Ao convocar os líderes dos dois grandes partidos para discutir o "abismo" fiscal na próxima semana na Casa Branca, o presidente reeleito Barack Obama voltou a insistir em que qualquer acordo para reduzir o déficit público federal dos Estados Unidos precisa incluir aumentos de impostos para os ricos.
Em 2 de janeiro de 2013, expiram os cortes de impostos para os ricos da era George W. Bush (2001-9). Se não houver acordo entre Executivo e Legislativo, entram em vigor automaticamente cortes nos gastos públicos. Podem sair de circulação US$ 600 bilhões. É o "abismo fiscal".
Os republicanos, que controlam a Câmara sob a liderança do deputado John Boehner, são contra aumentos de impostos, alegando que seriam contraproducentes em meio a uma crise econômica: "É o momento do presidente. Ele precisa liderar e propor um acordo capaz de ser aprovado".
A seguir, impôs uma condição: "Somos contra cortes de impostos para os ricos porque eles são, na maioria, donos de pequenas empresas. Isso vai custar 700 mil empregos, em prejuízo da nossa economia", afirmou o presidente da Câmara.
"Eu me recuso a aceitar qualquer acordo que não seja equilibrado. Não vou deixar aposentados, estudantes e a classe média pagarem sozinhos pelo ajuste fiscal", declarou o presidente, alegando que o orçamento não pode ser equilibrado simplesmente cortando gastos públicos.
Se o impasse dos últimos anos por não for resolvido por algum acordo, há o risco de que a frágil recuperação americana, com ritmo de crescimento de 2% ao ano, se transforme numa contração de 2%.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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