Pouco depois da eleição de Trump, em novembro de 2016, o jornalista Stephen Walt, da revista americana Foreign Policy, fez uma lista de 10 perguntas para testar se o seu presidente é um ditador.
Hoje, eu vou examinar os primeiros cinco pontos. O primeiro problema de Trump com a democracia, e também do presidente Jair Bolsonaro aqui no Brasil, é o esforço sistemático de intimidar os meios de comunicação.
Trump desacata jornalistas regularmente e contaminou outros setores do governo americano. O secretário de Estado, Mike Pompeo, teve um chilique diante de uma pergunta de uma repórter de rádio e excluiu a emissora de uma entrevista coletiva.
O presidente americano humilha, degrada e intimida jornalistas, chamando-os de inimigos do povo, uma expressão que o ditador soviético Joseph Stalin usava para justificar perseguições, processos forjados e assassinatos políticos. A atual assessora de imprensa da Casa Branca não dá entrevistas e não há sinal de que a situação vá melhorar.
Aqui no Brasil, o relacionamento de Bolsonaro com a imprensa é ainda pior depois que ele insinuou que uma repórter premiadíssima da Folha de São Paulo, Patrícia Campos Mello, ofereceu sexo em troca de um furo de reportagem. Nem Trump chegou a tanto, embora ofenda mulheres regularmente.
As atitudes dos dois presidentes legitimam os ataques a jornalistas de outros políticos, de países ditatoriais e das matilhas digitais que infestam as redes sociais, ou, no caso, antissociais.
Não há democracia sem uma imprensa independente, crítica e vigorosa. O ataque à liberdade de imprensa é um ataque à democracia. Meu comentário:
Nenhum comentário:
Postar um comentário