O presidente Donald Trump anunciou ontem à noite pelo Twitter que os Estados Unidos e o México chegaram a um acordo sobre imigração. Assim, a tarifa de importação de 5% sobre todos os produtos mexicanos, que entraria em vigor na segunda-feira, não será mais aplicada, como ameaçara Trump.
Pelo acordo, o México vai reforçar o controle de imigração ilegal rumo aos EUA na sua fronteira sul, com a Guatemala e Belize, aumentando a presença da Guarda Nacional e permitir que os candidatos a asilo político nos EUA aguardem a conclusão de seus processos em território mexicano.
Por ora, o tarifaço de Trump, capaz de jogar o México na recessão, foi evitado. Mais de 80% do comércio exterior mexicano são com os EUA. Se o número de imigrantes que chegam à fronteira sul dos EUA não diminuir, com certeza o presidente americano vai retomar sua ameaça.
Se não houvesse acordo, as tarifas sobre todas as importações mexicanas subiriam em cinco pontos percentuais por mês até chegar a 25% em 1º de outubro. A ameaça paira no ar.
Hoje a maioria dos imigrantes que tentam entrar nos EUA vem dos países do Triângulo Norte da América Central (Guatemala, Honduras e El Salvador), países pobres com altíssimo nível de violência.
Sem estabilidade, redução da violência e oportunidades econômicas nestes países, o fluxo migratório rumo ao norte será inevitável. Os EUA querem que os refugiados peçam asilo ao México, ao primeiro país de entrada, a regra da União Europeia. Mas eles não querem ficar no México. Querem ir para os EUA.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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