Pela primeira vez desde a Guerra do Yom Kippur (Dia do Perdão), em 1973, o Exército israelense atirou contra a Síria hoje, depois que obuses disparados na guerra civil do país vizinho caíram nas Colinas do Golã, ocupadas por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e anexadas em 1981 contrariando a Carta das Nações Unidas, que proíbe a guerra de conquista.
Foi a quarta vez em sete dias que ataques feitos na guerra civil síria atingiram Israel. O vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, tinha advertido a Síria na semana passada de que haveria resposta.
O míssil antitanque Tamuz, com 25 quilômetros de alcance, foi disparado por Israel contra um morteiro do Exército da Síria, com a advertência de que não haverá tolerância para ataques vindos de países vizinhos, que serão "respondidos com severidade". O míssil tem um sensor ótico que permite aos lançadores corrigir o curso até ele atingir o alvo.
Durante uma reunião ministerial realizada hoje, que é dia útil em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu informou que seu governo está "acompanhando de perto o que está acontecendo em nossa fronteira com a Síria e está pronto para qualquer desdobramento".
Israel tenta manter a distância da revolta popular iniciada há um ano e oito meses na Síria, que nos últimos meses degenerou em guerra civil, com medo do regime que virá depois da ditadura de Bachar Assad, que pode ter extremistas muçulmanos. Os serviços secretos israelenses acreditam que o ditador está condenado, mas seu regime poderia resistir até dois anos.
Na semana passada, Barak manifestou a esperança de que os rebeldes vençam e que "uma nova etapa na vida da Síria comece", reporta o jornal liberal israelense Haaretz.
Em 6 de setembro de 2007, a Força Aérea de Israel bombardeou a destruiu uma usina nuclear em construção na Síria com tecnologia da Coreia do Norte. A ditadura de Bachar Assad não reagiu.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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