segunda-feira, 30 de abril de 2012

Guerra entre Al Caeda e governo mata 50 no Iêmen

Um ano depois da morte de Ossama ben Laden, um dos lugares onde a rede Al Caeda está mais ativa é o Iêmen, o mais pobre dos países árabes.

Hoje o grupo Ansar al-Charia reivindicou a morte de sete soldados  e 27 combatentes de milícias aliadas ao governo, enquanto o Exército anunciava a morte de 12 rebeldes em combate. Outros quatro foram alvo de um bombardeio aérea quando transportavam munição num carro.

A rede terrorista declarou ter capturado 21 fuzis Kalachnikov, e o Exército disse ter retomado a montanha de Yassuf, ao norte de Lauder.

O Iêmen foi um dos principais focos da Primavera Árabe no Oriente Médio, ao lado da Síria e do Bahrein. A queda do ditador Ali Abdhullah Saleh, que estava no poder há 33 anos, aumentou ainda mais a instabilidade.

Como o país se tornou a principal base d'al Caeda na Península Arábica, os Estados Unidos ajudam o governo na luta contra os extremistas muçulmanos e lançam seus próprios ataques com aeronaves não tripuladas.

A legalidade desses ataques para matar inimigos em países distantes por controle remoto foi defendida hoje pelo principal assessor antiterrorismo do governo Barack Obama, John Brennan, sob a alegação de que são inimigos que ameaçam a segurança nacional dos EUA e portanto alvos legítimos que devem ser atacados se os governos dos países onde estão não quiserem ou não puderem fazer isso.

Chávez tira Venezuela de comissão de direitos humanos

O presidente Hugo Chávez anunciou hoje a retirada da Venezuela da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), com sede em Washington, nos Estados Unidos.

"Vou pedir ao Conselho de Estado um estudo para que nos retiremos de imediato da tristemente célebre CIDH", disse Chávez em cadeia de rádio e televisão.

No início do ano, a CIDH tinha manifestado preocupação com a situação dos direitos humanos na Colômbia, em Cuba, Honduras e na Venezuela; no caso venezuelano, pela "situação de insegurança dos cidadãos e dos altos índices de violência e impunidade".

Sarkozy reduz vantagem mas ainda está longe

O presidente Nicolas Sarkozy reduziu em dois pontos percentuais a vantagem do candidato socialista François Hollande nas pesquisas sobre o segundo turno da eleição presidencial na França, a ser realizado no próximo domingo, 6 de maio de 2012.

Na última sondagem do instituto Ipsos, com entrevistas feitas nos dias 27 e 28 de abril, Sarkozy aparece com 47% das intenções de voto, com 53% para Hollande. Em pesquisas feitas logo após o primeiro turno, disputado em 22 de abril, a vantagem da oposição era de 54% a 46%.

Jornalista francês desaparece após ataque das FARC

Não houve contato, mas a França acredita que o jornalista Romeo Langlois está em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). O correspondente do jornal Le Figaro e da TV France 24 desapareceu quando acompanhava uma patrulha do Exército que entrou em choque com guerrilheiros no Departamento de Caquetá, no Sul da Colômbia.

O Ministério do Exterior da França declarou que "as FARC são responsáveis por Langlois" e lembrou que a guerrilha tinha prometido abandonar os sequestros depois de libertar os últimos militares e policiais em seu poder.

Langlois foi ferido e capturado junto com cinco soldados colombianos que foram soltos em seguida.

Ban Ki Moon pede fim das sanções a Mianmar

No primeiro discurso de um estrangeiro no Parlamento de Mianmar, a antiga Birmânia, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, pediu hoje a suspensão das sanções internacionais ao país, que iniciou um processo de democratização depois de 50 anos de ditadura militar.

A líder da oposição, Aung San Suu Kyu, da Liga Nacional pela Democracia, voltou atrás e já admite prestar o juramento exigido para assumir a cadeira de deputada. Ela se negava a jurar lealdade a um regime que considera ilegítimo.

Sociólogo busca origem do Sendero na exclusão

Quando um marxismo dogmático de orientação maoísta e polpotiana se chocou com a realidade do interior do Peru, com populações indígenas aprisionadas na exclusão colonial na selva e na cordilheira dos Andes, nasceu o grupo guerrilheiro Sendero Luminoso, conclui o sociólogo Gonzalo Portocarrero, professor catedrático da Faculdade de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Peru.

Nos anos 80 e 90, o Sendero aterrorizou o Peru numa guerra civil com 75 mil mortes. Agora que o país passa por um surto de desenvolvimento necessário para superar o atraso histórico, a guerrilha está de volta, embora não tenha mais a menor chance. É um passado que se nega a morrer.

"O Sendero Luminoso não tem aspiração política de tomar o poder", afirma Portocarrero, que está lançando o livro Profetas do Ódio: raízes culturais e líderes do Sendero Luminoso. Quer manter o controle de certas áreas onde se apresenta como protetor dos fracos e oprimidos, e das gangues de traficantes de drogas.

Em entrevista ao jornal El Comercio, de Lima, onde escreve como comentarista, o sociólogo apresenta o Sendero como filho um marxismo messiânico dos anos 60 e 70, da Grande Revolução Cultural Proletária (1966-76), na China, e da Revolução de Maio de 1968, na França.

"Aparecia a possibilidade de uma mudança social e cultural através de uma revolução", observa Portocarrero. "Os anos 60 são o último grande momento em que esta profecia tem presença no mundo".

Na Europa, havia grupos como Baader-Meinhof e Facção do Exército Vermelho, na Alemanha; Brigadas Vermelhas, na Itália; e Ação Direta, na França.

Na América do Sul, a guerrilha foi derrotada militarmente nos anos 70, com a exceção da Colômbia. No Peru, houve um renascimento tardio, com o Sendero Luminoso e o Movimento Revolucionário Tupac Amaru, de origem estudantil.

"Essa mensagem redentora, essa promessa de libertação encontrou eco em massas que estavam sujeitas a uma situação de exclusão e servidão. A promessa marxista se articula com a persistência da servidão peruana para formar esse coquetel explosivo que é o Sendero Luminoso", observa o professor.

A violência era uma forma de acirrar as contradições, de mover a História e forçar a reação violenta para mostrar o verdadeiro caráter do "Estado genocida".

domingo, 29 de abril de 2012

Comitê lança manual de segurança para jornalistas

Com o aumento da violência do crime organizado e a confusão cada vez maior nas frentes de combate das guerras assimétricas do século 21, o mundo é um lugar cada vez mais perigoso para jornalistas. Cerca de 30 são mortos em média todo ano e 90% dos assassinatos ficam impunes. Mais de 150 jornalistas estão presos e 35 desaparecidos.

Para orientar o trabalho profissional em ambientes hostis, o Comitê de Proteção aos Jornalistas lançou o Manual de Segurança para Jornalistas.

Obama faz piadas sobre republicanos e escândalo

É uma tradição que o presidente dos Estados Unidos conte piadas durante o jantar anual da Associação dos Setoristas da Casa Branca, os jornalistas credenciados para cobrir o chefe do Executivo federal americano. Em ano de eleição, Barack Obama não perdeu a oportunidade.

Obama entrou com um microfone "indiscreto" para lembrar do que falou ao presidente da Rússia, Dimitri Medvedev, sem perceber que os microfones estavam ligados. Naquela ocasião, falou como se já estivesse reeleito, dizendo que depois seus países se entenderiam sobre o programa de defesa antimísseis que os EUA querem instalar na Europa.

"Há um ano, se fez Justiça com um dos homens mais notórios do mundo", disse Obama, retomando seu discurso. Quando a maioria pensava na morte de Ossama ben Laden, eis que aparece no telão o magnata imobiliário Donald Trump, que há um ano anunciou ter descoberto o "mistério" do local de nascimento do presidente dos EUA.

Algumas vozes do Partido Republicano colocaram em dúvida se Obama tinha nascido mesmo em Honolulu, no Havaí, como atesta sua certidão de nascimento, ou na Indonésia, onde sua mãe foi morar depois de se separar do pai dele. Se ele não tivesse nascido em território americano, não poderia ser presidente.

Em seguida, com ironia, agradeceu à maioria republicana na Câmara dos Representantes por "abrir espaço na minha agenda apertada ao não aprovar nenhuma lei".

Seu provável adversário na eleição de 6 de novembro de 2012, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney tampouco foi poupado: "Ambos temos diplomas de Harvard. Eu tenho um. Ele tem dois. Que esnobe!"

Na plateia, estava o ex-senador ultraconservador Rick Santorum, que abandonou a disputa pela candidatura republicana no início do mês. Durante a campanha, ele acusou Obama de esnobe por querer que todos os jovens tenham o direito de cursar uma universidade.

A Universidade de Harvard é considerada a melhor do mundo. Obama foi editor-chefe da revista acadêmica da faculdade de direito, a Harvard Law Review. No culto da ignorância usado por parte da direita conservadora para esnobar as grandes universidades e o pensamento liberal, os profissionais formados em Harvard são considerados esnobes. Neste caso, os dois são.

Por fim, sobrou para o serviço secreto, envolvido num escândalo sexual porque 11 agentes e cinco militares envolvidos na segurança de Obama durante a Conferência de Cúpula das Américas realizada neste mês em Cartagena, na Colômbia, levaram prostitutas para seus quartos de hotel.

"Eu tinha preparado muito mais material para vocês, mas preciso levar o serviço secreto de volta para casa. Os agentes têm novos horários para chegar em casa", brincou o presidente.

Popularidade de Humala aumenta no Peru

Apesar dos protestos dos mineiros e dos ataques do grupo terrorista Sendero Luminoso, a popularidade do presidente do Peru, Ollanta Humala, subiu para 52% em pesquisa realizada de 19 a 21 de abril pelo instituto GFK. Em março, Humala tinha o apoio de 46% dos peruanos.

O presidente foi reprovado por 38% dos 500 entrevistados, mas o aumento de seis pontos percentuais na aprovação foi interpretado pelo instituto como sinal de que está fazendo um bom governo.

Enquanto 30% disseram que o Peru melhorou no atual governo, 54% acreditam que continua igual, um indicador de expectativas frustradas. Para o diretor do instituto GFK, Hernán Chaparro, "há questões de fundo que no sentir do cidadão continuam sem alteração e que no futuro podem gerar problemas", informa a agência de notícias Infolatam.

Merkel só vai à Eurocopa se Tymochenko for solta

A chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, só vai prestigiar a Eurocopa 2012, que será realizada na Polônia e na Ucrânia, se a ex-primeira-ministra ucrianiana, Yulia Tymochenko, for solta. Ela foi condenada a sete anos de prisão por abuso de poder num processo considerado político.

Em sinal de protesto contra o presidente Viktor Yanukovich, a chefe do governo alemão recomendou a seus ministros que não prestigiem a Eurocopa, com a exceção do ministro do Interior, Hans-Peter Friedrich, encarregado do setor de esportes.

Yulia Tymochenko foi uma das líderes da Revolução Laranja, que impediu a eleição fraudulenta de Yanukovich e levou seu adversário, Viktor Yuchenko, ao poder depois de uma série de manifestações de rua realizadas de novembro de 2004 a janeiro de 2005.

Sarkozy rejeita ideia de complô contra Strauss-Kahn

O ex-ministro das Finanças Dominique Strauss-Kahn era diretor-geral do Fundo Monetário Internacional e favorito nas pesquisas para a eleição presidencial na França quando foi preso, em 14 de maio de 2010, dentro de um avião prestes a decolar do Aeroporto John Kennedy, em Nova York, sob a acusação de violentar sexualmente uma camareira de um hotel de luxo de um grupo francês.

A denúncia foi retirada depois que uma ligação telefônica da camareira a um namorado traficante preso nos Estados Unidos revelou a intenção de extorquir dinheiro de Strauss-Kahn e minou a credibilidade da acusação. Mas sua candidatura estava destruída.

A quem interessava o escândalo? Ao presidente Sarkozy. Quando a França indicou Strauss-Kahn para o FMI, comentou-se que Sarkozy mandava para o exterior num alto cargo o líder capaz de modernizar o Partido Socialista francês.

Strauss-Kahn cresceu com o papel de destaque do FMI no combate à crise financeira internacional, tornando-se um oponente ainda mais formidável para o presidente desgastado pela crise. Quando o processo entrou em colapso na Justiça de Nova York, a hipótese de uma conspiração do serviço secreto francês com uma imigrante africana de origem francófona se fortaleceu.

Sarkozy reagiu com indignação ontem: "Respeito a presunção da inocência, mas, quando se é acusado do que ele é acusado e se tem um mínimo de dignidade, deve-se ter o pudor de calar e não aumentar a indignidade", declarou o presidente diante de seus simpatizantes.

"Quando penso em todos os escândalos vergonhosos, em Nova York, em Lille, no Carlton, em Pas-de-Calais, foi uma questão de honra para o centro e a direita republicanas não se aproveitar, tapar o nariz, não comentar, essas indignidades", acrescentou. "Mas, quando, em plena campanha eleitoral, Strauss-Kahn tenta dar lições de moral e dizer que sou o único responsável pelo que aconteceu com ele, é demais!"

O presidente reagiu com a mesma indignação por ser acusado de ter recebido US$ 50 milhões do coronel Muamar Kadafi para sua campanha eleitoral em 2007.

sábado, 28 de abril de 2012

Panetta: não há bala mágica para destruir Al Caeda

Às vésperas do primeiro aniversário da morte de Ossama ben Laden, o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, afirma que o país está muito mais seguro hoje, mas admite que "não existe uma bala mágica" capaz de matar a rede terrorista Al Caeda e isso inclui a morte de seu líder.

Depois de se encontrar ontem com ministros da Defesa da América do Sul, o chefe do Pentágono explicou que a estratégia de combate ao jihadismo, o terrorismo dos extremistas muçulmanos: "Quanto mais líderes ideológicos e espirituais pegamos, maior é nossa capacidade de reduzir a ameaça", declarou Panetta, citado pelo sítio da rede de TV americana CNN.

Os serviços secretos dos EUA advertem para o risco de atentados no aniversário da morte de Ben Laden, 2 de maio de 2011 pela hora do Paquistão, onde o terrorista foi morto, na cidade de Abotabade, noite de 1º de maio no Brasil e nos EUA.

Dissidente cego foge de prisão domiciliar na China

Apesar de cego, com a ajuda de amigos, o ativista político Chen Guangcheng conseguiu pular vários muros e escapar da prisão domiciliar a que estava confinado sob a proteção de dezenas de policiais na China. Numa viagem de 500 quilômetros, foi levado para Beijim, onde teria se refugiado na Embaixada dos Estados Unidos, criando um problema para os governos dos dois países.

A secretária de Estado, Hillary Clinton, e o secretário do Tesouro, Tim Geithner, têm visita marcada para a China na próxima semana. Serão submetidos a enormes pressão por causa de Chen, antecipa o jornal The New York Times. Leia mais detalhes da fuga espetacular no jornal The Washington Post.

Em vídeo divulgado no YouTube, Chen apelou ao primeiro-ministro Wen Jiabao para que a polícia chinesa pare de molestar sua família.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Al Caeda sobrevive um ano após morte de Ben Laden

Quando o comando Focas, da Marinha dos Estados Unidos, matou o líder terrorista Ossama ben Laden no Paquistão em 1º de maio de 2011, e a rede Al Caeda não mostrou capacidade para contra-atacar, o governo americano e vários comentaristas saudaram sua morte.

Mas Al Caeda conseguiu propagar sua ideologia assassina. Está ativa na região do Sahel, no Sul do Deserto do Saara, da Mauritânia à Somália, passando pela importante Nigéria, e também no Oriente Médio. Infiltrou-se no Iraque depois da invasão americana, é acusada por atentados contra o governo na revolta popular na Síria e domina regiões do Iêmen, o mais pobre país árabe.

Em Rada, no Iêmen, os jihadistas chegaram a hastear sua bandeira num quartel no início do ano, noticiou a agência Reuters, citada pela revista Foreign Policy.

Austeridade e corrupção derrubam governo na Romênia

A crise das dívidas públicas derruba mais um governo na União Europeia. Os cortes de gastos públicos, o favoritismo e a corrupção tiraram o apoio parlamentar do primeiro-ministro da Romênia, Mihai Razvan Ungureanu.

Alvo de uma moção de desconfiança, o governo recebeu 235 votos contrários, quatro a mais do que necessário. Durou apenas dois meses. Em fevereiro, caíra o primeiro-ministro Emil Boc, no meio de uma onda de protestos contra medidas de ajuste das contas públicas

O presidente Traian Basescu convidou o líder da oposição, Victor Ponta, para formar o novo governo. Diante da ameaça de instabilidade, o presidente declarou que o Tesouro tem recursos suficientes para qualquer eventualidade.

Na República Tcheca, o governo será submetido a um voto de confiança no Parlamento no sábado. A expectativa é que o primeiro-ministro Petr Necas sobreviva.

"Temos de tomar medidas duras agora", declarou Necas ao Parlamento. "Se adiarmos, teremos de tomá-las de todo jeito em condições muito mais dolorosas", argumentou o primeiro-ministro tcheco, citado pela agência de notícias Associated Press.

Itamaraty divulga boletim semanal

O Ministério das Relações Exteriores divulgou agora há pouco seu boletim diplomático com os principais atos da semana relacionados à política externa do Brasil:

Concessão de Agrément
  • O Governo brasileiro concedeu agrément ao Senhor Louis Sylvain Goma, como Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República do Congo no Brasil.
Atos do Congresso Nacional
» 25/ABR – Publicado, no Diário Oficial da União Nº 80, Seção 1, o seguinte Decreto Legislativo:
  • 88, de 2012, que aprova o texto do Acordo de Cooperação Cultural entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo de Belize, assinado em Brasília, em 26 de abril de 2010.
Atos do Poder Executivo
» 23/ABR – Publicado, no Diário Oficial da União Nº 78, Seção 1, o seguinte Decreto:
  • N° 7.722, de 20 de abril de 2012, que dispõe sobre a execução no Território Nacional das Resoluções N° 1540 (2004), e N° 1977 (2011), adotadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas em 28 de abril de 2004 e em 20 de abril de 2011, as quais dispõem sobre o combate à proliferação de armas de destruição em massa e sobre a vigência do Comitê 1540.
Atos da Presidência da República
» 23/ABR – Publicadas, no Diário Oficial da União Nº 78, Seção 1, as seguintes Resoluções:
  • N° 23, de 19 de abril de 2012, que altera a Lista Brasileira de Exceções à Tarifa Externa Comum do MERCOSUL e concede redução temporária da alíquota do Imposto de Importação ao amparo da Resolução nº 08/08 do Grupo Mercado Comum do MERCOSUL - GMC.
  • N° 24, de 19 de abril de 2012, que aplica direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, às importações brasileiras de magnésio metálico em forma bruta, contendo pelo menos 99,8%, em peso, de magnésio, originárias da Rússia.
  • 25/ABR – Publicada, no Diário Oficial da União Nº 80, Seção 1, a seguinte Mensagem:
  • N° 145, de 24 de abril de 2012, que encaminha ao Congresso Nacional o texto do Acordo entre a República Federativa do Brasil e a Organização das Nações Unidas para a Realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, no Rio de Janeiro, Brasil, de 13 a 22 de junho de 2012, assinado em Nova Iorque, em 5 de abril de 2012.
Atividade Parlamentar
» 25/ABR – A Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou as seguintes Proposições:
  • Projeto de Decreto Legislativo (PDC) N° 475/2011, que aprova o texto do Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cameroun sobre o Exercício de Atividade Remunerada por Parte de Dependentes do Pessoal Diplomático, Consular, Militar, Administrativo e Técnico, celebrado em Brasília, em 4 de agosto de 2010.
  • Projeto de Decreto Legislativo (PDC) N° 525/2011, que aprova o texto do Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da Guiné Equatorial sobre o Exercício de Atividade Remunerada por parte de Dependentes do Pessoal Diplomático, Consular, Militar, Administrativo e Técnico das Missões Diplomáticas, Repartições Consulares e Perante Organizações Internacionais, assinado em Malabo, em 5 de julho de 2010
- As matérias foram encaminhadas ao Plenário da Câmara dos Deputados.

» 25/ABR – A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados aprovou as seguintes Proposições:
  • Mensagem (MSC) Nº 496/2011, que aprova o texto do Acordo Internacional de Madeiras Tropicais, 2006, concluído em Genebra, em 27 de janeiro de 200
- A matéria deverá ser apreciada pelas Comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC), e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS), e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), e pelo Plenário da Câmara dos Deputados, antes de ser encaminhada ao Senado Federal.

  • Mensagem (MSC) Nº 46/2012, que submete à apreciação do Congresso Nacional o texto do Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Argentina para a Construção de uma Ponte Internacional sobre o Rio Peperi-Guaçu, entre as Cidades de Paraíso, Brasil, e San Pedro, Argentina, assinado em Buenos Aires, em 31 de janeiro de 2011.
  • - A matéria deverá ser apreciada pelas Comissões de Viação e Transportes (CVT), e de Finanças e Tributação (CFT), e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), e pelo Plenário da Câmara dos Deputados, antes de ser encaminhada ao Senado Federal.
  • Mensagem (MSC) Nº 48/2012, que submete à apreciação do Congresso Nacional o texto do Acordo para a Constituição da Academia Internacional contra a Corrupção como Organização Internacional, celebrado em Viena, em 2 de setembro de 2010, e assinado pelo Brasil em 22 de dezembro de 2010.

- A matéria deverá ser apreciada pelas Comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO), e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), e pelo Plenário da Câmara dos Deputados, antes de ser encaminhada ao Senado Federal.

  • Mensagem (MSC) Nº 50/2012, que submete à apreciação do Congresso Nacional o texto do Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Conselho de Ministros da Bósnia-Herzegovina sobre a Isenção Parcial de Vistos, assinado em Sarajevo, em 19 de junho de 2010.
  • - A matéria deverá ser apreciada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), e pelo Plenário da Câmara dos Deputados, antes de ser encaminhada ao Senado Federal.
» 26/ABR – O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou as seguintes Proposições:
  • Projeto de Decreto Legislativo (PDC) Nº 559/2012, que aprova o Acordo entre a República Federativa do Brasil e a Organização das Nações Unidas para a Realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, no Rio de Janeiro, Brasil, de 13 a 22 de junho de 2012, assinado em Nova Iorque, em 5 de abril de 2012.
  • Projeto de Decreto Legislativo (PDC) Nº 475/2011, que aprova o texto do Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Cameroun sobre o Exercício de Atividade Remunerada por Parte de Dependentes do Pessoal Diplomático, Consular, Militar, Administrativo e Técnico, celebrado em Brasília, em 4 de agosto de 2010.
  • Projeto de Decreto Legislativo (PDC) Nº 525/2011, que aprova o texto do Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da Guiné Equatorial sobre o Exercício de Atividade Remunerada por parte de Dependentes do Pessoal Diplomático, Consular, Militar, Administrativo e Técnico das Missões Diplomáticas, Repartições Consulares e Perante Organizações Internacionais, assinado em Malabo, em 5 de julho de 2010.
  • - As matérias seguirão para o Senado Federal.
Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul
» 24/ABR – A Comissão de Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul aprovou a seguinte Proposição:
  • Mensagem (MSC) Nº 43/2012, que submete à consideração do Congresso Nacional o texto do Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e a República Oriental do Uruguai sobre Transporte Fluvial e Lacustre na Hidrovia Uruguai-Brasil, assinado em Santana do Livramento, em 30 de julho de 2010.- A matéria deverá ser apreciada pelas Comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), e de Viação e Transportes (CVT), e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), e pelo Plenário da Câmara dos Deputados, antes de ser encaminhada para o Senado Federal.

Economia dos EUA se desacelera

No primeiro trimestre de 2012, a economia dos Estados Unidos cresceu num ritmo que projeta uma taxa de crescimento anual de 2,2%, abaixo dos 3% registrados no último trimestre de 2011 e da expectativa média dos economistas, que era de 2,5%.

A recuperação da maior economia do mundo fica mais lenta, atrapalhando os planos de reeleição do presidente Barack Obama, mas os economistas acreditam que permanece numa trajetória sustentável, reporta o jornal The New York Times.

Desemprego na Espanha sobe para 24,4%

Um dia depois de ter o crédito de sua dívida rebaixado pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, a Espanha revelou hoje mais indicador do agravamento de sua crise econômica. A taxa de desemprego, que já era a maior da Europa, chegou a 24,4% da população em idade de trabalhar.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Desemprego cai menos em estados-chaves nos EUA

Má noticia para o presidente Barack Obama: o desemprego caiu menos nos 14 estados decisivos para a vitória na eleição presidencial de 6 de novembro de 2012 nos Estados Unidos.

No regime político americano, o presidente é eleito por um Colégio Eleitoral formado por 538 delegados que representam os estados da União. São necessários pelo menos 270 votos desses grandes eleitores para chegar à Casa Branca. Quando um candidato vence a eleição no voto popular em um estado, conquista todos os delegados daquele estado.

Assim, nos estados mais liberais, como Califórnia e Nova York, que tradicionalmente votam no Partido Democrata, o voto republicano para a Casa Branca acaba não pesando no resultado final.  Por outro lado, em estados conservadores como o Texas, as Dakotas do Norte e do Sul, Kansas e boa parte do Centro-Sul dos EUA, a vitória republicana é certa e o voto democrata para presidente não pesa.

Quando Jimmy Carter foi eleito, em 1976, houve disputa real em 40 estados. Mas, desde que Ronald Reagan forjou uma aliança do Partido Republicano com os cristãos conservadores, a partir de sua vitória, em 1980, a polarização entre liberais e conservadores aumentou. Há uma série de chamadas guerras culturais sobre aborto, drogas, homossexualismo, religião nas escolas públicas que dividem profundamente a sociedade americana.

Na reeleição de George W. Bush, em 2004, os democratas só ganharam nos três estados da Costa Oeste, em Nova York, na Nova Inglaterra e na região dos Grandes Lagos, junto ao Canadá, as regiões dos EUA mais abertas para o mundo. O estado de Ohio foi considerado decisivo, como a Flórida tinha sido em 2000, quando o governador Jeb Bush, irmão do candidato, deu uma mãozinha e fraudou a eleição, com a conivência de uma Suprema Corte conservadora, que não autorizou a recontagem dos votos pedida pela candidatura democrata de Al Gore.

Agora, o jornal inglês Financial Times comparou os dados sobre geração de empregos dos 14 estados que estão realmente em jogo, onde Obama e o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, praticamente certo como candidato do Partido Republicano, vão concentrar suas campanhas.

Romney esteve em Novo Hampshire na terça-feira e hoje foi a Ohio. Obama esteve nesta semana na Carolina do Norte, no Colorado e em Iowa. Os comícios para o lançamento oficial de sua campanha à reeleição serão na próxima semana em Ohio e na Virgínia.

Outro estado decisivo é a Flórida. Romney pode indicar o jovem senador Marco Rubio para candidato a vice-presidente numa tentativa de agradar à Flórida e aos conservadores. Rubio foi eleito no estado em 2010 com o apoio do movimento radical de direita Festa do Chá, que perdeu muita força mas ainda é uma base importante do partido.

Os outros estados-chaves examinados foram Maine, Michigan, Minnesota, Nevada, Novo México, Pensilvânia e Wisconsin.

De março de 2011 a março de 2012, esses 14 estados-chaves tiveram um saldo de 406 mil empregos gerados a mais do que destruídos, um aumento de 0,97% em relação aos 41,8 milhões de empregos registrados no início da pesquisa.

Nos demais estados e no Distrito de Colúmbia, foram abertas 1,22 milhão de novas vagas de emprego a mais do que fechadas, uma alta de 1,36% em relação aos 89,3 milhões de empregos preexistentes.

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, nenhum presidente americano se reelegeu com taxa de desemprego acima de 7,2% no dia da votação. Hoje o índice está em 8,2%. A redução do número de empregos gerados no mês passado de cerca de 200 mil para pouco mais de 120 mil indica uma desaceleração no mercado de trabalho.

"É um risco para a campanha de Obama falar de recuperação da economia em estados onde a geração de empregos tem sido fraca", observa Matt McDonald, consultor da empresa Hamilton Place Strategies.

S&P rebaixa o crédito da dívida pública da Espanha

A agência de classificação Standard & Poor's rebaixou hoje em dois graus a nota de crédito da dívida soberana da Espanha para BBB+, colocou-a em perspectiva negativa e previu uma retração de 1,5% na economia do país em 2012 e de 0,5% em 2013.

Para a S&P, a trajetória da dívida espanhola tende a se deteriorar: "A perspectiva negativa a longo prazo reflete nossa visão de riscos significativos para o crescimento econômico e o desempenho orçamentário, e o impacto que isso deve ter no seu crédito", disse a agência em nota para justificar o rebaixamento.

Pelas projeções da agência, até 2014, a dívida pública da Espanha deve chegar a 80% do produto interno bruto, informa o jornal inglês Financial Times. As regras do pacto fiscal para sustentar o euro admitem um máximo de 60% do PIB.

No início de 2008, antes do agravamento da crise financeira internacional, a Espanha tinha nota máxima.

Migração de mexicanos para EUA se estagnou

A maior migração de um país para os Estados Unidos em toda sua história levou 12 milhões do México para o vizinho do Norte nas últimas quatro décadas - pelo menos a metade ilegalmente.

Agora, talvez por causa da pior crise da maior economia do mundo em 70 anos, esse fluxo migratório foi reduzido a praticamente zero, concluiu o Centro de Pesquisas Pew ao analisar os dados de quatro fontes do governo americano e cinco do mexicano.

De 2005 a 2010, 1,4 milhão de mexicanos migraram para os EUA. No mesmo período, 1,4 milhão de imigrantes mexicanos e seus descendentes voltaram dos EUA para o México.

Dez anos antes, de 1995 a 2000, 3 milhões de mexicanos se mudaram para os EUA e menos de 700 mil e seus descendentes migraram no outro sentido.

Hoje os mexicanos representam cerca de 58% dos cerca de 12 milhões de imigrantes ilegais que se estima que vivam nos EUA.

Preços dos alimentos sobem 8% em quatro meses

Os preços internacionais da comida registraram forte crescimento no fim de 2011 e no início de 2012, "ameaçando a parcela mais pobre da humanidade", adverte o Observatório dos Preços dos Alimentos do Banco Mundial.

De dezembro do ano passado a março deste, o milho subiu 9% e a soja 7%. Entre os alimentos básicos, só o arroz não aumentou. Na média, os preços estão 6% abaixo do recorde, registrado em fevereiro de 2011.

A alta de 8% é atribuída ao aumento nos preços do petróleo, a problemas climáticos e à forte demanda da Ásia por alimentos importados.

Irmão de Bo Xilai deixa empresa listada em Hong Kong

O irmão mais velho do ex-dirigente comunista Bo Xilai, que caiu em desgraça e foi expurgado no mês passado, foi afastado da empresa China Everbright International, listada na Bolsa de Valores de Hong Kong.

É um sinal de que a pior crise política da China em mais de duas décadas atinge agora o império empresarial criado pelo clã, noticiam hoje os jornais inglês Financial Times e americano The New York Times.

EUA são mais vulneráveis a ciberataques

A dependência cada vez maior dos Estados Unidos de sistemas de computação torna o país mais vulnerável a ataques cibernéticos, inclusive de agentes não governamentais, adverte o cientista político Joseph Nye Jr., professor da Universidade de Harvard e criador do conceito de poder suave ou branco, o poder de comunicação e persuasão.

Há dois anos, um vírus infectou o programa nuclear do Irã, paralisando e destruindo centrífugas usadas para enriquecimento de urânio. As acusações imediatamente recaíram sobre Israel e os EUA, que estariam usando uma nova forma de guerra.

Depois, o secretário da Defesa americano, Leon Panetta, advertiu que os EUA poderiam ser alvo de um "Pearl Harbor cibernético", numa referência ao bombardeio aéreo do Japão à base americana no Havaí, em 7 de dezembro de 1941, que levou os americanos a entrar na Segunda Guerra Mundial.

É muito mais barato a mais seguro movimentar elétrons do que mísseis, navios e aviões. No seu livro, O Futuro do Poder, Nye argumenta que um dos grandes fenômenos políticos do século 21 é a difusão do poder para além dos governos. Em artigo publicado no sítio da TV árabe especializada em notícias Al Jazira, ele aponta o ciberespaço como o exemplo perfeito.

Paquistão condena primeiro-ministro por desacato

A Justiça do Paquistão condenou hoje o primeiro-ministro Youssef Raza Gilani por desacato aos tribunais por ter se recusado a reabrir um processo sobre corrupção contra o presidente Assif Ali Zardari. Gilani alegou que Zardari goza de imunidade como chefe de Estado.

O primeiro-ministro ficou preso simbolicamente durante a audiência no tribunal, sendo liberado em seguida, informa o jornal The Washington Post.

Ex-ditador Charles Taylor é condenado em Haia

O ex-ditador da Libéria Charles Taylor se tornou hoje o primeiro chefe de Estado condenado por crimes de guerra por uma corte internacional desde o Tribunal de Nurembergue, que julgou os líderes nazistas depois da Segunda Guerra Mundial.

Taylor foi considerado culpado de atrocidades cometidas durante a guerra civil na vizinha Serra Leoa, quando apoiava a Frente Unida Revolucionária para se beneficiar do comércio ilegal de diamantes.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Gingrich abandona corrida à Casa Branca

Depois de cinco vitórias do ex-governador Mitt Romney ontem à noite em eleições primárias para escolher o candidato do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos, o ex-presidente da Câmara dos Representantes Newt Gingrich vai abandonar a corrida à Casa Branca.

Gingrich vai fazer o anúncio oficial na próxima semana e apoiar Romney, que já fala como único desafiante do presidente Barack Obama, informa o jornal The Washington Post.

Bo Xilai grampeou telefone de líderes da China

Quando o presidente Hu Jintao ligou para um investigador anticorrupção que inspecionava a cidade de Xunquim em agosto de 2011, equipamentos de contraespionagem detectaram que o telefone tinha sido grampeado pela polícia local, a serviço de Bo Xilai.

Até agora, o expurgo de Bo tinha sido atribuído a um suposto neomaoísmo, com defesa da economia estatal, combate impiedoso à corrupção e um culto de personalidade com cantorias do tempo da Revolução Cultural (1966-76).

A primeira revelação do escândalo foi a morte do empresário britânico Neil Heywood, em novembro, inicialmente atribuída ao abuso de álcool. Neste mês, a mulher de Bo, Gu Kailai, foi presa e acusada pelo assassinato. O britânico seria o elo internacional com os negócios sujos do casal. Teria sido envenenado, mas seu corpo foi cremado. Não há provas.

A escuta telefônica clandestina de altos dirigentes, até agora só mencionada em documentos sigilosos do Partido Comunista teria sido crucial para deflagrar a destruição do Bo Xilai.

Bo era um dos 25 membros do Politburo do Comitê Central do PC, candidato a ser escolhido até o fim do ano como um dos nove membros do Comitê Permanente, os nove imperadores que governam a China.

Crise mudou o mundo mas não há bússola

A economia mundial mudou com a crise, acentuando o declínio relativo do Ocidente rico e do Japão, que marcam passo, enquanto assistimos à ascensão da Ásia. O Brasil surfa na onda do desenvolvimento da China, mas mantém uma relação neocolonial com a superpotência emergente.

Mais cedo ou mais tarde, as maiores economias do mundo, que são União Europeia e Estados Unidos, voltarão a crescer. São os maiores mercados do mundo. Não podem ser desprezados. Basta ver os resultados da Apple.

A inovação e a criatividade, as revoluções industriais em andamento, da informática e da biotecnologia, ainda são lideradas pelos EUA. Os produtos da Apple são projetados em Cupertino, na Califórnia, e montados na China.

Quem fica com a maior parte do dinheiro? A Apple de Cupertino, que faz o design e o software, o segredo do sucesso da empresa. Em segundo lugar, empresas da Coreia do Sul ou de Taiwan que fazem as telas. Depois, a China. Com as margens de lucro cobradas no Brasil, o comércio daqui deve ganhar mais do que os chineses. A Foxconn, acusada de superexplorar seus empregados, é taiwanesa.

A crise colocou em cheque as ideias do internacionalismo liberal que dominou a era de supremacia dos EUA no mundo pós-Guerra Fria, mas não há bússola.

O liberalismo anglo-americano é visto como o grande vilão da crise. A UE, o grande modelo de uma sociedade pós-nacional que decidiu solucionar seus conflitos pacificamente, vive a maior crise de sua história.

O modelo chinês pode agradar ditadores da África ou os últimos regimes comunistas, como Cuba e a Coreia do Norte, em busca de uma saída honrosa. As impressionantes ascensão e queda de Bo Xilai mostraram a verdadeira natureza do regime. Os chamados princepezinhos, filhos de heróis da revolução, tudo podem. Usam suas conexões pessoais e partidárias para subir na vida e acumular fortunas.

A famiglia Bo tinha ou tem ainda US$ 160 milhões. Ele está sendo execrado como uma exceção, mas basta ver a biografia de Xi Jinping, o futuro líder e presidente, para observar que ele subiu na vida graças ao amigos de seu pai. Pode-se dizer o mesmo de George W. Bush, mas devemos lembrar que ele foi uma desgraça para seu país e para o mundo.

Agora, a ditadura chinesa faz uma política de redução e controle dos danos, censurando a discussão na Internet do escândalo político, do maior expurgo desde a queda do secretário-geral Zhao Ziyang por ser contra usar o Exército contra os estudantes acampados na Praça da Paz Celestial. Naquela época, ganhou a linha dura; agora, caiu a estrela em ascensão da linha dura.

Nos blogues de esquerda, há um discurso de que ao resgatar o maoísmo Bo estava se insurgindo contra a expansão do capitalismo na China, contra as reformas necessárias para tornar o yuan moeda conversível, um grande passo na ascensão da China como potência capitalista dentro do que chamam de globalização neoliberal. É o debate interno do PC chinês vazando.

Nenhum país rico, nenhuma classe média ascendente que lutou para chegar onde está, está disposta a ser governada por mafiosos. Sem um mínimo de transparência e regras claras para ascensão ao poder e para as transições, a sociedade é refém dos nove imperadores que compõem o Comitê Permamente do Politburo. Até quando?

Sem democracia, será impossível libertar o potencial de criatividade de uma das culturas mais antigas da humanidade para que a China possa se desenvolver plenamente no século 21. O regime insiste em se perpetuar. Teme, acima de tudo, crises econômicas.

Paquistão testa míssil nuclear

Numa resposta rápida à Índia, o Paquistão testou hoje com sucesso um míssil de médio alcance com capacidade para levar ogivas nucleares.

A arqui-inimiga Índia testara na semana passada um míssil nuclear com alcance de 5 mil quilômetros, Agni-5 (Fogo-5), capaz de atingir qualquer ponto da China.

Reino Unido volta a cair em recessão

Com queda de 3% no setor da construção civil, o produto interno bruto do Reino Unido registrou baixa de 0,2% nos três primeiros meses de 2012. Tinha encolhido 0,3% no último trimestre de 2011. A contração em dois trimestres seguidos caracteriza uma recessão.

É a segunda vez em três anos que a economia britânica entra em recessão, mas vários economistas questionam as estatísticas oficiais, alegando que há sinais de aumento da atividade na indústria e no setor de serviços.

"Está demorando mais do que todo mundo esperava a recuperação da pior crise de endividamento de nossas vidas", justificou-se o ministro das Finanças, George Osborne, acusado de impor um plano de ajuste fiscal radical demais. "O que tornaria a situação ainda pior seria abandonar nosso plano, tomar mais empréstimos e aumentar a dívida".

O ex-ministro da Educação e porta-voz do governo paralelo da oposição trabalhista para Finanças, Ed Balls, afirmou que o governo não vai cumprir a promessa de equilibrar as contas públicas até 2015: "Advertimos consistentemente que o plano de austeridade era contraproducente, e que cortar gastos e aumentar impostos muiito depressa e profundamente seria muito ruim".

Balls acusou Osborne e o primeiro-ministro David Cameron de "arrogância e complacência" ao prometerem "tirar o país da zona perigosa" e empurrarem o país da volta para a recessão.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Lucro da Apple dobra em relação ao ano passado

A maior empresa privada do mundo, a Apple, anunciou hoje depois do fechamento do mercado um lucro de US$ 11,6 bilhões nos três primeiros meses de 2012, quase duas vezes maior do que no mesmo período no ano passado.

Com a venda de 35,1 milhões de iPhones e 11,8 milhões de iPads, o faturamento da Apple cresceu 59%, chegando a US$ 32,9 bilhões. O lucro aumentou 94%.

As ações da Apple, que estavam caindo depois de bater recordes, subiram 7% na negociação eletrônica depois do fechamento da bolsa, aumentando o valor de mercado da empresa em US$ 35 bilhões.

Ex-primeira-ministra da Ucrânia entra em greve de fome

A ex-primeira-ministra da Ucrânia Yulia Tymochenko, condenada a sete anos de prisão por abuso de poder num processo considerado político no Ocidente, entrou em greve de fome na sexta-feira passada, revelou hoje o advogado Serhyi Vlasenko depois de visitá-la na prisão na cidade de Kharkiv.

Tymochenko se negou a voltar ao tribunal para ser julgada em outro processo, neste caso por evasão fiscal, alegando problemas de saúde e foi hospitalizada. Ela nega qualquer irregularidade nos contratos que negociou com a Rússia quando dirigia a empresa estatal de gás ucraniana.

Sua condenação, em 2009, foi vista como injusta pela Europa e os Estados Unidos, informa a TV pública britânica BBC.

Egito veta oito ONGs dos EUA

Em nome da segurança nacional, o governo militar do Egito rejeitou os pedidos de oito organizações não governamentais dos Estados Unidos para atuar no país, inclusive o Centro Jimmy Carter, do ex-presidente americano que mediou as negociações de paz egípcio-israelenses.

O Centro Carter esperava autorização para fiscalizar a eleição presidencial prevista para o fim de maio.

Outro grupo excluído se chama Sementes da Paz. Costuma reunir em acampamentos no estado americano do Maine egípcios, jordanianos, israelenses e palestinos, na tentativa de criar um entendimento entre cidadãos.

Não há indicações de que essas ONGs serão processadas, como aconteceu em fevereiro com entidades ligadas aos grandes partidos americanos, Democrata e Republicano, observa o jornal The New York Times.

Sudão bombardeia capital do Sudão do Sul

A Força Aérea do Sudão disparou hoje quatro mísseis contra a capital do Sudão do Sul, ameaçando reiniciar a mais longa guerra civil da história recente da África. Pelo menos uma pessoa morreu e outras dez ficaram feridas. Os dois países se separaram há menos de um ano por causa de um acordo de paz.

O alvo era uma ponte ligando a capital, Bentiu, à região do campo de petróleo de Heglig, ocupado na semana passada pelas forças do Sudão do Sul, noticia o sítio da companhia jornalística americana McClatchy Newspapers.

Durante a noite, pelo menos oito bombas foram jogadas contra o Sul, levando seu presidente, Salva Kiir, a acusar o Sudão de "declarar guerra" a seu país, informa a agência de notícias Associated Press.

Irã e Rússia aperfeiçoam a fraude eleitoral

Nas ditaduras stalinistas, o governo costumava ganhar eleições com 99% dos votos. Atribui-se ao Camarada Stalin a frase: "Em eleições, o importante é o resultado, não a votação". No Iraque, Saddam Hussein chegou a 100%. Agora, a fraude é mais sofisticada para ganhar um verniz democrático.

"Em eleições fraudulentas, 65% é o novo 99%", argumenta Ali Ansari, professor de História do Irã na Universidade de Saint Andrew, em Edimburgo, na Escócia, comparando as eleições legislativas de 2 de março de 2012 no Irã com a eleição presidencial de 4 de março de 2012 na Rússia, na revista The World Today, publicada pelo Royal Institute of International Affairs, a Chatham House.

Ansari fez, em 2009, uma das mais completas análises dos dados da apuração da reeleição de Mahmoud Ahmadinejad para concluir que houve fraude, como agora, com percentuais parecidos.

Ahmadinejad tinha enfrentado o segundo turno na sua primeira e surpreendente eleição para presidente, em 2005. Um de seus adversários, Mehdi Karroubi, teve votação expressiva em 2005 e menos de 1% em 2009.

A apuração foi rápida e centralizada. Não houve fiscalização urna a urna como nos regimes democráticos. E o percentual de votos dos candidatos basicamente não se altertou ao longa da apuração, numa homogeneidade suspeita.

Não há uma prova material do delito, admitiu Ansari em 2009, porque não houve investigação dentro do Irã. Mas com base nos dados disponíveis, Ansari apontou a fraude, que agora se repete nas eleições parlamentares. Elas deveriam servir para desanuviar o ambiente político, carregado desde que a fraude levou o Movimento Verde às ruas para um confronto violento com a milícia Bassij, braço paramilitar da Guarda Revolucionária.

Com a verdadeira oposição esmagada, resta hoje uma oposição consentida e o regime veta as candidaturas supostamente antirrevolucionárias de milhares de pessoas. Isso garante antecipadamente um resultado e uma representação parlamentar dentro das expectativas da ditadura teocrática dos aiatolás.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

S&P rebaixa expectativa para a dívida da Argentina

A agência de classificação de risco americano Standard & Poor's (S&P) rebaixou hoje de estável para negativa a perspectiva da dívida da Argentina, que tem nota B, o que a situa na categoria de investimento especulativo.

Para justificar sua decisão, a S&P citou "as políticas adotadas depois das eleições presidenciais de outubro de 2011".

Na semana passada, a presidente Cristina Kirchner expropriou a antiga estatal do petróleo YPF, que havia sido comprada em 1992 pelo grupo espanhol Repsol durante as privatizações do governo Carlos Menem (1989-99), apoiadas na época pelo casal Kirchner.

Hoje a Repsol criticou a Argentina ao elogiar a "segurança jurídica" do Chile e ameaçou processar companhias que invistam na YPF estatizada ou se associem a ela, se o governo argentino não pagar uma indenização de 8 bilhões de euros (US$ 10,5 bilhões).

A Argentina já indicou que não pretende pagar, alegando prejuízos econômicos e ambientais supostamente causados pela YPF-Repsol.

Empresa britânica descobre gás nas Ilhas Malvinas

A empresa britânica Borders & Southern Petroleum anunciou hoje ter feito uma descoberta de gás significativa no campo de Darwin ao sul das Ilhas Malvinas, o que deve acirrar o conflito entre o Reino Unido e a Argentina, que reivindica a soberania sobre as ilhas, motivo de uma guerra entre os dois países há 30 anos.

É cedo para estimar o tamanho da jazida, mas a companhia aposta que se trata de um grande volume. As ações da empresa caíram 30% hoje por não ter sido encontrado petróleo, depois de terem subido 90% na semana passada na esperança de descoberta de óleo.

Dissidente cubano preso há 21 dias faz greve de fome

O dissidente cubano José Daniel Ferrer, do Grupo dos 75 presos durante a chamada Primavera Negra, há nove anos, foi detido de novo há três semanas e anunciou estar em greve de fome contra as condições de prisão onde está, em Santiago de Cuba.

Em telefonema, Ferrer teria dito à sua mulher que o lugar é horrível e também a comida: "Querem me matar de fome".

Espanha volta a cair em recessão

A queda do produto interno bruto da Espanha aumentou para 0,4% no primeiro trimestre de 2012, depois de registrar contração de 0,3% nos últimos três meses de 2011, informou hoje o banco central do país. Dois trimestres consecutivos de baixa no PIB caracterizam uma recessão.

O país enfrenta uma crise sem precedentes na era pós-Franco, com 23% de desemprego e baixa expectativa de recuperação. Tem de pagar juros mais altos para rolar sua dívida porque o novo governo do primeiro-ministro Mariano Rajoy anunciou que não vai cumprir a meta acertada com a União Europeia de reduzir o déficit orçamentário para 5,3% do produto interno bruto; Rajoy promete agora 5,8%.

Com uma economia de mais de 1 trilhão de euros, a Espanha é muito maior do que os países socorridos até agora: Grécia, Irlanda e Portugal.

Crise derruba mais um governo na Europa

A rainha Beatrix deve convocar eleições antecipadas na Holanda depois do colapso da coalizão de centro-direita por causa da recusa do Partido da Liberdade, de extrema direita, de aceitar novos cortes orçamentários para reduzir o déficit público do país, hoje em 4,6% do produto interno bruto. O pacto fiscal que sustenta o euro prevê um limite de 3% do PIB para o déficit.

Com o impasse orçamentário, a Holanda pode perder a nota máxima da agências de classificação de risco. O país tinha um governo de direita, que perdeu o apoio da ultradireita, e ficou sem maioria no Parlamento, levando o primeiro-ministro Mark Rutte a pedir demissão hoje..

O Partido da Liberdade, anti-imigrantes e antimuçulmanos, liderado por Geert Wilders, é contra a União Europeia. Por oportunismo, resolveu se opor aos cortes orçamentários no momento em que a quinta maior economia da Zona do Euro luta para crescer e aumentar a arrecadação de impostos.

"Não vou submeter os holandeses aposentados à ditadura de Bruxelas", alegou o líder neonazista.

A crise econômica já derrubou governos na Islândia, Irlanda, Portugal, Espanha, Reino Unido, Itália, duas vezes na Grécia e agora na Holanda. Na França, o presidente Nicolas Sarkozy perdeu no primeiro turno e tem agora duas semanas para se recuperar até o segundo turno, em 6 de maio de 2012.

Há uma fadiga no continente com os programas de austeridade impostos pela Alemanha. O candidato socialista à Presidência da França, François Hollande, explora esse descontentamento popular para cobrar mecanismos de crescimento da UE.

O primeiro chefe de governo da Europa a cair, o ex-primeiro-ministro islandês Geir Haarde, foi condenado hoje por uma das cinco acusações de que foi alvo por causa do colapso do sistema financeiro do país.

A Islândia não faz parte da UE, mas foi obrigada a honrar todos os compromissos financeiros de seus bancos. Isso levou o país à falência. Foi o primeiro país a quebrar com a crise iniciada em 2008.

Resultado final dá pequena vantagem a Hollande

Com 99% dos votos apurados, faltando contar apenas os dos franceses do exterior, a vantagem do candidato socialista François Hollande sobre o presidente Nicolas Sarkozy caiu para apenas 1,55 pontos percentual.

Na extrema direita, Marine Le Pen não chegou aos surpreendentes 20% da estimativa inicial. Mesmo assim, superou o desempenho do pai, Jean-Marie Le Pen, em 2002, quando chegou ao segundo turno contra o então presidente Jacques Chirac.

Confira os percentuais de cada candidato:

François Hollande: 28,63%
Nicolas Sarkozy: 27,08%
Marine Le Pen: 18,01%
Jean-Luc Mélenchon: 11,13%
François Bayrou: 9,11%
Eva Joly: 2,28%
Nicolas Dupont-Aignan: 1,8%
Philippe Poutou: 1,15%
Nathalie Arthaud: 0,57%
Jacques Cheminade: 0,25%

domingo, 22 de abril de 2012

Hollande lidera novas pesquisas sobre segundo turno

O candidato socialista François Hollande, vencedor do primeiro turno da eleição presidencial da França, leva uma vantagem de 54% a 46% sobre o presidente Nicolas Sarkozy em duas pesquisas de opinião sobre o segundo turno realizadas agora à noite, depois da definição do resultado de hoje.

As novas pesquisas, do Instituto Francês de Opinião Pública (Ifop) e do Ipsos, confirmam a tendência registrada nas sondagens anteriores ao primeiro turno.

Na pesquisa do Ifop, 48% dos eleitores de Marine Le Pen pretendem votar em Sarkozy no segundo turno e 31% em Hollande, enquanto 21% devem se abster ou votar branco ou nulo.

Estimativas confirmam pesquisas na França: Hollande e Sarkozy disputam segundo turno em 6 de maio

O candidato socialista François Hollande ganhou o primeiro turno da eleição presidencial da França, com 28,4% dos votos, estimou agora há pouco a TV5 Monde, que transmite ao vivo. Ele disputa o segundo turno em 6 de maio de 2012 contra o presidente Nicolas Sarkozy, que teve 25,5%.

Outra projeção, divulgada pelo jornal Libération, dá 28,8% ao socialista e 27% ao presidente. É a primeira eleição desde 1958 em que o presidente em exercício não sai na frente no primeiro turno. Hollande conseguiu o segundo melhor resultado do Partido Socialista, informa o jornal Le Monde.

A grande surpresa foi Marine Le Pen, da Frente Nacional, de extrema direita. Com 20% dos votos, ela supera a votação do pai, Jean-Marie Le Pen, que chegou ao segundo turno em 2002, com 17%. O ministro do Exterior, Alain Juppé, atribuiu essa votação à crise econômica.

Uma decepção foi Jean-Luc Mélenchon, da Frente de Esquerda, talvez o candidato que mais tenha empolgado nos comícios, com 11,7%. Alguns analistas chegaram a supor que ele disputaria o terceiro lugar com Marine Le Pen. Em mais um discurso inflamado, ele acaba de pedir a seu eleitorado que ajude a derrotar Sarkozy no segundo turno.

Com a desilusão e a crise de identidade dos franceses diante da crise econômica mundial, os dois principais candidatos extremistas chegaram a obter quase um terço dos votos.

O centrista François Bayrou, ex-ministro de Sarkozy também, decepcionou, com 8,5%. Ao reconhecer a derrota, a ecologista Eva Joly pediu a seu eleitorado de 2% para votar contra Sarkozy no segundo turno.

Entre os outros nanicos, Nicolas Dupont-Aignan, do partido Primeiro a República, que sonhava em ser o primeiro entre os pequenos, teve 1,8%; Philippe Poutou, do Novo Partido Anticapitalista (NPA), herdeiro de Olivier Besancenot, 1,2%; a trotskista Nathalie Arthaud, 0,7%; e Jacques Cheminade, 0,2%.

As pesquisas sobre o segundo turno dão pelo menos 54% para Hollande e no máximo 46% para Sarkozy. O presidente tem duas semanas para virar o jogo.

Participação eleitoral na França supera 80%

Sob pressão da crise econômica, os franceses foram hoje em massa às urnas votar para presidente. Como ninguém deve obter mais da metade dos votos válidos, vai haver um segundo turno em 6 de maio de 2012.

Até 19 horas pelo horário local (14h em Brasília), o comparecimento às urnas no primeiro turno da eleição presidencial na França passava de 80% dos 45 milhões de eleitores inscritos, superando as expectativas, informa o jornal Le Monde.

A TV5 Monde estimou a abstenção em 19,7%, maior do que em 2007, mas abaixo de 2002, quando o neonazista Jean-Marie Le Pen, da Frente Nacional, chegou ao segundo turno contra o então presidente Jacques Chirac, derrotando o primeiro-ministro socialista Lionel Jospin.

Hoje, o candidato do Partido Socialista, François Hollande, é o favorito com 29%, seguido pelo presidente conservador Nicolas Sarkozy, da União pelo Movimento Popular (UMP), com 25,5%.

Dois extremistas, Marine Le Pen (16%), da Frente Nacional, de extrema direita, e Jean-Luc Mélenchon (14%), da Frente de Esquerda, disputam o terceiro lugar e o direito de barganhar apoio a quem chegar ao segundo turno. O ex-ministro François Bayrou, de centro, deve receber em torno de 10% dos votos.

Outros cinco candidatos, entre eles a verde Eva Joly, dois trotskistas e o representante do Novo Partido Anticapitalista (NPA) devem ter votações baixíssimas.

O resultado oficial deve ser anunciado dentro de uma hora.

sábado, 21 de abril de 2012

Conselho de Segurança da ONU amplia missão na Síria

Por unanimidade, o Conselho de Segurança das Nações Unidas acaba de aprovar o aumento de 30 para 300 do número de observadores internacionais encarregados de monitorar a frágil trégua em vigor há nove dias na guerra civil na Síria.

A Resolução 2.043 exige ainda a aplicação imediata e integral do plano de paz do ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan. Além do cessar-fogo e da retirada de tropas e tanques das cidades sírias, a proposta inclui a libertação de todos os presos políticos, a abertura de corredores de ajuda humanitária, liberdade de atuação de jornalistas estrangeiros e o início de um grande diálogo nacional para reconciliar o país.

Espanha e UE retaliam Argentina por estatizar YPF

A Espanha e a União Europeia tomaram medidas ontem para punir a Argentina pela desapropriação da companhia de petróleo YPF (Yacimientos Petrolíferos Fiscales), que era controlada pela empresa espanhola Repsol desde sua privatização no governo Carlos Menem, em 1992.

O governo espanhol parou de comprar biodiesel da Argentina, e o Parlamento Europeu aprovou uma moção para pedir a retirada da Argentina do Sistema Geral de Preferências de Comércio da União Europeia.

Na segunda-feira, 16 de abril de 2012, a presidente Cristina Kirchner anunciou o envio ao Congresso, onde tem o apoio da maioria, de um projeto declarando de interesse público as ações da Repsol para recuperar a "soberania energética" do país.

A Repsol exigiu 8 bilhões de euros (US$ 10,5 bilhões) de indenização. O governo argentino prometeu descontar supostos danos ambientais cometidos pela empresa. Com certeza, o valor será decidido em tribunais.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Síria concorda em receber mais 250 observadores

A ditadura da Síria aceitou uma exigência das Nações Unidas para aceitar mais 250 observadores para monitorar a frágil trégua parcialmente em vigor há oito dias.

Brasil e Africa: uma ponte sobre o Atlântico?


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 CONVITE PARA DEBATE
http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/BrasilAfrica.jpg%20
O Centro de Relações Internacionais da FGV, sediado na Escola de Ciências Sociais e História, convida a todos para debate sobre os desafios comuns enfrentados pelo Brasil e pelos países africanos e possibilidades de cooperação, como em questões de desenvolvimento, redução da desigualdade, combate à corrupção etc.
Os palestrantes serão o Professor Fernando Mourão, do Dep. de Sociologia da USP; o Prof. Alexandre de Freitas Barbosa, do Instituto de Estudos Brasileiros da USP; e o Prof. Oliver Stuenkel, da FGV.
O evento é gratuito e não é necessário vínculo com a FGV para participar. O debate faz parte de uma jornada de discussões sobre as relações entre o Brasil e a África do Sul e a experiência sul-africana com a Copa do Mundo de 2010.
É necessário confirmar presença pelo Facebook ou enviar email para artur.lascala@fgv.br.
Brasil e África: Uma ponte sobre o Atlântico?
Quinta-feira, 26 de abril de 2012, 10h
Local: Auditório da Escola de Direito da FGV (Rua Rocha, 233)
CPDOC/FGV
Centro de Relações Internacionais da FGV
Internet: http://www.fgv.br/cpdoc/ri

Vigia da Flórida tem de pagar US$ 150 mil de fiança

O vigilante George Zimmerman, denunciado por matar o jovem negro Trayvon Martin em fevereiro, quando fazia segurança de um condomínio fechado na Flórida, terá de pagar US$ 100 mil de fiança para responder ao processo em liberdade, decidiu hoje o juiz Kenneth Lester, encarregado do caso.

No tribunal, Zimmerman pediu desculpas aos pais do jovem morto, que tinha apenas 17 anos: "Queria pedir desculpas por causar a perda do seu filho. Pensei que ele era um pouco mais moço do que eu. Não sabia se ele estava armado ou não".

Além da fiança, para ficar solto, Zimmerman não pode tomar bebidas alcoólicas, portar armas e usar drogas ilegais. Ele entregou o passaporte à Justiça e precisará observar um toque de recolher noturno das 19h às 6h.

Depois do crime, o vigilante alegou ter agido em legítima defesa e ficou 44 dias sem ser preso, o que suscitou uma discussão sobre racismo nos Estados Unidos. Ativistas dos direitos civis declararam que, se a vítima fosse branca, ele teria sido preso imediatamente.

Egípcios fazem grande protesto contra militares

Dezenas de milhares de egípcios voltaram a tomar hoje a Praça da Libertação, no centro do Cairo, para protestar contra a relutância dos militares em ceder o poder aos civis. Nesta semana, a comissão eleitoral vetou dez candidaturas à Presidência, inclusive de três fortes candidatos.

O favorito, Kharait al-Chater, vice-líder da Irmandade Muçulmana, e o candidato dos ultrarradicais salafistas foram impedidos de concorrer por tecnicalidades. Juntos, os partidos islamitas têm 70% das cadeiras na Assembleia Nacional do Egito.

Tudo indica que o Conselho Supremo das Forças Armadas, que assumiu o poder em 11 de fevereiro de 2011, com a queda do ditador Hosni Mubarak (1981-2011), quer uma transição lenta, gradual e sob seu controle, como aliás aconteceu no Brasil, que tinha muito mais tradição democrática do que o país árabe.

Japão está sob pressão para religar usinas nucleares

O governo do Japão está sob pressão para religar as usinas nucleares do país depois de registrar um déficit comercial recordista, de US$ 54 bilhões, no ano fiscal que terminou em 31 de março de 2012. Como no ano anterior houve saldo de US$ 65 bilhões, o resultado foi atribuído aos desastres naturais que arrasaram o Nordeste do Japão no ano passado.

Depois do acidente na central nuclear de Fukushima, causado pelo terremoto e o maremoto de 11 de março de 2011, o Japão desativou 53 de suas 54 usinas nucleares. Elas geravam 35% da energia elétrica consumida pela terceira maior economia do mundo.

Hollande amplia vantagem para primeiro turno

O candidato socialista François Hollande amplia sua vantagem sobre o presidente conservador Nicolas Sarkozy na última pesquisa antes do primeiro turno da eleição presidencial na França, a ser realizado neste domingo, 22 de abril de 2012. Pela sondagem do instituto Ipsos, Hollande terá 29% dos votos e Sarkozy, 25,5%.

Com o desgaste dos grandes partidos por causa da crise econômica, os candidatos extremistas devem receber 30% dos votos. À direita, Marine Le Pen, da Frente Nacional, deve ter 16%, enquanto Jean-Luc Mélenchon, da Frente de Esquerda, ficaria com 14%, e o centrista François Bayrou com 10%.

Nos últimos comícios, realizados ontem, os candidatos tentaram convencer os 11 milhões de indecisos. Como a expectativa é que Hollande e Sarkozy cheguem ao segundo turno sem surpresas, eles terão de disputar no segundo turno os votos dos extremistas, dos centristas e dos indecisos.

Até agora, todas as pesquisas dão vantagem a Hollande no segundo turno, marcado para 6 de maio. Ele recebeu nesta semana o apoio do ex-presidente Jacques Chirac e de outros políticos de centro-direita que estão abandonando a candidatura Sarkozy. Isso sugere um acordo para que um governo socialista não tome medidas radicais capazes de prejudicar a frágil engenharia montada para enfrentar a crise das dívidas públicas da Zona do Euro.

Sarkozy vai apelar, alegando que será ele ou o caos. Hollande já não fala em cobrar 75% de imposto de renda de quem ganha um milhão de euros ou mais por ano. Insiste em renegociar o pacto fiscal aprovado para sustentar o euro. Quer mecanismos para estimular o crescimento, mas o Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu o mesmo.

Confiança do empresariado alemão sobe pelo sexto mês

A maior economia da Europa desafia a crise da Zona do Euro e avança em ritmo mais forte do que seus vizinhos. Pelo sexto mês seguido, aumentou a confiança do empresariado da Alemanha, num sinal de que não está preocupado com as dívidas da Itália e da Espanha, indica uma pesquisa do instituto de pesquisas econômicas Ifo com 7 mil empresas.

"O impacto da última onda da crise do euro sobre a confiança do empresariado na economia alemã permanece reduzida", observa o economista Christian Shulz, do Berenberg Bank. "A força dos fundamentos da economia supera as preocupações externas", disse à agência de notícias Reuters.

G-20 promete mais US$ 430 bilhões ao FMI

Os membros do Grupo dos Vinte (19 países mais ricos do mundo e a União Europeia) prometeram hoje dar mais US$ 430 bilhões para o Fundo Monetário Internacional (FMI) emprestar a países em crise.

Essa era a principal reivindicação da diretora-geral do Fundo, a ex-ministra das Finanças da França Christine Lagarde: "Foi uma demonstração de confiança da comunidade internacional". Ela agradeceu a China, Rússia, Brasil, Índia, Indonésia, Malásia e Tailândia por contribuições.

Em entrevista a Richard Quest, da rede de TV americana CNN, Lagarde rejeitou ontem o uso de palavras de guerra para falar do atual momento da economia mundial. Disse que é preciso "ampliar o guarda-chuva do FMI para proteger os países-membros do mau tempo".

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Espanha vende 2,5 bilhões em bônus a 5,7% ao ano

A Espanha levantou com sucesso no mercado hoje 2,5 bilhões de euros com a venda de títulos da divida publica de dois a dez anos de prazo, mas foi obrigada a oferecer juros de 5,7% ao ano nos papéis de dez anos, acima dos 5,4% do leilão anterior. O limite considerado suportável é 6% ao ano.

Para pagar juros deste nível, a Espanha precisaria crescer a aumentar a arrecadação de impostos. Isso é praticamente impossível em meio à crise das dívidas públicas nos paíseis da Zona do Euro.

O risco da dívida espanhola, a queda de apenas 2 mil nos novos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos, que ficaram em 386 mil na semana passada, e a redução nas vendas de imóveis usados nos EUA derrubam as bolsas de valores no mundo inteiro.

Cuba prendeu mais de mil durante visita do papa

A ditadura comunista de Cuba prendeu 1.158 pessoas por motivos políticos no mês passado, principalmente para manter seus dissidentes longe do papa Bento XVI, que visitou o país de 26 a 29 de março de 2012. Foi a maior onda de prisões desde a fracassada tentativa de invasão da Baía dos Porcos por militantes anticomunistas, em 1961.

Onda de atentados mata 36 pessoas no Iraque

Mais de 20 bombas explodiram hoje em várias cidades do Iraque. Pelo menos 36 pessoas morreram e outras 150 saíram feridas. As principais suspeitas recaem sobre a rede terrorista Al Caeda.

Na capital, Bagdá, três carros-bomba, duas bombas deixadas na beira do caminho e um terrorista suicida atingiram bairros de maioria xiita, matando 15 pessoas e ferindo mais 61.

Em Kirkuk, na região curda no Norte do país, dois carros-bomba e três explosivos deixados à beira de estradas mataram oito e deixaram outros 26 feridos. Os alvos eram soldados e policiais, informa a agência de notícias Reuters.

Presidente do Sudão declara guerra ao Sudão do Sul

A mais longa guerra civil da História da África está prestes a se reiniciar. O presidente do Sudão, Omar Bachir, declarou guerra hoje ao Sudão do Sul. Este país nasceu no ano passado para acabar com um conflito que durou de 1962 a 1972 e recomeçou em 1983, terminando em 2005 com um acordo de paz e a divisão do antigo Sudão.

Os dois países disputam campos de petróleo na região da fronteira. Bachir exige a retirada imediata dos sudaneses do Sul do campo de Heglig, que produz 60 mil barris de petróleo por dia. As Nações Unidas ameaçam impor sanções para tentar deter o conflito.

ONU acusa Síria de desrespeitar trégua

A Síria não está cumprindo a promessa de retirar tropas e tanques dos centros urbanos, denunciou o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, em encontro realizado hoje em Paris para discutir a crise no Oriente Médio.

"Ou temos sucesso em aplicar o plano de paz do ex-secretário-geral Kofi Annan de acordo com a orientação do Conselho de Segurança com a ajuda dos monitores, ou o presidente Bachar Assad vai perder sua última chance antes de novas medidas serem tomadas", alertou Ban. Ele exige do regime sírio total liberdade de movimentação para os observadores do cessar-fogo.

Em entrevista de rádio, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, defendeu a abertura de corredores de ajuda humanitária e pediu à Rússia e à China que retirem o apoio ao ditador.

Pelo menos mais 25 pessoas foram mortas hoje, denunciam os comitês de coordenação local da oposição. Desde 15 de março de 2011, mais de 9 mil pessoas foram mortas na revolta síria, estima a ONU. Os rebeldes afirmam que o total de mortes passa de 11 mil, reporta a TV americana CNN.

Obama lidera pesquisa sobre corrida à Casa Branca

A presidente Barack Obama tem uma pequena vantagem de 46% a 42% sobre o candidato republicano, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, em pesquisa da Universidade Quinnipac sobre a eleição presidencial de 6 de novembro de 2012 nos Estados Unidos. Mas é considerado menos qualificado em questões econômicas por 47% a 43% dos entrevistados.

Obama vence por 49% a 39% entre o eleitorado feminino, um problema para Romney, agravado pelas posições ultraconservadoras sobre aborto dos pré-candidatos do Partido Republicano durante a campanha das eleições primárias.

No eleitorado de origem latino-americana, a vantagem do presidente é ainda maior, de 64% a 24%. Pode ser decisiva em estados como Flórida, Colorado, Arizona e Novo México.

O problema de Obama é que 49% dos americanos têm uma opinião desfavorável a seu respeito e acreditam que não merece ser reeleito, enquanto 45% não gostam de Romney e 46% entendem que ele não merece o primeiro mandato.

Outra pesquisa, divulgada ontem pelo jornal The New York Times e a rede de televisão CBS, deu empate entre Obama e Romney em 46%. Na sondagem anterior, o presidente levava vantagem por 47% a 44%.

EUA negaram asilo a chefe de polícia de Bo Xilai

A queda espetacular do dirigente comunista Bo Xilai, num escândalo de assassinato e corrupção atinge até o presidente dos Estados Unidos. Barack Obama está sendo acusado pela oposição porque o chefe de polícia da cidade de Xunquim se refugiou num consulado americano, mas teve seu pedido de asilo negado.

Depois da morte do empresário britânico Neil Heywood, envenenado em novembro num hotel, supostamente a mando da mulher de Bo, Gu Kailai, o império do casal começou a desmoronar.

Em 6 de fevereiro de 2012, temendo por sua vida, Wang Lijun, vice-prefeito e chefe de polícia de Bo, se refugiou no no Consulado Americano em Chengdu. A polícia chinesa rapidamente cercou o prédio e pressionou os diplomatas dos EUA a entregá-lo.

Trinta e seis horas depois, um alto funcionário de um ministério vindo especialmente de Beijim furou o cerco da polícia de Bo e levou Wang para a capital. Ao lhe negar asilo, os EUA o entregaram às autoridades centrais da China, que agora o acusam de tentar passar segredos de Estado aos americanos.

Se for denunciado por traição, Wang Lijun pode ser condenado a morte, informa o jornal The New York Times.

Os republicanos argumentam que Wang poderia passar detalhes sobre a luta pelo poder na China, onde até o fim do ano serão indicados o novo líder do Partido Comunista e presidente do país, ao que tudo indica Xi Jinping, um novo primeiro-ministro e os outros sete membros do Comite Permanente do Politburo do Comitê Central. É uma renovação da liderança que gera instabilidade maior num regime fechado.

A tentativa de pedir asilo aconteceu uma semana antes da visita do vice-presidente e provável futuro presidente Xi Jinping aos EUA.

Acima de tudo, a desgraça de Bo Xilai revelou as entranhas do regime comunista chinês numa trama de abuso de poder, favoritismo, corrupção e assassinato.

Quando Heywood morreu, Bo tentou encobrir o crime, descrito inicialmente como morte por embriaguez. O caso só veio à tona porque criou uma oportunidade para tirar a estrela em ascensão da linha dura da luta pelo poder na China.

Mais do que exceção, essa é a norma dentro do regime comunista chinês. Sem transparência, liberdade de expressão e regras claras para disputar o poder, as crises da transição serão sempre inevitáveis, colocando em dúvida a legitimidade do Partido Comunista para governar a segunda maior potência capitalista do mundo rumo ao primeiro lugar.

A questão é até quando a nova elite econômica e a classe média ascendente vão tolerar um sistema intrinsecamente corrupto que só investiga e desmascara seus líderes quando eles perdem o poder.