Em meio à pior crise econômica em 70 anos, a oposição republicana chegou à eleição presidencial de 6 de novembro de 2012 nos Estados Unidos confiante na vitória. Sofreu uma ampla derrota que obriga o partido a rever sua estratégia eleitoral e a investir no eleitorado de origem latino-americana.
Entre os eleitores que se declararam independentes, Romney ganhou por 50% a 45%. George W. Bush perdeu para John Kerry por 1% em 2004. Na faixa de renda de US$ 50 mil a US$ 100 mil, venceu por 52% a 46%, menos do que Bush, que teve uma vantagem de 12 pontos, informou o jornal The Washington Post.
Romney ganhou o voto branco por 20 pontos de vantagem, a maior já obtida por um candidato republicano. Mas o eleitorado branco diminuiu de 78% para 72% do eleitorado, e os eleitores democratas superaram muito os republicanos, neutralizando a vantagem do ex-governador entre os independentes. O presidente Barack Obama venceu decisivamente entre os jovens.
Ao investigar os números da derrota, o pesquisador republicano Glen Bolger, sócio da empresa Public Opinion Strategies, concluiu que, se o eleitorado fosse o mesmo de 2000 ou 2004, o ex-governador Mitt Romney teria reconquistado a Casa Branca para o partido.
O ex-governador articulou uma coalizão que teria vencido as eleições presidenciais em 2000 e 2004, mas não levou em 2012 e não deve ganhar no futuro. Foi o primeiro candidato a vencer amplamente entre os independentes e não chegar à Casa Branca.
Não basta mais ao Partido Republicano o voto branco nem conquistar a maioria dos independentes, concluiu Bolger. Para vencer no futuro, os conservadores terão de atrair os latinos.
O ex-presidente Ronald Reagan, até hoje a grande estrela do partido, dizia que "os latinos são republicanos, só que ainda não sabem". Estava se referindo à religiosidade, à importância de Deus, da pátria e da família nas comunidades de origem latino-americana. Mas enquanto a direita republicana for hostil aos latinos por causa da imigração ilegal, eles continuarão votando nos democratas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário