domingo, 30 de junho de 2019

Diplomacia do aperto de mão retoma diálogo entre EUA e Coreia do Norte

Foi um momento histórico. Neste domingo, Donald Trump se tornou o primeiro presidente dos Estados Unidos a pisar em território da Coreia do Norte. Os ex-presidentes Jimmy Carter e Bill Clinton estiveram em Pyongyong depois de deixar o poder. Mas esta diplomacia do aperto de mão será suficiente para resolver as diferenças entre os dois inimigos históricos?

Na diplomacia pessoal de Trump, os dois líderes trocaram afagos e se reuniram com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae In, do lado sul-coreano da fronteira.ang As negociações serão retomadas, sem maior garantia de sucesso.

Como observou um professor universitário americano que vive em Seul, amanhã, a Coreia do Norte vai continuar tendo armas nucleares e os EUA vão masnter as sanções contra a ditadura de Pyongyang. Meu comentário:

Trump vai à Coreia do Norte e convida ditador a visitar os EUA

Num encontro histórico, na madrugada de hoje pela hora do Brasil, Donald Trump tornou-se o primeiro presidente dos Estados Unidos no exercício do cargo a pisar no solo da Coreia do Norte, uma inimiga histórica desde a Guerra Fria. Ele apertou a mão do ditador Kim Jong Un e o convidou para visitar a Casa Branca.

Na prática, nada mudou, a não ser que os dois concordaram em retomar as negociações para desnuclearizar a Península Coreana. Trump aproveitou a viagem ao Leste da Ásia, onde participou da reunião de cúpula do Grupo dos Vinte (G-20) em Osaka, no Japão, para ir à Coreia do Sul. De Seul, foi à zona desmilitarizada entre as duas Coreias junto com o presidente sul-coreano, Moon Jae In.

"É bom ver você de novo", disse Kim, sem esconder a euforia. "Nunca pensei em encontrá-lo neste lugar."

"É um grande momento, um grande momento", respondeu Trump, citado pelo jornal The New York Times.

Depois de cerca de um minuto do lado norte-coreano, os dois líderes cruzaram a última fronteira da Guerra Fria e entraram na Coreia do Sul, cercados por um batalhão de seguranças que atrapalhavam o trabalho de fotógrafos e cinegrafistas. Eles falaram rapidamente com os jornalistas e entraram na Casa da Liberdade para uma reunião com o presidente sul-coreano.

"Isto é muito significativo porque indica que nós queremos acabar com um passado desagradável e tentar criar um novo futuro", declarou Kim. "Foi um ato corajoso e determinado."

"Cruzar aquela linha foi uma grande honra", acrescentou Trump. "Um grande progresso foi feito, muitas amizades foram feitas e esta é especialmente uma grande amizade."

A zona desmilitarizada foi estabelecida no fim da Guerra da Coreia (1950-53). Até hoje, não houve um acordo de paz entre as duas partes, uma das exigências da Coreia do Norte.

Depois de ameaças de deflagrar uma guerra nuclear, Kim e Trump se encontraram pela primeira vez em Cingapura em 12 de junho do ano passado, quando acertaram iniciar negociações sobre as armas atômicas da Coreia do Norte. Mas as negociações pouco avançaram.

Os EUA exigiram que o regime comunista de Pyongyang apresentasse um inventário de seu arsenal nuclear e um cronograma de desarmamento para entregar a maior parte de suas bombas atômicas em seis meses. A Coreia do Norte insistiu no levantamento das duras sanções econômicas impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Kim e Trump voltaram a se ver pessoalmente em Hanói, no Vietnã, em 27 e 28 de fevereiro de 2019, quando o norte-coreano insistiu na suspensão da maioria das sanções como precondição para entregar as armas, enquanto os EUA deixaram claro que só fariam isso quando a Coreia do Norte tivesse se livrado de uma parte significativa do arsenal nuclear.

Insatisfeito, Trump se retirou das negociações. Foi muito criticado por seu reunir duas vezes com um ditador sanguinário sem obter progresso nas negociações. O presidente americano alegou que não houve mais testes nucleares nem de mísseis de longo alcance, com capacidade de atingir o território continental dos EUA.

Em maio deste ano, a ditadura stalinista norte-coreana testou mísseis de curto alcance capazes de atacar o Japão, aliado dos EUA, mas isso não incomodou Trump. Também teria ampliado o arsenal nuclear, hoje estimado em 20 a 60 bombas.

A visita inesperada à zona desmilitarizada foi uma jogada de Trump agora que está iniciando a campanha para a reeleição em 2020. Com a autopropalada fama de ser um grande negociador, o presidente americano conseguiu pouco sucesso até agora em negociações internacionais.

Trump renegociou o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) com o México e o Canadá, que chamava de um dos piores acordos comerciais da história, sem mudanças significativas e afirmou que agora é um dos melhores.

Em Osaka, acertou com o ditador da China, Xi Jinping, a retomada das negociações para acabar com a guerra comercial entre os dois países mais ricos do mundo, que também estavam num impasse.

Hoje, Trump falou como se EUA e Coreia do Norte estivessem à beira da guerra antes do encontro com Kim em Cingapura: "É um mundo completamente diferente." Esqueceu de dizer que foi ele que fomentou a tensão e criou um clima de guerra com um discurso inflamado prometendo aniquilar o país inimigo.

O grande vencedor hoje foi o presidente da Coreia do Sul, grande interessado em desarmar um conflito em que seu país seria um campo de batalha, observou o professor americano Leif Eric Easley, da Universidade Feminina Ewha, em Seul. "Mas amanhã, a Coreia do Norte ainda terá armas nucleares e os EUA manterão as sanções."

sábado, 29 de junho de 2019

Trump retoma negociação com China e suspende novo tarifaço

Depois do esperado encontro com o ditador Xi Jinping durante a reunião de cúpula do Grupo dos Vinte (G-20) em Osaka, no Japão, o presidente Donald Trump anunciou hoje a retomada das negociações para acabar com a guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Trump suspendeu o ameaçado tarifaço de 25% sobre produtos chineses importados num valor anual de US$ 300 bilhões de dólares. A medida evita que todas as exportações da China para os EUA sejam tarifadas em 25%.

A trégua entre Trump e Xi vai agradar aos mercados, mas não há garantia de que leve à paz. Nenhuma das partes recuou das exigências e divergências que levaram ao impasse nas negociações. Uma questão central é se o presidente americano vai impor uma data-limite para um acordo.

O estilo de negociação da China é prolongar as negociações e evitar acordos com metas específicas que possam ser cobradas. Trump quer acordos fiscalizáveis.

No início de maio, os dois países mais ricos do mundo pareciam estar à beira de um acordo. Então, os EUA acusaram a China de não confirmar os compromissos assumidos. Em resposta, o governo Trump impôs tarifas de 25% sobre produtos importados dos EUA num valor anual de US$ 200 bilhões. Outros produtos, no valor de US$ 50 bilhões, já estavam sobretaxados.

Ao fim da reunião do G-20, em entrevista coletiva, Trump confirmou o convite ao ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un, para um encontro na zona desmilitarizada na fronteira entre as duas Coreias. O presidente americano indicou que as relações bilaterais são boas: "Não houve mais testes nucleares nem de mísseis de longo alcance."

sexta-feira, 28 de junho de 2019

Ditador da Rússia ataca democracia liberal e o Ocidente

Em mais um desafio à democracia liberal e ao Ocidente, o ditador da Rússia, Vladimir Putin, afirma que o liberalismo está obsoleto por causa da reação negativa à globalização da economia e à imigração. Antes de viajar para a reunião de cúpula do Grupo dos Vinte (G-20) em Osaka, no Japão, ele deu entrevista no Kremlin ao jornal inglês Financial Times.

Putin era um oficial do Comitê de Defesa do Estado (KGB), a polícia política da União Soviética, em Dresden na Alemanha Oriental, quando começaram as manifestações que levaram à queda do Muro de Berlim e ao fim do comunismo. Anos depois, comentou que "o fim da URSS foi a maior tragédia geopolítica do século 20."

Depois de dirigir o Serviço Federal de Segurança, herdeiro do KGB, ele chegou ao poder em 1999, primeiro como primeiro-ministro de Boris Yeltsin e depois como presidente. Desde então, tenta restaurar o poder imperial soviético. Provocar o ataque o Ocidente como nos tempos da Guerra Fria é uma forma de fingir que tem o poder do passado. Meu comentário:

quinta-feira, 27 de junho de 2019

G-20 inicia com ameaça de guerra comercial virar guerra cambial

A reunião de cúpula do Grupo dos Vinte (G-20) será realizada nesta sexta-feira e no sábado em Osaka, no Japão, sob o risco de que as guerras comerciais deflagradas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, degenerem em guerras cambiais com grandes prejuízos para a economia global e forte impacto político.

A esperança é que um encontro paralelo de Trump com o ditador da China, Xi Jinping, encaminhe uma solução para o conflito comercial entre os dois países mais ricos do mundo. Mas há várias nuvens negras pairando sobre a economia mundial.

O principal comentarista econômico do jornal inglês Financial Times aponta sete grandes riscos para a economia global: o excesso de endividamento, a chamada estagnação secular, o populismo, a fraqueza da economia europeia, a fricção entre as grandes potências, o protecionismo e a incerteza. Meu comentário:

quarta-feira, 26 de junho de 2019

China faz acordo para explorar gás natural no Timor Leste

A companhia estatal de gás natural do Timor Leste, Timor Gap, vai assinar um acordo de US$ 16 bilhões com o Banco de Exportação e Importação da China (Exim Bank) para financiar a construção de uma fábrica de gás natural liquefeito, de um porto e de um gasoduto submarino para explorar o campo do Grande Sol Nascente, noticiou ontem o jornal The Australian.

A empresa negou, alegando que está negociando com outras instituições financeiras, inclusive da Austrália e dos Estados Unidos, e que a decisão final sobre o investimento poder não ser tomada até 2022.

Com sua política econômica externa agressiva, a China tenta se estabelecer no quintal da Austrália e da Indonésia, que são hoje os principais atores econômicos no Timor Leste. Este país era uma colônia portuguesa. Quando se tornou independente, em 1975, a Indonésia o ocupou.

O Timor Leste só virou um país independente em 1999. No ano passado, a Austrália e o Timor Leste finalmente chegaram a um acordo para demarcar sua fronteira marítima. Em abril, a Timor Gap assinou um contrato com a Corporação de Construção e Engenharia Civil da China para uma obra de US$ 943 milhões em Porto Beaco.

Rússia alega ter enviado soldados à Venezuela para rodízio

A Rússia negou hoje ter enviado um reforço de tropas para a Venezuela, alegando que um avião militar que chegou recentemente a Caracas levava soldados para fazer um rodízio, declarou hoje o ministro do Exterior russo, noticiou o jornal The Moscow Times.

O número e o tipo de soldados que a Rússia envia à Venezuela são indicadores do apoio do Kremlin à ditadura de Nicolás Maduro. Embora a Rússia afirme ter evitado uma concentração maior de forças na Venezuela, os dois países disseram que Moscou pode aumentar a presença militar russa "se necessário".

Em 23 de março, dois meses depois que o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, proclamou ser o presidente legítmo da Venezuela, um avião Antonov 124 e um Ilyuchin 62 com 100 soldados e 35 toneladas de carga em Caracas.

Plano de paz de Trump para o Oriente Médio já nasce morto

A conferência Da Paz às Prosperidade foi aberta ontem no emirado árabe do Bahrein por Jared Kushner, genro e assessor do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O plano de paz é considerado natimorto por ignorar a reivindicação de uma pátria para o povo palestino. Pode servir de desculpa para a anexação da Cisjordânia ocupada. É a receita para uma guerra sem fim.

Desde que chegou à Casa Branca, Trump se aliou incondicionalmente ao primeiro-ministro linha-dura de Israel, Benjamin Netanyahu, e tomou medidas que desqualificam os Estados Unidos como mediador no conflito árabe-israelense.

Trump transferiu a embaixada americana de Telavive para Jerusalém, que é considerada uma cidade parcialmente ocupada. O setor árabe (oriental) foi tomado por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e a Carta das Nações Unidas proíbe a guerra de conquista.

terça-feira, 25 de junho de 2019

Reino Unido proíbe venda de armas para a Arábia Saudita e aliados

O governo britânico não vai conceder novas licenças de exportação de armas para a Arábia Saudita, o Egito, os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein e o Kuwait, noticiou hoje a televisão árabe especializada em notícias Al Jazira. A medida atende a uma determinação da Justiça do Reino Unido, que proibiu a venda de armas para países envolvidos na guerra civil do Iêmen.

O Reino Unido é o segundo maior fornecedor da armas à monarquia absolutista saudita e uma parte importante da cadeia europeia de produção de equipamentos de defesa comprados por países do Oriente Médio. A proibição só se aplica a novos contratos

Vários movimentos da sociedade civil se opõem à venda de armas à Arábia Saudita e aliados por causa da crise humanitária no Iêmen e do assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi em 2 de outubro do ano passado no consulado saudita em Istambul, na Turquia.

Na semana passada, um relatório das Nações Unidos acusou o príncipe-herdeiro saudita, Mohamed ben Salman, pela morte de Khashoggi. Em 20 de junho, o Senado dos Estados Unidos aprovou resolução proibindo a venda de armas à Arábia Saudita, mas o presidente Donald Trump deve vetar.

Justiça dos EUA acusa bancos da China de lavar dinheiro da Coreia do Norte

Um tribunal dos Estados Unidos acusou três bancos chineses de desacato à Justiça por se negaram a entregar registros requeridos por um grande júri de negócios com uma empresa de fachada de Hong Kong suspeita de lavar mais de US$ 100 milhões para o Banco de Comércio Exterior da Coreia do Norte, noticiou hoje o jornal The Washington Post.

Os bancos citados são o Banco de Comunicações, estatal, o quinto maior banco da China; o Banco de Desenvolvimento Shanghai Pudong, o novo maior do país; e o Banco Mercantil da China. Todos recorreram alegando que pela lei chinesa precisam agir de acordo com um pacto de assistência legal EUA-China.

A próxima audiência está marcada para 12 de julho.

A agressividade da Justiça dos EUA parece consequência da guerra comercial e da crescente competição estratégica entre os dois países. Ao se dirigir diretamente aos bancos, sem passar pelo governo chinês, os procuradores alegaram estar defendendo a segurança nacional diante da ameaça norte-coreana.

Uma resposta dura do regime comunista chinês é inevitável. Nos dias 28 e 29 de junho, o presidente Donald Trump e o ditador Xi Jinping se encontram durante a reunião de cúpula do Grupo dos Vinte (G-20) em Osaka, no Japão, em busca de uma trégua.

Ex-diretor de inteligência da Venezuela faz sérias acusações a Maduro

O general Manuel Ricardo Christopher Figuera, ex-diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), chegou ontem aos Estados Unidos e fez sérias denúncias contra o regime chavista da Venezuela, noticiou hoje o jornal americano The Washington Post.

De acordo com o general, o palácio presidencial de Miraflores está tomado por agentes cubanos, corruptos e ladrões. O ex-ditador cubano Raúl Castro é um dos principais conselheiros do ditador venezuelano. O filho de Maduro lucra com a exploração ilegal de ouro. O vice-presidente Tareck Aissimi, acusado de tráfico de drogas nos Estados Unidos, faz lavagem de dinheiro.

Figuera também denunciou que a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) levanta dinheiro na Venezuela para suas ações terroristas. O Exército de Libertação Nacional, uma guerrilha comunista colombiana, ofereceu ajuda a Maduro contra ameaças externas.

A economia da Venezuela está à beira do colapso. Mais de 4 milhões de venezuelanos fugiram do país nos últimos anos. A organização não governamental Foro Penal denuncia que há 688 presos políticos no país.

Mais impressionante é que Maduro ainda não tenha caído. Meu comentário:

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Risco geopolítico desacelera crescimento da economia internacional

Aconteça o que acontecer durante a reunião de cúpula do Grupo dos Vinte em Osaka, no Japão, em 28 e 29 de junho, a competição estratégica entre Estados Unidos e China pela supremacia mundial deve se arrastar por décadas.

Minhas previsões para o segundo semestre de 2019:

domingo, 23 de junho de 2019

Ditador turco perde mais uma vez eleição para prefeito de Istambul

De nada adiantou anular a eleição de 31 de março. Com 54% dos votos, o candidato da oposição, Ekrem Imamoglu, do Partido Popular Republicano (CHP) e da Aliança Nacional, venceu mais uma vez o governista Binali Yildirim, do Partido da Justiça e do Desenvolvimento e da Aliança Popular, do ditador Recep Tayyip Erdogan, que está no poder na Turquia desde 2003, noticiou o jornal turco Hurriyet.

É mais um golpe na liderança de Erdogan. O AKP dominava o governo de Istambul, a maior e mais rica cidade da Turquia, desde 1994. Era uma base importante do ditador, que foi primeiro-ministro de 2003 a 2014, quando se tornou presidente com poderes reforçados.

Depois da tentativa frustrada de golpe militar em 15 de julho de 2016, em que sua vida esteve em perigo, Erdogan se tornou um ditador, a ponto de pressionar o Supremo Conselho Eleitoral a anular a eleição de 31 de março.

O CHP, um partido secularista, segue a tradição do fundador da República Turca depois da dissolução do Império Otomano, Mustafá Kemal Ataturk, que tentou separar a religião da política. Erdogan ascendeu como um islamista moderado. Durante a Primavera Árabe, a Turquia era apontada como exemplo de democracia num país muçulmano.

A oposição acusou o governo de interferir no processo eleitoral, alegando que a eleição só foi anulada por causa da derrota do AKP. Na terça-feira passada, o ditador declarou que Imamoglu poderia ser impedido de assumir a prefeitura se ganhar a eleição e não pedir desculpas ao governador da província de Ordu.

EUA aprovam "viagra feminino"

A Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA), órgão regulador dos Estados Unidos, aprovou na sexta-feira o Vyleesi, à base de bromelanotide, um remédio para tratar a desordem de desejo sexual hipoativo generalizado em mulheres na fase pré-menopausa.

"Como parte do compromisso da FDA para proteger e melhorar a saúde da mulher, vamos continuar a apoiar o desenvolvimento de tratamentos seguros e eficientes contra a disfunção sexual feminina", declarou em nota a agência reguladora.

A desordem de desejo sexual hipoativo se caracteriza por um baixo desejo sexual que provoca uma angústia profunda e dificulta o relacionamento interpessoal, tornando a pessoa mais insegura, instável e antissocial.

O problema acontece em pacientes que nunca tiveram problemas sexuais. Muitas vezes não tem relação com problemas físicos ou psíquicos, dificuldades de relacionamento, nem é consequência de medicação.

"Há mulheres que, por razão desconhecida, tem uma redução no desejo sexual que causa angústia profunda e podem se beneficiar com um tratamento farmacológico efetivo e seguro. A aprovação de hoje dá às mulheres outra opção de tratamento para esta situação", declarou o médico Hylton Joffe, diretor do Centro de Avaliação de Medicamentos e da Divisão da Pesquisas da Bone, uma empresa de produtos urológicos e reprodutivos.

sábado, 22 de junho de 2019

Trump impõe novas sanções e ameaça usar a força contra o Irã

Em seu estilo de negociação errático e caótico, o presidente Donald Trump anunciou a imposição de novas sanções ao Irã a partir de segunda-feira e ameaçou usar a força, mas ao mesmo tempo declarou estar aberto ao diálogo e a fazer um acordo capaz de dar um grande impulso à economia iraniana.

Ao anunciar novas sanções depois de ter ordenado um ataque a suspendido o bombardeio dez minutos antes do início, o presidente indica vai aumentar a pressão econômica depois do abate de um drone espião dos Estados Unidos na quinta-feira. Mas a medida deve acirrar a tensão entre os dois países.

Trump afirmou ter dado a contraordem ao saber que o ataque mataria cerca de 150 iranianos. Alegou que era uma punição muito forte para a derrubada de uma aeronave não tripulada.

A tensão entre os dois países aumentou desde 8 de maio de 2018, quando o presidente retirou os EUA de um acordo assinado pelas cinco grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (China EUA, França, Reino Unido e Rússia), o Irã e a Alemanha para congelar o programa nuclear militar da Alemanha.

No mês passado, um ano depois da ruptura do acordo, a República Islâmica anunciou a retomada do enriquecimento de urânio. Na semana passada, admitiu que seus estoques vão ultrapassar o limite estabelecido pelo acordo.

Com o ataque ao drone, o regime fundamentalista iraniano espera chamar a atenção da Europa para uma nova guerra no Oriente Médio, que teria consequências catastróficas. A Alemanha, a França e o Reino Unido pediram contenção às duas partes e uma solução pacífica da crise atual.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

EUA e Irã estão à beira de uma guerra potencialmente devastadora

O presidente Donald Trump suspendeu ontem à noite um bombardeio ao Irã quando os aviões de guerra dos Estados Unidos estavam a dez minutos dos alvos. Seria uma reação ao abate de um drone espião americano no Estreito de Ormuz, porta de entrada do Golfo Pérsico, por onde passa um terço do petróleo exportado por mar no mundo.

A República Islâmica alega que seu espaço aéreo foi invadido, mas evitou atacar um avião tripulado para poupar vidas. Trump também mostrou autocontrole ao evitar o ataque, apoiado pelo secretário de Estado, Mike Pompeo, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, e a diretora-geral da Agência Central de Inteligência (CIA), Gina Haspel.

Trump declarou que as sanções econômicas contra o regime fundamentalista iraniano estão funcionando. Por isso, não tem pressa. A Europa tenta conter os EUA temendo uma conflagração capaz de incendiar o Oriente Médio. Meu comentário:

Trump aprova ataque ao Irã e depois recua

Até as sete horas da noite de ontem pelo horário de Washington (20h em Brasília), estava em andamento uma operação militar dos Estados Unidos para bombardear alvos dentro do Irã - instalações nucleares, radares e baterias de defesa antiaérea -, em retaliação ao abate de um drone espião americano no Estreito de Ormuz. 

Os aviões bombardeiros estavam no ar e os navios próximos prontos para atacar, mas nenhum míssil havia sido disparado quando o presidente Donald Trump deu a contraordem, noticiou o jornal The New York Times.

Ainda não está claro se o presidente cancelou a operação ou apenas adiou o ataque para um momento mais favorável por uma questão de logística ou estratégia. Mas o simples anúncio é uma ameaça e uma demonstração de força.

Os EUA alegam que o drone foi abatido em águas internacionais no Estreito de Ormuz. A República Islâmica do Irã afirma que o drone invadiu o espaço aéreo iraniano.

Apesar das vulnerabilidades, o Irã tem uma longa experiência em guerras indiretas através de milícias que financia e sustenta como o grupo fundamentalista xiita iraniano Hesbolá (Partido de Deus), a mais notória e supostamente mais poderosa.

Trump aplica uma estratégia de "pressão máxima" contra o Irã na expectativa de forçar o regime teocrático iraniano a voltar à mesa de negociações e abrir mão não só do programa nuclear militar, mas também da tecnologia de mísseis de médio e longo alcances e de interferir politicamente em outros países do Oriente Médio.

 Em 8 de maio do ano passado, o presidente americano rompeu o acordo nuclear de 2015, negociado pelo governo Barack Obama para congelar o programa militar nuclear iraniano. Um ano depois, o Irã anunciou que vai acumular urânio enriquecido além do limite estabelecido no acordo.

O governo americano parece totalmente incapaz de entrar num diálogo construtivo com o Irã, demonizado no discurso oficial da Casa Branca e do Departamento de Estado. A República Islâmica, do outro, não acredita que que os EUA negociem de boa fé.

No mês passado, quatro navios petroleiros foram alvo de bombas num porto dos Emirados Árabes Unidos. Na semana passada, outros dois foram atacados quando passavam pelo Golfo de Omã. EUA responsabilizou o Irã.

Com o aumento da tensão, os EUA enviaram mais mil soldados para o Oriente Médio um grupo naval liderado por um porta-aviões rumo ao Golfo Pérsico. Trump afirma não querer a guerra, apenas renegociar o acordo, mas chegou perto.

O secretário de Estado, Mike Pompeo, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, e a diretora-geral da Agência Central de Inteligência (CIA), Gina Haspel, eram a favor do ataque abortado ontem à noite.

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Johnson e Hunt disputam chefia do partido e do governo britânico

O ex-ministro do Exterior Boris Johnson e o ministro da Defesa, Jeremy Hunt, foram os escolhidos pela bancada para disputar a liderança do Partido Conservador numa votação em que podem participar todos os filiados ao partido. Como os conservadores têm maioria na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico, ele será o próximo primeiro-ministro do Reino Unido.

Na quinta votação da bancada parlamentar conservadora, de 313 deputados, Johnson obteve 160 votos e Hunt 77. O ministro do Meio Ambiente, Michael Gove, recebeu apenas 75 votos. Foi eliminado.

O próximo líder conservador e primeiro-ministro terá um papel decisivo na definição do futuro das relações do país com a União Europeia. Johnson promete retirar o Reino Unido do bloco europeu em 31 de outubro com ou sem acordo. Hunt quer pedir mais tempo para renegociar a saída britânica.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Relatório da ONU acusa príncipe saudita pelo assassinato de jornalista

O fantasma do jornalista Jamal Khashoggi assombra o poderoso príncipe-herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed ben Salman. O jornalista foi torturado até a morte e esquartejado em 2 de outubro do ano passado no consulado saudita em Istambul, na Turquia.

Jamal Khashoggi saiu da Arábia Saudita em setembro de 2017, depois de receber ameaças por criticar o novo príncipe-herdeiro Mohamed ben Salman, que acumula os cargos de vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa e é o homem-forte da monarquia absolutista da Arábia Saudita

Khashoggi morava em Washington, nos Estados Unidos, onde era colunista do jornal The Washington Post. Foi ao consulado pegar um documento que precisava para se casar. Nunca mais saiu.

Sua morte chama a atenção para a ditadura brutal da monarquia absolutista saudita e tira a máscara de mais um "filho pródigo" que na teoria iria modernizar um país árabe, mas na prática se revelou um desastre. Meu comentário:


terça-feira, 18 de junho de 2019

Japão oferece aos EUA cortes em tarifas sobre produtos agrícolas

O Japão vai prometer acelerar os cortes nas tarifas de importação de produtos agrícolas nas negociações conduzidas pelo ministro da Revitalização Econômico, Toshimitsu Motegi, e o representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, noticiou o jornal Japan Today. Eles se encontram amanhã.

A tarifa do Japão sobre carne bovina importada dos EUA cairia imediatamente para 26,6%, como se os EUA tivessem aderido à Parceria Transpacífica, e para 25,8% daqui a um ano. Hoje a tarifa é de 38,5%.

Em troca, o Japão deve pedir a redução das tarifas de importação de veículos, hoje em 2,5% para automóveis e 25% para caminhões.

Um dos primeiros atos do presidente Donald Trump foi rejeitar o acordo comercial com 11 países da orla do Oceano Pacífico (Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Cingapura, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru e Vietnã) negociado no governo Barack Obama (2009-17). Era uma iniciativa para estabelecer as regras do jogo na região sem se submeter ao crescente poderio econômico da China.

Desde então, o Japão busca um acordo bilateral com os EUA. Historicamente, o Japão, um arquipélago com dois terços da área imprópria para a agricultura, subsidia seus agricultores e protege o mercado interno com barreiras tarifárias.

O arroz japonês é várias vezes mais caro do que o preço internacional, mas cada vez que chegava um carregamento de arroz importado ao Japão aparecia algum especialista para torcer o nariz e dizer que o estrangeiro não era igual ao arroz japonês.

Depois de um acerto entre Trump e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, no fim do ano passado, as negociações começaram no começo deste ano. O Japão tem pressa. Até novembro, as tarifas de importação de veículos japoneses pelos americanos estão suspensas.

Encontro Xi-Trump dá esperança de trégua na guerra comercial EUA-China

As bolsas de valores subiram hoje no mundo inteiro depois do anúncio de estímulos ao crescimento da Zona do Euro e de que o presidente Donald Trump vai se encontrar com o ditador Xi Jinping durante a reunião de cúpula do Grupo dos Vinte (G-20) marcada para 28 e 29 de junho, em Osaka, no Japão. Mas a concorrência estratégica entre as grandes potências deve durar décadas.

A economia global está em desaceleração e a guerra comercial EUA-China torna a situação ainda pior. A incerteza pesa sobre o setor industrial e suas cadeias produtivas globais. A geração de empregos nos EUA decepcionou no mês passado e o crescimento do segundo semestre é estimado em 1,5% ao ano.

Se houver um acordo, será mais uma trégua. Os EUA e a China estão envolvidos num conflito econômico, científico, tecnológico e militar pela supremacia mundial que deve se arrastar por muito tempo. Meu comentário:


Trump anuncia encontro longo com Xi no Japão

O presidente Donald Trump anunciou hoje que terá um longo encontro com o ditador Xi Jinping durante a reunião de cúpula do Grupo dos Vinte (G-20) em Osaka, no Japão, nos dias 28 e 29 de junho, para tentar negociar o fim da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.

"Tive uma conversa telefônica muito boa com o presidente da China", escreveu Trump no Twitter. "Teremos um longo encontro na próxima semana no G-20 no Japão. Nossas equipes vão iniciar as negociações antes do encontro."

Em maio, Trump aumentou para 25% a tarifa de importação sobre produtos chineses importados pelos EUA no valor de US$ 200 bilhões anuais. A China retaliou impondo tarifas de 25% sobre produtos americanos importados no valor anual de US$ 60 bilhões.

Para pressionar a China, o Tesouro dos EUA iniciou consultas para aumentar para 25% as tarifas sobre outros produtos chineses importados no valor anual de US$ 300 bilhões, o que cobriria todas as exportações para China para os EUA.

Xi confirmou o encontro em entrevista à televisão estatal chinesa: "Como as duas maiores economias do mundo, a China e os EUA devem desempenhar um papel principal na promoção de resultados positivos na Cúpula de Osaka do G-20 e injetar confiança e vitalidade ao mercado global. (...) Gostaria de trocar visões sobre questões fundamentais relacionados ao desenvolvimento das relações EUA-China."

Antes, na quinta e na sexta-feira desta semana, Xi vai a Pyongyang. Será sua primeira visita à Coreia do Norte, num sinal de prestígio ao ditador Kim Jong Un. As negociações para desnuclearizar a Península Coreana estão estagnadas desde o fracasso do encontro de cúpula entre Kim e Trump em 27 e 28 de fevereiro, em Hanói no Vietnã.

As bolsas de valores subiram com a expectativa de uma trégua no conflito comercial entre EUA e China. Mas a médio prazo o risco é de uma nova escalada com a imposição de mais tarifas por Trump.

Atentado suicida do Boko Haram mata 30 pessoas na Nigéria

O governador do estado de Borno, Babagana Umara, prometeu ontem fortalecer o sistema de saúde pública para melhorar a resposta a emergências, um dia depois que um triplo atentado terrorista suicida matou 30 pessoas e feriu outras 42 em Mandari, na região de Konduga, no Nordeste da Nigéria, o país mais rico e mais populoso da África.

Eram por volta de oito horas da noite pelo hora local (4h10) quando os terroristas se explodiram. Umara visitou o setor de emergência do hospital local, consolou os feridos e famílias - e pediu à direção do hospital para apresentar um plano de expansão do setor de emergência. As obras seriam iniciadas imediatamente.

Umara doou uma quantia não revelada para as vítimas e prometeu ajuda do governo para pagar todas as despesas de tratamento médico dos feridos.

Desde que aderiu à luta armada para impor uma versão extremista e puritana do Alcorão, a guerra ao Boko Haram, cujo nome significa "não à educação ocidental", matou entre 14 e 20 mil pessoas.

À medida que aumenta o radicalismo islâmico na África Subsaariana, especialmente na região do Sahel, ao sul do Deserto do Saara, aumenta o desafio nesta nova frente da guerra contra o terrorismo dos extremistas muçulmanos.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Morte na prisão de presidente eleito do Egito é sinal do fracasso da Primavera Árabe

O ex-presidente Mohamed Mursi, o único eleito democraticamente na história do Egito morreu hoje num tribunal onde era processado por espionagem. Ele foi eleito em 2012 e deposto em 3 de junho de 2013, depois de pouco mais de um ano no cargo.

A Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista islâmico, ao qual Mursi pertencia, acusou a ditadura do marechal Abdel Fattah al-Sissi pela morte.

Sua morte é um bom momento para fazer um balanço da Primavera Árabe, uma tentativa frustrada de democratizar os países árabes que enfrentou forte resistência das monarquias absolutistas como a Arábia Saudita. Meu comentário:



Morre na prisão o único presidente eleito da história do Egito

O ex-presidente do Egito Mohamed Mursi, derrubado por um golpe militar em 3 de julho de 2013, morreu aos 67 hoje num tribunal do Cairo. Mursi, da Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista islâmico, foi eleito em 2012, depois da queda do ditador Hosni Mubarak na Primavera Árabe, em 11 de fevereiro de 2011. Sua morte deve provocar protestos dos islamistas.

Mursi sofria de diabetes e teve um colapso cardíaco depois de uma audiência no tribunal, onde respondia a processos. Sua deposição pelo atual ditador, marechal Abdel Fattah al-Sissi, marcou o fim da breve experiência democrática do Egito.

Depois da queda, o ex-presidente foi condenado a 45 anos de prisão, a 20 anos por incitar as forças de segurança a atacar manifestantes em 2012 e a 25 anos por espionagem a favor do Catar, aliado da Irmandade Muçulmana, declarada grupo terrorista pelo novo governo egípcio.

Um de seus maiores aliados, o ditador da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, o chamou de mártir: "Que Alá dê a nosso mártir, nosso irmão Mursi, sua misericórdia. Outro aliado importante, o emir do Catar, xeque Tamin ben Hamad al-Thani, manifestou "profunda tristeza".

Com o golpe, mais de 1,4 mil manifestantes da Irmandade Muçulmana foram mortos e 15 mil presos. Centenas de islamistas foram condenados nos últimos anos sob acusação de terrorismo. Os mesmos ativistas que derrubaram Mubarak na esperança de democratizar o país saíram às ruas para denunciar o autoritarismo de Mursi e da Irmandade Muçulmana, convidando os militares a dar o golpe de 2013.

O regime hoje é ainda mais repressivo do que no tempo de Mubarak. A Primavera Árabe só democratizou a Tunísia. A Líbia, a Síria e o Iêmen estão até hoje em guerra civil.

domingo, 16 de junho de 2019

Super-ricos ganharam mais de US$ 21 trilhões em 30 anos nos EUA

O 1% mais rico da população dos Estados Unidos ganhou mais de US$ 21 trilhões desde 1989, enquanto a metade mais pobre perdeu US$ 900 bilhões, revelou a Contabilidade Financeira Distributiva, uma nova série de dados divulgada pela Reserva Federal (Fed), o banco central do país.

Junto com as Contas Financeiras e a Sondagem das Finanças do Consumo, estes dados estimam a distribuição da riqueza e revelam uma brutal concentração da renda nas últimas três décadas.

No mundo, havia 226.560 super-ricos, em 2017, definidos como quem tem uma riqueza de US$ 30 milhões ou mais. Eles têm juntos US$ 27 trilhões.

O Brasil é o 14º país em número de super-ricos. Eram 3.570 em 2017, quando foi registrada uma queda de 9,6% na sua renda por causa da recessão econômica.

sábado, 15 de junho de 2019

Governadora de Hong Kong suspende tramitação da lei de extradição

Sob pressão de uma onda de manifestações populares, a governadora Carrie Lam suspendeu hoje a tramitação de um projeto de lei que autorizaria a extradição para a China de pessoas detidas no território. A governadora declarou que a proposta não havia sido apresentada de maneira "adequada".

Mais de um milhão de pessoas marcharam pelas ruas de Hong Kong e enfrentaram a polícia em 9 de junho para repudiar a lei, que acabaria com a independência judiciária do território, que tem o status de uma região administrativa especial.

Horas depois do anúncio de hoje, já no domingo pela hora local centenas de milhares de chineses de Hong Kong festejaram a vitória e marcharam pelas ruas da cidade em protesto contra a interferência cada vez maior de Beijim nos assuntos do território. Os cartazes diziam "Não à extradição para a China" e exigiam a renúncia da governadora aliada ao regime comunista.

Quando negociou a devolução da colônia tomada pelo Império Britânico nas Guerras do Ópio, no século 19, o regime comunista chinês prometeu manter o sistema capitalista e as liberdades democráticas em Hong Kong durante 50 anos.

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Boris Johnson é favorito para primeiro-ministro do Reino Unido

O ex-prefeito de Londres e ex-ministro do Exterior Boris Johnson, ganhou com ampla vantagem a primeira votação para escolha do próximo líder do Partido Conservador e futuro primeiro-ministro britânico. Aumenta o risco de uma saída dura da União Europeia, sem qualquer acordo.

Na primeira votação, Johnson teve 114 votos, mais do que os dois outros fortes candidatos somados. O ministro da Defesa, Jeremy Hunt, foi o segundo, com 43, seguido pelo ministro do Meio Ambiente, abalado pela confissão de que cheirou cocaína quando jovem, com 37.

A segunda votação será realizada na próxima terça-feira, 18 de junho, uma terceira na quarta-feira e depois na quinta-feira. Os dois mais votados serão submetidos a uma eleição em que todos os filiados do Partido Conservador podem participar votando pelo correio. O resultado sai no dia 22.

Dos dez candidatos, oito estão defendendo uma ruptura total com a UE, especialmente Johnson, que não admite novo adiamento além do prazo atual, 31 de outubro. Até lá, não haveria tempo para renegociar o acordo.

Os outros 27 países da UE já rejeitaram a renegociação do acordo negociado pela ex-primeira-ministra Theresa May, derrotado três vezes em votações na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico.

Uma ruptura total pode ser catastrófica para a quinta maior economia do mundo. De acordo com o Banco da Inglaterra, o produto interno bruto pode cair até 10% em cinco anos. Meu comentário:

Crescimento industrial da China é o menor em 17 anos

Sob o impacto da guerra comercial deflagrada pelos Estados Unidos, a produção industrial da China registrou em maio o menor ritmo de crescimento em 17 anos, de 5% ao ano. Setores importantes como automóveis, produtos médicos e equipamentos de informáticas tiveram fortes desacelerações, noticiou o jornal inglês Financial Times.

As negociações com os EUA se estagnaram em maio, quando o presidente Donald Trump aumentou para 25% as tarifas sobre produtos importados da China com valor anual de US$ 200 bilhões e colocou a maior fabricante mundial de equipamentos de telecomunicações, a Huawei, numa lista de empresas que ameaçam a segurança nacional.

Há uma esperança de que o impasse seja superado num encontro de Trump com o ditador Xi Jinping durante a reunião de cúpula do Grupo dos 20 em Osaka, no Japão, em 28 e 29 de junho.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

EUA acusam Irã por ataques a petroleiros no Golfo de Omã


O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, responsabilizou o Irã pelos ataques contra dois petroleiros hoje no Golfo de Omã, depois de ataques contra quatro navios-tanques num porto dos Emirados Árabes Unidos no mês passado. 

Há duas semanas, em visita aos Emirados Árabes Unidos, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, o linha-dura John Bolton, declarou estar “quase certo” de que foi o Irã ou aliados.

Pompeo afirmou hoje que esses ataques não provocados são uma clara ameaça à paz e à segurança internacionais e um assalto à liberdade de navegação. Meu comentário:

Ataque a dois navios petroleiros aumenta tensão no Oriente Médio

Dois navios-tanque foram alvo de bombas hoje no Golfo de Omã perto do Estreito de Ormuz, na entrada do Golfo Pérsico, forçando suas tripulações a abandoná-los, um mês depois de ataques a quatro petroleiros num porto dos Emirados Árabes Unidos. 

Aumenta a tensão entre Estados Unidos e Arábia Saudita, de um lado, e do Irã, do outro, que já estava em alta com um ataque de míssil de rebeldes apoiados pelo Irã contra um aeroporto saudita, e o risco de guerra no Oriente Médio, adverte o jornal The New York Times.

Ainda não se sabe quem foram os responsáveis pelos ataques de hoje e do mês passado. Há duas semanas, em visita aos Emirados Árabes Unidos, aliados da Arábia Saudita, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, afirmou estar "quase certo" de que foi o Irã ou aliados.

Um dos navios atacados pertence à empresa norueguesa Frontline e estava fretado pela companhia estatal de petróleo de Taiwan para transportar nafta. Todos os 23 tripulantes foram resgatados.

O outro navio era do Panamá e transportava metanol do porto de Jubail, na Arábia Saudita, para Cingapura. Os 21 tripulantes eram filipinos. Eles deixaram o navio e foram resgatados por um barco que passava.

Ontem, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, foi a Teerã, onde se reuniu com o presidente Hassan Rouhani. Hoje, encontra-se com o Supremo Líder Espiritual da Revolução Islâmica, aiatolá Ali Khamenei, para tentar intermediar um alívio de tensão entre EUA e Irã - e reduzir o risco de guerra.

Khamenei, o homem-forte da ditadura teocrática iraniana, rejeitou qualquer possibilidade de diálogo com o governo Donald Trump. O ministro do Exterior do Irã, Mohamed Javad Zarif, declarou que os ataques são uma jogada para impedir o diálogo e provocar uma agressão.

No mês passado, o ministro da Defesa do Reino Unido, Jeremy Hunt, candidato a líder do Partido Conservador e próximo primeiro-ministro britânico, declarou estar "preocupado com o risco de um conflito deflagrado por acidente".

Os rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã na guerra civil do Iêmen fizeram ataques recentes a alvos sauditas, inclusive oleodutos. Ontem, bombardearam o aeroporto de Abba, no Sudoeste da Arábia Saudita, com um míssil de cruzeiro, ferindo 26 pessoas.

Em 8 de maio de 2018, o presidente Trump retirou os EUA de um acordo negociado pelas cinco grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas, a Alemanha e o Irã para congelar por dez anos o programa nuclear militar iraniano.

Meses depois, o governo Trump reimpôs duras sanções econômicas para tentar impedir o Irã de exportar petróleo. No mês passado, os EUA enviaram um grupo naval liderado por um porta-aviões e mais 1,5 mil soldados para a região do Golfo Pérsico.

Trump alega não querer guerra com o Irã, mas sua estratégia de "pressão máxima" cria uma situação de altíssimo risco.

Um terço do petróleo exportado no mundo passa pelo Estreito de Ormuz. Os preços do petróleo subiram hoje mais de 3%.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Epidemia de ebola no Congo se alastra para Uganda

A avó e um irmão de uma criança de cinco anos morta pelo vírus ebola em Uganda foram contaminados pela doença, confirmando a propagação da epidemia que começou na República Democrática do Congo, noticiou hoje a televisão pública britânica BBC.

Os conflitos no Congo, que causaram ataques contra clínicas e equipes de combate à doença, impediram o controle da epidemia até agora, ao contrário do que aconteceu na Nigéria no surto epidêmico anterior na África, que deixou milhares de mortos na Guiné, na Libéria e em Serra Leoa.

Aquela epidemia começou na Guiné em dezembro de 2013 e só foi declarada extinta pela Organização Mundial da Saúde em janeiro de 2016, depois de contaminar 26.683 pessoas e matar 11.022.

O primeiro caso no Congo foi registrado em 24 de agosto de 2014. O surto atual, na região central da África, não tem relação com o anterior, ocorrido na África Ocidental, e já é o segundo maior da história, com 1.931 casos e 1.263 mortes confirmadas.

A região atingida em Uganda é remota, mas perto há áreas densamente povoadas. Se forem afetadas, a epidemia se alastra e vai exigir mais tempo e mais recursos para ser controlada.

Hong Kong adia debate sobre lei de extradição para a China

Diante de uma onda de protestos populares, o Conselho Legislativo de Hong Kong adiou hoje o debate sobre um projeto de lei que permite a extradição para a República Popular da China, onde a Justiça é controlada pelo regime comunista.

Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas da ex-colônia britânica e enfrentaram a polícia hoje, depois de uma manifestação de cerca de 1 milhão no domingo passado, 9 de junho, quando também houve protestos na Alemanha, na Austrália, no Canadá, nos Estados Unidos e no Reino Unido.

Apesar das manifestações, o governo regional pretende retomar a tramitação do projeto e realizar a votação nas próximas semanas. Mas os protestos devem continuar. Desta vez, não são apenas estudantes. Empresários e profissionais liberais também não querem o fim da independência do Judiciário de Hong Kong.

Como o regime comunista chinês se nega a ceder sob pressão, já acusou estrangeiros pela onda de protestos e tem maioria no parlamento local, a lei deve ser aprovada, mesmo contrariando o acordo assinado com o Reino Unido em 1984 para a devolução da colônia à China, em 1997.

A governadora Carrie Lam, subserviente a Beijim, quer marcar a votação para quinta-feira da próxima semana. O projeto amplia a lei de extradição, que hoje tem 20 países, para incluir a República Popular da China, Macau e Taiwan.

A partir de 1º de julho de 1997, Hong Kong passou a ser uma região administrativa especial em que a China prometeu manter o sistema capitalista e as liberdades democráticas por 50 anos, na fórmula "um país, dois sistemas", que gostaria de aplicar também a Taiwan. Está ignorando o acordo.

Rebeldes do Iêmen apoiados pelo Irã atacam aeroporto saudita com míssil


O ataque com míssil de cruzeiro hoje ao aeroporto internacional de Abba, no Sudoeste da Arábia Saudita, mostra o aumento da capacidade ofensiva dos rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã na guerra civil do Iêmen. Mísseis de cruzeiro são mais precisos do que mísseis balísticos e os sistema de lançamento têm maior mobilidade.

Vai aumentar a tensão entre a Arábia Saudita e o Irã e entre os Estados Unidos e o Irã, que é grande desde que o presidente Trump rompeu o acordo nuclear com o regime fundamentalista iraniano e reimpôs duras sanções econômicas para pressionar os aiatolás a negociar. Meu comentário: