropelamentos no meio da multidão. Por isso a Arábia Saudita, guardiã dos lugares sagrados do Islã, aumentou os esforços para evitar problemas.

Rainha põe mensagem de Natal no YouTube

Pela primeira vez, a mensagem de Natal da Rainha Elizabeth II, da Inglaterra, estará disponível no YouTube, a partir das 15h pelo horário britânico (13h em Brasília) de 25 de dezembro.

Até lá, os internautas podem ver mensagens anterior e imagens da família real.

Porta-vozes do Palácio de Buckingham disseram que a rainha entende a necessidade de atingir o maior número de pessoas possível com seus pronunciamentos. Sabe que o uso das mais modernas tecnologias de mídia é essencial.

A rainha não é pop. Mas está no YouTube. Confira em The Royal Channel.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Fujimori pede desculpa por matanças

O ex-presidente do Peru Alberto Fujimori (1990-2000) pediu desculpas aos parentes das vítimas de dois massacres ocorridos sob seu governo.

Fujimori abandonou o cargo em 2000, depois de sua segunda reeleição, denunciada como fradulenta. Exilou-se no Japão, país de seus antecessores.

No ano passado, tentou voltar ao Peru para influir na eleição presidencial. Foi preso no Chile, extraditado e responde a processos por corrupção e violação dos direitos humanos. Em um desses processos, já foi condenado.

Putin pode presidir Gazprom

Quando deixar a Presidência da Rússia, em março de 2007, além de primeiro-ministro, Vladimir Putin, poderá ser também presidente da gigante estatal do gás Gazprom, a exemplo do que ocorre hoje com o vice-primeiro-ministro Dimitri Medvedev, indicado por Putin para concorrer à Presidência, informou hoje um importante jornal econômico russo.

Sarkozy visita o Afeganistão

Dois líderes internacionais levaram seu apoio neste sábado, 22 de dezembro, ao presidente do Afeganistão, Hamid Karzai. O país viveu em 2005 seu pior ano desde a queda do governo da Milícia dos Talebã (Estudantes).

Com o agravamento da situação afegã nos últimos dois anos, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, foi levar seu apoio a Karzai e à guerra dos Estados Unidos contra o terrorismo.

Mais tarde, foi a vez do novo primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd. Ele vai retirar as tropas australianas do Iraque, uma promessa de campanha. Mas vai manter os 900 soldados que mandou para o Afeganistão.

Violência cai no Iraque mas reconciliação ainda é um sonho distante

Nos últimos meses, a situação militar no Iraque melhorou sensivelmente, com a derrota da rede terrorista Al Caeda para uma aliança dos Estados Unidos com líderes tribais sunitas. Mas a reconciliação entre os diferentes grupos que formam o país, sobretudo xiitas e sunitas, ainda está longe.

O jornal The New York Times fez um especial sobre o Estado do Iraque.

Aviação turca ataca curdos no Iraque

A Força Aérea da Turquia voltou a bombardear bases de guerrilheiros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) no Norte do Iraque. Hoje o ataque durou duas horas e os bombardeiros turcos invadiram 3 quilômetros de espaço aéreo iraquiano.

Com a conivência e o apoio dos Estados Unidos, os turcos atacam os rebeldes que há 20 anos lutam pela independência do Curdistão. Em troca de informações, inclusive imagens de satélite usadas para localizar os acampamentos da guerrilheira, os turcos avisam o comandanto militar americano no Iraque antes de bombardear os curdos.

Essa troca de informações faz parte de um acordo na guerra contra o terrorismo. O governo turco acusa o PKK de atos terroristas.

Durante esta semana, soldados turcos chegaram a fazer operações além da fronteira, mas foram ações limitadas para não desestabilizar o Norte do Iraque, região mais estável do país, onde os curdos têm autonomia.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

2008 marca o fim da era Bush

No plano político, o grande acontecimento do ano é a eleição presidencial de 4 de novembro nos EUA. É o fim da era Bush.

“Tudo apontava para uma vitória democrata”, pondera o economista Paulo Wrobel, assessor da Embaixada do Brasil em Londres. Mas o jogo ainda está em aberto.

As eleições primárias e convenções regionais que indicarão os candidatos dos dois grandes partidos começam em 3 de janeiro pelo estado de Iowa.

No Partido Democrata, a senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton, que estava bem à frente nas pesquisas, foi atropelada na reta final da campanha em Iowa pelo senador negro Barack Obama. Talvez tenha de esperar até a Giga-Terça-Feira, 5 de fevereiro, que substitui a antiga Super-Terça, que era realizada em março. Cerca de 20 estados farão primárias ou convenções.

Com a queda da violência no Iraque, o presidente George W. Bush termina 2007 melhor do que começou, apesar das ameaças à economia dos EUA. Isto ajuda a candidatura do Partido Republicano.

Tido como liberal demais pelo eleitorado conservador do partido, o ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani, perde terreno para o pastor Mike Huckabee, o típico azarão.

O grande desafio do próximo presidente dos EUA será atacar o problema do déficit triplo: conta corrente, contas públicas e poupança privada.

Wrobel observa “um processo gradual de transformação dos EUA de um país de tradição européia para um país mais complexo lutando pela prosperidade”, com populações de origem latino-americana e asiática cada vez maiores.

A crise do Irã sofreu uma mudança radical. Diante da avaliação dos 16 serviços secretos dos EUA de que o Irã suspendeu seu programa nuclear militar clandestino, afasta-se o fantasma de um bombardeio americano ao Irã, como defendeu claramente o vice-presidente Dick Cheney.

O jogo não acabou. Para fazer uma bomba atômica, é preciso enriquecer urânio a altos teores, e o Irã continua enriquecendo urânio. É uma tecnologia de uso duplo. Mas um ataque é difícil em 2008.

América Latina entra na era pós-Fidel

A grande expectativa na América Latina em 2008 é sobre a transição em Cuba, agora que Fidel Castro, depois de 52 anos no poder, decidiu não se “apegar” mais a cargos.

Sempre houve uma suposição de que regime revolucionário cubano não sobreviveria a seu líder. O afastamento de Fidel por motivo de saúde com a possibilidade de voltar deu início a um processo controlado de transferência do poder.

Há uma nova geração que nasceu sob o regime comunista mas não tem o compromisso revolucionário dos que fizeram a revolução. “Os cubanos são mito empreendores”, afirma Paulo Wrobel. “O grande medo do regime é a desigualdade. A riqueza privada ainda é intolerável. Mas eles estão loucos para retomar o comércio com os EUA.”

O presidente interino, Raúl Castro, gostaria de fazer uma reforma no estilo chinês, uma abertura econômica sem liberalização política. Mas Cuba assinou documentos das Nações Unidas sobre direito de viajar ao exterior e liberdade de expressão que rejeitara antes.

A derrota da reforma do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, para implantar o socialismo do século 21 mostra os limites da chamada “democracia plebiscitária”.

Há uma dissidência no chavismo, representada sobretudo pelo general Raúl Baduel, ex-ministro da Defesa que ficou ao lado do presidente no golpe de abril de 2002. A bola está com a oposição.

Muito mais complicada é a situação da Bolívia, um país muito pobre com uma longa história de instabilidade política, uma fratura social muito grande entre indígenas e europeus, entre o altiplano e o resto do país. Há uma paralisia política perigosa, com quatro dos nove departamentos proclamando autonomia. O presidente Lula recomendou calma a Evo Morales.

Na Argentina, a presidente Cristina Fernández de Kirchner significa sobretudo a continuidade. O governo de seu marido, Néstor Kirchner (2003-07), tirou o país da pior crise de sua história, causada pelo colapso da paridade dólar-peso no final de 2001.

Com o sucesso do agronegócio e dos biocombustíveis, a Argentina garante taxas de crescimento em torno de 9% ao ano. A economia elegeu Cristina, apesar da ameaça de crise energética no rigoroso inverno deste ano. Mas o Brasil deu um salto econômico e industrial à frente. As assimetrias são problemas que dificultam a integração regional da América Latina.

Na Europa, a Alemanha mantém sua posição como maior exportador mundial de bens, superando US$ 1 trilhão em 2007. A chanceler (primeira-ministra) adotou uma posição mais próxima dos EUA e quer a União Européia na liderança do combate ao aquecimento global.

O presidente Nicolas Sarkozy é talvez o mais pró-americano de todos os chefes de Estado da França. Quer reformar o país, enfrentando os sindicatos, para dinamizar a quinta maior economia do mundo. Tem apoio popular para isso.

Mais difícil é a situação do primeiro-ministro britânico. Gordon Brown chegou ao poder sem voto. Sucedeu Tony Blair sem passar pelo teste das urnas como líder do Partido Trabalhista. Com as pesquisas dando a liderança ao Partido Conservador, 2008 é um ano chave para Brown realizar suas reformas e se legitimar como chefe de governo.

A Espanha realiza eleições em 9 de março. Espera-se uma disputa apertada com favoritismo para o Partido Socialista Operário Espanhol do primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero e o Partido Popular, de Mariano Rajoy.

Sarkozy e Zapatero se reuniram recentemente com o primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, para relançar o projeto de uma União do Mediterrâneo, uma associação com os países do Norte da África e do Oriente Médio com acesso ao mar.

No Japão, novamente à beira da estagdeflação, o governo Yasuo Fukuda precisa mostrar que não é apenas transitório. Moderado, Fukuda quer melhorar as relações com a China, que ainda são muito difíceis, em parte pela falta de reconhecimento pelo Japão dos crimes de guerra do Exército Imperial de 1931 a 1945.

A China tentará evitar o superaquecimento da economia e começa a se preocupar com problemas ambientes. Centenas de projetos de investimento em novas fábricas foram rejeitados nos últimos dois anos. No passado, isso raramente acontecia.

Mais movimentada estará a cena política da África do Sul, com a vitória do ex-vicepresidente Jacob Zuma sobre o presidente Thabo Mbeki na disputa da liderança do Congresso Nacional Africano, partido histórica da maioria negra na luta contra a minoria branca. Em 96 anos de história, o CNA não tinha tido uma convenção tão tumultuada.

Mbeki, um jovem filho da elite que foi estudar na Europa, um esquerdista convertido à economia de mercado, era considerado insensível ao sofrimento da maioria que ainda não tem aquilo que lhes era negado pela regime segregacionista branco do apartheid: terra, casa, trabalho e serviços públicos razoáveis.

Zuma, sem educação formal, era um dos chefes do braço armado do CNA. É acusado de violência sexual e corrupção. O procurador-geral promete processá-lo. Só isso pode barrar sua ascensão à Presidência da África do Sul, o trono de Nelson Mandela.

Mundo cresce menos por causa dos EUA

A economia mundial deve crescer menos em 2008, por causa da crise financeira iniciada no setor habitacional nos Estados Unidos, que atingiu a Europa. Mas as grandes economias emergentes – Brasil, Rússia, Índia e China – devem segurar o rojão devido ao fortalecimento recente de seus mercados internos.

“Nos últimos anos, havia sempre uma visão otimista”, observa o economista Paulo Wrobel, assessor de ciência e tecnologia da Embaixada do Brasil no Reino Unido. “Finalmente, depois de todos esses anos de crescimento, parece que a expansão do consumo chegou ao fim.”

Isso é mais evidente nos EUA e no Reino Unido. Mas a Europa continental também vai sofrer pelo contágio da crise no mercado americano de crédito hipotecário, pelo freio no consumo nos EUA e a valorização do euro.

Muitos economistas acreditam que haverá recessão na maior economia do mundo. Se a taxa de crescimento for inferior à inflação – e o último dado revela uma alta de 4,7% ao ano no índice de preços ao consumidor, puxado por alimentos e energia –, haverá uma queda no poder de compra real.

“Um crescimento de menos de 2% é considerado medíocre”, comenta Wrobel. Não basta para a geração de novos empregos, aumento da renda e do consumo, mesmo que não haja crescimento negativo ou contração da economia.

O Federal Reserve Board (Fed), banco central dos EUA, está atento e pratica uma política monetária ativista para evitar a recessão. Na opinião do economista brasileiro, “o problema mais sério é que, junto com a queda no crescimento devida ao aperto de crédito, há uma alta de preços”.

Volta-se a falar em estagflação, estagnação econômica com inflação, o que não se ouvia desde o final dos anos 70.

As economias desenvolvidas movem-se na base de crédito para consumo, e a crise de inadimplência nos empréstimos para compra de casa própria por tomadores de segunda linha abalou o sistema financeiro no Ocidente.

Força dos emergentes segura crescimento mundial

Uma das grandes novidades do cenário internacional que só tende a se reafirmar em 2008 é a força das economias emergentes.

“Há um aspecto muito interessante”, nota Wrobel, que indica uma mudança estrutural na economia internacional. “É possível prever que o impacto de uma recessão nos países ricos será muito menor do que no passado”, por causa do dinamismo das economias emergentes.

“Boa parte do crescimento da China, da Índia e do Brasil se deve à expansão do mercado interno”, analisa o assessor da embaixada brasileira em Londres.

Nos últimos, a China e a Índia incorporaram centenas de milhões de pessoas ao mercado consumidor. Aqui, no Brasil, 20 milhões saíram das classes D e E por causa do crescimento econômico e dos programas sociais do governo Lula.

“Isto cria uma dinâmica interna: são produtos de baixa tecnologia com uso intensivo de mão-de-obra”, o que gera empregos, aumento da renda e mais consumo, num ciclo virtuoso.

Já a Rússia é hoje “uma grande potência energética”. Mesmo que o preço do petróleo caia um pouco, não deve cair muito. Depois da caótica era Boris Yeltsin (1991-1999) e do colapso econômico de 1998, com a alta do petróleo, sob a presidência de Vladimir Putin (1999-2008), “a Rússia conseguiu uma certa estabilidade. Tem investimento e consumo”. Voltou a ser um ator internacional importante, com sérias críticas ao Ocidente e duras críticas à independência do Kossovo.

Apesar da derrota da CPMF, o Brasil teve um grande aumento de arrecadação. Deve crescer 5% este ano. Pelas previsões do economista José Márcio Camargo, professor da PUC-Rio e sócio da consultoria Tendências, fica em 4,5% em 2008, por conta da desaceleração americana. Na opinião de Wrobel, “dá para acomodar a perda de R$ 40 bilhões de receita”.

Para não pintar um quadro otimista demais, é bom lembrar que os chineses não acreditam que sua economia possa se descolar dos EUA. Uma queda de um ponto percentual no produto interno bruto dos EUA causaria uma queda de até 6% na produção industrial chinesa.

Mas a realidade é que o mundo confia cada vez mais na China como pólo gerador de riqueza e nova locomotiva da economia internacional.

FARC confirmam libertação de três reféns

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) anunciaram este noite a libertação de três reféns: Clara Rojas,seu filho Emmanuel e a ex-deputada Consuelo González de Perdomo.

"Esta libertação se dá contra o desejo do Sr. Álvaro Uribe", declarou um porta-voz da guerrilha, atacando o presidente colombiano. "Esperamos que ele não a impeça".

Os reféns seriam entregues na Venezuela do presidente Hugo Chávez, que atuava como mediador mas foi afastado por Uribe. Essa ruptura gerou um tiroteio verbal entre os dois presidente, retomado agora por Chávez, que promete não falar com Uribe até a morte.

A mais valiosa refém, a senadora e ex-candidata à Presidência da Colômbia em 2002 Ingrid Betancourt, que também tem nacionalidade francesa, foi seüestrada em 2002. Não será solta. Os guerrilheiros querem a libertação de 500 prisioneiros de guerra em troca dos reféns. Ingrid é o trunfo mais valioso das FARC nesta negociação.

Procurador-geral tem "provas" contra Zuma

Aumenta a tensão política na África do Sul. O procurador-geral, Mokotedi Mpshe, acredita ter provas suficientes para denunciar o novo líder recém-eleito do Congresso Nacional Africano, Jacob Zuma, por corrupção.

Uma decisão é "iminente", declarou o procurador-geral.

Os aliados de Zuma protestaram. Alegam que a denúncia é uma jogada política para desmoralizar o ex-vice-presidente. Zuma foi afastado do governo por corrupção. Agora, derrotou o presidente Thabo Mbeki na eleição interna do grande partido construído pela maioria negra para lutar contra sua dominação pela minoria branca.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Lula leva US$ 1 bi e conselho a Morales

Além de um investimento de US$ 1 bilhão que o presidente Evo Morales não merecia depois de ocupar militarmente instalações da Petrobrás em 1º de maio do ano passado, o presidente Lula aproveitou sua visita à Bolívia para aconselhar paciência e prudência ao líder boliviano, acossado por declarações de autonomia dos departamentos mais ricos de seu pobre país.

Mais uma vez, Lula foi conciliador e magnânimo, entre outras razões para conter a expansão do chavismo na região da Cordilheira dos Andes. Usou a Petrobrás como instrumento de política externa, mas isso é natural nesta época de ascensão do nacionalismo energético.

Há poucos meses, um cientista político boliviano disse no Rio de Janeiro que o Brasil tinha três políticas externa para a Bolívia, "da Petrobrás, do [assessor presidencial para política externa] Marco Aurélio Garcia e do Itamaraty".

As presenças de Lula e do ministro das Relações Exteriores, embaixador Celso Amorim, em La Paz, anunciando investimentos de US$ 1 bilhão da Petrobrás na Bolívia unificam o discurso e mostram a Morales quem é dependente.

Depois de sérios equívocos - especialmente a ocupação militar de instalações da Petrobrás e a expectativa do governo brasileiro de que a Petrobrás seria tratada de forma diferente na nacionalização do petróleo e do gás da Bolívia -, as relações bilaterais voltam á normalidade.

Também é uma vitória do modelo de integração latino-americana defendido pelo Brasil, o chamado regionalismo aberto. É uma integração com claros objetivos políticos mas baseada no mercado e na economia. Visa a aumentar o poder de barganha dos países-membros nas grandes negociações internacionais.

Espanha convoca eleições para 9 de março

O primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, confirmou hoje que as próximas eleições gerais serão realizadas em 9 de março de 2008.

Rodríguez Zapatero chegou ao poder em 14 de março de 2004, beneficiados pelos atentados terroristas que mataram 191 pessoas em Madri em 11 de março de 2004 e pela maneira desesastrada como o governo conservador de José María Aznar lidou com o episódio.

Como os atentados combinados contra o sistema de transportes ferroviários da capital espanhola foram uma clara retaliação pela participação da Espanha na Guerra do Iraque, ao lado dos Estados Unidos, o governo Aznar botou a culpa no grupo terrorista ETA, que luta pela independência do País Basco.

Mas, na noite de 11 de março daquele ano, a polícia antiterrorista espanhola já encontrara indícios evidentes de que se tratava de um ato de terroristas muçulmanos, enquanto o Ministério do Interior insistia em responsabilizar a ETA.

Resultado: uma campanha de última hora em que os telefones celulares desempenharam uma função importante para mobilizar a opinião pública derrotou o governo mentiroso de Aznar, aquele que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chamou, não sem razão, de "fascista".

Aznar é oriundo do fascismo que sustentou a ditadura do generalíssimo Francisco Franco (1936-75) e apoio o golpe de 12 de abril de 2002 na Venezuela. Chávez também tem seu passado golpista, mas essa é outra história.

Ex-comandante argentino pega 25 anos

O general Cristiano Nicolaides, ex-comandante do Exército da Argentina, foi condenado na quarta-feira, 19 de dezembro, a 25 anos de prisão. Também pegaram penas de 20 a 25 anos seis coronéis do Batalhão 601 de Inteligência do Exército e o ex- policial bonaerense Julio Simón.

Eles foram responsabilizados pelo seqüestro e a tortura de seis militantes do movimento guerrilheiro Montoneros, da esquerda peronista, que voltaram ao país em 1980 como parte de uma contra-ofensiva contra a ditadura.

Foi a primeira condenação desde que o governo Néstor Kirchner (2003-07) conseguiu revogar, em 2003, as leis Ponto Final e de Obediência Devida, que garantiam a impunidade dos acusados por crimes contra a humanidade durante o regime militar.

Argentina envia repressores para prisão comum

A Justiça da Argentina mandou os réus presos por processos de violações dos direitos humanos na Escola de Mecânica da Armada, principal centro de detenção e tortura em Buenos Aires durante a última ditadura militar (1976-83), para prisões comuns.

O juiz Sergio Torres tomou esta decisão depois da morte suspeita do ex-subchefe de polícia Héctor Febres, na semana passada. São atingidos os notórios ex-capitão Alfredo Astiz, o Anjo da Morte, e Jorge El Tigre Acosta, além de Antonio Pernías, Carlos Octavio Capdevila, Pablo García Velasco, Juan Carlos Rolón, Alberto Eduardo González, Jorge Carlos Redice, Raúl Enrique Scheller, Adolfo Miguel Donda, Néstor Omar Savio, Víctor Francisco Cardo, Carlos José Pazo, Hugo Enrique Damario e Rogelio José Martínez Pizarro.

García Velasco e Juan Antonio Azic, internados no Hospital Naval e na Clínica San Jorge, respectivamente, passam a ser custodiados por autoridades federais.

Álcool é a droga favorita da City londrina

O álcool é a droga favorita de executivos e operadores do centro financeiro de Londres, afirma na edição de hoje o jornal inglês Financial Times.

Se no passado as bebidas alcoólicas eram mais um instrumentos para celebrar o sucesso e os bons negócios, hoje em dia tornaram-se uma válvula de escape para as tensões de uma atividade que movimenta fortunas diariamente.

Leia mais no FT. A reportagem pode ter acesso restrito a assinantes.

Congresso aprova US$ 70 bilhões para guerras

Depois de meses de impasse com a Casa Branca, o Congresso dos Estados Unidos aprovou uma verba de mais US$ 70 bilhões para as guerras no Iraque e no Afeganistão.

É uma vitória do presidente George Walker Bush, na medida em que a maioria democrata não conseguiu impor um cronograma para a retirada das tropas americanas do Iraque, como pretendia.

Hamas propõe negociar cessar-fogo

O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniya, do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) declarou querer negociar um cessar-fogo com Israel, mas o Estado judaico reagiu com frieza.

Haniya prometeu suspender os ataques de foguetes lançados da Faixa de Gaza em troca do fim dos assassinatos seletivos. Nos últimos dois dias, Israel matou 11 palestinos, entre eles um alto dirigente do grupo terrorista Jihad Islâmica para a Libertação da Palestina.

Israel nega-se a negociar com o Hamas enquanto o maior partido fundamentalista palestino não renunciar à luta armada e não reconhecer o direito à existência de Israel.

O presidente israelense, Shimon Peres, considerou a proposta de Haniya "uma tentativa patética de desviar a atenção internacional dos crimes cometidos pelo Hamas e pela Jihad Islâmica ao atacar civis inocentes".

Peres acrescentou que, "se os militantes pararem de disparar foguetes, Israel imediatamente vai cessar fogo. Então, não há necessidade de negociações".

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Linha-dura ganha eleição na Coréia do Sul

O empresário e ex-prefeito de Seul Lee Myung Bak foi eleito presidente da Coréia do Sul nesta quarta-feira, 19 de dezembro de 2007. Ele deve tornar o país mais atraente para investimentos estrangeiros e adotar posições mais duras em relação à Coréia do Norte do que seu antecessor Roh Moo Hyun.

Lee, que toma posse em fevereiro, planeja revigorar a economia sul-coreana com um programa de cortes de impostos e despesas públicas. Quer construir um canal através do país e fechar mais acordos de livre comércio como o feito com os Estados Unidos este ano.

Em relação ao regime comunista da Coréia do Norte, promete manter abertos os canais de comunicação. Mas condicionou qualquer ajuda futura ao desarmamento nuclear do país.

É uma postura mais próxima dos EUA do que da estratégia de fazer agrados a Pionguiangue do liberal Roh: "A coisa mais importante para a Coréia do Norte é se livrar de seu programa nuclear", advertiu Lee. "É a melhor maneira de acelerar seu desenvolvimento econômico".

Hillary tenta mostrar face humana

Sob pressão do senador Barack Obama, seu maior rival na disputa pela candidatura do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos em 2008, a senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton alistou o marido, o ex-presidente Bill Clinton, e o ex-astro do basquete Magic Johnson na sua campanha.

Os três estão percorrendo o estado de Iowa, onde será realizada a primeira eleição prévia, em 3 de janeiro, tentando mostrar Hillary como uma pessoa humana e afável, além da superadvogada sempre com uma resposta pronta e um argumento para cada questão.

Leia mais no New York Times.

BCE injeta US$ 500 bilhões no mercado

O Banco Central da Europa surpreendeu os investidores ontem ao injetar 350 bilhões de euros (US$ 500 bilhões) para garantir a liquidez do mercado na zona do euro e permitir um fechamento de balanços sem sobressaltos neste final de ano.

A taxa de juros, de 4,2% ao ano, ficou bem abaixo da que estava sendo praticada, de 4,9%.

Em conseqüência, as principais bolsas do mundo inteiro fecharam em alta.

Populista acusado de estupro e corrupção lidera CNA

Num verdadeiro terremoto político na África do Sul, o presidente Thabo Mbeki perdeu a eleição para a liderança do Congresso Nacional Africano (CNA), o partido que derrotou o regime segregacionista do apartheid. O vencedor é o ex-vice-presidente Jacob Zuma, um populista denunciado por estupro e corrupção que pode agora ser eleito presidente do país em 2009.

Zuma recebeu 2.329 votos, contra 1.505 para Mbeki, sucessor de Nelson Mandela desde 1999. Ambos têm 65 anos e fazem parte do grupo de líderes do CNA que viveu no exílio para fugir do regime racista branco que dominou a África do Sul até 1994.

Desde o fim do apartheid, a África do Sul entrou numa era de prosperidade e relativa paz social, manchada pelos altos índices de criminalidade. Mas a maioria da população negra ainda vive miseravelmente. Milhões ainda esperam as casas, as terras, os empregos e os serviços públicos que lhes foram negados pela segregação racial.

Mbeki é considerado um ex-stalinista convertido ao fundamentalismo de mercado. Faltou-lhe sensibilidade social para atender aos anseios dos excluídos. Refratário às críticas e distante das bases populares do CNA, o presidente recebeu nesta terça-feira o veredito das urnas da convenção partidária. Não fará seu sucessor, que provavelmente será seu maior inimigo político.

Sua derrota é uma vitória da democracia no país mais importante da África. Ao contrário da imensa maioria dos países do continente, houve uma disputa real, ainda que no seio do partido do governo. Afinal, o CNA tem a legitimidade de quase um século de luta contra a opressiva dominação da maioria branca.

Mbeki é um filho da elite negra sul-africana educada no exílio para assumir o poder na era pós-apartheid.

Zuma é zulu, maior etnia da África do Sul. Não recebeu educação formal. Foi um dos líderes do braço armado do CNA, Umkhonto we Sizwe (Lança da Nação), no exílio. Foi afastado da vice-presidência sul-africana por Mbeki quando um de seus assessores foi condenado por oferecer US$ 70 mil de suborno a investigadores de um escândalo de venda de armas que implicava seu chefe.

No ano passado, Zuma foi processado por estuprar uma amiga de sua família. Durante o julgamento, declarou ter mantido relações sexuais sem camisinha com uma aidética e em seguida tomado banho na certeza de que isso o protegeria.

Suscitou, assim, outra questão de importância fundamental na África do Sul, a relutância das autoridades em admitir que a causa da aids é o vírus da imunodeficiência humana (HIV). O país tem a maior incidência de aids do mundo.

Os partidários de Zuma alegam que as acusações são manobras políticas para afastá-lo da luta pelo poder. Mas ele pode ser forçado a sair e não concorrer à presidência, se a Procuradoria Nacional reapresentar as denúncias contra ele.

Cresce, portanto, a importância de seu vice no CNA, o ex-líder sindical Kgalema Motlanthe.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

EUA ajuda Turquia contra curdos do Iraque

Os Estados Unidos deram ajuda em tempo real e informações que orientaram a escolha dos alvos pela Turquia nos ataques lançados contra bases de guerrilheiros curdos no Norte do Iraque, inclusive para o grande bombardeio aéreo do domingo passado, revelaram funcionários do Pentágono, o Departamento de Defesa.

Um centro de inteligência montado em Ancara, a capital turca, pelos americanos fornece ao comando militar da Turquia imagens e outras informações sobre as bases dos guerrilheiros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) obtidas por aviões-espiões, aeronaves não-tripuladas e agentes americanos na região autônoma curda no Iraque.

Leia mais no jornal The Washington Post desta terça-feira.

Ucrânia refaz governo da revolução

A Rada Suprema, o parlamento unicameral da Ucrânia, reconduziu ao cargo a ex-primeira-ministra Yulia Timochenko. Na semana passada, ela não conseguira votos suficientes para voltar à chefia do governo, cargo que ocupou de fevereiro a setembro de 2005, depois da Revolução Laranja, no fim de 2004.

Com o apoio do presidente pró-ocidental Victor Yuvchenko e de 226 dos 450 deputados, ela substituirá o primeiro-ministro pró-Rússia Victor Yanukovich. Adversário de Yuvchenko em 2004, Yanukovich foi acusado de uma conspiração para fraudar a eleição presidencial daquele ano e de envenenar o atual presidente, o que provocou a Revolução Laranja, apoiada pela Europa e os Estados Unidos.

Antes da votação, Timochenko, de 47 anos, declarou que tinha chegado "a hora da verdade e a prova de fogo para a coalizão democrática”. Ela acusou o governo Yanukovich de ser "uma gangue" que "rouba o povo ucraniano".

Maioria dos sauditas é contra Al Caeda

Numa das maiores pesquisas de opinião já realizadas na Arábia Saudita, a maioria dos entrevistas manifestou-se contra as atividades extremistas da rede terrorista Al Caeda e uma parcela significativa a favor do fortalecimento de relações com os Estados Unidos.

Só 10% dos sauditas são a favor da rede terrorista liderada por seu compatriota Ossama ben Laden, enquanto 40% têm uma opinião favorável dos EUA. Mas a maioria é contra a paz com Israel.

A pesquisa, realizada pela organização Terror Free Tomorrow, sediada em Washington, ouviu 1004 sauditas de 30 de novembro a 5 de dezembro.

Rússia entrega urânio enriquecido ao Irã

A Rússia começou nesta semana a entregar urânio enriquecido ao Irã. É parte de um plano para evitar o desenvolvimento da bomba atômica mas ao mesmo tempo um sinal de apoio ao direito iraniano de usar a energia atômica para fins pacíficos.

O combustível nuclear será utilizado na usina de Bushehr, construída a um custo de US$ 1 bilhão.

Nos Estados Unidos, na Europa e em Israel, há fortes suspeitas de que a usina seja usada para desenvolver armas nucleares. Mas, recentemente, um informe dos 16 serviços secretos americanos disse que o Irã suspendeu seu programa nuclear militar clandestino em 2003.

A empresa estatal russa Atomstroiexport justificou o negócio alegando que a usina de Bushehr foi erguida sob a fiscalização da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que na verdade ainda tem diversas dúvidas sobre o programa nuclear da república islâmica.

Medo de estagflação abala bolsas

O risco de uma estagnação na maior economia do mundo, os Estados Unidos, acompanhada de inflação provocada pela alta nos preços dos alimentos e de energia derrubou ontem as bolsas de valores do mundo inteiro. A queda continua hoje na Ásia.

A inflação medida pelo índice de preços ao consumidor foi de 0,8% em novembro, o que projeta uma taxa anual para 2007 de 4,2%, em contraste com 2,5% em 2006. O núcleo da inflação, expurgados os preços de energia e alimentos, cresceu 0,3% em novembro, a maior taxa em 10 meses.

Na Europa, as principais bolsas registraram quedas de 1,5% a 2%.

Em Nova Iorque, o Índice Dow Jones caiu 1,72% para 13.167,20 pontos, enquanto a bolsa Nasdaq, das ações de empresas de alta tecnologia, perdia 2,32%. Em São Paulo, a bolsa brasileira baixou cerca de 4%.

No Japão, a Bolsa de Tóquio opera em baixa pelo quinto pregão consecutivo. O resto da Ásia segue a tendência.

China endurece política ambiental

Depois de décadas de negligência em nome da rápida industrialização do país, a política ambiental da China começa a dar resultados.

Neste ano, foram rejeitados projetos com investimentos de bilhões de dólares em novas fábricas por não atenderem às exigências. As empresas que sempre ignoraram esses padrões terão de se readaptar.

A China vive o processo de desenvolvimento econômico mais rápido da História, sob a ditadura do Partido Comunista, mas com um custo ambiental elevadíssimo. Seis das dez cidades mais poluídas do mundo são chinesas. O país está prestes a superar os Estados Unidos como maior emissor dos gases que causam o aquecimento global.

É uma situação tão grave que o Comitê Olímpico Internacional ameaçou tirar da capital chinesa provas de longa distância da Olimpíada de Beijim, como a maratona e o ciclismo de estrada.

Em outubro, sinalizando uma mudança política, o presidente Hu Jintao lamentou que "o nosso crescimento econômico tenha sido realizado a um custo ambiental e em recursos excessivamente elevado". Ele prometeu reverter essa tendência.

De 1995 a 2005, a Agência Estatal de Proteção Ambiental rejeitou apenas dois projetos. No ano passado, rejeitou cerca de 110 projetos por causa de seu impacto ambiental.

BCE deve oferecer fundos ilimitados

Para evitar uma crise de liquidez e facilitar o fechamento dos balanços neste final de ano, o Banco Central da Europa deve anunciar nesta terça-feira, 18 de dezembro, uma oferta ilimitada de fundos para as instituições financeiras a uma taxa de juros pré-fixada abaixo dos preços de mercado.

É a segunda vez em seus nove anos de existência que o BCE toma uma medida dessas. A primeira foi em 9 de agosto, quando ficou evidente que a crise no mercado de crédito hopitecário iniciada nos Estados Unidos contaminara o mercado financeiro internacional.

Na época, o BCE ofereceu 95 bilhões de euros, o equivalente a US$ 137 bilhões pelas cotações de hoje.

Até agora, apesar dos esforços do BCE, os bancos da zona do euro continuam relutantes em emprestar dinheiro uns para os outros por prazos longos. A taxa para empréstimos interbancários de três meses caiu para 5%, mas ainda está acima da meta do BCE para curto prazo, que é de 4%.

A autoridade monetária européia segue o Federal Reserve Board (Fed), banco central dos EUA, que ofereceu na segunda-feira US$ 40 bilhões a juros baixos às instituições financeiras americanas.

Há três dias, o ex-presidente do Fed Alan Greenspan sugeriu que o governo George W. Bush deveria fazer mais para refinanciar os contratos de compra da casa própria dos tomadores que não conseguem pagar.

O reverendo Jesse Jackson, principal líder negro dos EUA, está à frente de um movimento que exige o refinanciamento em vez da simples retomada dos imóveis. Isto deixaria os tomadores inadimplentes sem casa e sem crédito.

Fidel indica que não volta ao poder

Em carta aberta lida na televisão estatal, o comandante Fidel Castro, presidente de Cuba licenciado há um ano e quatro meses por motivo de saúde, declarou que não vai se aferrar ao poder mas abrir caminho às novas gerações.

"Meu dever fundamental não é me aferrar a cargos nem muito menos obstruir a passagem de pessoas mais jovens, e sim aportar experiências e idéias cujo modesto valor provém da época excepcional que me tocou viver", afirmou o ditador cubano.

Fidel está no poder desde a vitória da revolução cubana, em 1º de janeiro de 1959. Acumulava, entre outros, os cargos de presidente, primeiro-ministro, comandante das Forças Armadas e líder do Partido Comunista.

Em 31 de julho de 2006, transferiu todos esses cargos a seu irmão, o ministro da Defesa, Raúl Castro, antes de ser submetido a uma operação de emergência para estancar uma hemorragia intestinal. Desde então, nunca mais foi visto em público.

No primeiro ano após seu afastamento, os dirigentes cubanos e seu maior aliado, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, insistiam em que Fidel voltaria ao poder.

A carta lida na segunda-feira, 17 de dezembro, marca o fim de uma era:

"Não guardo ilusões", acrescentou Fidel. "Minha convicção mais profunda é que as respostas aos problemas atuais da sociedade cubana, que possui um nível educacional médio de 12 anos de escolaridades, com quase um milhão de universitários graduados (...) requerem mais variáveis como resposta para cada problema concreto do que as contidas num tabuleiro de xadrez".

Há poucos dias, seu nome foi confirmado como candidanto à Assembléia Nacional nas eleições de 20 de janeiro, precondição para se manter na presidência e na chefia do governo. Agora, promete não atrapalhar a ascensão ao poder das novas gerações.

Isto sugere que Fidel não apóia uma transição permanente do poder para seu irmão, Raúl, que deu sinais claros de que pretende fazer uma reforma econômica no estilo chinês, sem liberalização política.

"Não de pode ignorar um só detalhe, e não se trata de um caminho fácil, se é que a inteligência do ser humano em uma sociedade revolucionária há de prevalecer sobre seus instintos", raciocinou o comandante, resgatando a idéia freudiana de um conflito permanente entre os princípios do prazer e da realidade que as utopias revolucionárias dos anos 60 como o Maio de 68 na França tentaram harmonizar.

Uma empresa do Oriente Médio, a Dubai Ports, fechou um contrato para reformar os portos de Cuba. Para os analistas, isso significa que está apostando no fim do embargo econômico dos Estados Unidos à Cuba, erroneamente chamado de bloqueio.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Putin será primeiro-ministro da Rússia

Como era esperado, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu hoje que será primeiro-ministro, se seu candidato, Dimitri Medvedev, vencer a eleição presidencial de março, o que é considerado praticamente certo.

Depois de meses de especulações e intrigas palacianas, Putin declarou a cerca de 2 mil militantes do seu partido, Rússia Unida, que será candidato a primeiro-ministro, num sinal de que pretende continuar mandando no país por muitos anos.

Com a forte recuperação da economia russa depois do colapso de agosto de 1998, impulsionada pela alta nos preços do petróleo, desde que chegou ao poder, em 1999, Putin luta para restaurar o poder imperial da era soviética. Já disse que considera o fim da União Soviética "o maior desastre geopolítico do século 20".

Nesta empreitada, além de antigos símbolos do poder soviético como o antigo hino nacional e uma retórica antiamericana e antiocidental, faz uma aliança com um dos pilares do czarismo no antigo Império Russo pré-revolução comunista: a Igreja Ortodoxa. Acaba de reabilitar um clérico que caíra em desgraça ao afirmar que o magnata Mikhail Khodorkovski

Rigidamente hierárquica, intolerante com o dissenso e vendo com suspeita a competição, a Igreja Ortoxoda Russa tem muito a ver com o Kremlin. Essa aliança cria uma Rússia com raízes nacionalistas profundas e um desdém pela democracia liberal.

É o autoritarismo democrático no estilo Putin. Quem sabe alguns presidentes latino-americanos não seguem a receita? Com o parlamentarismo, a discussão sobre o terceiro mandato ou a reeleição sem limites perderia o sentido.

Rei saudita perdoa vítima de estupro

O sultão Abdullah, da Arábia Saudita, perdoou uma mulher vítima de estupro que havia sido condenada a 200 chibatadas e seis meses de prisão por andar em companhia de um homem que não era de sua família.

A sentença contra uma vítima causou forte reação internacional contra a Justiça saudita, que se baseia na charia, o direito islâmico.

Inflação do euro é a maior em seis anos

A inflação média nos 13 países europeus que adotaram o euro como moeda única (Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Eslovênia, França, Finlândia, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo e Portugal) foi de 3,1% ao ano em novembro, o nível mais alto em seis anos, bem acima da meta do Banco Central da Europa, que é de 2%. Na União Européia como um todo, que tem 27 países, a alta também chegou a 3,1%.

O aumento foi atribuído sobretudo aos preços dos alimentos, que subiram 4,3%.

Em outubro, a inflação anual da zona do euro era de 2,6%; em setembro, de 2,1%.

Houve fortes variações de país para país em novembro, com a maior economia européia, a Alemanha, registrando crescimento de preços de 3,3%. O maior íncide foi da Eslovênia (5,7%) e o menor, da Holanda (1,8%).

Diante desses números, normalmente o BCE aumentaria sua taxa básica de juros. Mas as autoridades monetárias temem que isto cause um aperto ainda maior de crédito. Com a crise no setor habitacional nos Estados Unidos, os bancos temem emprestar dinheiro uns para os outros.

Gripe aviária chega ao Paquistão

A Organização Mundial de Saúde (OMS) enviou especialistas internacionais ao Paquistão para investigar se os primeiros casos humanos de gripe aviária na região Sul da Ásia são resultados de transmissão de homem para homem e não de ave para homem.

Quatro irmãos - dois dos quais morreram - e dois primos de Abbotabad, uma pequena cidade a cerca de 50 quilômetros do Norte de Islamabad, a capital paquistanesa, são suspeitos de infecção pelo vírus , declarou em Genebra, na Suíça, Gregory Hartl, porta-voz da OMS. Outro homem e sua sobrinha que participaram do abate de aves também podem ter sido contaminados.

Desde 2003, a gripe aviária matou 208 pessoas, a maioria no Sudeste Asiático e na China.

O grande temor das autoridades de saúde é que o vírus H5N1 sofra uma mutação em contato com seres humanos que permita a transmissão de pessoa a pessoa. Neste caso, poderia causar uma epidemia como a da gripe espanhola, que matou milhões de pessoas no mundo inteiro a partir do fim da Primeira Guerra Mundial (1914-18).

Por enquanto, a OMS não descarta a possibidade de contágio pessoa a pessoa.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Turquia ataca rebeldes curdos no Iraque

Com o consentimento dos Estados Unidos, as Forças Armadas da Turquia bombardearam neste domingo bases de guerrilheiros curdos no Norte do Iraque.

Sem o apoio tácito dos americanos, os turcos não teriam se aventurado na região autônoma curda no Norte do Iraque, onde o grupo guerrilheiro Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) instalou bases com a conivência das autoridades regionais. Mas só usaram aviões bombardeiros e mísseis.

Por este acordo EUA-Turquia, os turcos podem atacar os rebeldes curdos, mas não invadir o país. Uma operação terrestre criaria sério risco de instabilizar a região mais estável do Iraque ocupado.

Desde outubro, o Parlamento da Turquia autorizou suas Forças Armadas a atacar os rebeldes curdos no Iraque. Nos últimos dois meses, os EUA e o governo regional do Curdistão iraquiano tentaram conter os guerrilheiros.

Britânicos entregam Bássora ao Iraque

As forças britânicas que invadiram o Sul do Iraque em 2003 entregaram neste domingo o controle da segurança de Bássora, maior cidade da região, às autoridades iraquianas. É a última das quatro províncias que estiveram sob domínio britânico após a ocupação.

O novo governo do Iraque marcou a transferência de poder com uma parada militar considerada a maior demonstração de força desde a ditadura de Saddam Hussein (1979-2003).

Restam agora cerca de 5 mil soldados do Reino Unido no Iraque. Embora seja o segundo maior contingente depois dos Estados Unidos nas forças que invadiram o iraque em 2003 para depor Saddam, sua presença sempre foi mais simbólica. O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, prometeu retirar mais 500 soldados até o fim do ano.

Daqui para a frente, os britânicos vão se limitar a operações de apoio e de treinamento das forças de segurança iraquianas.

Departamentos proclamam autonomia na Bolívia

Quatro departamentos da Bolívia (Beni, Pando, Santa Cruz de la Sierra e Tarija) declararam-se autônomos em relação ao governo central do presidente Evo Morales, aumentando a tensão no país mais pobre da América do Sul. Outros dois dos nove departamentos bolivianos, Chuquisaca e Cochabamba, devem seguir o exemplo.

Os departamentos ricos rejeitam a reolução indígena liderada pelo presidente Evo Morales e exigem autonomia como têm a Catalunha, a Galícia e o País Basco, na Espanha.

Etiópia obriga civis a ir à guerra

A Etiópia, aliada dos Estados Unidos, está forçando médicos, professores, burocratas e assistentes sociais a se alistarem em milícias para combater rebeldes na região de Ogaden, revelam diplomatas ocidentais e refugiados.

Há anos, o governo etíope enfrenta rebeldes em Ogaden. Agora, com dezenas de milhares de soldados enfrentando muçulmanos fundamentalistas na Somália e o risco de uma nova guerra com a Eritréia, está obrigando civis sem treinamento militar a se engajar nas suas guerras.

Leia mais no New York Times deste sábado.

Coréia do Norte responde aos EUA

O governo stalinista da Coréia do Norte aceita abandonar seu programa de armas atômicas em troca da normalização das relações com os Estados Unidos. A proposta foi comunicada em carta.

Hamas festeja 20 anos com demonstração de força

O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), principal partido fundamentalista palestino, festejou no sábado 20 anos de fundação com uma grande manifestação na cidade de Gaza de cerca de 250 mil pessoas e uma mensagem desafiadora que rejeita o processo de paz relançado na conferência de Anápolis, nos Estados Unidos, no mês passado.

Desde junho, o Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza, expulsando a Fatah, do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Com o boicote internacional que sofre por não reconhecer Israel e não abandonar a luta armada, tenta evitar que os 1,5 milhão de palestinos de Gaza caiam numa miséria ainda maior.

Na Cisjordânia, a polícia da ANP prendeu 26 militantes do Hamas, que nasceu há 20 anos, no início da intifada, a revolta palestina contra a ocupação israelense.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Conferência do clima termina com acordo mínimo

Depois de uma rejeição inicial, os Estados Unidos recuaram e aceitaram a proposta da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima realizada em Báli, na Indonésia, para negociar nos próximos dois anos um acordo internacional visando a reduzir as emissões de gases que causam o aquecimento global.

"As negociações devem proceder com a visão de que o problema da mudança do clima não pode ser resolvido adequadamente através de compromissos de cortes de emissões somente dos países desenvolvidos. Os grandes países em desenvolvimento devem agir no mesmo sentido", declarou a Casa Branca.

Horas antes, quando a chefe da delegação americana, a subsecretária de Estado para democracia e questões globais, Paula Dobriansky, anunciou que os EUA estavam rejeitando o plano, foi vaiada pelas outras delegações.

Imediatamente, um delegado de Papua-Nova Guiné desafiou os EUA a "liderar, seguir ou sair do caminho".

Cinco minutos depois, sob aplausos, Dobriansky anunciou a mudança da posição americana.

Na visão americana, deve haver uma "clara diferenciação". O compromisso dos países em desenvolvimento deve estar relacionado ao nível de emissões, tamanho da economia e uso de energia. "Pequenos países e países menos desenvolvidos devem receber tratamento diferenciado que reflita mais realmente suas necessidades e circunstâncias especiais", disse a nota do governo americano.

Para o deputado democrata Edward J. Markey, presidente da Comissão de Independência Energética e Aquecimento Global da Câmara dos Representantes, o resultado da conferência é um "roteiro de viagem modesto mas importante".

O secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, considerou "um bom começo":"É apenas o começo, não o fim. Teremos de nos engajar em negociações longas, complexas e difíceis".

EUA negam interferência no caso da matela de petrodólares venezuelanos

Diante das críticas da presidente Cristina Fernández de Kirchner, o embaixador dos Estados Unidos na Argentina, Earl Anthony Wayne, negou qualquer interferência do governo George Walker Bush no escândalo sobre uma tentativa frustrada de um empresário venezuelano de entrar na Argentina em 4 de agosto com US$ 790 mil não-declarados. Alegou que o Judiciário americano é independente.

Wayne acrescentou que o processo vai continuar.

Ao apresentar, na quarta-feira passada, denúncia contra quatro suspeitos detidos - três venezuelanos, Franklin Durán, Carlos Kauffmann e Moisés Maionica, e um uruguaio, Rodolfo Wanseele -, o promotor Tom Mulvihill declarou que Durán afirmou que o dinheiro era para a campanha presidencial de Cristina Kirchner.

Mercosul fecha acordo com Israel

O Mercado Comum do Sul (Mercosul) assina nesta segunda-feira, 17 de dezembro, o primeiro acordo de livre comércio com um país de fora da América do Sul: Israel.

A negociação também tem um impacto político. Será fechada antes da entrada da Venezuela como membro pleno do bloco regional, o que ainda depende de ratificação nos parlamentos do Brasil e do Paraguai.

Por causa de seu antiamericanismo, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, aproximou-se do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que ameaçou várias vezes "varrer Israel do mapa". Entidades judaicas da Venezuela denunciam um anti-semitismo nas idéias e práticas chavistas.

Na madrugada de 2 de dezembro, dia do plebiscito constitucional, a polícia venezuelana invadiu o clube Hebraica em busca de material de campanha da oposição.

Musharraf suspende emergência no Paquistão

O ditador do Paquistão, general Pervez Musharraf, suspendeu neste sábado, 15 de dezembro, o estado de emergência decretado em 3 de novembro sob o pretexto de combater o extremismo político e o terrorismo.

Cristina Kirchner acusa os EUA

A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, denunciou uma suposta conspiração americana para justificar a notícia de que os US$ 790 mil apreendidos em outubro num aeroporto de Buenos Aires na maleta de um empresário venezuelana seria dinheiro para sua campanha.

Na época, o então presidente, Néstor Kirchner, para se desvincular do dinheiro, sugeriu que seria uma ajuda indevida do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, para grupos bolivaristas argentinos. Chávez, por sua vez, botou a culpa no "império", palavra que usa para falar dos EUA.

Mas a prisão, em Miami, de pessoas ligadas ao caso, levou os EUA a anunciarem que o dinheiro iria para a campanha presidencial de Cristina.

Agora, ela desenterra uma retórica antiimperialista para botar a culpa nos gringos. Por quê, então, o governo de seu marido nada fez para impedir a saída do empresário venezuelano Guido Alejandro Antonini Wilson? Por que o dinheiro entrou no país num pequeno avião fretado pela companhia estatal de petróleo argentina, Enarsa, transportando diretores desta empresa e da estatal Petroleos de Venezuela S. A. (PdVSA)?

Cristina começa tentando esconder o que está na cara, um velho vício do populismo latino-americano.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Argentina cresce 8,7%

A economia da Argentina cresceu 8,7% no terceiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período no ano passado. Cresce sem parar há 22 trimestres.

Países em desenvolvimento denunciam pressões na conferência de Báli

Um grupo de mais de 150 países em desenvolvimento denuncia "pressões e ameaças como sanções comerciais" dos países ricos na Conferência da ONU sobre Mudança do Clima para que aceitem limitar suas emissões de gases que agravam o efeito estufa.

China, India, Brasil e México, membros do Grupo dos 77, estão dispostos a adotar "medidas voluntárias e nacionais, dentro dos princípios do desenvolvimento sustentável", mas não impostas em um acordo que substitua o Protocolo de Quioto.

Quem falou em nome desses países foi o paquistanês Munir Akram, que ocupa a presidência rotativa do G77+China: "Os países em desenvolvimento estão sofrendo muita pressão para aceitar compromissos e obrigações de mitigar que são injustos e que prejudicariam os objetivos de desenvolvimento. Os países em desenvolvimento resistem a estas pressões e ameaças para aceitar acordos que são injustos dado seu nível de desenvolvimento".

Os Estados Unidos exigem que esses países também adotem metas de corte de emissões, sob pena de não fazerem o mesmo.

"Queremos que esse acordo não afete nosso desenvolvimento econômico e social", declarou Akram em entrevista coletiva. "Os países desenvolvidos tiveram 200 anos para se desenvolver com economias baseadas no carvão. Quando chega a nossa vez, temos de nos restringir. Não podemos cometer os mesmos erros, mas também não podemos parar ou reverter nosso desenvolvimento porque temos muita pobreza e necessidade de agir rapidamente. É uma questão de justiça e humanidade".

Embora emitam muito menos gases por habitante do que os países ricos, grandes países em desenvolvimento como Brasil, China, Índia e México são hoje grandes poluidores. A China deve superar os EUA em breve como maior emissor do mundo.

Sua participação é considerada essencial pelos EUA, que por sua vez temem perder competitividade.

EUA querem ajuda no Afeganistão

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, fez um apelo na quinta-feira, 13 de dezembro, aos aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para que enviem mais soldados para combater o ressurgimento da milícia dos Talebã (Estudantes) no Sul do Afeganistão.

Nos últimos 18 meses, desde que a OTAN assumiu o controle das operações, aumentaram os ataques dos Talebã, milícia que governou o Afeganistão de 1996 até a invasão americana de outubro de 2001, para vingar os atentados de 11 de setembro.

Em depoimento ao Congresso dos EUA na terça-feira, o almirante Mike Mullen, comandante-chefe do Estado-Maior Conjunto, observou: "No Afeganistão, a gente faz o que a gente pode. No Iraque, a gente faz o que precisa."

Para o governo George Walker Bush, a prioridade é o Iraque.

Europa ameaça boicotar acordo do clima

A União Européia ameaça boicotar, na Conferência sobre Mudança do Clima que se realiza em Báli, na Indonésia, uma proposta que não inclua metas rígidas de corte das emissões de gases que agravam o efeito estufa.

Os Estados Unidos não aceitam limitar sua poluição, nem grandes países em desenvolvimento como China, Índia e Brasil. Estes últimos argumentam que, devido à sua industrialização recente, pouco contribuíram até agora para o aumento da concentração de gases carbônicos na atmosfera.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Gore apela por acordo em Báli sem EUA

O ex-vice-presidente americano e Prêmio Nobel da Paz 2007, Al Gore Jr., fez hoje um apelo para que a 13ª Conferência sobre Mudança do Clima das Nações Unidas, que termina nesta sexta-feira, em Báli, na Indonésia, chegue a um acordo mesmo sem o apoio dos Estados Unidos, maior poluidor mundial.

"Não estou aqui manietado pelas convenções diplomáticas", declarou o ex-vice-presidente, que teve mais votos populares do Bush na eleição presidencial da 2000 mas perdeu na Suprema Corte e no Colégio Eleitoral. "Então vou dizer uma verdade que incomoda: meu próprio país, os EUA, é o maior responsável pela obstrução a qualquer progresso aqui em Báli".

"Vocês podem sentir cólera e frustração, e jogar isso contra os EUA. Ou então podem fazer uma segunda opção, decidir avançar e fazer todo o trabalho difícil que deve ser feito", acrescentou.

Gore lembrou que haverá eleição presidencial nos EUA em novembro de 2008, sustentado que o novo presidente será mais sensível ao problema do aquecimento global.

"Deixem um grande espaço em branco com uma nota de pé de página", disse Gore, sugerindo que o futuro presidente americano acrescentaria nesse espaço a contribuição americana para a luta contra o agravamento do efeito estufa.

O objetivo central da Conferência de Báli é lançar as negociações de um acordo que substitua, a partir de 2013, o Protoloco de Quioto, que expira em 2012.

Esse protocolo obriga os países industrializados a reduzir suas emissões de gases-estufa, especialmente gás carbônico da queima de combustíveis fósseis como carvão e petróleo, em 5% em relação a aos níveis de 1990. Os países em desenvolvimento precisam apenas monitorar suas emissões.

Agora, a União Européia defende a adoção de metas rígidas para todos os países. Os EUA resistem, inclusive se aliando a grandes países em desenvolvimento como a China e a Índia.

As duas superpotências emergentes da Ásia crescem rapidamente, incorporando centenas de milhões de pessoas à sociedade de consumo. Também não querem aceitar cortes de emissões capazes de reduzir também o crescimento econômico.

O mesmo raciocínio aflige a delegação brasileira. Como o Brasil até hoje foi incapaz de impedir a destruição da Amazônia. É um patrimônio natural incalculável ainda inexplorado, capaz de revelar muitas surpresas na revolução da biotecnologia, que está apenas começando. Vai reprogramar o mundo.

Seria louvável fazer programas internacionais de preservação de florestas tropicais. Mas o Brasil teme ingerência externa e recua para uma posição soberanista e defensiva.

Quando o ministro de Ações de Longo Prazo, Roberto Mangabeira Unger, declara que,"se tiver de optar entre desenvolvimento e preservação ambiental, todo país vai escolher desenvolvimento", está colocando um falso dilema.

O grande desafio hoje é o desenvolvimento sustentável, que não comprometa a qualidade de vida das futuras gerações.

Dono da maior biodiversidade do planeta, do maior banco genético do planeta, de um patrimônio natural sem rival, o Brasil deveria assumir um papel de liderança em questões ambientais. A busca de um modelo de desenvolvimento sustentável deve ser um objetivo permanente para um país que deve quase tudo à sua natureza prodigiosa.

De resto, com a lógica do extrativismo, do latifúndio e da exploração predatória, o Brasil destrói seu patrimônio natural.

Dentro desta lógica, o planeta vai ferver, a Amazônia será destruída, as catástrofes climáticas serão mais extremadas, vai faltar água e haverá grandes perdas, de 20% a 40%, na produção agrícola.

Assim caminha a humanidade.

Países da UE assinam Tratado de Lisboa

Os 27 países-membros da União Européia assinaram nesta quinta-feira, 13 de dezembro, o Tratado de Lisboa, que substitui a Constituição da Europa, rejeitada em 2005 em plebiscitos na França e na Holanda. Como as mudanças são poucas em relação ao texto rejeito, haverá protesto dos eurocéticos.

O novo tratado entra em vigor em 1º de janeiro de 2008 e incorpora os tratados constitutivos da UE desde o Tratado de Roma, firmado em 1957 por seis países europeus: Alemanha Ocidental, Bélgica, França, Holanda, Itália e Luxemburgo. É considerado importante para evitar a paralisia administrativa da UE, que nos últimos 50 anos cresceu de seis para 27 países-membros, com as adesões de Áustria, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, Grécia, Hungria, Irlanda, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Romênia e Suécia.

As principais mudanças do Tratado de Lisboa são:
- Desaparece a palavra Constituição.
- Não há referência aos símbolos da UE, mas eles continuam: a bandeira azul com 12 estrelas amarelas; o Hino da Europa, a Ode à Alegria, último movimento da 9ª Sinfonia de Beethoven; o lema: a " União na diversidade; e a menção de que "o euro é a moeda da União.
- Na terceira parte do tratado, que define as políticas e o funcionamento da UE, caem os textos do projeto constitucional sobre mercado interno, concorrência, agricultura, união monetária, cooperação policial e judiciária, sendo substituídos pelos dos tratados preexistentes.
- No artigo sobre concorrência, foi acrescentada, a pedido da França, a frase "a União contribui para a proteção de seus cidadãos".
- Ampliam-se as decisões por maioria qualificada, especialmente em cooperação policial e questões penais.
- Amplia-se a competência do Parlamento Europeu, que conquista o direito de legislar, ao lado do Conselho de Ministros.
- Delimita-se a divisão de competências entre a União e os países-membros: união aduaneira, comércio e política monetária são de competência da União; política social, mercado interno, energia e pesquisa são responsabilidades compartilhadas com os países-membros.
_ O direito de inciativa cidadã vai permitir o encaminhamento de petições assinadas por pelo menos um milhão de europeus à Comissão Européia, órgão executivo da UE.
- Faz referências ao à herança cultural, religiosa e humanista da Europa.

Barril de petróleo sobe US$ 4

O preço do barril de petróleo subiu US$ 4 hoje, superando os US$ 94, diante de notícias sobre a queda dos estoques do petróleo bruto dos Estados Unidos às vésperas do início do inverno no Hesmifério Norte.

Bolsas caem apesar de intervenção

Apesar da intervenção dos bancos centrais para tentar combater o aperto de crédito, a Bolsa de Valores de Londres caiu 3% hoje e os principais mercados asiáticos e europeus seguiram a mesma tendência.

No final do dia, a Bolsa de Nova Iorque reduziu suas perdas, mas os mercados da Ásia e da Europa tiveram fortes baixas.

A intervenção pareceu modesta diante da magnitude do problema. Nos EUA, o Federal Reserve Board colocou mais US$ 40 bilhões à disposição dos bancos.

Mais prejuízos de instituições financeiras com a crise de crédito hipotecário nos EUA começam a aparecer.

"O que o programa não vai fazer é curar o câncer que nos trouxe até aqui, a recessão no setor habitacional dos EUA e o colapso das condições de crédito", comentou William O’Donnell, estrategista da União de Bancos Suíços (UBS).

Bombas matam sete no Paquistão

Duas bombas explodiram hoje na cidade de Queda, no Paquistão, matando pelo menos três policiais e sete civis.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Fujimori é condenado a seis anos de cadeia

O ex-presidente do Peru Alberto Fujimori (1990-2000) foi condenado ontem a seis anos de prisão por abuso de autoridade. Ele responde a outros processos por violações de direitos humanos e corrupção.

Fujimori, que deu um golpe em 1992, fechando o Congresso e intervindo no Judiciário, abandonou o cargo em 2000, exilando-se no Japão. Tentou voltar ao Peru no ano passado, para interferir na eleição presidencial. Preso no Chile, foi extraditado para o Peru.

O abuso de poder refere-se às táticas utilizadas para combater os grupos terroristas de esquerda Sendero Luminoso e Movimento Revolucionário Tupac Amarú.

Brown: "É hora de falar com os Talebã"

Numa reviravolta política que certamente vai irritar o governo dos Estados Unidos, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, defendeu uma negociação direta com a milícia fundamentalista dos Talebã (Estudantes), que governo o Afeganistão de 1996 até a invasão americana de 2001 para vingar os atentados de 11 de setembro.

Desde o ano passado, há um ressurgimento dos Talebã. Só em 2007, mais de seis mil pessoas morreram na guerra do Afeganistão, inclusive 40 soldados britânicos.

A estratégia dos EUA desde 11 de setembro de 2001 é negar legitimidade política aos Talebã, tratando-os como um grupo terrorista com quem o diálogo é impossível.

Brown discursa hoje no Parlamento Britânico para expor sua nova estratégia. Em visita recente a Cabul, a capital afegã, ele deu a entender que mudaria de posição: "Precisamos saber contra quem estamos lutando. Precisamos lutar contra eles? Podemos conversar com eles?"

Juros e bolsas caem nos EUA

Como previsto, o Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos Estados Unidos, baixou ontem sua taxa básica de juros de 4,5% para 4,25% ao ano.

É a terceira vez em três meses que cai a taxa de juros de curto prazo na maior economia do mundo.

O reconhecimento pela autoridade monetária americana de que haverá mais difuldades financeiras pela frente, por causa da crise iniciada no mercado de crédito hipotecário, derrubou as bolsas de valores.

Na análise do jornal inglês Financial Times, o mais importante diário econômico europeu, o mercado esperava sinais de mais quedas nos juros em 2008, mas isto não ficou claro.

Assim, o índice Dow Jones teve baixa de 2,14%; a Nasdaq, de 2,45%; e S&P 500, de 2,53%, seu maior recuo em um mês.

Atentados simultâneos matam 26 no Sul do Iraque

Três atentados simultâneos mataram pelo menos 26 pessoas e deixaram outras 100 feridas na cidade de Amara, no Sul do Iraque, nesta quarta-feira, 12 de dezembro de 2007.

Foi o ataque mais violento no Iraque nos últimos meses. A polícia chegou a falar em 40 mortos.

Com o relativo sucesso da estratégia de reforço das tropas dos Estados Unidos com mais 30 mil homens, melhorou a segurança em Bagdá. Os teroristas têm procurado outros alvos, em cidades menos importantes.

O Exército Real britânico transferiu o controle da segurança em Amara, na província majoritariamente xiita de Maiçã, para as autoridades iraquianas em abril deste ano.

Na próxima semana, pretende fazer o mesmo em Bássora, a cidade mais importante do Sul do Iraque, rica em petróleo e com saída para o mar. Assim, não ficará mais nenhuma região iraquiana sob controle britânico.

França prevê crescimento de 2%-2,5% em 2008

A ministra da Economia da França, Christine Lagarde, confirmou nesta quarta-feira, 12de novembro, a previsão do governo francês de um crescimento de 2% a 2,5% em 2008.

"Ela se baseia em hipóteses que nos parecem corretas, levando em conta medidas que tomamos que vão bem, como as horas de trabalho suplementares, e o aumento do poder de compra", declarou a ministra.

Ontem, o governo francês anunciou uma queda no desemprego de 8,1% no segundo trimestre para 7,9% no final de outubro.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro François Fillon reconhecera, pela primeira vez, que o crescimento francês neste ano não chegará aos 2% previstos pelo governo, devendo ficar em 1,9%. Fillon manifestou preocupação com "incertezas" que lhe parecem "mais fortes" em 2008, como o preço do petróleo e a cotação do euro.

A França é a sexta maior economia do mundo, depois de Estados Unidos, Japão, Alemanha, China e Reino Unido.

Saldo comercial do Japão sobe 45%

O superávit comercial do Japão, a segunda maior economia do mundo, registrou em outubro uma alta de 45,7% em relação ao mesmo período em 2006, atingindo US$ 13,9 bilhões.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Atentados matam 67 na Argélia

Dois atentados terroristas quase simultâneos mataram pelo menos 67 pessoas hoje Argel, a capital da Argélia.

A primeira bomba explodiu diante da sede do Supremo Tribunal e do Conselho Constitucional no momento da passagem de um ônibus com estudantes que iam para a universidade. Na segunda explosão, o alvo foi um edifício onde funcionam diversas agências das Nações Unidas, inclusive o Alto Comissariado para Refugiados.

Os atentados combinados têm as características da rede terrorista Al Caeda.

Mais tarde, Al Caeda no Magreb, a região árabe do Norte da África, que vai da Mauritânia ao Egito, reivindicou a autoria dos atentados.

A Argélia viveu mais de uma década de uma violenta guerra civil, a partir de 1992, quando o governo militar suspendeu o segundo turno de eleições parlamentares que dariam a vitória à Frente Islâmica de Salvação, um partido fundamentalista muçulmano. Estima-se que mais de 100 mil pessoas morreram numa guerra brutal, marcada por atrocidades como degolas.

NATAL NO SUL

Nos próximos dias, estarei em trânsito para o Sul do Brasil, onde passarei o Natal. Não poderei atualizar este blog como de costume.

Desde já, peço desculpas aos leitores.

Chávez tentou fraudar plebiscito

Nas seis horas entre o fim da apuração pela Comissão Nacional Eleitoral e a admissão da derrota, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tentou transformar sua derrota em vitória, afirma o cientista político e ex-ministro do Exterior do México Jorge Castañeda em artigo na revista Newsweek.

Sob uma intensa pressão militar que para Castañeda quase equivale a um golpe de Estado, Chávez finalmente cedeu e ainda posou como democrata.

No fim da noite de domingo, 2 de dezembro, um telefonema de seu antigo aliado no movimento nacionalista bolivarista e na resistência ao golpe de abril de 2002, general Raúl Baduel, foi decisivo. Em troca, Chávez teria barganhado um resultado oficial com uma derrota por pequena margem.

Foi estranho mesmo que, com um resultado tão apertado, o caudilho não tenha exigido uma recontagem dos votos do plebiscito constitucional que lhe daria poderes ditatoriais.

Chávez acabou sendo cumprimentado por seus colegas latino-americanos por respeitar a voz das urnas. Além de seus aliados, os presidentes Evo Morales, da Bolívia; Rafael Correa, do Equador; e Daniel Ortega, da Nicarágua; Castañeda entende que os outros líderes, inclusive o presidente Lula, elogiaram o caudilho venezuelano com medo das quintas-colunas chavistas espalhadas por todo o continente.

Esta esquerda radical, adverte Castañeda, pode atrapalhar a vida desde presidentes liberais, como o mexicano Felipe Calderón, até social-democratas, como Lula e Michelle Bachelet, do Chile.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Putin indica sucessor

Depois de meses de especulação, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, indicou o vice-primeiro-ministro Dimitri Medvedev, considerado liberal e pró-Ocidente, como candidato oficial do Kremlin na eleição presidencial de março de 2008.

Medvedev, de 42 anos, faz parte do grupo de São Petersburgo, onde começou sua carreira política, assim como o presidente Putin. Foi chefe da Casa Civil e atualmente também preside a Gazprom, a gigantesca estatal do gás.

O candidato foi bem recebido pelo mercado financeiro. Dada a popularidade do presidente, deve ser eleito sem problemas. Mas ainda pode ser mudado, se houver problemas com seu nome.

Cristina Kirchner assume presidência argentina

A senadora e primeira-dama Cristina Fernández de Kirchner assumiu nesta segunda-feira, 10 de novembro de 2007, a Presidência da Argentina para cumprir um mandato de quatro anos.

Primeira mulher eleita para o cargo, tragicamente ocupado pela viúva do general Juan Domingo Perón, María Estela Martínez de Perón, a Isabelita, após a morte do caudilho, em 1974, Cristina quer ser comparada à sua segunda mulher, María Eva Duarte de Perón, a Evita.

Como em 1952, Evita foi rejeitada mesmo para vice, houve uma inegável evolução na Argentina. Mas Cristina não se ilude: o poder em seu país ainda é um ambiente dominado pelos homens.

No seu discurso de posse, ela prometeu reforçar as instituições, que não é a regra do peronismo. Defendeu um modelo de crescimento econômico com inclusão social e plena inserção no mundo, o que fortalece a opinião de que tentará um acordo com os credores que não aceitaram a renegociação da dívida argentina feita pelo governo de seu marido, Néstor Kirchner.

Cristina Kirchner pediu ainda a aceleração dos processos por violação dos direito shumanos durante a última ditadura militar argentina (1976-83). Disse que o pacto social não se resume a controlar preços e salários. E, como não poderia deixar de ser, reivindicou a soberania argentina sobre as Ilhas Malvinas.

Al Gore critica EUA e China por emissões

Ao receber hoje, 10 de dezembro, o Prêmio Nobel da Paz 2007 por sua militância contra o aquecimento global, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Albert Gore Jr. criticou seu país e a China por não tomarem medidas decisivas para reduzir as emissões dos gases que agravam o efeito estufa.

Fed deve cortar taxa básica para 4,25% ao ano

Na sua última reunião do ano, o Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve Board (Fed), o comitê de política monetária do banco central dos Estados Unidos, deve cortar a taxa básica de juros da maior economia do mundo em 0,25 ponto percentual, reduzindo-a para 4,25% ao ano.

O objetivo é evitar que a crise iniciada no setor de crédito hipotecário para tomadores de segunda linha provoque uma recessão nos EUA.

Sete países criam Banco do Sul

Brasil, Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Venezuela e Uruguai criaram no domingo, 9 de dezembro de 2007, em Buenos Aires, o Banco do Sul, uma agência de desenvolvimento regional para financiar projetos sem passar por instituições multilaterais como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

O capital inicial do banco, uma proposta do presidente venezuelano, Hugo Chávez, será de US$ 7 bilhões. Seu objetivo é financiar projetos "de desenvolvimento crucial da economia, orientados a melhorar a competitividade e o desenvolvimento científico e tecnológico, agregando valor e priorizando o uso de matérias-primas dos países-membros".

Para o ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, "não tem nada a ver com o FMI", será um banco de crédito como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) ou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Espanha e França se unem contra a ETA

O primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, anunciou no domingo, 9 de dezembro, a formação de uma equipe conjunta permanente com a França para combater o grupo terrorista ETA (Pátria Basca e Liberdade), que luta desde 1968 pela independência do País Basco, dividido entre os dois países.

Iraque pede que EUA falem com Irã e Síria

O Irã e a Síria tem tomado medidas para combater a violência política no Iraque, afirmou ontem o assessor de segurança nacional do governo iraquiano, Mowaffak al-Rubaie. Ele fez um apelo aos Estados Unidos para que iniciem um diálogo com seus maiores inimigos estatais no Oriente Médio.

Ao participar de uma conferrência sobre segurança no Golfo Pérsico, Al-Rubaie alertou que a segurança dos países da região é interligada: "Você não pode estabilizar o Iraque e desestabilizar o Irã. Enquanto os EUA não dialogarem com a Síria, continuaremos sendo campo de batalha para um duelo entre Arábia Saudita e Irã.

A república dos aiatolás teria reforçado o patrulhamento de fronteiras para impedir o fluxo de armas para as mílicias xiitas iranianas. E a Síria estaria parando os jihadistas na fronteira e aumentado o controle no aeroporto de Damasco.

Oficiais americanos admitem que a situação na fronteira da Síria mudou, mas ainda não estão convencidos de que o Irã esteja colaborando.

Irã faz contrato de US$ 2 bilhões com a China

Em um sinal claro às empresas ocidentais de que podem perder negócios lucrativos, o Irã assinou no domingo, 9 de dezembro de 2007,um contrato de petróleo no valor US$ 2 bilhões com a companhia chinesa Sinopec, ignorando as sanções impostas pelos Estados Unidos e a Europa.

"Se outros países interessados em investir em gás e petróleo hesitarem, perderão oportunidades", advertiu o ministro do Petróleo iraniano, Gholam-Hossein Nozari.

O contrato, um dos maiores já assinados por Teerã e o primeiro com uma empresa da China, visa a desenvolver o gigantesco campo de petróleo de Iadavarã, no Sudoeste do Irã. Ele tem sozinho de 12 a 18 bilhões de barris.

Apesar de ter a segunda maior reserva de gás e petróleo, o Irã tem problemas para atrair os investimentos necessários para explorá-las.

Diante da ameaça de sanções internacionais contra o programa nuclear iraniano, o governo de Teerã não assinou nenhum contrato com companhias estrangeiras do setor. Um esquema de recompra, pelo qual os investidores devem devolver os campos depois que eles entrem em operação, é outro desestímulo.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Vazamento de petróleo atinge Coréia do Sul

A guarda-costeira e a defesa civil da Coréia do Sul lutam desesperdamente desde sábado para conter o pior vazamento de petróleo da história do país. O vento forte e o mar agitado tornam a tarefa ainda mais difícil.

Mais de 700 mil litros de petróleo vazaram desde sexta-feira, 7 de dezembro de 2007,

Ondas de petróleo quebram em Malipo, uma das praias mais importantes da Coréia do Sul. Centenas de soldados, policiais e residentes na área tentam remover o óleo, até mesmo com baldes. O cheiro pode ser sentido a um quilômetro de distância.

Gates: Irã "fomenta instabilidade"

Durante conferência sobre a segurança no Golfo Pérsico, o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, acusou o Irã de "fomentar a instabilidade" no Oriente Médio. Ele afirmou que a república islâmica pode reiniciar o desenvolvimento de armas nucleares "a qualquer momento" e que é uma ameaça para a região.

O chefe do Pentágono alegou que o Irã arma rebeldes no Afeganistão e no Iraque, apóia grupos radicais como a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), e está desenvolvendo mísseis balísticos de médio alcance.

Esses mísseis poderiam atingir Israel, que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, já ameaçou "varrer do mapa".

Leia mais no jornal The Washington Post deste domingo, 9 de dezembro de 2007.

Peru promete julgamento justo a Fujimori

O governo do Peru prometeu manter a transparência no processo por violações dos direitos humanos e corrupção contra o ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), que começa nesta segunda-feira, 10 de dezembro, por coincidência Dia Mundial dos Direitos Humanos. Ele pode pegar 30 anos de cadeia.

Mais de 70% dos peruanos acreditam que Fujimori é realmente culpado das duas acusações. Cerca de 20% ainda apóiam o ex-presidente. Isso significa que o processo pode gerar manifestações de rua de fujimoristas e antifujimoristas.

Fujimori é acusado pelos massacres de Barrios Altos e La Cantuta, em que morreram 25 pessoas em 1991 e 1992, e pelo seqüestro do jornalista Gustavo Gorriti e do empresário Samuel Dyer, detidos no Quartel-General do Exército do Peru em 5 de abril de 1992, quando o então presidente deu um golpe palaciano, fechando o Congresso e o Judiciário.