sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Israel retalia autorizando expansão das colônias

Em resposta à votação da Assembleia-Geral das Nações Unidas elevando o status da Palestina para Estado não membro, o governo de Israel aprovou ontem à noite a construção de mais 3 mil moradias no Leste de Jerusalém e no resto da Cisjordânia, um dos territórios ocupados desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.

"É um novo desafio do governo israelense", protestou Saeb Erekat, o principal negociador palestino. "No momento em que a liderança palestina tenta salvar a solução baseada em dois países, Israel faz tudo para destruí-la".

O novo assentamento vai isolar Belém e Ramalá de Jerusalém, tornando inviável a criação de um país palestino com território contíguo na Cisjordânia, observa o jornal The New York Times.

A Europa e os Estados Unidos condenaram a ação ilegal do governo direitista israelense. A Carta da ONU proíbe a guerra de conquista, a colonização e a anexão de territórios ocupados militarmente.

ONU faz seminário sobre política social em Brasília

O Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (CIP-CI) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) realizará, de 3 a 5 de dezembro, em Brasília, o seminário internacional Recentes Desenvolvimentos no Papel e no Design de Programas de Proteção Social – Um diálogo político, workshop de especialistas e evento de aprendizagem sobre Cooperação Sul-Sul.
Pesquisadores, acadêmicos e especialistas da América Latina, Ásia e África vão explorar os desafios, inovações e desenvolvimentos recentes na implementação de programas de proteção social em países emergentes. O seminário irá discutir a contribuição das políticas sociais e dos programas de proteção social para a ascensão da classe média nesses países, além de explorar a relação entre inclusão produtiva e crescimento, desenvolvimento econômico local e questões relacionadas a emprego. 
Os principais objetivos do evento são facilitar o diálogo entre os formuladores de políticas públicas e os especialistas, com foco em desenvolvimentos recentes, inovações e desafios na implementação dos programas; e compartilhar conhecimentos sobre as iniciativas implementadas pelos países. As discussões irão influenciar um relatório final sobre proteção social e inclusão produtiva para o desenvolvimento que está sendo produzido pelo CIP-CI.
“As recentes crises econômica e financeira ressaltaram a importância de se ter programas de proteção social de médio prazo dimensionáveis. No entanto, embora muitas vezes seja difícil ampliar os programas para que possam atender rapidamente às necessidades dos grupos vulneráveis, vários países foram capazes de encontrar formas inovadoras de ampliar o acesso através de programas emblemáticos implementados em grande escala”, destaca o Coordenador de Pesquisas do CIP-CI, Fábio Veras.
O evento irá focar na evolução recente desses programas com relação a quatro temas:
  • Expansão da cobertura e capacidade de resiliência do sistema de proteção social;
  • Sistemas de informação, apoio e mecanismos de entrega de benefícios sociais e serviços para combater a exclusão social e promover a inclusão produtiva;
  • Impactos produtivos sobre as economias locais e caminhos para sair da pobreza;
  • Impactos em nível macro e crescimento e vulnerabilidade da classe média.
Programação resumida
As discussões do primeiro dia do evento incidirão sobre a contribuição e o papel da proteção social e as políticas de inclusão produtiva para o crescimento inclusivo e o desenvolvimento local. O segundo dia vai se concentrar na discussão sobre proteção social para crianças e idosos. E no terceiro dia serão abordadas questões de desenho institucional e ajustes de escala e integração de programas. Mais informações aqui: http://bit.ly/11km0FB
Serviço:
Evento: Seminário Internacional “Recentes Desenvolvimentos no Papel e no Design de Programas de Proteção Social – Um diálogo político, workshop de especialistas e evento de aprendizagem sobre
Cooperação Sul-Sul”
Data e horário: 3 a 5 de dezembro, das 8h30 às 18h
Local: Hotel St. Paul Plaza (SHS, Quadra 2, Bloco H, Brasília)
Mais informações: 
Silvia CavichioliAssistente de Comunicação, CIP-CI(61) 2105-5019 - silvia.cavichioli@ipc-undp.org

Egito aprova projeto de Constituição

Sob intensa pressão das ruas para concluir seu trabalho desde que o presidente Mohamed Mursi se outorgou poderes excepcionais, a Assembleia Constituinte do Egito aprovou um projeto de Constituição. Se for sancionado pelo presidente, será submetido a um referendo pelo voto popular.

Um trecho polêmico afirma que a charia, o direito islâmico, será a base da legislação. Isso constava da Constituição anterior, da ditadura de Hosni Mubarak (1981-2011), mas os poderes executivo e judiciário não estavam sob controle da Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista islâmico do mundo.

Para a multidão concentrada nos últimos dias na Praça da Libertação, no Centro do Cairo, isso representa uma ameaça de que a revolução seja sequestrada por extremistas muçulmanos, que usariam a democracia para chegar ao poder e a partir daí tentariam acumular o poder absoluto.

Índia cresce em ritmo de 5,3% ao ano

Enquanto o Brasil ficou estagnado, com crescimento de apenas 0,6% de julho a setembro de 2012, no mesmo período, a economia da Índia avançou num ritmo de 5,3% em relação ao ano passado, um pouco abaixo dos 5,5% do trimestre anterior.

Na comparação anual, a indústria manufatureira cresceu apenas 0,8% e a agricultura, 1,2%. Altas de 9,4% no setor de serviços e de 6,7% na construção civil contrabalançaram o desempenho fraco dos outros setores.

O Fundo Monetário Internacional prevê expansão de 4,9% neste ano. Em 2013, economistas privados esperam 5,5% e, em 2014, 6% a 6,5%.

"A perspectiva de curto prazo é um desafio, com inflação renitente, crescimento fraco, déficits comercial e orçamentário elevados, e a rúpia se desvalorizando", analisa Jyoti Narasimhan, da empresa IHS Global Insight, citado pelo jornal inglês Financial Times.

Para equilibrar as contas externas, o governo tenta atrair investimentos estrangeiros nos setores de supermercados, centros comerciais e lojas de departamento, mas enfrenta forte resistência dos pequenos comerciantes locais.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

ONU eleva status da Palestina para Estado

Por 138 votos a favor, inclusive do Brasil, nove contra, entre eles Estados Unidos e Israel, e 41 abstenções, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou hoje à noite o reconhecimento da Palestina como país observador não membro, o mesmo status do Vaticano.

No discurso em defesa de sua estratégia para obter a independência, adotada diante da estagnação das negociações de paz, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, declarou ao plenário: "Não temos ouvido nenhuma palavra de funcionários israelenses manifestando uma preocupação sincera de salvar o processo de paz".

"Ao contrário, nosso povo continua a testemunhar uma intensificação sem precedentes das ações militares, do bloqueio, da colonização e da limpeza étnica, especialmente no Leste de Jerusalém, das prisões em massa, dos ataques de colonos e outras práticas pelas quais a ocupação israelense se tornou sinônimo de um sistema de apartheid com ocupação colonial que institucionaliza a praga do racismo e incita ao ódio e à violência", acrescentou Abbas. "Chegou a hora do mundo dizer claramente: basta de agressão, de assentamentos e de ocupação".

Em resposta, o embaixador de Israel na ONU, Ron Prosor, acusou o líder palestino de "dar as costas para o processo de paz. Não deixem que a História registre que a ONU os acompanhou nesta marcha da insensatez", reportou o jornal The New York Times.

Na prática, a Palestina pode se filiar a outras instituições do sistema ONU, como a Corte Internacional de Justiça. Também pode ser alvo de retaliações econômicas dos EUA e de Israel, que ameaçam cortar a ajuda e a transferência de impostos controlados pela ocupação israelense.

PIB da China deve chegar a US$ 15,5 tri em 2020

O produto interno bruto da China deve atingir em 2020 o nível que os Estados Unidos têm hoje, de cerca de US$ 5,5 trilhões. A renda per capita chinesa vai dobrar até lá, chegando a US$ 10 mil; nos EUA, era de US$ 48 mil no fim de 2011.

A soma de todas as riquezas que a China produziu em 2011, descontadas as importações, totalizou US$ 7,1 trilhões. Pelas projeções do regime comunista, vai mais do que dobrar nesta década, reporta o jornal francês Le Monde.

ONU deve reconhecer hoje Estado palestino

A Assembleia Geral das Nações Unidas vota hoje à noite para reconhecer hoje a Palestina como um país independente não associado à organização, com status de observador. Os Estados Unidos não têm direito de veto sobre essa decisão.

Em retaliação, os EUA e Israel ameaçam reter fundos da Autoridade Nacional Palestina, que governa parte da Cisjordânia ocupada. Mas o enfraquecimento ainda maior da ANP favorece o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que cada vez mais se firma como principal representante do povo palestino.

Pelo menos 15 países europeus, inclusive a França, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, devem votar a favor. O Brasil e a América Latina devem apoiar em peso a reivindicação palestina

A votação na Assembleia Geral, hoje com 193 países-membros, acontece exatamente 65 anos depois que a Resolução 181 aprovou a divisão da Palestina para a criação de dois estados nacionais independentes, um árabe e um judaico, lembra a agência Reuters.

Desde os anos 70, a Organização para a Libertação da Palestina tinha status de entidade observadora na ONU. Ao elevar seu status para país não membro é implicitamente reconhecida como estado nacional e pode se associar a todo o sistema Nações Unidas, inclusive à Corte Internacional de Justiça, com sede em Haia, na Holanda, onde pode denunciar os abusos da ocupação israelense.

Síria desliga Internet e sistema telefônico do país

Por volta das 10h30 da manhã de hoje, todas as conexões da Síria com a rede mundial de computadores foram cortadas, assim como o sistema telefônico do país, a exemplo do que fez o Egito no início da revolução que derrubou o ditador Hosni Mubarak em 11 de fevereiro de 2011.

Na Síria, uma única empresa estatal controla o acesso à Internet. Por isso, acredita-se que a medida tenha sido aplicada pelo governo, que está começando a perder a guerra civil no campo de batalha, para impedir a divulgação de notícias ruins no exterior e impedir a divulgação de imagens sobre suas ações violentas.

O aeroporto de Damasco, a capital síria, está sob bombardeio dos rebeldes que lutam há um ano e dez meses para derrubar a ditadura de Bachar Assad, no poder desde 2000, depois de suceder seu pai, o ditador Hafez Assad.

Continental absolvida pela queda do Concorde

A companhia aérea americana Continental Airlines, dois funcionários seus e um antigo membro da Direção Geral de Aviação Civil da França foram absolvidos por um tribunal de recursos de Versalhes como responsáveis pelo acidente que acabou com a carreira do avião supersônico Concorde, matando 113 pessoas, em 25 de julho de 2000, perto de Paris.

Um pneu do Concorde explodiu no momento da decolagem provocando um incêndio nas turbinas que derrubou o avião, o único supersônico usado até hoje pela aviação comercial.

No julgamento em primeira instância, em 2010, a Continental tinha sido condenada a pagar uma multa de 200 mil euros porque partes de um avião da empresa americana soltos na pista teriam estourado os pneus do jato supersônico, provocando o acidente.

Tribunal suspende decisão sobre dívida da Argentina

Um tribunal federal de recursos dos Estados Unidos suspendeu temporariamente uma decisão de um juiz federal da primeira instância de Nova York que obrigava a Argentina a pagar US$ 1,33 bilhão em 15 de dezembro a credores que rejeitaram as renegociações da dívida do país impostas por Buenos Aires, informa o jornal inglês Financial Times.

Em 2005 e 2010, 93% dos donos de títulos da dívida argentina caloteada em 2001, de cerca de US$ 100 bilhões, aceitaram trocá-los por bônus com desconto de até 30%, juros menores e prazos mais longos, aliviando a pressão sobre o Tesouro. Os 7% que rejeitaram as perdas acionaram a Justiça para recuperar o dinheiro investido.

Na semana passada, o juiz federal americano Thomas Griesa decidiu que a Argentina não pode discriminar seus credores, pagando apenas os que concordaram com a renegociação.

O governo Cristina Kirchner seria obrigado a saldar a dívida com antigos credores antes de remunerar os novos com US$ 3,1 bilhões. Como a Argentina se nega a pagar quem não aceitou seus termos, o país poderia ficar tecnicamente em calote mais uma vez.

Economia dos EUA cresce em ritmo de 2,7% ao ano

A maior economia do mundo cresceu no terceiro trimestre de 2012 muito mais do que estimado inicialmente. De julho a setembro, os Estados Unidos avançaram num ritmo de expansão de 2,7% ao ano, informou hoje o Departamento do Comércio, revisando o cálculo anterior, que ficara em 2% ao ano.

É a maior taxa de crescimento desde os 4,1% ao ano do fim do ano passado. No segundo trimestre deste ano, a alta foi de 1,3% ao ano.

O mercado imobiliário está em expansão, as exportações aumentaram e as importações diminuíram, mas o consumo pessoal, responsável por dois terços do produto interno bruto dos EUA ainda não recuperou o vigor anterior à crise. Cresceu apenas 1,4%. Os consumidores ainda têm muitas dívidas a pagar e medo de perder o emprego.

Na semana passada, o número de novos pedidos de seguro-desemprego caiu em 23 mil para 393 mil, revelou o Departamento do Trabalho

Neste fim de ano, as obras de reconstrução depois do furacão Sandy devem dar um impulso extra. Outra questão importante é o chamado "abismo fiscal". Os gastos públicos federais subiram 9% no trimestre passado e foram decisivos para a alta mais forte do PIB, a soma de todas as riquezas que um país produz menos as importações.

Se o presidente Barack Obama e a oposição republicana não chegarem a um acordo, o fim das reduções de impostos da era Bush jr. (2001-9) e a entrada em vigor automaticamente de cortes de despesas governamentais ameaçam tirar US$ 600 bilhões de circulação e levar os EUA de volta à recessão. O país cairia num abismo fiscal.

Para o Instituto de Pesquisa de Ciclos Econômicos, que determina oficialmente quando o país está em recessão, a economia já está em declínio, com quedas na produção, nas vendas e no investimento. O único indicador importante ainda em alta seria o emprego.

Os economistas já projetam crescimento anualizado de apenas 1% neste fim de ano nos EUA, reporta o jornal The New York Times. A expectativa é que a Reserva Federal, o banco central do país, mantenha em 2013 seu programa de compra de títulos para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação e assim estimular a economia.

Juiz quer fortalecer regulação da imprensa britânica

O modelo de autorregulamentação da imprensa do Reino Unido não funcionou. Deve ser fortalecido por uma lei que oficialize as atividades do órgão regulador, propôs hoje o juiz Brian Leveson depois de presidir a um longo inquérito focado principalmente no uso de escuta telefônica clandestina e ilegal para obter furos de reportagem.

Nos anos 90, depois de uma série de escândalos envolvendo celebridades e sobretudo a família real britânica, os jornais criaram a Comissão de Reclamações contra a Imprensa, formada por editores de jornais e presidida por um juiz superior aposentado. Mas esse modelo não foi capaz de evitar abusos.

Em julho do ano passado, o jornal dominical mais vendido na Inglaterra, News of the World, deixou de circular em meio a um escândalo de escuta telefônica clandestina de celebridadas, da família real e até de vítimas de crimes, o chamado Grampogate, revoltando a população.

Agora, o juiz propõe uma espécie de lei de imprensa, o que sempre foi repudiado pelas empresas do setor. Mas seria apenas sobre o funcionamento do órgão regulador, ou seja, só para ajudar a reparar erros cometidos pela imprensa e não para estabeleceer qualquer controle antes da publicação de notícias.

Para o juiz Leveson, o novo órgão regulador deve ter poder para exigir retratações e impor multas de até 1 milhão de libras, mais de R$ 3 milhões.

O primeiro-ministro conservador David Cameron, que teve assessores envolvidos no Grampogate, aceitou as recomendações do Relatório Leveson, mas manifestou ceticismo quanto à necessidade de uma lei aprovada pelo Parlamento Britânico. Seria a primeira, em mais de 300 anos de liberdade de imprensa na Inglaterra e no Reino Unido.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

China reprime com violência protesto no Tibete

Pelo menos cinco estudantes estão gravemente feridos e outros 15 hospitalizados depois que a polícia da China reprimiu com violência, na segunda-feira, manifestantes tibetanos que defendiam o direito de ser educados e poder falar na sua própria língua. O confronto aconteceu na província de Qinghai, no Leste do país.

Nos últimos dias, mais cinco tibetanos se atearam fogo em proteso contra o regime comunista chinês, informam o movimento Tibete Livre e a Rádio Ásia Livre. Com essas autoimolações, só neste mês pelo menos 22 tibetanos se atearam fogo; desde 2009, foram 86.

Mais de mil manifestantes, na maioria estudantes e professores, protestaram na região autônoma de Hainã, que os tibetanos chamam de Tsolho, para protestar contra as políticas de assimilação cultural do regime comunista chinês, exigir respeito às minorias e o direito de falar e ser educado na sua própria língua.

Os estudantes se concentraram diante da Escola Sorig Lobling, na cidade de Chabcha, às 5h40 de segunda-feira. Às 9h, a polícia atacou a manifestação com violência. Vários manifestantes foram hospitalizados, reporta o jornal The New York Times.

As províncias de Gansu, Qinghai e Sichuã e a região supostamente autônoma do Tibete macrorregião conhecida como Grande Tibete, de cerca de 1,1 milhão de quilômetros quadrados, 11,5% do território da China.

O regime comunista chinês, que luta para reconstruir a grandeza do passado imperial, não admite ceder o Tibete, integrado à China no século 13, quando ambos eram dominados pelo Império Mongol. Teme ainda que um Tibete independente reivindique a soberania por todo o Grande Tibete.

No século 20, o Tibete foi independente do fim do império chinês, em 1912, até sua ocupação pelo Exército Popular de Libertação em 1951, depois da vitória da revolução comunista liderada por Mao Tsé-tung.

Desde então, os comunistas, que encaram o lamaísmo e a devoção ao Dalai Lama como resquícios da Idade Média, fazem uma política de assimilação cultural, com a migração forçada de chineses da etnia Han, combate à religião e à cultura tibetanas, proibição de uso da própria língua e outras medidas. Os tibetanos tomam isso como uma destruição de seu modo de vida. Por esta razão, estão se queimando vivos.

Carros-bomba matam pelo menos 34 em Damasco

Dois carros-bomba arrasaram hoje uma área do bairro de Jaramana, no sudeste de Damasco, a capital da Síria, matando pelo menos 34 pessoas. A maioria dos moradores é cristã ou drusa, minorias vistas pelos rebeldes, majoritariamente sunitas, como aliadas da ditadura de Bachar Assad.

O governo acusou "terroristas", termo que usa genericamente para falar de todos os opositores ao regime. Pela natureza do ataque, duas explosões violentas e próximas em cinco minutos, as maiores suspeitas recaem sobre grupos extremistas muçulmanos da linha da rede terrorista Al Caeda.

Além do atentado, os rebeldes tomaram mais duas bases militares da Força Aérea, uma ao sul de Damasco onde destruíram uma estátua do ditador Hafez Assad, pai do atual, e outra, a sudeste de Alepo, tomada por aliados d'al Caeda. Pode ser um sinal de que os rebeldes estão rompendo o impasse e começando a levar vantagem na batalha final da guerra civil síria.

Na semana passada, os rebeldes tomaram tinham tomado seis quartéis e uma hidrelétrica junto à fronteira com a Turquia, informa o jornal The Washington Post.

Desde o início do movimento inicialmente pacífico pela democracia, em 15 de março de 2011, mais de 35 mil pessoas foram mortas na Síria. Também há milhares desaparecidas.

Nazismo mostra sua cara no Parlamento da Hungria

Centenas de pessoas usaram estrelas de Davi amarelas como as dos campos de concentração nazistas da Segunda Guerra Mundial ontem em Budapeste para protestar contra o deputado de extrema direita Márton Gyöngyösi, que defendeu a elaboração de listas de judeus residentes na Hungria.

Durante um debate parlamentar sobre o conflito entre Israel e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), Gyöngyösi exigiu que "todos os judeus da Hungria sejam registrados". Foi além: "Os judeus, especialmente no parlamento e no governo, devem ser avaliados quanto aos perigos que representam para a Hungria". Virando-se para um secretário do Ministério do Interior, disse: "Vocês devem essa compilação à Hungria".

"Aquilo foi puro nacional socialismo", diagnosticou o historiador húngaro Kriztián Ungváry.

A reação do secretário Zsolt Németh, do partido Fidesz, que lidera o governo, foi considerada insuficiente por não repudiar o caráter nazista do discurso. Ele limitou-se a dizer que "o número de judeus no governo da Hungria não tem nada a ver com o sério conflito no Oriente Médio".

Foi a primeira vez que o Jobbik, terceiro maior partido húngaro, assumiu claramente um discurso neonazista. O governo populista de direita não se distanciou inequivocamente da declaração.

Gyöngyösi, um economista de 33 anos, é vice-líder do partido, que recebeu 17% dos votos nas eleições de 2010 para o Parlamento da Hungria. Já negou a ocorrência do Holocausto, o genocídio de judeus pela Alemanha e seus aliados na Segunda Guerra Mundial.

Diante dos protestos indignados em toda a Europa, especialmente da comunidade judaica, outros deputados do Jobbik repudiaram a declaração, mas a rejeição foi considerada insuficiente, reporta a revista alemã Der Spiegel.

Obama recebe Romney para almoço amanhã

Para honrar a promessa de campanha de negociar com a oposição, o presidente Barack Obama convidou o adversário Mitt Romney para almoçar amanhã na Casa Branca, informa o jornal The Washington Post. O objetivo é final é chegar a um acordo para reduzir o déficit público federal dos Estados Unidos, que passou de US$ 1 trilhão nos últimos quatro anos, para evitar que o país caia no chamado "abismo fiscal".

"Nossa meta é um acordo que reduza o déficit a longo prazo, tornando a dívida sustentável", declarou hoje o presidente. Obama espera uma solução em semanas.

Se não houver acordo até o fim do ano, em janeiro de 2013 expiram os cortes de impostos do governo Bush (2001-9) e entram em vigor automaticamente cortes de gastos públicos. Com isso, sairiam de circulação US$ 600 bilhões. O país correria o risco de cair num abismo fiscal que traria de volta a recessão.

Ao convidar Romney, o presidente abre um caminho para dialogar com a oposição. No discurso da vitória, em 6 de novembro de 2012, Obama manifestou interesse em ouvir Romney, lembrando que ele viabilizou a Olimpíada de Inverno de Salt Lake City quando o projeto ia mal. Mas quem vota o orçamento é a Câmara dos Deputados, onde a oposição tem uma maioria confortável e muita gente deve estar descontente com o desempenho de seu candidato à Casa Branca.

Leia mais no jornal digital americano The Huffington Post.

Fitch rebaixa dívida da Argentina em cinco níveis

A agência de classificação de risco Fitch rebaixou hoje a nota de crédito da dívida pública da Argentina em cinco níveis, de B a CC, alegando que o país está à beira de novo calote. Um juiz federal de Nova York mandou o governo argentino pagar US$ 1,3 bilhão a credores que rejeitaram a renegociação proposta por Buenos Aires no início do século antes de remunerar os títulos emitidos depois da reestruturação da dívida.

Em 15 de dezembro, a Argentina deve pagar US$ 3,1 bilhões aos novos credores e aos que aceitaram os termos da renegociação impostos por Buenos Aires. Este será o dia decisivo.

Como o governo Cristina Kirchner se nega a pagar os credores que se negaram a aceitar um desconto, a expectativa é que o país volte a não pagá-los. Se fizer isso, será impedido pela Justiça Federal dos Estados Unidos de honrar o compromisso assumidos com os novos títulos, entrando tecnicamente em nova moratória ou calote.

Por que os republicanos perderam nos EUA

Em meio à pior crise econômica em 70 anos, a oposição republicana chegou à eleição presidencial de 6 de novembro de 2012 nos Estados Unidos confiante na vitória. Sofreu uma ampla derrota que obriga o partido a rever sua estratégia eleitoral e a investir no eleitorado de origem latino-americana.

Entre os eleitores que se declararam independentes, Romney ganhou por 50% a 45%. George W. Bush perdeu para John Kerry por 1% em 2004. Na faixa de renda de US$ 50 mil a US$ 100 mil, venceu por 52% a 46%, menos do que Bush, que teve uma vantagem de 12 pontos, informou o jornal The Washington Post.

Romney ganhou o voto branco por 20 pontos de vantagem, a maior já obtida por um candidato republicano. Mas o eleitorado branco diminuiu de 78% para 72% do eleitorado, e os eleitores democratas superaram muito os republicanos, neutralizando a vantagem do ex-governador entre os independentes. O presidente Barack Obama venceu decisivamente entre os jovens.

Ao investigar os números da derrota, o pesquisador republicano Glen Bolger, sócio da empresa Public Opinion Strategies, concluiu que, se o eleitorado fosse o mesmo de 2000 ou 2004, o ex-governador Mitt Romney teria reconquistado a Casa Branca para o partido.

O ex-governador articulou uma coalizão que teria vencido as eleições presidenciais em 2000 e 2004, mas não levou em 2012 e não deve ganhar no futuro. Foi o primeiro candidato a vencer amplamente entre os independentes e não chegar à Casa Branca.

Não basta mais ao Partido Republicano o voto branco nem conquistar a maioria dos independentes, concluiu Bolger. Para vencer no futuro, os conservadores terão de atrair os latinos.

O ex-presidente Ronald Reagan, até hoje a grande estrela do partido, dizia que "os latinos são republicanos, só que ainda não sabem". Estava se referindo à religiosidade, à importância de Deus, da pátria e da família nas comunidades de origem latino-americana. Mas enquanto a direita republicana for hostil aos latinos por causa da imigração ilegal, eles continuarão votando nos democratas.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Prefeito de Londres ironiza governo socialista francês

Para o prefeito conservador de Londres, "os sem-culote parecem ter tomado o poder em Paris". Boris Johnson, jornalista e historiador, comparava o governo socialista de François Hollande contra os pobres que lutaram na Revolução Francesa de 1789, marco do início da Idade Contemporânea.

Durante uma conferência para empresários na Índia, Johnson afirmou que o Reino Unido está pronto a receber as empresas afugentadas pelo socialismo: "Venham para Londres, meus amigos!" Fazia uma referência à declaração do ministro da Indústria, Arnaud Monteburg, que acusou o grupo Arcelor-Mittal de "mentira" e "chantagem", dizendo que deveria deixar a França.

Quando o magnata indiano Lakshmi Mittal comprou empresas na França, prometeu não demitir nem fechar fábricas. Agora, anunciou o fechamento de dois altos fornos e a demissão de 650 empresários. Ao todo, tem 20 mil funcionários, informa o jornal inglês Financial Times.

Mittal foi recebido pelo presidente Hollande, que ameaçou estatizar os altos fornos que estão sendo fechados.

Japão se prepara para conter a China

Diante da ascensão da China como superpotência, cada vez mais agressiva em suas disputas territoriais com os países vizinhos, o Japão questiona o pacifismo que marcou sua política de defesa desde a derrota para os Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.

Pela primeira vez em décadas, o país está dando ajuda militar, na tentativa de criar alianças e fortalecer possíveis aliados. Em breve, deve romper outra barreira, vendendo armas e equipamentos militares a outros países da Ásia.

Até o momento, não é nada espetacular, mas o jornal The New York Times vê nesses indícios os primeiros sinais claros de reafirmação do Japão como potência militar.

"Durante a Guerra Fria, tudo o que o Japão tinha de fazer era seguir os EUA", declarou Keiko Kitagami, assessor especial do primeiro-ministro Yoshihiko Noda para defesa. "Com a China, é diferente. O Japão precisa assumir sua própria posição."

O desafio é claro: "Queremos construir uma coalizão de interessados na Ásia para evitar que a China nos atropele", afirmou em Tóquio o diretor do Instituto de Estudos do Leste da Ásia da Universidade Keio, Yoshihide Soeya. Como disse o vice-ministro da Defesa, Akihisa Nagashima, "não podemos deixar o Japão decair em silêncio".

OCDE reduz previsões para crescimento mundial

A recuperação econômica mundial será fraca, desigual e hesitante nos próximos dois anos por causa da crise das dívidas públicas da Zona do Euro e do risco de um "abismo fiscal" nos Estados Unidos previu hoje a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em vez dos 3,4% da previsão de seis meses atrás, o mundo deve crescer apenas 2,9% neste ano. Para 2013, a expectativa recuou de 4,2% para 3,4%.

"O mundo ainda está longe de sair do mato", observou o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, em Paris ao lançar sua última Perspectiva Econômica. "Se o 'abismo fiscal' dos EUA se materializar, pode jogar uma economia já enfraquecida na recessão, enquanto o fracasso para resolver a crise na Eurozona pode levar a um grande choque financeiro e a um declínio global".

Caso os EUA evitem o "abismo fiscal", devem crescer 2% em 2013 e 2,8% em 2014. Para o Japão, a expectativa é mais modesta: 0,7% em 2013 e 0,8% em 2014. A Eurozona terá uma leve recessão de 0,1% em 2013 e retoma o crescimento em 2014, com expansão de 1,4%.

Entre os países emergentes, a China deve crescer 8,5% em 2013, mais do que em 2012, e 8,9%. Outras economias emergentes importantes como Brasil, África do Sul, Índia, Indonésia e Rússia também devem avançar.

Para o Brasil, a previsão é de uma alta de 4% no produto interno bruto em 2013 e 4,1% em 2014, depois de um avanço pobre de 1,5% neste ano, menos do que a Índia e a Indonésia, praticamente o mesmo que a Rússia e um pouco mais do que a África do Sul. Mas os analistas de mercado brasileiros já consideram esses números otimistas demais.

Fillon cria novo grupo parlamentar na França

O maior partido de centro-direita da França está à beira de implosão. Depois de perder uma eleição contestada pela liderança da União por um Movimento Popular, o ex-primeiro-ministro François Fillon anunciou hoje a formação de um novo grupo parlamentar na Assembleia Nacional da França, um primeiro passo para formar um novo partido.

Fillon e o novo líder da UMP, Jean-François Copé, devem se reunir com o ex-presidente Nicolas Sarkozy para tentar contornar o problema. Até agora, Sarkozy propunha a realização de uma segunda votação, mas a sugestão foi rejeitada por Copé.

Restos mortais de Arafat são exumados

Os restos mortais do líder histórico da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat, foram exumados hoje em Ramalá, na Cisjordânia, para examinar se sua morte, em novembro de 2004, foi causada por envenenamento com o elemento radioativo polônio.

A Autoridade Nacional Palestina, que controla a Cisjordânia, está convencida de que Israel matou Arafat. Médicos legistas da França, onde ele morreu, da Rússia e da Suíça, pegaram amostras dos restos do líder palestino para fazer exames laboratoriais. Os resultados saem em três meses.

Quem levantou a suspeita foi a televisão árabe especializada em notícias Al Jazira, com base em exames feitos pelo Instituto de Radiofísica de Lausanne, na Suíça, que descobriram altos níveis de polônio-210 nas roupas, na escova de dentes e no turbante de Arafat.

A viúva, Suha Arafat, fez então uma denúncia formal, e a ANP ordenou a exumação do corpo, realizada hoje, informa a televisão americana CNN.

O polônio-210 foi o elemento usado para matar o ex-agente secreto russo Alexander Litvinenko em Londres, em novembro de 2006, um homicídio atribuído ao governo da Rússia. O principal suspeito virou deputado da Duma do Estado.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

FMI aprova plano do Grupo do Euro para a Grécia

O Fundo Monetário Internacional aprovou o acordo dos países da Zona do Euro com a Grécia para reduzir a dívida do país para 124% do produto interno bruto até 2020, entre outras medidas, em troca da liberação de mais 44 bilhões de euros de ajuda internacional a Atenas, em três parcelas, a partir de dezembro.

Havia uma demora, atribuída a um desacordo entre a União Europeia, especialmente a Alemanha, o Banco Central Europeu e o FMI, a chamada troika. O Fundo considerava a trajetória da dívida grega insustentável. Deve chegar a 190% do produto interno bruto em 2013 e, apesar de todos os esforços, estaria no mesmo nível no fim da década.

Ainda não está claro como a relação dívida/PIB será reduzida. O FMI queria que a mesma reestruturação imposta a investidores privados que compraram títulos da dívida grega fosse aplicada aos países credores, dividindo assim o ônus do ajuste.

Líder do Egito recua e já não está mais acima da lei

Sob pressão das ruas e do Poder Judiciário, o presidente do Egito, Mohamed Mursi, aparentemente abriu mão de parte dos poderes que se auto-outorgara na quinta-feira passada e aceitou submeter seus decretos à apreciação da Justiça, mas manteve a garantia de que a Assembleia Constituinte não poderia ser dissolvida antes de concluir seu trabalho, informa o jornal The New York Times.

Outros meios de comunicação deram interpretação diferente, sem ver nenhum recuo, e a oposição liberal certamente não ficou satisfeita.

Hoje, o presidente recebeu um grupo de juízes do Conselho Superior da Magistratura e concordou em rever o decreto constitucional. Os processos contra os agentes acusados por 852 mortes durante a revolução que derrubou o ditador Hosni Mubarak não serão reabertos, a não ser que haja novos indícios.

A Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista muçulmano do mundo, que patrocinou a candidatura Mursi, cancelou uma manifestação em apoio ao presidente marcada para amanhã para evitar novos conflitos de rua.

O primeiro presidente eleito democraticamente em 6 mil anos de História do Egito alegou que estava apenas protegendo a revolução de elementos ligados ao antigo regime. Sua jogada, no fim da semana em que mediara a trégua entre Israel e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) na Faixa de Gaza,  assustou quem teme a islamização do Egito.

Como aconteceu no Irã, onde a revolução derrubou o Xá em 1979 com greves no setor de petróleo mas os aiatolás tomaram o poder como instituição mais organizada do país, há um conflito entre islamitas e liberais sobre o futuro da revolução egípcia.

Num canetaço, Mursi se avocou mais poderes do que teve o ditador Hosni Mubarak durante seus 30 anos de reinado. A juventude que saiu às ruas para derrubá-lo voltou a ocupar a Praça da Libertação, no Centro do Cairo, em defesa dos ideiais revolucionários. Não quer que o Egito vire uma república islâmica. Ainda não é certo que aceite o recuo parcial do presidente.

A tentativa de Mursi de se colocar acima da lei não deu certo desta vez, mas a luta pelo poder entre islamitas e liberais vai continuar. O futuro da revolução, como ela vai se institucionalizar, ainda é incerto. É preciso esperar a nova Constituição.

Mapa em passaporte da China irrita países vizinhos

Na sua ascensão a superpotência, a China, cada vez mais confiante e autossuficiente, está comprando briga com quase todos os países vizinhos. O novo passaporte chinês traz um mapa impresso com marca d'água que inclui no território nacional todas as áreas onde há conflitos territoriais.

A Grande China inclui duas regiões de fronteira disputadas com a Índia, a ilha de Taiwan e uma grande área do Mar da China Meridional onde há ilhas reivindicadas por outros cinco países: Brunei, Filipinas, Indonésia, Malásia e Vietnã. É uma afronta ao protocolo diplomático para a solução pacífica desse tipo de conflito.

O maior impacto é nos países menores que se sentem intimidados como Brunei, as Filipinas, a Malásia e o Vietnã. Na última reunião de cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), esses países não conseguiram registrar no documento final seu desconforto em relação ao crescente imperialismo chinês. Como país-sede da conferência, o Camboja, fiel aliado de Beijim, vetou qualquer referência ao problema.

No Vietnã, os oficiais de imigração se recusam a carimbar os novos passaportes chineses. A Índia acrescentou sua versão do mapa no visto que emite para os chineses entrarem no país. Os governos das Filipinas e de Taiwan fizeram protestos formais à China.

Veja o mapa no passaporte e as regiões em disputa num blog do jornal The Washington Post.

Buffett: ricaços devem pagar mais impostos nos EUA

Os bilionários e milionários devem pagar mais impostos para que os Estados Unidos consigam superar o atual desequilíbrio fiscal, que levou a déficits públicos federais de mais de US$ 1,1 trilhão, insiste o megainvestidor Warren Buffett.

Em artigo publicado hoje no jornal The New York Times, Buffett defende a imposição de uma alíquota mínima, de um piso mínimo para os ricaços não usarem recursos para pagar muito menos do que a classe média.

Com base nos dados da lista Forbes 400, que faz uma relação dos americanos mais ricos, Buffett observa que a riqueza acumulada pelo grupo subiu de US$ 1,5 trilhão em 2011 para US$ 1,7 trilhão em 2012. É hoje mais de cinco vezes maior do que em 1992, quando somava US$ 300 bilhões.

Copé é declarado novo líder da UMP na França

Apesar dos protestos do ex-primeiro-ministro François Fillon, a comissão nacional de recursos da União por um Movimento Popular, principal partido de centro-direita da França, declarou Jean-François Copé como vencedor da eleição interna pela liderança com 955 votos de vantagem. Fillon ameaça recorrer à Justiça.

A guerra interna do partido do ex-presidente Nicolas Sarkozy está fazendo a alegria dos humoristas e das redes sociais na França, registra o jornal semanal Courrier International.

Sexta-Feira Negra vendeu US$ 1 bilhão via Internet

Pela primeira vez, as vendas do comércio eletrônico nos Estados Unidos no feriado do Dia Nacional de Ação de Graças, superou US$ 1 bilhão. A expectativa agora é ver se isso vai reduzir as vendas de hoje, a chamada Segunda-Feira Cibernética, em que as empresas dão mais descontos para se livrar do que restou no estoque depois do fim de semana.

Em comparação com 2011, houve um aumento de 26%, de US$ 816 milhões para US$ 1,04 bilhão. O sítio mais visitado foi Amazon.com, seguido pelo Wal-Mart, Best Buy e outros gigantes americanos do varejo, reporta a agência de notícias Reuters.

O comércio eletrônico representa menos de 10% do total das vendas ao consumidor nos EUA, que em 2007, antes do agravamento da atual crise econômico-financeira, chegou a US$ 9,7 trilhões.

Nacionalistas ganham mas perdem espaço na Catalunha

O partido nacionalista Convergência e União (CiU, em catalão), a favor da independência da Catalunha, venceu as eleições regionais, mas perdeu 12 cadeiras e terá uma pequena maioria no futuro parlamento em aliança com a esquerda e partidos menores.

Com mais de 95% dos votos apurados, a CiU terá pelo menos 50 dos 135 deputados do parlamento catalão, bem abaixo da maioria que seu líder, Artur Mas, pretendia conseguir para convocar dentro dos próximos quatro anos um plebiscito para tornar a Catalunha independente da Espanha.

A Esquerda Republicana da Catalunha vem em segundo com 21 cadeiras, seguido do Partido Socialista da Catalunha, o versão catalã do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), o partido que governou a Espanha mais tempo desde redemocratização do país depois da morte do ditador Francisco Franco, em 1975, com 20 deputados.

Logo atrás, com 19 deputados (um a mais), vem o conservador Partido Popular (PP), do primeiro-ministro Mariano Rajoy, identificado com o que resta do franquismo e contrário a tentativas de dividir a Espanha, seguido pela coalizão Verdes-Esquerda Unida, com 13.

O comparecimento às urnas foi de 56% do eleitorado, acima dos 48% das eleições anteriores.

Na minha opinião, a independência da Catalunha é altamente improvável. A crise financeira e bancária causada pela explosão da bolha da especulação imobiliária é a pior na Espanha democrática pós-Franco. O país não tinha maior desequilíbrio nas contas públicas antes da recessão provocada pelo colapso do banco Lehman Brothers, nos Estados Unidos, em setembro de 2008.

Hoje as regiões acusam o governo central de Madri de arrecadar mais do que devolve às províncias, mas muitas delas estão no vermelho e agravam o déficit da Espanha, inclusive a Catalunha, que poderia ter um problema fiscal ainda maior.

domingo, 25 de novembro de 2012

Fillon vai à Justiça para liderar centro-direita na França

Com o fim da tentativa de mediação do ex-primeiro-ministro Alain Juppé, o ex-primeiro-ministro François Fillon promete recorrer à Justiça para resolver o conflito criado pela eleição de Jean-Francois Copé para a presidência da União por um Movimento Popular (UMP), maior partido de direita da França.

Copé ganhou a eleição interna do partido do ex-presidente Nicolas Sarkozy por apenas 98 votos. Os partidários de Fillon rejeitaram o resultado, alegando que não foram contados votos dados no exterior, nas províncias ultramarinhas francesas.

"Constatando que suas posições não foram aceitas, o prefeito de Bordeaux considera que as condições para uma mediação não estão reunidas. Em consequência, ele considera sua missão concluída", diz a nota divulgada por Juppé, citada no jornal Le Monde.

A centro-direita francesa tem uma longa tradição de divisões internas causadas pelo conflito de seus líderes, como Valéry Giscard d'Estaing contra Jacques Chirac, Edouard Balladur contra Chirac, Nicolas Sarkozy contra Dominique de Villepin.

Quem ganha é o Partido Socialista, que ficou 14 anos no poder com François Mitterrand (1981-95) e inicia um novo quinquênio com o discreto e pouco carismático François Hollande, que se elegeu fundamentalmente como anti-Sarkozy.

sábado, 24 de novembro de 2012

Juízes ameaçam parar contra Mursi no Egito

A associação dos juízes do Egito convocou os tribunais de todos países a paralisar todas as suas atividades não essenciais em protesto contra um decreto do presidente Mohamed Mursi que ampliou seus poderes, colocando seus atos acima da revisão pelo Poder Judiciário e da Assembleia Constituinte. Na prática, ele se deu poderes de um ditador ou faraó.

Esta ameaça à liberdade conquistada na revolução que derrubou o ditador Hosni Mubarak em 11 de fevereiro de 2011 levou milhares de pessoas ontem de volta à Praça da Libertação, no Centro do Cairo. Houve choques com manifestantes da Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista islâmico, que Mursi representa.

O Conselho Superior da Magistratura denunciou o decreto como "um ataque sem precendentes na independência do Judiciário", reporta o jornal The New York Times. O presidente alega que a atual composição do Supremo Tribunal reflete o antigo regime.

Governo Obama não indica se veta liberação da maconha

Quando a Califórnia realizou um plebiscito sobre a legalização da maconha para maiores de 21 anos, há dois anos, o ministro da Justiça e procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, advertiu que a lei federal que proíbe a droga seria aplicada "vigorosamente". A proposta foi derrotada por 53,5% a 46,5%. Agora, depois que os estados de Washington e do Colorado aprovaram o uso recreativo da droga por 55% a 45%, o governo Barack Obama mantém o silêncio.

"Deixem-me deixar claro que o Departamento de Justiça se opõe fortemente à Proposição 19", escreveu em 2010 o ministro, advertindo que a lei federal tem supremacia sobre leis estaduais, em resposta a uma carta de agentes aposentados da DEA (Drug Enforcement Agency), a agência de repressão às drogas, preocupados com a legalização da maconha.

Desta vez, diante de uma provocação igual, o Departamento da Justiça ficou em silêncio até agora, observa o sítio da companhia jornalística McClatchy Newspapers, que edita o jornal The Miami Herald. Faltando duas semanas para que as novas leis entrem em vigor em Washington e no Colorado, os promotores e procuradores estão encerrando os processos criminais envolvendo a droga.

É a primeira tentativa de legalização desde que a maconha foi proibida nos EUA há 75 anos. No ano passado, estima-se que 30 milhões de americanos tenham usado ilegalmente a droga, autorizada para "uso médico" em 18 estados e no Distrito de Colúmbia.

Mais de 850 mil pessoas são presas por ano por crimes relativos à maconha. Cerca de 500 mil cumprem pena por uso ou tráfico de drogas. Como cada preso custa US$ 60 mil por ano, são US$ 30 bilhões ao todo, observa um blogueiro do jornal The New York Times.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Cem ricaços têm mais de US$ 200 bilhões no Canadá

As cem maiores fortunas do Canadá somam mais de US$ 200 bilhões, o equivalente ao produto interno bruto do Paquistão, revela a lista anual dos mais ricos do país publicada nesta quinta-feira pela revista Canadian Business.

A mídia, as telecomunicações e a exploração de recursos naturais são os grandes negócios para os 69 bilionários e 31 milionários da lista dos canadenses mais ricos.

No topo, está a aristocrática família Thomson, que emigrou da Inglaterra no início do século passado e hoje é dona de The Globe and Mail, principal jornal canadense, e da agência de notícias Thomson Reuters. Apesar de estar 5,7% mais pobres neste ano, sua fortuna está em US$ 20,1 bilhões (R$ 42,21 bilhões).

Na província do Quebec, no Canadá francês, a maior fortuna é de Paul Desmarais, dono da empresa de energia Power Corporation of Canadá.

Guerra civil já matou mais de 40 mil na Síria

Mais de 40 mil pessoas foram mortas em um ano e oito meses de guerra civil na Síria entre a ditadura de Bachar Assad e os rebeldes que lutam para derrubá-lo. Pelo menos 50% eram civis, estima o Observatório Sírio de Direitos Humanos. A outra metade seria dividida ao meio entre soldados e policiais, de um lado, e rebeldes, do outro.

"Os números verdadeiros devem ser muito maiores", acredita Rami Abdelrahman, diretor do Observatório, com sede no Reino Unido. "Tanto o governo quanto os rebeldes mentem sobre o número de mortes para dar a impressão de que estão ganhando".

Abdelrahman só conta as mortes confirmadas pelas famílias, mas há muitos desaparecidos: "Há 10 a 15 mil pessoas que foram presas há meses e não sabemos se estão vivas ou mortas", acrescentou, em entrevista à agência Reuters.

México não soluciona 99% dos crimes

Quem comete um crime no México tem 99% de chance de ficar impune. Só 8% dos delitos são investigados e 1% dos casos é resolvido, denuncia um relatório da Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH).

Em depoimento na Comissão de Direitos Humanos do Senado mexicano, o presidente da CNDH, Raúl Plascencia, denunciou o aumento significativo nos últimos anos do número de violências e agressões por ação ou omissão de funcionários públicos.

Entre as violações mais frequentes dos direitos humanos, ele citou a tortura, tratamento cruel, desumano ou degradante, prisões arbitrárias, revistas ilegais, sequestro, desaparecimento de pessoas e assassinato.

Apesar de toda a violência da guerra contra as drogas no México, que matou mais de 50 mil pessoas nos últimos seis anos, a mortalidade no Brasil é ainda maior.

Presidente do Egito assume poderes excepcionais

O presidente islamita do Egito, Mohamed Mursi, fortalecido por ter mediado uma trégua entre Israel e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), está sendo muito criticado por ter assumido hoje poderes excepcionais por decreto negando ao Supremo Tribunal o direito de rejeitar suas decisões e de dissolver o Parlamento.

Para tentar acalmar o clamor das ruas, Mursi ordenou a reabertura dos processos sobre violência contra manifestantes. No discurso para justificar as medidas, o porta-voz Yasser Ali declarou que é dever do presidente "conquistar os objetivos da revolução, especialmente aqueles relativos a desmantelar a infraestrutura do regime anterior derrotando aqueles que são seus instrumentos no Estado e na sociedade".

É o velho blablablá dos regimes autoritários. Uma multidão saiu às ruas para apoiá-los, mas não é esse o espírito da revolução que acabou com a ditadura de Hosni Mubarak há pouco mais de um ano e meio.

Na opinião do ex-ministro do Exterior, ex-diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e ex-candidato a presidente do Egito, Mohamed ElBaradei, Mursi traiu os ideiais da revolução ao se nomear um "novo faraó".

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Justiça dos EUA manda Argentina pagar US$ 1,3 bilhão

Quando fizer pagamentos regulares aos detentores de seus bônus, em dezembro, a Argentina terá de pagar US$ 1,3 bilhão a fundos que recusaram os termos de renegociação de sua dívida depois do calote de 2001, causado pelo colapso da dolarização da Era Menem (1989-99) e da economia do país como um todo, decidiu a Justiça dos Estados Unidos.

A sentença anunciada quarta-feira à noite num tribunal de Nova York aumenta o risco de que a Argentina volte a calotear sua dívida. Desde 2 de outubro, uma fragata-escola da Marinha argentina está retida em Gana, na África, por força de uma decisão judicial de penhora de bens do país para pagamento das dívidas não honradas.

Em janeiro de 2012, o juiz distrital Thomas Griesa tinha mandado a Argentina cumprir o contrato com o fundo Elliott Associates. Sua sentença foi mantida em 26 de outubro por um tribunal federal de recursos dos EUA. O processo voltou então para Griesa esclarecer quanto deveria ser pago.

"É difícil considerar uma injustiça uma decisão que depois de tanto tempo obriga a Argentina a pagar suas dívidas", declarou o juiz. "Depois de 10 anos de litígio, é uma decisão justa".

A Argentina se recusa a pagar, chamando os fundos de "abutres"e "catadores de lixo". Mas o juiz determinou que o Bank of New York Mellon, que lançou os bônus argentinos depois de renegociação, pague os credores que rejeitaram os termos impostos por Buenos Aires. O caso volta agora ao tribunal de apelações e pode chegar à Suprema Corte dos EUA.

Em dezembro, a Argentina deve pagar US$ 3,4 bilhões aos detentores dos seus novos bônus. Mas, se não pagar o fundo Elliott Associates e outros investidores que não aceitaram os termos da renegociação até 15 de dezembro, esses pagamentos podem ser bloqueados, aumentando o risco de um novo calote, adverte o jornal inglês Financial Times.

Cientistas chegam à Antártida para avaliar degelo

Nove cientistas da Alemanha, da Bélgica, do Japão e do Reino Unido chegaram hoje à estação Princesa Elizabeth para investigar a perda de gelo na Antártida e suas relações com o aquecimento global causada pela ação do homem.

Seis pesquisadores vão trabalhar num projeto para tentar entender melhor o ritmo do degelo hoje e no passado. Vão avaliar o degelo acontecido há 14 mil anos, depois do fim da última Era Glacial, que elevou o nível dos mares em 20 metros em 500 anos.

A Universidade Livre de Bruxelas, o Observatório Real da Bélgica, a Universidade de Luxemburgo, o Instituto Polar da Noruega e a Universidade de Aberysthwyth, no Reino Unidos, participam do projeto.

"A base Princesa Elizabeth e a Fundação Polar Internacional têm orgulho de apoiar o trabalho de cientistas polares que estão aqui para realizar pesquisas importantes para entender melhor a Terra e os mecanismos de regulação do clima", declarou Alan Hubert, o chefe da equipe. "Nos próximos dias, vamos viajar para o interior da imensidão antártica. Durante todo o verão, vamos manter, desenvolver e inovar os sistemas" de monitoramento do degelo.

Outro projeto, chamado de Seja Sábio, desenvolvido pelo cientista alemão residente em Bruxelas Reinhard Drews, vai examinar a desintegração dos blocos de gelo que se desprendem do continente antártico e seu impacto na elevação do nível dos mares e oceanos com uma verba de pesquisa de 150 mil euros (R$ 403 mil) dada pela cervejaria InBev.

Um dos focos será examinar a composição e as reações químicas da atmosfera na área da Estação Princesa Elizabeth, que tem um balanço de emissões de gases de efeito estufa neutro.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Índia executa único sobrevivente do ataque a Mumbai

A Índia enforcou hoje secretamente Mohammed Ajmal Kassab, o único sobrevivente do grupo de dez terroristas paquistaneses que atacaram Mumbai, a maior cidade do país, há quatro anos, matando 166 pessoas durante três dias.

Em 26 de novembro de 2008, dez terroristas ligados ao grupo extremista muçulmano Lashkar-e-Taiba, o Exército dos Puros, sequestraram um barco pesqueiro indiano, mataram o dono e desembarcaram na capital econômica da Índia em botes de borracha com motor.

O assalto começou na avenida beira-mar e se estendeu por uma estação ferroviária, um hospital, um centro cultural israelita e dois hotéis de cinco estrelas. Nove terroristas foram mortos pelas forças de segurança indianas. Seus corpos foram enterrados em lugar ignorado. Só Kassab foi preso. Agora, seu corpo terá o mesmo destino.

Todos os terroristas foram mortos, mas os mandantes do crime ficaram impunes. O Paquistão, inimigo histórico da Índia, não colaborou com a investigação. Hoje, limitou-se a declarar que "condena todas as formas de terrorismo". Na realidade, o serviço secreto militar paquistanês apoia extremistas muçulmanos e usa-os para travar uma guerra indireta no Afeganistão e contra a Índia.

Na terra natal de Kassab, Faridkot, uma aldeia camponesa de cerca de 1,5 mil habitantes, a população está certa de que seu conterrâneo foi uma vítima inocente das manipulações da Índia para caracterizar o Paquistão como uma "nação terrorista".

Ataque a ônibus deixa 28 feridos em Telavive

Uma bomba explodiu hoje num ônibus que passava diante de um quartel do Exército de Israel no Centro de Telavive, ferindo 28 pessoas. Uma pessoa está em estado grave. Imediatamente a polícia iniciou uma busca por dois suspeitos de terrorismo. A investigação está sob segredo de Justiça.

"Foi um ataque terrorista", declarou Ofir Gendelman, porta-voz do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. "A maioria sofreu apenas ferimentos leves".

O ministro da Segurança Pública de Israel, Yitzhak Aharonovich, informou que aparentemente o explosivo foi colocado sob um assento do ônibus. Ele pediu à população que mantenha suas atividades rotineiras, mas fique atenta para possíveis atentados terroristas: "Estejam atentos. Mantenham os olhos abertos. Estamos num período de prontidão que certamente não acabou. A possibilidade de um ataque terrorista em Telavive ou qualquer outro lugar é real", reportou o jornal liberal israelense Haaretz.

Na Faixa de Gaza, militantes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que acaba de acertar um cessar-fogo com Israel, deram tiros para o ar num tiroteio celebratório para festejar o atentado em Telavive.

Saiu Doom and Gloom, último vídeo dos Rolling Stones

Às vésperas de uma série de show para marcar os 50 anos de atividade da maior banda de rock'n'roll da História, os Rolling Stones divulgaram hoje o vídeo de sua última música, Doom and Gloom.

Israel e Hamas cessam fogo hoje à noite

Depois de oito dias de hostilidades, o Egito anunciou há pouco que Israel e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) chegaram a um acordo para cessar fogo a partir das 21 horas do Cairo, 17h em Brasília.

O ministro do Exterior egípcio, Mohamed Kamel Amir, não deu detalhes sobre o acordo. A seu lado, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, agradeceu ao novo governo do Egito por ter "assumido um papel importante na preservação da estabilidade da região".

"Este é um momento crítico para a região, e o povo merece uma chance de viver em paz", afirmou Hillary, citada pelo jornal The Washington Post. O acordo, acrescentou, "vai melhorar as condições de vida em Gaza e dar segurança ao povo israelense".

Em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu confirmou o cessar-fogo, dizendo ter tomado a decisão depois de consultar o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Os EUA pressionaram Israel e o Egito o Hamas para evitar uma nova guerra no Oriente Médio, que se agravaria ainda mais com uma invasão terrestre da Faixa de Gaza.

Desde que Israel matou o comandante militar do Hamas, Ahmed Jabari, pelo menos 136 palestinos e cinco israelenses foram mortos, e 1.180 palestinos foram feridos. O Hamas está cantando vitória ao declarar que resistiu ao bombardeio israelense e preservou seus foguetes e mísseis.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Construção de casas tem maior ritmo em 4 anos nos EUA

A construção de casas novas atingiu o maior ritmo dos últimos quatro anos nos Estados Unidos em outubro, uma alta de 3,6% que projeta a construção de 894 mil residências num ano, informou hoje o Departamento do Comércio. Na comparação anual, o crescimento é de 41,9%, o maior desde julho de 2008, antes do agravamento da crise financeira mundial.

Os economistas ouvidos pelo jornal The Wall St. Journal esperavam uma queda de 4,5% em relação a setembro para 833 mil unidades. O início da construção de casas em setembro foi revisado para baixo para 863 mil, um aumento de 15,1% em relação a agosto.

Problema da Argentina é mais político do que econômico

Durante a Conferência de Cúpula Ibero-Americana realizada em Madri, a presidente Dilma Rousseff teria defendido a presidente Cristina Kirchner, que não foi à Espanha, comentando em diversas oportunidades: "Você não sabe como é difícil presidir a Argentina hoje".

O país enfrenta hoje a primeira greve geral do governo Cristina, sinal de que a presidente perdeu o apoio dos sindicatos, uma das principais bases de sustentação do primeiro mandato, em que o líder dos caminhoneiros e secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Hugo Moyano, era uma espécie de eminência parda.

Pela abundância de recursos naturais e população relativamente pequena, a Argentina tem tudo para ser um país rico. Tem capacidade para produzir alimentos para 350 milhões de pessoas.

Seu problema é mais político do que econômico. É ser governada por dois cadáveres, o general Juan Domingo Perón e sua segunda mulher, María Eva Duarte de Perón, a Evita.

A presidente Cristina Kirchner não foi à Espanha por causa da estatização da antiga empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPF), que havia sido comprada pela espanhola Repsol durante as privatizações do governo Carlos Menem (1989-99).

Como o país ainda não normalizou suas relações com o sistema financeiro internacional depois do calote de 2001, não tem acesso ao mercado. Não consegue dinheiro para investir. É o populismo kirchnerista atrapalhando a economia.

Enquanto a Argentina não se livrar do que o escritor Jorge Luis Borges chamava de "fenômeno incorrigível", o peronismo, ou pelo menos de seu monopólio de poder, seu futuro será olhar para o passado.

Israel e Hamas acertam trégua, diz Reuters

Os negociadores de Israel e do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) chegaram um acordo no Cairo para cessar fogo a partir da meia-noite, informou há pouco a agência de notícias Reuters, citando o grupo palestino como fonte, mas o governo israelense não confirmou a trégua, dizendo que as conversas ainda estão em andamento.

Israel exige o fim dos ataques de foguetes e mísseis disparados da Faixa de Gaza contra seu território. O Hamas quer o fim dos assassinatos seletivos e a suspensão do bloqueio a Gaza.

Centro-direita francesa se divide na eleição de líder

Com uma vantagem de apenas 98 votos e 50,03% do total, Jean-François Copé foi eleito ontem novo líder da União por um Movimento Popular (UMP), partido do ex-presidente Nicolas Sarkozy, derrotando o ex-primeiro-ministro François Fillon. Para unir o partido rachado ao meio, ofereceu a vice-presidência a Fillon, que contesta o resultado.

No domingo à noite, os dois candidatos cantaram a vitória. Com a vitória consumado, num gesto de conciliação, Copé disse que estendia a mão para o rival: "Já é tempo que a oposição republicana que encarnamos comece a trabalhar. É com este espírito que peço a Fillon que se junte a mim. Estou de mãos e braços abertos", reportou o jornal Le Monde.

Diante do avanço da neofascista Frente Nacional, que obteve 18% dos votos no primeiro turno da eleição presidencial de 2012 depois de chegar ao segundo turno em 2002, alguns observadores temem o fim da UMP.

A adoção do discurso da extrema direita por Sarkozy na luta pela reeleição favorece os adversários. Na opinião do cientista político Dominique Reynié, isso ameaça implodir o partido.

O ex-ministro Jean-Louis Borloo, líder do partido centrista União de Democratas e Independentes (UDI), comentou que "a ilusão de um partido único que tenta reunir a direita sem complexos, a direita moderada e a centro-direita não se sustenta mais".

A UMP foi fundada em 2002 para garantir uma maioria parlamentar estável para o segundo governo Jacques Chirac (2002-7), que no primeiro mandato (1995-2002) fora obrigado a "coabitar" com o primeiro-ministro socialista Lionel Jospin, reagrupando as direitas centrista, gaulista e liberal.

FMI vai emprestar US$ 4,8 bilhões ao Egito

O Egito chegou a um acordo preliminar com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para receber um empréstimo de US$ 4,8 bilhões destinado a melhorar a situação financeira do país e aumentar a confiança dos investidores no futuro do mais populoso país árabe, avalizando o programa de recuperação econômica do novo governo eleito democraticamente depois da Primavera Árabe.

Agora o acordo será submetido à direção do FMI e deve ser aprovado em 19 de dezembro. A primeira parcela será liberada imediatamente. O resto será desembolsado ao longo de um ano e dez meses.

Recuperar a economia é o maior desafio para consolidar a legitimidade do governo liderado pela Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista islâmico, considerado moderado. O acordo mantém o subsídio para o gás de cozinha dos pobres, mas corta a subvenção para combustíveis e aumenta o imposto sobre circulação de mercadorias, informa o jornal Financial Times.

O Egito cresceu a uma taxa média de 8% ao ano no início do século 21. Essa expansão foi abortada pela Grande Recessão, a crise econômica mundial de 2008-9, que provocou uma revolta popular diante do contraste das dificuldades da população com os privilégios da elite governante.

Rebeldes tomam cidade no Leste do Congo

O grupo guerrilheiro M23 anunciou hoje ter assumido o controle da cidade de Goma, capital da província de Kivu do Norte, na República Democrática do Congo. Aparentemente, o Exército abandonou suas posições na cidade e na fronteira com a vizinha Ruanda, mas o presidente Joseph Kabila ordenou que lute para retomar Goma.

Diante da indignação do ministro do Exterior da França, Laurent Fabius, que afirmou não entender como a força de paz das Nações Unidas não impediu a tomada de Goma, o comando da missão da ONU explicou que não cabia a ele sustentar o combate depois que os soldados do Exército abandonaram a cidade.

O governo congolês acusa Ruanda e Uganda de sustentar o M23, formado principalmente pelo grupo étnico tútsi.

Goma foi a principal rota de fuga dos hutus derrotados na guerra civil em Ruanda, em 1994, inclusive os responsáveis pelo genocídio de 800 mil tútsis e hutus moderados. Como os baniamulengue do Congo são da mesma etnia tútsi, a presença do inimigo deflagrou uma guerra civil no Congo.

Em consequência, o ditador Mobutu Sese Seko foi derrubado em 1997 depois de desadministrar e roubar o país durante mais de duas décadas, acumulando uma fortuna de bilhões de dólares num dos países mais pobres do mundo.

A queda de Mobutu, ex-sargento do Exército colonial da Bélgica, deflagrou uma guerra civil generalizada envolvendo nove exércitos nacionais e dezenas de grupos rebeldes armados.

Mais de 5,4 milhões de pessoas morreram nos combates, de fome ou doenças causadas pela chamada Primeira Guerra Mundial Africana. Pelo jeito, o conflito ainda não acabou.

FARC anunciam cessar-fogo de dois meses

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), principal grupo guerrilheiro ainda em atividade na América Latina, anunciaram ontem um cessar-fogo unilateral de dois meses, a partir de hoje, na luta contra o Estado colombiano. É a primeira trégua das FARC em mais de uma década.

Na declaração de trégua, feita em Havana, a capital de Cuba, onde os dois lados negociam a paz, em defesa da legitimidade da luta armada, a guerrilha acusou o governo Juan Manuel Santos e as "classes dominantes" de manter a miséria e a expoliação da maioria do povo colombiano.

O governo da Colômbia prometeu continuar com as operações das forças de segurança contra os "crimes das FARC", noticia o jornal The New York Times.

Presidente do Egito espera trégua em Gaza em horas

O presidente islamita do Egito, Mohamed Mursi, manifestou esperança hoje de que seja possível negociar um cessar-fogo entre Israel e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) nas próximas horas. No momento, o maior objetivo é evitar uma invasão terrestre à Faixa de Gaza, que poderia levar à morte centenas, talvez milhares, de palestinos.

A presença, no Cairo, do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, e da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, reforça as chances de um acordo.

Israel iniciou uma ofensiva aérea contra a Faixa de Gaza depois que centenas de foguetes palestinos atingiram o território israelense como resposta ao assassinato seletivo do comandante militar do Hamas, Ahmed Jabari, na quarta-feira passada.

Hoje pelo menos 120 foguetes palestinos foram disparados contra Israel. Um terço foi interceptado pelo sistema de defesa antimísseis Domo de Ferro.

Islamitas rejeitam Coalizão Nacional Síria

O que é bom para a França e os Estados Unidos não é bom para os grupos extremistas muçulmanos que lutam contra a ditadura de Bachar Assad na guerra civil da Síria. Eles rejeitam a Coalizão Nacional de Forças Revolucionárias e de Oposição Sírias, apresentada como uma ampla aliança das oposições ao atual regime.

A Turquia e várias monarquias petroleiras do Golfo Pérsico também reconheceram a coalizão, formada para "criar uma alternativa ao atual regime" e ser o embrião de um futuro governo. Para isso, precisava ser aceitável para os EUA, que relutam em armar os rebeldes temendo que suas armas caiam em mãos de terroristas.

Na segunda-feira, a União Europeia prometeu apoio à coalizão desde que "continue a trabalhar pela inclusão, subscrevendo os princípios da democracia e dos direitos humanos e se engajando com todos os grupos de oposição e todos os setores da sociedade civil da Síria", reporta o jornal The New York Times.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

UE pede cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza

A União Europeia condenou hoje os ataques de foguetes contra Israel, pediu ao Estado judaico que reaja proporcionalmente e defendeu um cessar-fogo imediato para evitar uma invasão da Faixa de Gaza.

Depois de horas de discussão sobre o conflito, o Conselho de Ministros da UE manifestou "grave preocupação com a situação em Gaza e em Israel" e declarou que "todos os ataques devem parar imediatamente".

Do exílio, o dirigente máximo do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), Khaled Mechal, afirmou que cabe a Israel encerrar o que começou, ignorando os ataques de foguetes disparados de Gaza contra território israelense.

"A UE condena os ataques de foguetes partindo da Faixa de Gaza, que o Hamas e outros grupos armados devem cessar imediatamente. Não há justificativa para atacar diretamente civis inocentes", protestam os ministros do Exterior da Europa.

O bloco europeu forma, ao lado dos Estados Unidos, da Rússia e da ONU, o Quarteto pela paz no Oriente Médio, mas na prática tem pouca influência.

Há uma radicalização do conflito. No rearranjo político da direita israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu vai concorrer nas próximas eleições numa lista comum com o ministro do Exterior, Avigdor Lieberman, líder do ultranacionalista Yisrael Beiteinu.

Mais preocupados com o desenvolvimento de armas atômicas pelo Irã, Netanyahu e Lieberman querem  impor uma solução de força ao problema palestino, anexando parte da Cisjordânia ocupada e desenhando eles mesmos o mapa do futuro estado nacional palestino.

Esta radicalização e a cronificação do problema palestino depois de 45 anos de ocupação já afastaram Israel da Turquia e agora põe à prova do acordo de paz com o Egito, desde a Primavera Árabe governado pela Irmandade Muçulmana.

O Hamas é filho da Irmandade Muçulmana. Sem condições de enfrentar diretamente Israel, parte para o confronto para se legitimar diante dos novos líderes do mundo árabe como verdadeiros representantes do povo palestino. Como observa o jornal The New York Times, ganhou força política com as vitórias eleitorais dos partidos islamitas no Egito e na Tunísia.

Quem fica totalmente marginalizado é o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, que não faz luta armada contra Israel mas também não recebe qualquer concessão nas negociações de paz, suspensas há anos em razão do desinteresse israelense em congelar a colonização da Cisjordânia ocupada.

Moody's rebaixa nota de crédito da França

A dívida soberana da França perdeu a nota máxima de crédito da agência de classificação de risco Moody's, rebaixada em um grau por causa da baixa expectativa de crescimento econômico do país, que enfrenta sérios desafios estruturais.

O crédito soberano da França caiu de AAA para Aa1. A perspectiva continua negativa, noticia o jornal The Wall St. Journal. A agência Standard & Poor's tinha tirado a nota máxima da dívida pública francesa em janeiro deste ano de 2012.

Segunda maior economia da Europa e quinta do mundo, a França sofreu uma grande queda de produtividade nos últimos anos por não ter feito as reformas econômicas inspiradas pelo capitalismo liberal. Como a Alemanha fez, sob o governo social-democrata de Gerhard Schröder, avançou ainda mais na concorrência direta.

Há pouco, o Relatório Gallois advertiu que o país corre o risco de ficar atrás da Itália e da Espanha, que estão sendo obrigadas a realizar reformas profundas por força da crise para refinanciar suas dívidas públicas. O governo anunciou cortes de 20 bilhões de euros em impostos sobre a folha de pagamento para aumentar a produtividade.

Na edição desta semana, a revista inglesa The Economist descreve a França como "uma bomba-relógio armada no coração da Europa". O ministro das Finanças, Pierre Moscovici, alegou que o governo socialista aprovou o "orçamento mais duro dos últimos 30 anos" para escapar de uma crise de dívida.

Pelos cálculos do ministro, o déficit público francês deve ficar em 4,5% do produto interno bruto em 2012 e cair para o limite de 3% imposto pelo pacto fiscal para sustentar o euro. Outra meta é reduzir o gasto do governo de 56% para 53% do PIB, informa o jornal Financial Times.

Ofensiva de Israel já matou 106 palestinos em Gaza

No sexto dia, a ofensiva de Israel contra grupos armados que disparam foguetes da Faixa de Gaza matou até agora pelo menos 106 palestinos, inclusive 20 crianças, e feriu outros 600. Um foguete palestino matou três civis israelenses.

Desde quarta-feira da semana passada, pelo menos 554 foguetes palestinos foram disparados da Faixa de Gaza; 302 foram interceptados pelo sistema de defesa antimísseis Domo de Ferro, desenvolvimento por Israel em conjunto com os Estados Unidos.

O governo Barack Obama tenta conter o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para evitar uma invasão terrestre do território palestino, que tem uma das maiores densidade populacionais do mundo, o que seria uma receita para a tragédia. Israel estacionou blindados e tanques junto à fronteira, e convocou 75 mil reservistas para uma possível invasão.

No Cairo, o presidente do Egito, Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, tenta negociar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

Na última ofensiva de Israel em Gaza antes desta, na Operação Chumbo Grosso, no fim de 2008 e início de 2009, mais de 1,4 mil palestinos  e 13 israelenses foram mortos. A diferença agora é que a Primavera Árabe deu novo ânimo à luta contra uma ocupação que já dura 45 anos.

Por um lado, Israel contra-ataca depois de ser alvo de milhares de foguetes palestinos e agora também de mísseis iranianos com 75 quilômetros de alcance, capazes de atingir Jerusalém e Telavive, as duas principais cidades israelense. Por outro lado, a ocupação iniciada na Guerra dos Seis Dias é cada vez mais insustentável.

domingo, 18 de novembro de 2012

CIA aprovou declaração de Susan Rice sobre Bengázi

A Agência Central de Inteligência (CIA), o serviço de espionagem dos Estados Unidos, aprovou o informe passado à embaixadora americana nas Nações Unidas, Susan Rice, sobre o ataque ao consulado em Bengázi que resultou na morte do embaixador americano na Líbia antes de suas declarações de 16 de setembro, afirmou seu ex-diretor, general David Petraeus.

Susan Rice, cotada para secretária de Estado do segundo governo Barack Obama, está sob fogo cerrado de alguns senadores republicanos interessados em criar um escândalo para manchar a imagem do presidente.

Quando o consulado foi atacado, em 11 de setembro de 2012, havia uma onda de protestos contra um filme ofensivo ao profeta Maomé produzido nos EUA. No dia seguinte, a análise das imagens mostrava realidades bem diferentes no Cairo, onde a Embaixada Americana foi cercada por uma multidão irada que subiu no muro, rasgou e queimou a bandeira, e em Bengázi, onde o consulado foi alvo de metralhadoras, foguetes e granadas.

Os republicanos alegam que Rice tentou encobrir o que foi de fato um ataque terrorista, como se o governo Obama quisesse abafar o caso.

Para o presidente, a reação republicana é ultrajante. A campanha eleitoral acabou. Os republicanos deveriam examinar o resultado das urnas e perceber que não devem hostilizar mulheres e minoriais raciais.

sábado, 17 de novembro de 2012

Diva casada com novo líder chinês modera o tom

Durante décadas, Peng Liyuan, a cantora pop mais famosa da China, foi muito mais popular do que o marido. Agora, o atual vice-presidente Xi Jinping foi nomeado secretário-geral do Partido Comunista. A partir de março, será presidente da República, provavelmente por um período de dez anos. Só resta à diva e popstar assumir uma postura muito mais discreta.

Desde que a viúva de Mao Tsé-tung, Jiang Ching, foi condenada por corrupção e abuso de poder durante a Revolução Cultural (1966-76), em 1981, as primeiras-damas chinesas eram quase invisíveis e silenciosas. No máximo, apareciam em silêncio atrás ou ao lado do marido. Mas Peng Liyuan está mais para Carla Bruni Sarkozy do que para o modelo de primeira-dama da China da era das reformas econômicas.

Há mais de duas décadas, observa o jornal The New York Times, Peng é destaque do fim de Ano Novo da televisão estatal chinesa. Muitas vezes emerge no centro de um batalhão de bailarinos que coreagrafam as façanhas do Exército Popular de Libertação e da China superpotência emergente.

Com a imagem de principal civil associada às Forças Armadas, Peng tem o prestígio de um general. Ela consolou sobreviventes do terremoto de Sichuã, em 2008, e alerta os jovens para os riscos de fumar e do sexo sem camisinha.

É uma grande oportunidade: "Peng Liyuan pode ser tremendamente positiva para a China, que tem falta de exemplos femininos", declarou Hung Huang, editora de uma revista de moda. "Imagine se ela se transformar numa primeira-dama como Michelle Obama."

Mas é muito improvável, tendo em vista a ampla supremacia masculina na conservadora sociedade chinesa, onde a política do filho único para controlar a natalidade levou a infanticídios de meninas recém-nascidas.

No 18º Congresso do PC, que acaba de eleger Xi como novo líder, os homens eram a imensa maioria dos delegados. O Politburo do Comitê Central passou a ter duas mulheres, mas não há nenhuma no Comitê Permanente, formado pelos agora sete imperadores que mandam na China.

Israel destrói QG do governo do Hamas em Gaza

Entre os 850 alvos atacadas em três dias de ofensiva aérea, Israel destruiu hoje o escritório do primeiro-ministro do governo do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), Ismail Haniya, na Faixa de Gaza. A liderança do Hamas sobreviveu porque tinha fugido para locais seguros. O escudo de defesa antimísseis Domo de Ferro, interceptou um míssil que ia para Telavive, a maior cidade de Israel.

Quando o Hamas venceu as eleições parlamentares palestinas de 25 de janeiro de 2006, Haniya foi indicado para formar o governo. Mas o grupo fundamentalista rompeu com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), liderada pelo presidente Mahmoud Abbas.

Em 2007, uma verdadeira guerra civil palestina terminou com a OLP controlando a Cisjordânia e o Hamas a Faixa de Gaza.

No Cairo hoje, os líderes do Egito, da Turquia e do Catar tentaram mediar um cessar-fogo. Sob pressão dos Estados Unidos, o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, disse ao secretário de Estado americano, Leon Panetta, que "Israel está determinado a atingir suas metas operacionais". Isso significa reduzir a capacidade de grupos armados rivais de bombardear cidades israelenses a partir da Faixa de Gaza.

Como desta vez, Jerusalém e Telavive foram alvejadas, o alto comando militar de Israel ordenou à Força Aérea que intensifique os bombardeios. No quarto dia da ofensiva, o Exército de Israel prepara uma invasão terrestre, informa o jornal liberal israelense Haaretz.

Greenspan ataca outra vez e defende "recessãozinha"

O ex-presidente da Reserva Federal (Fed), o banco central dos Estados Unidos, Alan Greenspan, era considerado um verdadeiro deus pelo mercado antes do colapso do banco Lehman Brothers, mas foi um dos principais responsáveis pela pior crise econômica mundial dos últimos 70 anos. Apesar de desmoralizado, não abriu do pensamento neoliberal que venera o mercado como um deus.

Ao comentar o impasse entre a Casa Branca e o Congresso dos EUA sobre como reduzir o déficit público federal, hoje de US$ 1,1 trilhão, Greenspan rejeitou a proposta do presidente Barack Obama de dividir o custo do ajuste fiscal aumentando impostos para os 2% mais ricos e reduzindo gastos públicos na mesma medida.

Greenspan chegou a dizer que "não poderia esperar que os bancos dessem um tiro no pé" para justificar a falta de regulamentação e fiscalização do setor financeiro sobre o qual era responsável. Sob sua direção, o Fed manteve sua taxa básica de juros em 1% durante 14 meses, gerando uma bolha especulativa, e Wall St. criou produtos financeiros sofisticados sem qualquer controle.

Agora, Greenspan prefere uma "pequena recessão a aumentar impostos". Não só não aprendeu nada como se recusa a reexaminar seus próprios erros.

É mais um sinal de que a crise não reduziu o virtual monopólio do capitalismo financeiro, responsável por uma formidável destruição de riqueza nos últimos anos. Seu poder continua inalterado e o Partido Republicano dos EUA é seu maior porta-voz. Repórtes incautos acabam de ressuscitar o zumbi que, errando como um sonâmbulo, arrasou a economia mundial.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Japão dissolve Câmara para realizar eleições

Depois de antecipar em dez meses as eleições legislativas para 16 de dezembro, o primeiro-ministro Yoshihiko Noda dissolveu hoje a Dieta, a câmara baixa do Parlamento do Japão. O governo japonês reduziu pelo quarto mês seguido suas expectativas para a economia, que encolheu no terceiro trimestre de 2012.

O governo Noda, do Partido Socialista, atribui a crise econômica à queda das exportações para a Europa e a China, mas não apresenta propostas para revigorar a economia do Japão, em crise desde o início dos anos 90.

Primeiro-ministro do Egito visita Faixa de Gaza

O primeiro-ministro do Egito, Hesham Kandil, visitou hoje a Faixa de Gaza, mas nem sua presença foi capaz de garantir um cessar-fogo de três horas anunciado antes por Israel e pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), o principal partido fundamentalista palestino, que domina o território palestino.

Pela primeira vez em 42 anos, um foguete caiu perto de Jerusalém, destaca o jornal The New York Times. O Hamas reivindicou a autoria do ataque.

Israel tem um sistema de defesa antimísseis desenvolvido em conjunto com os Estados Unidos chamado de Domo de Ferro. Estaria sendo capaz de deter 90% dos foguetes palestinos.

A mobilização da tanques junto à fronteira e de 75 mil reservistas indica que o Exército de Israel prepara uma ofensiva terrestre. Como a Faixa de Gaza é um dos lugares de maior concentração populacional do mundo, o risco para os civis é enorme.

Em Jerusalém, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu acusou o Hamas de usar a população como escudo humano. Em Gaza, o escritório do primeiro-ministro Ismail Haniya foi atacado, mas a liderança do partido tinha fugido para um local mais seguro.

Há também uma mudança estrutural no Oriente Médio. Com a Primavera Árabe, chegou ao poder no Egito a Irmandade Muçulmana, o mais antigo movimento fundamentalista do mundo, fundado em

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Zona do Euro volta a cair em recessão

Sob pressão dos cortes de gastos e aumentos de impostos forçados pela crise das dívidas públicas, os 17 países da Zona do Euro registraram em conjunto uma queda de 0,1% no produto regional bruto de julho a setembro de 2012, informou hoje a Eurostat, a agência oficial de estatísticas da União Europeia.

Como houve uma contração de 0,2% no trimestre anterior, está caracterizada uma recessão. Na UE como um todo, com 27 países, houve expansão de 0,1%.

Agora, as duas maiores economias que usam o euro como moeda, a Alemanha e a França cresceram 0,2% no terceiro trimestre deste ano.

Numa lenta desaceleração, a Alemanha avançou 0,5% no primeiro trimestre e 0,3% no segundo.A França escapou da recessão. Vinha de dois trimestres de estagnação no fim de 2011 e início de 2012, seguido de um recuo de 0,1% de abril a junho deste ano.

A terceira maior economia do euro, a Itália, continuou em recessão, com queda de 0,2% no produto interno bruto. O mesmo aconteceu com a quarta, a Espanha, que encolheu 0,3%. A situação é mais dramática na Grécia, que perdeu 7,2% do produto interno bruto num ano.

"A onda recessiva que varre os países do Sul começa a contaminar o núcleo mais sólido da Eurozona", comentou o economista holandês M. van Vliet, observando que a Holanda recuou 1,1% e a Áustria 0,1%.

Com a crise de 2008, a Eurozona entrou em recessão, voltando a crescer no terceiro trimestre de 2009. Enfrenta agora um segundo mergulho na recessão sem que as políticas de arrocho fiscal impostas pela Alemanha e outros países do Norte da Europa mostrem resultados positivos.

Ao contrário, protestos em 23 dos 27 países da União Europeia convocados ontem por sindicatos indicam o esgotamento político dos programas de ajuste fiscal.

Foguete atinge Telavive durante ofensiva em Gaza

No segundo dia de uma ofensiva da Força Aérea de Israel contra grupos armados baseados na Faixa de Gaza, foguete disparados do território palestino atingiu hoje Telavive, a maior cidade de Israel que não era atingida desde a Guerra do Golfo de 1991, quando Saddam Hussein tentou envolver o Estado judaico no conflito. Três civis israelenses morreram numa cidade próxima. Em Gaza, pelo menos 13 palestinos foram mortos.

Desde o início da ofensiva aérea, pelo menos 274 foguetes palestinos explodiram em território israelense. Mais de 110 foram interceptados para defesa antimísseis de Israel.

"Israel não tolerar a morte de civis inocentes", declarou o primeiro-ministro linha-dura Benjamin Netanyahu. "Por isso, autorizei as Forças de Defesa de Israel a fazer ataques cirúrgicos contra a infraestrutura do terrorismo em Gaza".

O ministro da Defesa, Ehud Barak, ordenou a mobilização de 30 mil reservistas, num sinal de que o Exército de Israel pode estar preparando uma operação terrestre.

As mortes foram as primeiras de israelenses. Ontem, Israel matou Ahmed Jabari, o comandante militar do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), principal grupo fundamentalista palestino, rompendo uma frágil trégua negociada dias antes. Em dois dias, a aviação israelense bombardeou mais de 250 alvos em Gaza, informou o jornal liberal israelense Haaretz.

Jabari seria responsável pelo sequestro do soldado israelense Gilad Shalit, libertado em outubro de 2011 depois de ficar mais de cinco anos no cativeiro. O movimento pacifista de Israel lamentou que ele tenha sido morto no momento em que se negociava uma trégua de longo prazo com o Hamas. Jabari teria uma cópia de um acordo pronto a ser assinado dentro do carro atingido por um míssil.

Com eleições gerais convocadas para 22 de janeiro de 2013, Netanyahu está sendo acusado de acirrar o conflito com a morte do comandante do Hamas para dar uma demonstração de força com objetivos eleitoreiros.

Em um pronunciamento marcado pela ira e a indignação, o primeiro-ministro de Gaza, Ismail Haniya, declarou que "nosso inimigo não conhece a nossa natureza". Ele prometeu uma nova fase na "guerra santa" contra Israel.

No Cairo, os governos do Egito e representantes da União Europeia tentam negociar um cessar-fogo, até agora sem sucesso.

BP paga US$ 4,5 bilhões por vazamento nos EUA

A companhia de petróleo BP, a antiga British Petroleum, concordou em pagar US$ 4,5 bilhões de indenização pelas 14 acusações por crimes cometidos no maior vazamento de petróleo da História dos Estados Unidos, ocorrido há dois anos no Golfo do México. A denúncia inclui de homicídio culposo a mentir ao Congresso.

É a maior multa já aplicada pela Justiça criminal dos EUA. A maior parte do pagamento, US$ 4 bilhões, corresponde a multas. Vai para o governo americano, que fez o acordo.

Cerca de 800 milhões de litros de petróleo vazaram no golfo nos 87 dias que se seguiram à explosão da plataforma de petróleo Horizonte de Águas Profundas, em 20 de abril de 2010. Foi o pior vazamento acidental de petróleo da História, superado apenas pelo realizado pelas forças de Saddam Hussein ao se retirarem do Iraque na Guerra do Golfo Pérsico, em fevereiro de 1991.

Onze petroleiros morreram no acidente no Golfo do México, atribuído à negligência e aos cortes de custos da BP e de duas outras empresas associadas ao projeto.

A própria BP acusou a Transocean de "erro de design" e a Halliburton, que já foi presidida pelo ex-vice-presidente Dick Cheney e esteve envolvida na invasão do Iraque, de usar cimento de má qualidade no poço acidentado.

O acordo visa a encerrar os processos criminais contra a BP. A empresa ainda pode ser enquadrada na Lei da Água Limpa, que prevê multa de US$ 1,1 mil a US$ 4,3 mil por barril de petróleo derramado no mar. Pelos cálculos de Peter Hutton, do RBC Capital Markets, essa conta pode chegar a US$ 21 bilhões, informa o jornal The New York Times.