Um grupo de mais de 150 países em desenvolvimento denuncia "pressões e ameaças como sanções comerciais" dos países ricos na Conferência da ONU sobre Mudança do Clima para que aceitem limitar suas emissões de gases que agravam o efeito estufa.
China, India, Brasil e México, membros do Grupo dos 77, estão dispostos a adotar "medidas voluntárias e nacionais, dentro dos princípios do desenvolvimento sustentável", mas não impostas em um acordo que substitua o Protocolo de Quioto.
Quem falou em nome desses países foi o paquistanês Munir Akram, que ocupa a presidência rotativa do G77+China: "Os países em desenvolvimento estão sofrendo muita pressão para aceitar compromissos e obrigações de mitigar que são injustos e que prejudicariam os objetivos de desenvolvimento. Os países em desenvolvimento resistem a estas pressões e ameaças para aceitar acordos que são injustos dado seu nível de desenvolvimento".
Os Estados Unidos exigem que esses países também adotem metas de corte de emissões, sob pena de não fazerem o mesmo.
"Queremos que esse acordo não afete nosso desenvolvimento econômico e social", declarou Akram em entrevista coletiva. "Os países desenvolvidos tiveram 200 anos para se desenvolver com economias baseadas no carvão. Quando chega a nossa vez, temos de nos restringir. Não podemos cometer os mesmos erros, mas também não podemos parar ou reverter nosso desenvolvimento porque temos muita pobreza e necessidade de agir rapidamente. É uma questão de justiça e humanidade".
Embora emitam muito menos gases por habitante do que os países ricos, grandes países em desenvolvimento como Brasil, China, Índia e México são hoje grandes poluidores. A China deve superar os EUA em breve como maior emissor do mundo.
Sua participação é considerada essencial pelos EUA, que por sua vez temem perder competitividade.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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