sábado, 29 de fevereiro de 2020

Biden vence eleição primária na Carolina do Sul

Com pouco menos da metade dos votos, o ex-vice-presidente Joe Biden vence a eleição primária da Carolina do Sul, onde 61% dos eleitores do Partido Democrata são negros. Renasce, assim, uma campanha em que se apresenta como do candidato moderado com melhores chances de vencer o presidente Donald Trump em 3 de novembro.

O senador socialista Bernie Sanders está em segundo lugar, com 19,1%. Os outros candidatos estão abaixo do limite de 15% para conquistar delegados à convenção nacional do partido que vai indicar o candidato em julho na cidade de Milwaukee, no estado de Wisconsin.

Em terceiro, está o bilionário Tom Steyer, com 11,5%, seguido do ex-prefeito Pete Buttigieg (7,8%), da senadora Elizabeth Warren (6,8%), da senadora Amy Klobuchar (3%). Há pouco, Steyer anunciou sua saída da corrida à Casa Branca.

Agora, os pré-candidatos vão para a superterça-feira, 3 de março, quando 14 estados realizam primárias.

Acordo EUA-Talebã tenta acabar com a guerra no Afeganistão

Depois de uma semana de "redução da violência", os Estados Unidos e a milícia fundamentalista sunita dos Talebã (Estudantes) assinaram hoje um acordo para a retirada das forças internacionais do Afeganistão em um ano e dois meses. É o primeiro de muitos passos para acabar com a Guerra do Afeganistão, a mais longa da história americana.

A próxima etapa será a negociação direta entre a milícia e o regime instalado no poder depois da intervenção militar dos Estados Unidos e seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em reação aos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. Os extremistas dos dois lados vão tentar impedir um acordo.

As questões centrais são a retirada dos EUA e aliados e o compromisso dos Talebã de não deixar o território afegão ser usado por grupos extremistas muçulmanos como Al Caeda e o Estado Islâmico para fazer ataques terroristas.

Um ponto crucial será o tamanho do contingente americano que vai ficar no Afeganistão para combater o terrorismo. Os Talebã exigem uma retirada total das forças estrangeiras. É provável que as alas mais radicais rejeitem o acordo e continuem a luta armada.

Se a retirada for total, é provável que se repita o que aconteceu no Vietnã, onde o governo-fantoche instalado por Washington não resistiu à ofensiva do Vietnã do Norte, que tomou o Sul e reunificou, em 1975, o país, dividido em 1954, quando terminou a dominação colonial francesa.

Neste caso, as potências vizinhas, a China, a Rússia e o Paquistão devem entrar no vácuo deixado pelos EUA.

Não há garantia alguma de que os Talebã pretendam ou possam cortar os laços com Al Caeda e o Estado Islâmico. Todos seguem a mesma ideologia, o jihadismo salafista, chamado de deobandismo no Afeganistão. O grupo Khorasan, a versão afegã do Estado Islâmico, foi criada por dissidentes dos Talebã, mas os EUA e o Ocidente são inimigos comuns.

Por outro lado, o atual regime afegão não conseguem nem fazer eleições. Seis meses depois da votação, realizada em setembro, as autoridades eleitorais anunciaram a vitória do presidente Achraf Ghani Ahmadzai. Seu principal adversário, o primeiro-ministro Abdullah Abdullah, rejeitou a derrota e anunciou a criação de um governo paralelo.

Ghani é do povo pachtun, o mesmo dos talebã, o maior do Afeganistão, 42% da população, estimada em 38 milhões de pessoas. Abdullah é um tajique, segundo maior grupo étnico, com 27% da população.

A falta de um governo central que controle todo o território, a disseminação de armas e explosivos e o estado de guerra, que vem desde a queda do rei Mohamed Zahir Shah, em julho de 1973, contribuem para a continuação da insurgência e da guerra civil.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Neonazistas podem se tornar força importante na Eslováquia

Eles usam roupas escuras, jaquetas de couro pretas e bonés pretos, a exemplo da Guarda Hlinka, a força paramilitar eslovaca que colaborou com a Alemanha nazista no Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial.

Sob a liderança de Marian Kotleba, o Partido Popular Nossa Eslováquia pode se tornar a segunda força no Parlamento da Eslováquia nas eleições deste sábado. Com 11% das preferências, está alguns pontos atrás dos sociais-democratas.

A Eslováquia, que até 1993 fazia parte da Tcheco-Eslováquia, era considerada um modelo de democracia entre os antigos países comunistas da Europa Oriental. Com cerca de 5 milhões de habitantes e crescimento de 3% ao ano há muito tempo, tem pleno emprego e atraiu fábricas de automóveis como Mercedes-Benz, Kia, Renault e Volkswagen.

Agora, parece seguir o destino da Hungria e da Polônia, onde governos de extrema direita atacam a liberdade de imprensa, a independência do Poder Judiciário e a União Europeia, com a diferença de que os neonazistas eslovacos são muito mais sectários.

Há dois anos, o assassinato do jornalista investigativo Jan Kuciak, que reportava a corrupção do governo populista social-democrata e revelou uma rede ligando empresários e políticos corruptos, abalou o país. O Ministério Público acusou o oligarca Marián Kocner de ser o mandante do crime.

Quando dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas da capital, Bratislava, e de outras cidades eslovacas, o primeiro-ministro Robert Fico foi obrigado a renunciar. A aliança liberal liderada pelo partido Eslováquia Progressista venceu as eleições para o Parlamento Europeu e sua líder, Zuzana Caputová, foi eleita presidente.

Mas, em vez de fortalecer os partidos liberais e pró-europeus, o grande beneficiário da morte de Kuciak foi o movimento neonazista, constata o cientista político Grigorij Meseznikov.

Michel Truban, principal candidato da Eslováquia Progressista, é popular nas zonas urbanas, mas tem pouco apoio no interior. O Partido pelo Povo, do ex-presidente Andrej Kiska, perde com a identificação com os políticos tradicionais.

Sem uma aliança democrática centrista que poderia tirar votos da social-democracia e dos nazistas, Kotleba se apresenta como o novo e acusa as elites políticas em Bratislava e Bruxelas de não se preocuparem com os "eslovacos comuns".

Xenófobo e antissemita, o líder neonazista ataca judeus, ciganos, imigrantes e homossexuais. Promete impedir uma "invasão de migrantes", usando a expressão abusada do presidente americano, Donald Trump.

Seu ídolo é o ditador Jozef Tiso, líder do regime clerical-fascista controlado por Hitler, que eliminou oposicionistas e ajudou a deportar judeus para campos de concentração e centros de extermínio como Auschwitz.

O editor-chefe do jornalista assassinado, Peter Bardy, estima que pelo menos a metade do dinheiro enviado pela União Europeia seja desviado por políticos e empresários. Mas sabe que os escândalos de corrupção fortalecem Kotleba, que se apresenta como único político não corrupto. Ele alega até mesmo que a morte de Kuciak foi uma conspiração para favorecer os políticos liberais e pró-europeus.

Coronavírus pode causar recessão e abalar governos

"Quem não está preocupado com a doença do novo coronavírus não está prestando a atenção", advertiu o economista americano Paul Krugman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 2008. As consequências políticas e econômicas da epidemia ainda são imprevisíveis.

Depois de desprezar o risco no primeiro momento, o mercado financeiro acordo com a propagação da doença fora da China, na Coreia do Sul, na Itália e no Irã. As bolsas de valores tiveram a pior semana desde a crise de 2008. Em Nova York, o Índice Dow Jones caiu 11 por cento. 

As pandemias acontecem há séculos e podem mudar o curso da história, lembrou hoje o jornal inglês Financial Times, o principal diário econômico-financeiro da Europa e um dos mais importantes do mundo. Meu comentário:

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Leste da África enfrenta praga de gafanhotos de proporções bíblicas

O espectro da fome em massa volta a rondar uma das regiões mais pobres do mundo. Uma praga de bilhões de gafanhotos do deserto como não se via há décadas arrasa a África Oriental, em países como Quênia, Etiópia, Uganda, Somália, Eritreia e Djibúti.
É mais um sintoma da emergência climática. Secas fortes e um grande número de ciclone criaram uma tempestade perfeita para levar as nuvens de gafanhotos irem da Península Arábica para o Leste da África devorando todo verde que encontram pelo caminho, noticiou a revista americana Foreign Policy.

Nuvens de 2,4 milhões de quilômetros quadrados, com cerca de 192 bilhões de gafanhotos, foram localizadas no Nordeste do Quênia, perto da Somália. Algumas nuvens comem num dia o que daria para alimentar 35 mil pessoas. Com vento a favor, voam 160 quilômetros por dia.

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) pediu US$ 76 milhões para combater a praga. A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) ofereceu US$ 8 milhões.

Coronavírus ameaça cadeias produtivas na Ásia e crescimento da Europa

A segunda onda do coronavírus ameaça as cadeias produtivas da China, da Coreia do Sul e do Japão, e vai travar ainda mais o crescimento anêmico da Europa. 

Na pior semana desde 2008, o Índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, perde mais de dez por cento e entra no terreno que os economistas chamam de correção. 

Os três países mais atingidos pela doença até agora, a China, onde houve o primeiro surto, a Coreia do Sul e o Japão são responsáveis por 24 por cento do produto mundial bruto e tem um comércio trilateral de 720 bilhões de dólares. Estão entre as economias mais integradas no mundo. 

Só a China colocou 11 milhões de pessoas em isolamento, proibiu viagens, paralisou fábricas e fechou lojas. Além do setor de aviação civil e turismo, as cadeias produtivas das indústrias automobilística e eletroeletrônica são as mais atingidas. 

Por causa da guerra comercial deflagrada pelo presidente Donald Trump, a China aumentou o comércio e o investimento com a Coreia do Sul e o Japão, responsáveis hoje pela maior parte do crescimento das exportações chinesas. Meu comentário:

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Coronavírus chega ao Brasil e tem mais casos novos fora da China

O novo coronavírus teve o primeiro caso confirmado no Brasil hoje, quando pela primeira vez o número de casos novos no exterior superou os da China. A maioria foi registrada na Coreia do Sul, onde seguidores de uma seita participaram de uma reunião na cidade chinesa de Wuhan e ignoraram os alertas. 

A Bolsa de Valores de São Paulo, fechada durante o carnaval desaba, depois de ser poupada durante o carnaval da queda generalizada nos mercados financeiros internacionais. O dólar fechou em cotação recorde.

O Ministério da Saúde confirmou hoje de manhã, depois de uma contraprova, que um homem de 61 anos que esteve na Itália é o primeiro caso da doença do novo coronavírus no Brasil. É o primeiro caso na América do Sul. Agora, só a Antártida foi poupada. 

Depois de críticas à reação tardia do regime comunista da China, que no primeiro momento tentou abafar a notícia, chegou a hora do coronavírus testar a resposta das democracias ao que cada vez mais parece uma pandemia. 

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, cobrou da Organização Mundial da Saúde, a OMS, uma declaração de pandemia, o que permitiria mobilizar mais recursos para combater a doença. Até agora, a OMS considera a epidemia uma emergência global. A boa notícia é que a letalidade do vírus é baixa, mas subiu para 3,4%. Meu comentário:

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Cooperação Al Caeda-Estado Islâmico aumenta ameaça do terror no Sahel

A rede Al Caeda (A Base) e o grupo Estado Islâmico estão coordenando operações terroristas e dividindo esferas de influência no Mali, no Níger e em Burkina Fasso, noticiou o jornal americano The Washington Post. Esta tríplice fronteira é considerada hoje a região mais crítica no combate ao jihadismo na região do Sahel, na África Ocidental.

De acordo com agentes franceses, os dois grupos estão se tornando mais organizados e mais ágeis na sua guerra contra países pobres e fracos, "realizando ataques com um profissionalismo que não tínhamos visto".

A coordenação entre a Jamaat Nusrat al-Islam Muslimen (Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos), ligada à Caeda , e o Estado Islâmco no Grande Saara vai piorar a situação de segurança na região, com a possibilidade de atentados e sequestros, abrindo caminho para operações de maior envergadura.

Esta cooperação não significa que os dois grandes movimentos jihadistas, que romperam durante a guerra civil da Síria. Foi em janeiro de 2014, depois que o sucessor de Ossama ben Laden como líder d'al Caeda, o médico egípcio Ayman al-Zawahiri, mandou dissolver o Estado Islâmico do Iraque e do Levante para que a organização liderada por Abu Baker al-Baghdadi limitasse suas operações ao Iraque.

Al-Baghdadi não aceitou, alegando não reconhecer as fronteiras traçadas pelo imperialismo ocidental a partir do Acordo Sykes-Picot (1916), em que os Impérios Britânico e Francês dividiram o Oriente Médio entre si com a dissolução do Império Otomano (turco) no fim da Primeira Guerra Mundial (1914-18).

Não houve uma reconciliação entre os dois movimentos. Eles têm inimigos comuns num teatro de operações específico. A situação do Sahel é a mais grave da guerra contra o terrorismo. Países miseráveis, com problemas étnicos, são terreno fértil para recrutamento de jovens para movimentos extremistas.

A França mantém soldados na região desde a intervenção militar no Mali, em janeiro de 2013. Hoje, são 5.100 militares franceses, mas os Estados Unidos ameaçaram reduzir seu contingente que combate o terrorismo na África, focado hoje principalmente na Somália.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Israel bombardeia alvos da Jihad Islâmica

Em reação a ataques de foguetes, a Força Aérea de Israel atacou hoje alvos da organização terrorista Jihad Islâmica para a Libertação da Palestina na Faixa de Gaza e na Síria. Seis milicianos palestinos foram mortos. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ameaçou o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que controla Gaza, de ir à guerra se os ataques continuarem.

Desde domingo, pelo menos 25 foguetes foram disparados contra o Sul de Israel, que realiza eleições daqui a uma semana. Nesta segunda-feira, foram pelo menos 14 foguetes. Doze foram abatidos pelo Domo de Ferro, o sistema de defesa antimísseis de Israel. Dois caíram em campo aberto, sem ferir ninguém.

Além da Jihad Islâmica, a Frente Democrática pela Libertação da Palestina (FDLP) também reivindicou a autoria dos ataques de foguetes. "A luta não acabou", afirmou Abu Hamza, porta-voz da Brigada al-Quods, o braço armado da Jihad Islâmica.

"A guerra é o último recurso, mas talvez não haja saída. Estamos preparando uma campanha radicalmente diferente", ameaçou Netanyahu. "Se Israel tiver de lançar uma operação militar em grande escala, terá de ser um golpe maior do que os anteriores. Podemos ter de realizar a mãe de todas as operações."

Ataque a bomba fere 30 em comício de partidários do primeiro-ministro da Etiópia

A explosão de uma bomba num comício a favor do primeiro-ministro Abiy Ahmed deixou pelo menos 30 pessoas feridas na cidade de Ambo, situada a 100 quilômetros a oeste de Adis Abeba, a capital da Etiópia. Seis pessoas foram presas. O atentado foi atribuído à Frente de Libertação Oromo.

O ataque é um sinal a mais do risco de violência política na campanha para as eleições gerais de agosto, um teste importante para a abertura política e as reformas econômicas de Abiy, ganhador do Prêmio Nobel da Paz 2019 pelas negociações para acabar com o conflito com a Eritreia, que durou 20 anos.

Com a liberalização do regime político, vários grupos étnicos rebeldes passaram a atuar abertamente, como a Frente de Libertação Oromo, que luta pela libertação do povo oromo contra o "colonialismo abissínio", e a Frente de Libertação Nacional de Ogaden, que defende a autodeterminação dos somalianos, que são maioria na região de Ogaden.

As rivalidades políticas e étnicas são o maior desafio aos planos ambiciosos de Abiy de reformar os sistemas políticos e econômico da Etiópia, que tem a segunda maior população da África e foi o país que mais cresceu no mundo na última década.

Bolsas de valores e petróleo caem com expansão da epidemia do novo coronavírus

Com o aumento do número de casos na Coreia do Sul, no Irã e na Itália, as bolsas de valores reagiram negativamente ao reavaliar o impacto econômico da epidemia do novo coronavírus. O total de casos registrados chegou hoje a 79.444, com 2.627 mortes, sendo 77.150 casos e 2.592 mortes na China.

O Japão tem agora 838 casos confirmados e a Coreia do Sul, 833. O maior número de mortes fora da China foi no Irã, 12. A doença chegou a 33 países e às regiões semiautônomas chinesas de Hong Kong e Macau.

Na Europa, com queda de 5,4%, a Bolsa de Milão teve o pior dia desde 2016. A Itália já tem 152 casos, com seis mortes. Frankfurt perdeu 4,01, Paris 3,95% e Londres 3,34%. Em Nova York, o Índice Dow Jones cai mais de 900 pontos ou 3,3%. No fim do dia, acumulou queda de mais de mil pontos (3,6%), devolvendo os ganhos do ano

Também nos Estados Unidos, o barril do petróleo West Texas Intermediate, do Golfo do México, padrão de referência do mercado americano, vale US$50,63 (-5,15%). Na Bolsa de Mercadoria de Londres, o petróleo Brent, do Mar do Norte, padrão do mercado europeu, está em US$ 54,79 (-5,44%).

O rendimento dos títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA caiu para 1,377% ao ano, perto do mínimo histórico de 1,364% registrado em 2016.

Assim, o ouro, tradicional refúgio em momentos de crise, subiu 1,7% para US$1.677 a onça troy (31,1 gramas), a maior cotação desde o início de 2013.

Até agora, o mercado apostava que o impacto econômica doença sobre o consumo e os lucros das empresas seria temporário, com pico no número de novos casos em fevereiro. A propagação internacional do vírus muda as expectativas e aponta para o risco de uma pandemia.

domingo, 23 de fevereiro de 2020

Irã anuncia participação de 42% nas eleições parlamentares

Só 24 milhões dos 58 milhões de eleitores, cerca de 42%, participaram das eleições legislativas de 21 de fevereiro de 2020 no Irã, anunciou hoje na televisão estatal o ministro do Interior, Abdolreza Rahmani Fazli.

A expectativa era de uma grande abstenção depois que o Conselho dos Guardiães da Revolução Islâmica vetou a participação de mais de 16 mil candidatos moderados e reformistas. Cerca de 7 mil candidatos disputaram as 290 cadeiras do Majlis (parlamento). Foi a menor participação desde a revolução islâmica, em 1979.

Mesmo assim, o Supremo Líder Espiritual da Revolução Islâmica, aiatolá Ali Khamenei, elogiou a "enorme participação" e acusou jornalistas estrangeiros de "propaganda negativa" por causa da epidemia do novo coronavírus.

Com mais três mortes registradas hoje no Irã, o país tem 43 casos e oito mortes confirmadas. É o maior número de mortes fora da China.

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Sanders vence em Nevada e se firma como líder da corrida democrata à Casa Branca

Com 44,1% dos delegados, o senador socialista Bernie Sanders ganhou as convenções regionais do estado de Nevada para indicar o candidato do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos em 3 de novembro. 

O ex-vice-presidente Joe Biden ficou bem atrás, com 25%, seguido pelo ex-prefeito Pete Buttigieg (14,9%) e a senadora Elizabeth Warren (8,4%), de acordo com as projeções da rede de televisão americana CNN.

Sanders ganhou no voto popular em Iowa, mas perdeu no número de delegados, que é o que realmente importa, para Buttigieg. Depois de vencer em Novo Hampshire e agora em Nevada, um estado com 40% de negros e latinos, eleitorados importantes para os democratas, firma-se como o candidato favorito do partido.

Em Nevada, dois terços dos jovens e mais da metade dos latinos votaram em Sanders. Os latinos representam 20% do eleitorado. Ele conquistou os votos dos latinos moderados. A senadora Amy Klobuchar, teve apenas 4% do voto latino, Warren 7% e Buttigieg 9%.

Entre os homens, Sanders conquistou 38% dos votos, Buttigieg 16% e Biden 15%. Klobuchar só levou 3% do voto negro e Buttigieg 2%.

Pouco mais da metade dos participantes das convenções do Partido Democrata era de mulheres. Sanders levou 30% do voto feminino, enquanto Biden ficou com 16%, Buttigieg com 14% e Klobuchar com 12%.

Ontem, foi noticiado que a campanha da Rússia para ajudar na reeleição de Trump trabalha para apoiar a candidatura de Sanders. Como ele é assumidamente socialista, quer estatizar o sistema de saúde, e é muito difícil de imaginar que os EUA elejam um presidente socialista, seria o candidato mais fácil para Trump derrotar.

O grande teste será a Super Terça-Feira, 3 de março, quando haverá eleições primárias em 14 estados: Alabama, Arkansas, Califórnia, Carolina do Norte Colorado, Maine, Massachusetts, Minnesota, Oklahoma, Tennessee, Texas, Utah, Vermont e Virgínia. Também votam neste dia os Democratas no Exterior. A contagem destes votos será concluída em 10 de março.

Num único dia, estarão em jogo 1.357 dos 3.979 delegados à convenção nacional do Partido Democrata escolhidos nas prévias. A convenção vai indicar de 13 a 16 de julho, em Milwaukee, no estado de Wisconsin, o candidato da oposição ao presidente do Donald Trump. Os dois estados mais populosos, a Califórnia e o Texas, elegem 415 e 228 delegados.

Antes, em 29 de fevereiro, daqui a uma semana, a Carolina do Sul faz sua eleição primária. Biden precisa de uma vitória para impedir a disparada de Sanders.

Na Super Terça, entra na disputa o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, um bilionário que está financiando sua própria e foi o principal alvo dos outros pré-candidatos no último debate na televisão dias atrás.

Líder rebelde volta à Vice-Presidência do Sudão do Sul

O líder rebelde Riek Machar reassumiu hoje o cargo de primeiro-vice-presidente do Sudão do Sul, voltando a fazer parte do governo de onde saiu em 2013, no início de uma sangrenta guerra iniciada dois anos depois da independência.

Machar prestou juramente diante de autoridades e diplomatas estrangeiros, inclusive o novo ditador do Sudão, general Abdel Fattah al-Burhan. O vice-presidente foi um dos pioneiros do Exército Popular de Libertação do Sudão, que travou uma longa guerra pela independência do Sul.

Em julho de 2013, o presidente Salva Kiir Mayardit dissolveu o governo e demitiu o vice-presidente. Machar o acusou de querer implantar uma ditadura. Começava a guerra civil do Sudão do Sul.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Irã estoca urânio acima do limite e eleições fortalecem a linha dura

Em desafio às sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos, o Irã está enriquecendo e estocando urânio acima dos limites permitidos pelo Acordo de Viena, de 2015. Hoje, o país realizou eleições que devem fortalecer a linha dura, com o colapso do acordo abandonado pelo governo Donald Trump.

A República Islâmica do Irã realizou hoje sua décima-primeira eleição parlamentar desde a revolução islâmica de 1979, as primeiras desde que o presidente Donald Trump retirou, em maio de 2018, os Estados Unidos do acordo nuclear assinado em 2015 para impedir que o país faça a bomba atômica. 

Sete mil candidatos concorrem às 290 cadeiras do Majlis, o Parlamento iraniano. A grande disputa será entre os conservadores e a linha-dura. Mais de 16 mil candidatos foram proibidos de concorrer pela Conselho dos Guardiães da ditadura fundamentalista xiita iraniana, inclusive 90 deputados reformistas da atual legislatura. 

A ala moderada a favor do presidente Hassan Rouhani e do ministro do Exterior, Mohamed Javad Zarif, que negociaram o acordo nuclear com o governo Barack Obama e as outras grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, França, Reino Unido e Rússia), foi liquidada politicamente pela guerra econômica de Trump. 

Afinal, Rouhani se elegeu prometendo melhorar as relações com o Ocidente e recuperar a economia do país. Meu comentário:

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Trump tem fortes características de ditador

Autoritário, vingativo e prepotente, o presidente Donald Trump age cada vez mais como um ditador depois da absolvição no processo de impeachment. Não passa no teste da democracia. 

Quando Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos, em novembro de 2016, o jornalista Stephen Walt, da revista Foreign Policy, fez uma lista de dez perguntar para testar se um presidente eleito democraticamente se tornou um autocrata. 

Ontem, examinei as cinco primeiras questões, liberdade de imprensa, criação de sua própria rede de meios de comunicação, politização do serviço público, das Forças Armadas, da polícia e das agências inteligência, onde acendeu a luz vermelha, uso dos serviços secretos para perseguir adversários políticos, o que Richard Nixon fez e Trump não, e uso do poder do Estado para beneficiar aliados e punir adversários, o que Trump fez claramente nos últimos dias, interferindo em processos criminais para livrar amigos. 

Trump rodou em três dos cinco critérios examinados ontem e em todos hoje. Meu comentário:

Terrorista de extrema direita mata dez pessoas na Alemanha

A polícia da Alemanha identificou hoje como Tobias R., de 43 anos, o terrorista de extrema direita que matou dez pessoas ao atirar contra dois bares frequentados por curdos na cidade de Hanau, perto de Frankfurt. Em manifesto divulgado via Internet, ele defendeu o extermínio de países povos do Norte da África, da Ásia e de Israel.

Tobias e a mãe foram encontrados mortos em casa na manhã de hoje. De acordo com o jornal israelense The Times of Israel, os países a serem eliminados seriam Marrocos, Egito, Turquia, Israel, Irã, Índia, Paquistão, Vietnã e Filipinas.

É mais um de uma série de ataques de extremistas de direita na Alemanha, como o assassinato em junho do político Walter Lübcke, defensor do asilo a refugiados e o atentado à sinagoga de Halle no Dia do Perdão (Yom Kippur), em outubro.

Depois de anos vigiando extremistas muçulmanos, os serviços secretos alemães têm de reorientar o trabalho para a violência de extrema direita.

Em declaração na manhã de hoje, o presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, Josef Schuster, manifestou preocupação com "a segurança das minorias e dos que têm compromisso de ajudá-las."

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Trump ofereceu perdão a Assange se livrasse a Rússia, diz advogado

O presidente Donald Trump ofereceu indulto ao anarquista australiano Julian Assange, fundador do WikiLeaks, que pirateia dados de governos e empresas, desde que ele declarasse que a Rússia não teve nada a ver com o ataque aos computadores do Partido Democrata durante a campanha eleitoral de 2016, afirmou um advogado de Assange.

A alegação foi feita num tribunal do Reino Unido, onde Assange luta contra um pedido de extradição feito pelos Estados Unidos, onde ele é acusado de roubar documentos do Pentágono e do Departamento de Estado.

Durante a campanha de 2016, o serviço secreto militar da Rússia (GRU) invadiu servidores do diretório nacional do Partido Democrata e o WikiLeaks divulgou as informações, que abalaram a candidatura da ex-secretária de Estado Hillary Clinton e favoreceram Trump.

O escândalo chamado de Russiagate foi confirmado pela investigação do procurador especial Robert Mueller. O inquérito não encontrou provas de conluio da campanha de Trump com a manobra, apesar de Trump ter pedido em palanques para a Rússia descobrir os e-mails de uma conta privada que Hillary usou irresponsavelmente quando era chefe da diplomacia americana. Trump chegou a dizer que amava o WikiLeaks.

Trump anistia corruptos e não passa no teste da democracia

Capaz vez mais autoritário depois de escapar do processo de impeachment, o presidente Donald Trump dá indulto a corruptos e não passa no teste da democracia. 

Pouco depois da eleição de Trump, em novembro de 2016, o jornalista Stephen Walt, da revista americana Foreign Policy, fez uma lista de 10 perguntas para testar se o seu presidente é um ditador. 

Hoje, eu vou examinar os primeiros cinco pontos. O primeiro problema de Trump com a democracia, e também do presidente Jair Bolsonaro aqui no Brasil, é o esforço sistemático de intimidar os meios de comunicação. 

Trump desacata jornalistas regularmente e contaminou outros setores do governo americano. O secretário de Estado, Mike Pompeo, teve um chilique diante de uma pergunta de uma repórter de rádio e excluiu a emissora de uma entrevista coletiva. 

O presidente americano humilha, degrada e intimida jornalistas, chamando-os de inimigos do povo, uma expressão que o ditador soviético Joseph Stalin usava para justificar perseguições, processos forjados e assassinatos políticos. A atual assessora de imprensa da Casa Branca não dá entrevistas e não há sinal de que a situação vá melhorar. 

Aqui no Brasil, o relacionamento de Bolsonaro com a imprensa é ainda pior depois que ele insinuou que uma repórter premiadíssima da Folha de São Paulo, Patrícia Campos Mello, ofereceu sexo em troca de um furo de reportagem. Nem Trump chegou a tanto, embora ofenda mulheres regularmente. 

As atitudes dos dois presidentes legitimam os ataques a jornalistas de outros políticos, de países ditatoriais e das matilhas digitais que infestam as redes sociais, ou, no caso, antissociais.

Não há democracia sem uma imprensa independente, crítica e vigorosa. O ataque à liberdade de imprensa é um ataque à democracia. Meu comentário:

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Acordo de paz com Talebã no Afeganistão mais parece rendição

Os Estados Unidos e a milícia extremista muçulmana dos Talebã (Estudantes) anunciam um acordo para acabar com a Guerra do Afeganistão, a mais longa da história americana. O acordo deve ser assinado até o fim do mês, anunciou ontem a agência de notícias Bloomberg. 

Mas será mesmo a paz ou vai se repetir o que aconteceu no Vietnã, de onde os Estados Unidos saíram para ver o frágil governo que deixaram no poder no Vietnã do Sul desabar dois anos depois? 

Acabar com o que chamou de “guerras intermináveis” no Afeganistão e no Iraque foi uma das promessas de campanha do presidente Donald Trump. Ele retirou parte dos soldados americanos do Iraque e traiu as Forças Democráticas da Síria, uma milícia árabe-curda que fez o trabalho pesado da operação terrestre na guerra contra o Estado Islâmico, deixando os curdos à mercê do Exército da Turquia. 

As negociações de paz entre os Estados Unidos e os Talebã começaram no fim de 2018 e foram interrompidas várias vezes. Na última, em setembro do ano passado, por causa da morte de um soldado americano num ataque rebelde. Meu comentário:

Israel destrói QG da Guarda Revolucionária Iraniana em Damasco

A Força Aérea de Israel bombardeou e destruiu ontem o quartel-general e um depósito da Força Quods, braço da Guarda Revolucionária Iraniana para ações no exterior, no aeroporto de Damasco, a capital da Síria.

Pelo menos sete pessoas morreram, inclusive quatro oficiais do Irã, informou a agência de notícias turca Anadolu, acrescentando que o ataque aconteceu logo após o pouso de um avião de carga. A ditadura síria acusou Israel e declarou que as defesas antiaéreas do país avião interceptado "alvos hostis".

Três áreas diferentes foram alvejadas. O ataque anterior havia sido em 13 de fevereiro. No início do mês, a Rússia acusou a aviação israelense de colocar em perigo uma aeronave civil no espaço aéreo da Síria, controlado pelos russos.

Desde o início da guerra civil na Síria, em março de 2011, Israel realizou mais de  mil ataques aéreos a alvos iranianos. O objetivo é combater a presença do Irã e de milícias xiitas aliadas como o Hesbolá (Partido de Deus) libanês das proximidades com a fronteira de Israel.

O Irã tem cerca de 900 guardas revolucionários e 20 mil milicianos xiitas na Síria para apoiar a ditadura de Bachar Assad. Quer criar um crescente xiita que vá do Irã ao Mar Mediterrâneo passando pelo Iraque e a Síria para chegar até o Líbano e armar o Hesbolá, arqui-inimigo de Israel.

Pelo menos 380 mil pessoas foram mortas na guerra civil da Síria, que completa nove anos em março. É o segundo conflito mais mortífero do século 21, atrás apenas da Primeira Guerra Mundial Africana, a guerra civil na República Democrática do Congo, com a participação de seis exércitos nacionais e dezenas de grupos armados irregulares. De 1996 e 2002, mais de 5 milhões morreram em combate, de fome e doenças.

Coronavírus prejudica 5 milhões de empresas no mundo inteiro

As bolsas de valores da Ásia estão em queda nesta terça-feira depois que a Apple advertiu o mercado sobre o impacto da epidemia do novo coronavírus, que pode afetar a fabricação de seus produtos, montados na China, e diminuir as vendas aos consumidores chineses. 

No mundo inteiro, 5 milhões de empresas podem ser prejudicadas pela epidemia, alerta um novo estudo divulgado hoje.

A maioria das bolsas da Ásia está em baixa. As perdas são de 1,15 por cento em Tóquio, 1,22 por cento em Seul, 0,2 por cento em Sídnei, na Austrália, 1 por cento em Hong Kong e 0,16 por cento em Xangai. Na contramão da tendência do mercado, a Bolsa de Shenzhen, também na China, sobe 0,33 por cento. As informações são do canal de notícias americano CNBC.

Com o alerta da Apple ao mercado de que vai faturar e lucrar menos, as ações dos fornecedores da empresa na Ásia caíram, no Japão, na Coreia do Sul, em Hong Kong e Taiwan. 

A Apple fabrica quase todos os seus iPhones e outros produtos na China, com design e software de Cupertino, na Califórnia, nos Estados Unidos, onde fica a sede central da empresa, e peças fabricadas em países vizinhos da China. É uma empresa globalizada. 

Por causa da epidemia, a produção foi suspensa temporariamente e algumas lojas da empresa foram fechadas na China. Reabriram na semana passada com serviços reduzidos. Meu comentário:

domingo, 16 de fevereiro de 2020

PIB do Japão cai em ritmo de 6,3% ao ano e derruba bolsas da Ásia

As bolsas de valores da Ásia e do Pacífico estão em baixa na manhã desta segunda-feira, com queda de 1,3% em Tóquio, com o anúncio de que a terceira maior economia do mundo sofreu uma contração de 1,6% no último trimestre de 2019, o que equivale a 6,3% ao ano, informou o canal de notícias americano CNBC. O mercado esperava queda do PIB de 3,7% ao ano. O consumo caiu 2,9% em dez anos.

Os investidores estão muito preocupados com o impacto econômico da epidemia do coronavírus, que já infectou mais de 71 mil pessoas e matou mais de 1.770 pessoas. Na Austrália, a Bolsa de Sídnei perde 0,34% e, na Coreia do Sul, a Bolsa de Seul recua 0,47%.


"O mercado parece ter a expectativa de um impacto econômico curto, mas está esperando para ver", comentou John Bromhead, analista da empresa ANZ Research. As fábricas chinesas estão reabrindo depois de um feriado prolongado do Ano Novo Lunar e vai levar algum tempo para embarcar toda a carga destinada aos portos.

A movimentação durante os feriados foi a menor em muitos anos. Nesta época, os chineses visitam suas famílias.

Para conter a propagação da doença do coronavírus, as autoridades proibiram viagens e indenizaram os consumidores por 20 milhões de passagens aéreas de voos cancelados, no valor de US$ 2,9 bilhões. Só um quarto dos voos decolaram, na comparação com o ano passado.

Eram esperadas 280 milhões de viagens de trem. Só um sétimo, 40 milhões de viagens, foram realizadas. Cerca de US$ 1,6 bilhão foram devolvidos para passageiros de viagens suspensas.

sábado, 15 de fevereiro de 2020

Hamas propõe parar ataques através da fronteira

O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) propôs a Israel parar de fazer ataques de foguetes e com balões incendiários, noticiou o jornal liberal israelense Haaretz, citando como fonte oficiais de Israel.

Se o Hamas mantiver a promessa, Israel concordaria em ampliar a zona onde os palestinos são autorizados a pesca no litoral da Faixa de Gaza, assim como renovar 500 permissões de trabalho em Israel para residentes em Gaza que estavam suspensas.

O possível acordo é fruto da medicação do Egito, interessado em reduzir a tensão entre Israel e o Hamas. O teste para o sucesso será o fim dos ataques através da fronteira.

Em 2007, durante uma guerra civil palestina com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), o Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza. Desde então, travou três guerras com Israel.

Depois da apresentação do plano de paz do governo Donald Trump, rejeitado pelos palestinos, as duas principais facções iniciaram um processo de reconciliação. O alívio da tensão com o Hamas facilita o trabalho de Israel para conter a instabilidade no Sul do paíos.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Pressões variadas revelam limites da globalização

Depois de décadas de abertura comercial, com queda de tarifas e outras barreiras à movimentação de bens e serviços pressões políticas, econômicas, demográficas e tecnológicas estão reformatando a globalização da economia. Esta tendência deve se acentuar ao longo da década. 

A globalização veio para ficar, a não ser que haja uma catástrofe em grande escala. A complexidade das cadeias produtivas vai continuar, mas vai haver movimentos para fortalecer as cadeias produtivas locais e regionais, e um aumento do comércio intrarregional. 

Os grandes acordos comerciais são complexos e inflexíveis. Estão sendo substituídos por acordos bilaterais ou com poucos países. 

Durante décadas, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos construíram o sistema multilateral de comércio para promover a abertura comercial, inicialmente para evitar a volta da Grande Depressão dos anos 1930. 

Com a entrada da China na Organização Mundial do Comércio, a OMC, em 2001, entrou no jogo um concorrente fortíssimo, com baixo custo de produção. Isso ajudou a manter os juros e a inflação baixos, mas provocou forte erosão na renda dos trabalhadores dos países ricos que viram suas fábricas migrar para a China e outros países. Meu comentário:

Degelo da Antártida causou forte elevação dos mares há 129 mil anos

Um aumento de menos de dois graus centígrados na temperatura dos mares derreteu a maior parte do gelo da Antártida durante o último período interglacial, entre 129 e 116 mil anos atrás, causando uma elevação de vários metros no nível dos oceanos, de seis a nove metros, concluiu uma pesquisa liderada pela Universidade de Bonn, na Alemanha.

"Não só perdemos uma grande parte da camada de gelo do Oeste da Antártida, como isto aconteceu no início do período interglacial", observou o professor Chris Turney, da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, principal autor do relatório.

Por enquanto, com o aquecimento global provocado pelo homem desde o início da Revolução Industrial, a previsão é de uma elevação de 1,5 metro no nível dos mares até 2100, se não houver uma grande redução das emissões de gases carbônicos.

A temperatura média do planeta subiria cinco graus, tornando a vida humana impossível em várias regiões do planeta e a elevação do nível dos oceanos ameaçaria populações que vivem à beira-mar. As secas, enchentes, nevascas, tornados e furacões seriam muito mais violentas.

Ao contrário da camada de gelo do Leste da Antártida, que fica sobre terra firme com elevações, as geleiras do Oeste repousam diretamente sobre o mar.

"O estudo revela como a camada de gelo da Antártida se torna vulnerável quando as águas do oceano esquentam, um cenário observado hoje", comentou Michael Weber, do Instituto de Geociências da Universidade de Bonn.

A pesquisa continua para descobrir se o degelo das camadas do Oeste foram suficientes para explicar a elevação do nível dos mares.

Nesta semana, pesquisadores da base brasileira na Antártida registraram uma temperatura recorde de 20,75ºC no continente gelado.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Década será marcada pela volta do multipolarismo

Com a irresistível ascensão da China e o declínio relativo dos Estados Unidos, esta década será marcada pela volta do multipolarismo. Depois do sistema internacional bipolar da Guerra Fria e do unipolarismo com a vitória do Ocidente e do capitalismo, o mundo terá muitos polos de poder.

Por causa de seu poder econômico, político e militar, os Estados Unidos e a China serão os polos mais fortes, com a Europa e a Rússia num plano abaixo. Deve surgir um grande número de alianças menores, regionais ou focadas em tópicos, com países menos poderosos buscando aglutinar seus esforços para negociar com as grandes potências. 

A previsão é da empresa americana de consultoria e análise estratégica Stratfor, que apresenta suas expectativas a cada cinco anos. Meu comentário:

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Trump transforma os EUA numa república de bananas

Com a absolvição no processo de impeachment, o presidente Donald Trump se tornou ainda mais arrogante, prepotente, autoritário e vingativo. Ameaça transformar os Estados Unidos numa república de bananas. 

Antes do impeachment, Trump afirmou que o artigo 2 da Constituição Americana o autorizava a fazer qualquer coisa. A presidente da Câmara, a deputada democrata Nancy Pelosi, retrucou que ele não é rei, mas, ao ser absolvido pela bancada republicana no Senado, Trump se transformou num ditador eleito. 

Quando Bill Clinton foi absolvido no impeachment por mentir sobre as relações sexuais com uma estagiária, em fevereiro de 1999, pediu desculpas à nação. Trump só pensa em vingança, em perseguir quem o acusou de abuso do poder e obstrução do Congresso. 

Só a Justiça poderia ser capaz de limitar os poderes do presidente sem limites. Mas o ministro da Justiça virou um serviçal do presidente e não do país. Meu comentário:

Sanders vence a eleição primária democrata em Novo Hampshire

O senador socialista Bernie Sanders é o novo líder da disputa pela candidatura do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos em 3 de novembro. Depois de ganhar no voto popular no estado de Iowa, mas perder no número de delegados, Sanders venceu ontem a eleição primária em Novo Hampshire.

Com 97% das urnas apuradas, Sanders venceu com 25,7%, seguido pelo ex-prefeito Pete Buttigieg, vencedor em Iowa, desta vez com 24,4%. A grande surpresa foi a senadora moderada Amy Klobuchar, que conquistou 19,8% dos votos.

Os grandes derrotados foram a senadora Elizabeth Warren (9,2%), que disputa com Sanders os votos da ala mais esquerdista do partido, e o ex-vice-presidente Joe Biden (8,4%), considerado por muitos como o mais capaz de vencer o presidente Donald Trump.

Além das duas derrotas, Biden, de 77 anos, vê dois candidatos mais jovens, Buttigieg e Klobuchar, disputando os votos dos moderados. Biden é o favorito entre o eleitorado negro, fundamental para um candidato democrata. Em pronunciamento gravado, declarou que a corrida para derrotar Trump está apenas começando.

O ex-vice-presidente terá de provar sua viabilidade nas próximas eleições prévias, em Nevada, na Carolina do Sul e especialmente nos 15 estados e territórios que votam na SuperTerça-Feira, em 3 de março, quando estarão em jogo os dois estados mais populosos, a Califórnia e o Texas.

Por outro lado, a soma dos votos nos principais candidatos moderados ultrapassa os 50%, enquanto os radicais não chegam a 35%. Quatro anos atrás, Sanders chegou a 60% contra a ex-secretária de Estado Hillary Clinton. O empresário Andrew Yang, o senador Michael Bennet e o ex-governador Deval Patrick abandonaram a disputa.

Sanders e Warren empolgam as alas mais radicais do partido com propostas como aumentar impostos para os muito ricos e criar um sistema público para garantir cobertura universal de saúde, mas a maioria dos americanos não quer abrir mão de seu seguro-saúde privado nem pagar os impostos necessários para financiar um sistema totalmente público. São considerados inelegíveis por levar o partido muito para a esquerda. Serão acusados de socialistas por Trump.

A grande novidade é o ex-prefeito de South Bend, no estado de Indiana, Pete Buttigieg, moderado veterano de guerra e homossexual assumido. Além de jovem e pouco experiente, ele faz 39 anos daqui a uma semana, é difícil imaginar que os americanos elejam um presidente gay. Sua candidatura galvanizaria o eleitorado conservador e religioso ao redor da reeleição de Trump.

Neste cenário, cresce a candidatura do bilionário Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, que não participou das prévias em Iowa e Novo Hampshire. Ele banca sua própria campanha e pode ser o moderado capaz de derrotar o atual presidente. Já está em terceiro lugar nas pesquisas, atrás de Sanders e Buttigieg.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Palestinos rejeitam na ONU plano de paz de Trump para Oriente Médio

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, denunciou hoje perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova York, o plano do governo Donald Trump para a paz no Oriente Médio como ilegítimo, unilateral e uma recompensa a Israel pela ocupação de territórios árabes desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. 

Trump apresentou seu plano com grande fanfarra na Casa Branca ao lado do primeiro-ministro linha-dura de Israel, Benjamin Netanyahu, duas semanas atrás. 

Os palestinos não foram convidados para discutir a proposta, que oferece tudo o que a direita de Israel quer: a anexação das colônias judaicas na Cisjordânia ocupada, o controle sobre o Vale do Rio Jordão, o reconhecimento de Jerusalém como capital indivisível de Israel e a fundação de um Estado Nacional palestino com soberania limitada, sem Forças Armadas, quatro anos depois. 

Abbas descreveu o país palestino proposto por Trump como “um queijo suíço” cheio de assentamentos israelenses. Meu comentário:

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Trump propõe orçamento com grandes cortes em programa sociais

O governo Donald Trump apresentou hoje uma proposta orçamentária de US$ 4,8 bilhões para o ano fiscal que começa em 1º de novembro. Tem poucas chances de aprovação integral no Congresso, mas revela as intenções do presidente para um segundo mandato a ser disputado nas urnas em 3 de novembro. 

A mensagem é clara: reduz a rede de proteção social do governo federal dos Estados Unidos, A proposta corta programas de bolsas de estudos, habitação popular, alimentação, assistência médica e proteção ambiental. Aumenta os gastos com defesa, segurança nacional e patrulha.

Durante a campanha, Trump banca o herói da classe trabalhadora. Canta vantagem sobre um crescimento econômico e geração de empregos que começaram no início do governo Barack Obama (2009-17). Promete manter a cobertura de saúde para doenças preexistentes enquanto entra na Justiça para acabar com ela.

Ao receber governadores na Casa Branca, o presidente declarou que o orçamento vai fortalecer as Forças Armadas e o arsenal nuclear dos EUA e reduzir o déficit "a zero depois de um período não muito longo". Mais uma inverdade.

Com os cortes de impostos que privilegiaram os ricos e as grandes empresas, Trump aumentou o déficit fiscal dos EUA em US$ 300 bilhões para quase US$ 1 trilhão. Até 2024, a dívida pública deve aumentar em US$ 3,4 bilhões e aí acaba o segundo governo Trump, se ele for reeleito.

Na imaginação do governo atual, o equilíbrio fica em 2035. O Partido Republicano esqueceu a defesa do equilíbrio orçamentário que faz em governos do Partido Democrata. O déficit e a dívida serão heranças malditas para o sucessor.

Trump vai pedir à Câmara dos Representantes, responsável pela aprovação do orçamento, mais dinheiro para as Forças Armadas, a segurança interna e das fronteiras, mais dinheiro para os veteranos de guerra e para a Força Espacial, a mais nova arma do sistema de defesa americano, que será desmembrada da Força Aérea, apesar da oposição dos generais-brigadeiros.

O orçamento de defesa sobe para US$ 740,5 bilhões, dos quais US$ 705,4 bilhões vão para o Departamento da Defesa, 1,1% menos do que os US$ 713 do orçamento anterior. Os outros US$ 35 bilhões vão para projetos de segurança nacional desenvolvidos por outros departamentos e agências do governo americano.

Irã fracassa ao tentar lançar satélite

A Agência Espacial do Irã tentou lançar no espaço ontem o satélite Zafar-1, mas o veículo de lançamento Simorgh não conseguiu atingir a velocidade necessária para entrar em órbita da Terra, noticiou a agência Associated Press (AP).

É a sexta tentativa consecutiva fracassada da República Islâmica de enviar um satélite ao espaço desde a assinatura do acordo nuclear em 2015 com as cinco grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha para congelar o programa nuclear iraniano por 10 anos.

Uma das principais críticas do presidente Donald Trump, que retirou os Estados Unidos do acordo em 8 de maio do ano passado, é que não proíbe o Irã de desenvolver tecnologia de mísseis. O presidente americano também gostaria de impedir a ditadura teocrática iraniana de interferir em outros países do Oriente Médio.

Israel e seus aliados ocidentais acreditam que o regime dos aiatolás usa os lançamentos de satélite para encobrir  o verdadeiro objetivo, desenvolver seu programa de mísseis, já que é uma tecnologia de uso duplo, civil e militar.

Trump evita encontro com ditador da Coreia do Norte antes da eleição

O homem que se apresenta como o rei da negociação coleciona mais um fracasso. O presidente Donald Trump não quer se encontrar com o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un, antes da eleição presidencial de 3 de novembro deste ano. Seria admitir a derrota. 

A desatenção de Washington pode levar o sinistro gordinho atômico a fazer novos testes nucleares e de mísseis de longo alcance, capazes de atingir o território continental dos Estados Unidos. 

O próprio Kim fez a ameaça: se não houvesse novos avanços nas negociações bilaterais até o fim do ano passado, a moratória de testes nucleares seria encerrada. 

A ditadura comunista norte-coreana fez, em 2019, 23 testes de mísseis de curto alcance, que poderiam atacar as forças americanas estacionadas na Coreia do Sul e no Japão. 

Trump não deu importância. Parece aceitar o status nuclear do regime stalinista de Pyongyang. As negociações estão estagnadas. Praticamente não avançaram além dos três encontros de cúpula entre Trump e Kim, apesar das juras de amor do presidente americano. Meu comentário:

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Regime sírio retoma cidade estratégica na estrada Damasco-Alepo

Forças leais à ditadura de Bachar Assad tomaram ontem Sarakeb, na província de Idlibe, no Noroeste da Síria, a segunda cidade estratégica reconquistada na estrada que liga a capital, Damasco, à cidade mais rica, Alepo.

"Unidades do Exército da Síria completaram operações para desmontar explosivos e minas terrestres deixadas por terroristas na cidade de Sarakeb depois de serem expulsos", informou a agência oficial de notícias SANA. 

Era a última cidade importante na rodovia M5 ainda em poder dos rebeldes do grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (Comitê para a Libertação do Levante), ligado à rede terrorista Al Caeda. A Turquia, que apoia os rebeldes, tem quatro pontos de observação numa zona desmilitarizada que criou com a Rússia, que apoia o regime sírio.

Na semana passada, a Turquia enviou mais de mil veículos com reforços, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental de oposição que monitora a guerra civil na Síria.

Depois de tomar Sarakeb, o Exército sírio seguiu em ofensiva rumo ao leste e conquistou mais cinco pequenas cidades ao longo da M5 perto da divisa com a província de Alepo. Não avançou para oeste em direção a Idlibe, capital da província do mesmo nome.

Diante das tensões, a Rússia e a Turquia marcaram uma reunião para discutir a situação de Idlibe. Desde 1º de dezembro, 590 mil pessoas fugiram de casa nas províncias de Alepo e Idlibe para escapar da ofensiva das forças leais a Assad contra os últimos redutos rebeldes.

Em quase nove anos, a guerra civil síria matou pelo menos 380 mil pessoas. Cerca de 5,5 milhões fugiram do país.

sábado, 8 de fevereiro de 2020

Morte de médico que deu alerta abala regime comunista da China

Em 30 de dezembro, o médico Li Wenliang deu o alerta sobre o risco de uma epidemia do novo coronavírus. Em 3 de janeiro, foi preso, interrogado e acusado de "propagar rumores falsos". Só em 20 de janeiro, o regime comunista da China admitiu que a doença se transmite de pessoa para pessoa. Sua morte ontem aos 34 anos provocou uma revolta nas redes sociais.

Agora, o ditador Xi Jinping fala numa "guerra popular", uma "guerra contra o demônio", e mobiliza todos os quadros do partido para combater o vírus. Mas, como é comum em ditaduras, no primeiro momento o governo tentou conter a má notícia. Até 24 de janeiro, a mídia oficial do Partido Comunista minimiza a gravidade do problema.

Quando o prefeito de Wuhan foi cobrado em entrevista de rádio por não avisar a população imediatamente, ele alegou que é contra a lei. Num regime em que tudo funciona de cima para baixo, a partir das ordens da cúpula, o tempo perdido significou que cerca de 5 milhões de pessoas saíram da província de Hubei, onde o surto começou, no mercado da capital, que vende carnes de 114 espécies animais, inclusive ratos, morcegos, iguanas e coalas.

Hoje, os cientistas acreditam que o novo coronavírus saiu de um morcego. Depois de infectar seres humanos, sofreu uma mutação que permite a transmissão de pessoa para pessoa.

A propagação está sendo muito mais rápida do que da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), também conhecida como gripe asiática, que matou quase 10% dos doentes em 2002 e 2003. Mas a letalidade do novo coronavírus é bem menor, 2,2% dos pacientes morreram até agora.

A morte do Dr. Li adquiriu uma dimensão política. Em 10 de janeiro, ele sentiu os primeiros sintomas. No dia 28, as autoridades reconheceram o erro o reabilitaram. Ao dar o alerta, ser punido e morrer da doença, Li virou um herói popular, causando embaraço ao regime que o perseguiu.

Centenas de milhões de chineses criticaram o regime e manifestaram sua frustração nas redes sociais. Muitos pediram o fim da censura, a liberdade de expressão.

Na manhã de domingo pelo horário chinês, as autoridades do país deram um novo balanço. Ontem, morreram 89 pessoas na China, mais do que as 86 da sexta-feira. O total de casos no mundo subiu para 37.047, com 813 mortes no mundo inteiro, sendo uma en Hong Kong e outra nas Filipinas. Já superou o número de mortes da SARS.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Partido pede a presidente do Congo fim da aliança com ex-ditador

A cúpula da governista União pela Democracia e o Progresso Social (UDPS) está pressionando o presidente da República Democrática do Congo, Felix Tshisekedi, a romper com a Frente Comum para o Congo (FCC), do ex-ditador Joseph Kabila, informou ontem a revista Jeune Afrique.

Os desentendimentos dentro do UDPS ameaçam a frágil aliança por causa das divergências políticas. Uma divisão do partido reduz as chances de reeleição de Tshisekedi. Na quarta-feira, o secretário-geral da UDPS, Augustin Kabuya, organizou uma "matinê política" convocando ativistas para pressionar o presidente: "Não podemos sacrificar o povo em nome de uma aliança política."

As oposições a Igreja Católica denunciaram fraude na eleição presidencial de 30 de dezembro de 2018. Ao perceber que seu candidato não tinha chances de vitória, Kabila fez aliança com Tshisekedi e armou a fraude para manter seu grupo no poder e evitar investigações sobre a corrupção generalizada.

Argentina está perto de acordo com FMI para renegociar dívida

A Argentina e o Fundo Monetário Internacional (FMI) chegaram a um acordo para reestruturar a dívida do país, anunciou hoje o jornal Clarín. O governo Alberto Fernández não confirmou os detalhes, mas declarou que há avanços nas negociações com a metade dos investidores em títulos da dívida pública argentina. 

De acordo com a reportagem, a Argentina terá um período de carência de quatro anos sem pagar a dívida para permitir a recuperação da economia do país, a dívida será reduzida em 15 por cento do valor de face e o governo peronista vai se comprometer com um programa de responsabilidade fiscal para equilibrar as contas públicas.

Se o acordo com o FMI for confirmado, será uma garantia para a renegociação com os credores privados da Argentina. O governo Fernández ainda precisa convencer os Estados Unidos, principal acionista do Fundo. Ainda está claro se os credores privados vão aceitar a oferta. 

Antes mesmo de tomar posse em 10 de dezembro, o novo presidente prometeu honrar as dívidas, mas pediu um prazo para reorganizar a economia do país e retomar o crescimento econômico para poder pagar. Meu comentário:

EUA tiveram saldo de mais 225 mil empregos em janeiro

A maior economia do mundo prossegue em marcha triunfal: cresce sem parar a cada trimestre desde junho de 2009 e cria mais postos de trabalho do que fecha todo mês desde novembro de 2010. No mês passado, o saldo foi de 225 mil vagas, superando a expectativa do mercado, que era de 160 mil empregos. O índice de desemprego subiu de 3,5% para 3,6%, sinal de que há mais gente procurando emprego.

Com a revisão para cima dos dados de novembro e dezembro, nos últimos três meses, a economia dos Estados Unidos criou em média 211 mil empregos a mais do que fechou. Os salários cresceram em média 3,1% ao ano, em comparação com 3% em dezembro. O salário médio subiu 7 centavos para US$ 28,44 por hora.

O desemprego baixo aumenta a procura por bens de valores mais altos, observou Robert Jones, presidente da American Sale, uma loja especializada em produtos para recreação em casa, como piscinas infláveis e trampolins: "Quando a demanda aumenta, você precisa fazer mais, então precisa de mais gente."

Depois de cortar a taxa básica de juros três vezes no ano passado, o Conselho da Reserva Federal (Fed), a direção do banco central dos EUA, manteve a taxa na reunião da semana passada.

Em janeiro, a indústria manufatureira cortou vagas, mas a construção civil, a saúde, a estocagem e os transportes contrataram mais. No ano passado, o saldo foi de 2,096 milhões de empregos.

De olho na reeleição em 3 de novembro, no Discurso sobre o Estado da União, o presidente Donald Trump reividicou toda a responsabilidade pela recuperação da economia, que começou no governo Barack Obama. Na média mensal, foram criados mais empregos sob Obama.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

EUA matam líder da rede terrorista Al Caeda na Península Arábica

Os Estados Unidos anunciaram hoje a morte num ataque de drones no Iêmen do líder da rede Al Caeda na Península Arábica, Kassim al-Raymi. O grupo terrorista reivindicou no domingo a responsabilidade por um ataque a tiros na base aeronaval de Pensacola, na Flórida, em 6 de dezembro, quando um oficial da Força Aérea da Arábia Saudita matou três marinheiros americanos.

Para o Departamento da Defesa dos EUA, a rede na Península Arábica, com sede no Iêmen, é o ramo mais perigoso d'al Caeda. Por causa do aumento da repressão ao jihadismo na Arábia Saudita, há alguns anos seus líderes se refugiaram na vizinho Iêmen, aproveitando a guerra civil neste país.

"Sob a liderança de Raymi, Al Caeda cometeu atos de uma violência bárbara contra civis no Iêmen e tentou realizar e inspirar numerosos ataques contra os EUA e suas forças", declarou o presidente Donald Trump na Casa Branca. "Sua morte degrada ainda mais Al Caeda e seu movimento global, e nos deixa mais perto da eliminar a ameaça que estes grupos representam para nossa segurança nacional."

A alegação é falsa. O Departamento da Defesa acaba de reconhecer que a morte do líder do Estado Islâmico, Abu Baker al-Baghdadi, não reduziu em nada a capacidade militar de sua organização terrorista. Trump cantou vitória e retirou os soldados americanos da Síria, mas o Estado Islâmico ainda tem cerca de 30 mil milicianos no Iraque e na Síria.

Cerca de 850 sauditas estão entre os 5 mil militares estrangeiros em treinamento nos EUA.

China reduz tarifas para amenizar impacto do coronavírus

A China vai cortar pela metade as tarifas sobre produtos importados dos Estados Unidos num valor anual de US$ 75 bilhões a partir de 14 de fevereiro. Nesta data, entra em vigor o acordo preliminar assinado pelos dois países para levar a uma trégua na guerra comercial entre suas economias, as duas maiores do mundo. 

A República Popular da China espera assim diminuir o impacto negativo sobre a economia do país da epidemia do novo coronavírus e se preparar para renegociar os termos do acordo, se o problema de saúde causar prejuízos ainda maiores. 

A medida provocou alta nas bolsas de valores ao reduzir o temor dos investidores de uma desaceleração mais forte da economia mundial. Pelo acordo, a China se comprometeu a comprar mais 200 bilhões de dólares em produtos americanos nos próximos dois anos. Meu comentário:

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Maioria republicana no Senado absolve Trump no processo de impeachment

Como era esperado, os senadores do Partido Republicano absolveram hoje o presidente Donald Trump no julgamento do processo de impeachment. Só um senador republicano, o ex-candidato a presidente Mitt Romney, condenou Trump por abuso de poder. Eram necessários os votos de pelo menos 20 senadores do partido para afastar o presidente.

O processo começou em setembro na Câmara dos Representantes, dominada pelo Partido Democrata, de oposição. Trump foi investigado por pressionar o novo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a investigar as atividades de Hunter Biden, filho do ex-vice-presidente Joe Biden, principal rival de Trump na eleição deste ano. Hunter dirigia uma empresa de gás no país.

Trump segurou uma ajuda militar de 391 milhões de dólares aprovada pelo Congresso para pressionar o líder ucraniano. Também queria um inquérito para acusar a Ucrânia e não à Rússia pela interferência indevida nas eleições de 2016 nos Estados Unidos.

Um agente secreto que teve acesso ao conteúdo de um telefonema de Trump e Zelensky em 25 de julho deu o alerta. O presidente exigia um anúncio oficial da abertura de investigações sobre Biden e o filho. Usou a máquina pública para conseguir um trunfo na campanha eleitoral deste ano.

Em 17 de dezembro, a maioria democrata na Câmara aprovou a denúncia contra o presidente com duas acusações: abuso de poder ao usar a máquina pública para pressionar o presidente da Ucrânia em benefício próprio e obstrução do Congresso ao se negar a entregar documentos e a autorizar assessores a depor. 

Pela Constituição dos Estados Unidos, basta maioria simples para a Câmara denunciar um presidente num processo de impeachment. Mas a condenação no Senado exige dois terços dos votos. Meu comentário:

Pelosi rasga discurso mentiroso de Trump

Em tom de campanha eleitoral, o presidente Donald Trump fez ontem o Discurso sobre o Estado da União apresentando seu governo como o melhor da história dos Estados Unidos. Mas mentiu e exagerou como de costume. 

No final, a presidente da Câmara dos Representantes, a deputada democrata Nancy Pelosi, rasgou o discurso enquanto o presidente era aplaudido. Ao chegar, ele recusou o aperto de mão de Pelosi.

Para os padrões de Trump, foi um discurso moderado, lido no teleprompter. Ele tentou se apresentar como um conciliador que governa para todos, mas o tom foi nitidamente partidário e autolaudatório.

Trump destacou os sucessos da economia, seu principal tema na campanha, mas omitiu que o país cresce sem parar desde 2009, no início do governo Barack Obama, e que o mercado de trabalho está em expansão desde 2010, atribuindo-se todas as glórias.

A contribuição de Trump para incentivar a economia foi o corte de impostos, que beneficiou principalmente os mais ricos e aumentou o déficit orçamentário para cerca de US$ 1 trilhão, deixando a conta para as futuras gerações. O dinheiro extra injetado na economia explica os recordes nas bolsas de valores.

O presidente não mentiu quando disse que as taxas de desemprego entre negros e latino-americanos são as menores da história. Mas afirmou que está protegendo quem tem doenças preexistentes nas reformas do sistema de saúde. Na prática, está na Justiça tentando derrubar a reforma de Obama e a garantia sobre doenças preexistentes.

A segurança nacional e a imigração, temas importantes na campanha, também foram exploradas. Trump mentiu mais uma vez ao dizer que quando chegou ao poder a organização terrorista Estado Islâmico controlava um grande território. Já estava acuado, em pleno recuo.

Dois inimigos dos EUA, o líder do Estado Islâmico, Abubaker al-Baghdadi, e o chefe da Força Quods, tropa de elite da Guarda Revolucionária Iraniana, general Kassem Suleimani, foram mortos em ações militares americanas em seu governo, destacou Trump. Foi um dos poucos momentos em que foi aplaudido por republicanos e democratas. Mas um relatório do Departamento da Defesa conclui que a capacidade operacional do Estado Islâmico não diminuiu.

A diplomacia americana não vai tão bem assim. Trump destacou os acordos comerciais com a China e os países da América do Norte, mas a guerra comercial com os chineses prejudicou o crescimento dos EUA e da economia mundial. O novo acordo de livre comércio da América do Norte pouco mudou. A alegação de que vai gerar 100 mil empregos não tem fundamento. É mais uma mentira.

Sob seu governo, declarou o presidente, o direito de portar armas será garantido, assim como a "liberdade religiosa", inclusive o direito de rezar em escolas públicas, antiga reivindicação do eleitorado cristão conservador. Na prática, é uma violação do secularismo do Estado, base da liberdade religiosa.

O aquecimento global, que o governo Trump nega ser causado pelo homem, não foi mencionado, mas, sim, que os EUA são hoje os maiores produtores mundiais de petróleo e gás. Ele omitiu que isto acontece desde 2012, quando Obama estava na Casa Branca.

Na plateia, foram homenageados o radialista ultraconservador Rush Limbaugh, que está com câncer de pulmão avançado, condecorado com a Medalha da Liberdade, veteranos de guerra, os pais de soldados mortos em combate e o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, reconhecido por 52 países como presidente interino do país.

Ao justificar o gesto de rasgar o discurso, a presidente da Câmara descreveu o texto como um "manifesto de inverdades" e sua atitude como "cortês, considerando a alternativa".

Hoje a bancada republicana no Senado deve absolver Trump no julgamento do processo de impeachment das acusações de abuso de poder ao pressionar o presidente da Ucrânia a investigar o filho do ex-vice-presidente Joe Biden e de obstruir as investigações da Câmara sobre o caso.

Apesar do impeachment, a popularidade do presidente aumentou. Na última pesquisa, 49% dos americanos aprovaram sua administração. Com a economia crescendo em ritmo de 2,1% ao ano e o desemprego em 3,5%, Trump tem grandes chances de se reeleger em 3 de novembro.

Casos de câncer devem aumentar 60% em duas décadas

O câncer avança pelo mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê um aumento de 60% no número de casos nos próximos 20 anos. O álcool, o tabagismo, as carnes processadas, a obesidade e a poluição são os principais responsáveis, noticiou hoje o jornal francês Le Monde.

O problema deve piorar especialmente nos países emergentes e em desenvolvimento. De acordo com um relatório de dois volumes divulgado hoje pela OMS e o Centro Internacional de Pesquisas sofre o câncer, em 2018, foram diagnosticados mais de 18 milhões e 100 mil novos casos no mundo inteiro. 

Entre 2012 e 2018, o aumento do número de pacientes cancerosos foi de 20 por cento, duas a três vezes mais do que o crescimento da população mundial. O total de mortes por câncer em 2018 foi de 9 milhões e seiscentas mil. Meu comentário:
A Organização Mundial da Saúde recomenda investimentos na prevenção, na vacinação, na detecção precoce e no tratamento imediato. Para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, “se identificarmos com dados científicos a situação de cada país e adotamos medidas sólidas de luta contra o câncer com cobertura universal de saúde e se mobilizarmos as partes diferentes para que trabalhem em conjunto, podemos salvar pelo menos 7 milhões de vidas nos próximos dez anos.”

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Primárias democratas começam com grande atraso na divulgação do resultado

A luta para derrotar o presidente Donald Trump na eleição de 3 de novembro começou com problemas técnicos. Até agora, só foi divulgado um resultado parcial das convenções regionais do Partido Democrata no estado de Iowa. 

Com a apuração dos votos em 62% dos locais de votação, o ex-prefeito Pete Buttigieg (26,9%) lidera, seguido pelo senador socialista Bernie Sanders (25,1%). A senadora Elizabeth Warren (18,3%) ficou em terceiro e o suposto favorito nas pesquisas nacionais, o ex-vice-presidente Joe Biden, foi o quarto (15,6%).

No fim da apuração, quem tiver mais de 15% leva parte dos delegados do estado à convenção nacional que vai indicar o adversário de Trump, a ser realizada de 13 a 16 de julho em Milwaukee, no estado de Wisconsin.

Os dirigentes estaduais do partido, que organizaram a prévia, negam ter havido um ataque cibernético. Atribuíram o atraso a um aplicativo usado para fazer a totalização dos votos.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Democratas começam a escolher o adversário de Donald Trump

Os americanos começam a votar para escolher o próximo presidente dos Estados Unidos. O estado de Iowa faz hoje a primeira eleição prévia entre os aspirantes à candidatura do Partido Democrata, de oposição. Com a economia crescendo em ritmo de 2,1% ao ano e a taxa de desemprego em 3,5%, o presidente Donald Trump é favorito, apesar da impopularidade.

Num regime presidencialista, como no Brasil e nos Estados Unidos, a reeleição é sempre um plebiscito sobre o governo do dia e o presidente tem a máquina pública nas mãos. Como ficou evidente nas relações com a Ucrânia que levaram ao processo de impeachment, Trump não hesita em usar a máquina para trabalhar para ele.

Mas hoje é o dia do início das prévias democrata. No estado de Iowa, não é uma eleição primária, é uma série de convenções regionais só para membros do partido. Iowa elege 49 delegados à Convenção Nacional do Partido Democrata que vai escolher o candidato de 13 a 16 de julho em Milwaukee, no estado do Wisconsin. 

O candidato do Partido Republicano será indicado em convenção nacional a ser realizada de 24 a 27 de agosto em Charlotte, no estado da Carolina do Norte. Com certeza, será Trump. 

A eleição no voto popular está marcada para 3 de novembro. Quem vencer em cada estado, ganha os delegados do estado no Colégio Eleitoral que vai eleger efetivamente o presidente dos Estados Unidos em 14 de dezembro. Meu comentário:

Rússia cresceu 1,3% em 2019

A economia da Rússia avançou 1,3% no ano passado, noticiou hoje a agência oficial de estatísticas Rosstat, citada pelo jornal The Moscow Times. É a menor taxa de crescimento desde 2016. Em 2018, o avanço foi de 2,3%.

Sob pressão de choques externos, como os baixos preços do petróleo e as sanções internacionais por causa da intervenção militar na Ucrânia e da anexação ilegal da Crimeia, as oportunidades de crescimento são limitadas.

Para este ano, o governo prevê um crescimento de 1,7%, podendo chegar a 1,9%, a expectativa para o ano passado, se a situação melhorar. Os economistas numa expansão por causa do aumento do auxílio-maternidade anunciado pelo ditador Vladimir Putin para estimular a natalidade.

O governo também pode usar um fundo soberano de US$ 125 bilhões acumulados quando o petróleo estava em alta para incentivar o crescimento.

Putin quer a Rússia crescendo "acima da média mundial" para garantir que sua parcela da economia mundial não diminua. O país não conseguiu isso nos últimos sete anos. Nem deve conseguir neste ano, quando a expectativa é de um crescimento global de 3%.

domingo, 2 de fevereiro de 2020

França envia mais 600 soldados para o combate ao terror no Sahel

Até o fim de fevereiro, a França vai mandar mais 600 soldados para participar da Operação Barkhane, que combate o terrorismo de extremistas muçulmanos na região do Sahel, ao sul do Deserto do Saara, anunciou hoje a ministra dos Exércitos da França, Florence Parly. Eles vão se juntar a outros 4,5 mil militares franceses que já estão na região.

A expectativa era que a França enviasse 2,2 mil soldados. O grosso dos reforços vai combater milícias jihadists na região de tríplice fronteira entre o Mali, Burkina Fasso e o Níger. O resto vai atuar diretamente no seio das Forças Armadas do Grupo dos Cinco do Sahel (Mauritânia, Mali, Burkina Fasso, Níger e Chade).

Junto com os 600 reforços, serão enviados cerca de cem veículos (blindados leves e pesados e veículos de transporte). Em novembro, a França perdeu 13 soldados num acidente entre dois helicópteros de combate.

Os grupos jihadistas intensificaram as ações terroristas no Sahel, uma região árida e pobre onde o aquecimento global agrava a miséria e a fome, com jovens homens sem futuro que são facilmente atraídos com promessas dos extremistas.

A intervenção militar francesa no Sahel começou em janeiro de 2013, quando grupos jihadistas e tuaregues marchavam em direção a Bamako, a capital do Mali. Conseguiu recuperar territórios do Norte do país, mas não acabar com as milícias.

Daqui a seis meses, a Operação Barkhane passará por nova avaliação. Numa reunião de cúpula no mês passado, a França e o G5 Sahel fizeram um apelo aos Estados Unidos para que não retirem suas forças do Sahel. Há cerca de 5 mil soldados americanos combatendo o terrorismo na África, a maioria na Somália, que fica no Leste do Sahel.

Um dos objetivos da França é mobilizar outros países europeus para que se engajem na guerra contra o terror na África. Como os EUA devem reduzir seu contingente, o comandante-em-chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas americanas, general Stephen Townsend, apelou aos europeus a que "aceitem o desafio e façam mais para ajudar a França no Sahel".

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Palestinos rompem cooperação com EUA e Israel em segurança

Em reação ao plano de paz do governo Donald Trump para o Oriente Médio, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, anunciou hoje o fim da cooperação em questões de segurança e um rompimento total de relações com os Estados Unidos e Israel.

Por unanimidade, a pedido da ANP, a Liga Árabe rejeitou hoje no Cairo o plano de Trump por "não contemplar as mínimos direitos e aspirações do povo palestino" e declarou que não vai cooperar com sua implementação.

"Israel será o único responsável pelas consequência destas políticas", advertem os governos árabes.

A proposta de Trump estende a soberania de Israel ao Vale do Rio Jordão e a todas as colônias israelenses na Cisjordânia ocupada na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Isto é ilegal à luz do direito internacional, que proíbe a guerra de conquista. E declara que Jerusalém é a capital indivisível de Israel, embora o setor árabe (oriental) tenha sido ocupado na mesma guerra.

Também prevê a criação de um Estado Nacional palestino com soberania limitada no que restar na Cisjordânia e na Faixa de Gaza em quatro anos, desde que o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) entregue as armas e deixe de controlar Gaza.

"Jamais vou aceitar esta solução", afirmou Abbas. "Não vou deixar registrado na minha história que vendi Jerusalém."

Os palestinos continuarão lutando para acabar com a ocupação israelense na Cisjordânia e criar um país nos territórios da Cisjordânia e de Gaza com base nas fronteiras anteriores à guerra de 1967 e capital no setor oriental de Jerusalém.

Apesar das pressões do governo Trump, nem os maiores aliados dos EUA no mundo árabe, a Arábia Saudita e o Egito.

"Os esforços de paz devem procurar uma solução justa que inclua os direitos dos palestinos. A Arábia Saudita vai apoiar sempre as escolhas do povo palestino", declarou o ministro do Exterior saudita, Faissal ben Farhan.

Depois de adotar uma postura receptiva em relação ao plano, o Egito recuou: "A posição egípcia é bem conhecida e está em linha com as resoluções internacionais, a favor do estabelecimento de um Estado palestino com Jerusalém Oriental como capital."