O sul-coreano naturalizado americano Jim Yong Kim, indicado pelo presidente Barack Obama, foi eleito hoje para presidir o Banco Mundial por cinco anos a partir de 1º de julho de 2012. Ele venceu a ministra das Finanças da Nigéria, Ngozi Okonjo-Iweala, que tinha o apoio do Brasil e dos países em desenvolvimento.
Jim Yong Kim sucede outro americano, Robert Zoellick. Desde que as grandes instituições econômicas internacionais foram criadas, na Conferência de Bretton Woods, em 1944, e instaladas em 1947, um europeu dirige o Fundo Monetário Internacional (FMI) e um americano o Banco Mundial.
Agora, os países em desenvolvimento, liderados por China, Brasil e Índia, querem mudar essa regra anacrônica, mas os países ricos resistem. É algo que se conquista.
Ao nomear um médico, antropólogo e diretor de faculdade que não nasceu nos Estados Unidos, Obama já aceitou uma mudança moderada. É o primeiro profissional com experiência prática em desenvolvimento, como médico e professor, com campanhas de combate à aids a presidir o Bando Mundial.
"Não há comparação entre ele e os presidentes anteriores do banco", declarou à TV britânica BBC Mark Weisbrot, do Centro de Pesquisas Políticas e Econômicas de Washington. "Os outros eram políticos ou empresários. Passaram a maior parte de suas acumulando dinheiro e poder. Em contraste, Kim passou a maior parte de sua vida tentando melhorar a vida dos pobres".
A instituição nasceu como Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento, destinado a financiar a recuperação dos países arrasados pela Segunda Guerra Mundial. Com a descolonização da África e da Ásia, tornou-se um grande banco de desenvolvimento, sempre orientado pelo Tesouro dos Estados Unidos, seu maior cotista, que junto com os votos da Europa ainda elegem o presidente.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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