A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, denunciou uma suposta conspiração americana para justificar a notícia de que os US$ 790 mil apreendidos em outubro num aeroporto de Buenos Aires na maleta de um empresário venezuelana seria dinheiro para sua campanha.
Na época, o então presidente, Néstor Kirchner, para se desvincular do dinheiro, sugeriu que seria uma ajuda indevida do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, para grupos bolivaristas argentinos. Chávez, por sua vez, botou a culpa no "império", palavra que usa para falar dos EUA.
Mas a prisão, em Miami, de pessoas ligadas ao caso, levou os EUA a anunciarem que o dinheiro iria para a campanha presidencial de Cristina.
Agora, ela desenterra uma retórica antiimperialista para botar a culpa nos gringos. Por quê, então, o governo de seu marido nada fez para impedir a saída do empresário venezuelano Guido Alejandro Antonini Wilson? Por que o dinheiro entrou no país num pequeno avião fretado pela companhia estatal de petróleo argentina, Enarsa, transportando diretores desta empresa e da estatal Petroleos de Venezuela S. A. (PdVSA)?
Cristina começa tentando esconder o que está na cara, um velho vício do populismo latino-americano.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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