No segundo dia de uma ofensiva da Força Aérea de Israel contra grupos armados baseados na Faixa de Gaza, foguete disparados do território palestino atingiu hoje Telavive, a maior cidade de Israel que não era atingida desde a Guerra do Golfo de 1991, quando Saddam Hussein tentou envolver o Estado judaico no conflito. Três civis israelenses morreram numa cidade próxima. Em Gaza, pelo menos 13 palestinos foram mortos.
Desde o início da ofensiva aérea, pelo menos 274 foguetes palestinos explodiram em território israelense. Mais de 110 foram interceptados para defesa antimísseis de Israel.
"Israel não tolerar a morte de civis inocentes", declarou o primeiro-ministro linha-dura Benjamin Netanyahu. "Por isso, autorizei as Forças de Defesa de Israel a fazer ataques cirúrgicos contra a infraestrutura do terrorismo em Gaza".
O ministro da Defesa, Ehud Barak, ordenou a mobilização de 30 mil reservistas, num sinal de que o Exército de Israel pode estar preparando uma operação terrestre.
As mortes foram as primeiras de israelenses. Ontem, Israel matou Ahmed Jabari, o comandante militar do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), principal grupo fundamentalista palestino, rompendo uma frágil trégua negociada dias antes. Em dois dias, a aviação israelense bombardeou mais de 250 alvos em Gaza, informou o jornal liberal israelense Haaretz.
Jabari seria responsável pelo sequestro do soldado israelense Gilad Shalit, libertado em outubro de 2011 depois de ficar mais de cinco anos no cativeiro. O movimento pacifista de Israel lamentou que ele tenha sido morto no momento em que se negociava uma trégua de longo prazo com o Hamas. Jabari teria uma cópia de um acordo pronto a ser assinado dentro do carro atingido por um míssil.
Com eleições gerais convocadas para 22 de janeiro de 2013, Netanyahu está sendo acusado de acirrar o conflito com a morte do comandante do Hamas para dar uma demonstração de força com objetivos eleitoreiros.
Em um pronunciamento marcado pela ira e a indignação, o primeiro-ministro de Gaza, Ismail Haniya, declarou que "nosso inimigo não conhece a nossa natureza". Ele prometeu uma nova fase na "guerra santa" contra Israel.
No Cairo, os governos do Egito e representantes da União Europeia tentam negociar um cessar-fogo, até agora sem sucesso.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário