O senador socialista Bernie Sanders é o novo líder da disputa pela candidatura do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos em 3 de novembro. Depois de ganhar no voto popular no estado de Iowa, mas perder no número de delegados, Sanders venceu ontem a eleição primária em Novo Hampshire.
Com 97% das urnas apuradas, Sanders venceu com 25,7%, seguido pelo ex-prefeito Pete Buttigieg, vencedor em Iowa, desta vez com 24,4%. A grande surpresa foi a senadora moderada Amy Klobuchar, que conquistou 19,8% dos votos.
Os grandes derrotados foram a senadora Elizabeth Warren (9,2%), que disputa com Sanders os votos da ala mais esquerdista do partido, e o ex-vice-presidente Joe Biden (8,4%), considerado por muitos como o mais capaz de vencer o presidente Donald Trump.
Além das duas derrotas, Biden, de 77 anos, vê dois candidatos mais jovens, Buttigieg e Klobuchar, disputando os votos dos moderados. Biden é o favorito entre o eleitorado negro, fundamental para um candidato democrata. Em pronunciamento gravado, declarou que a corrida para derrotar Trump está apenas começando.
O ex-vice-presidente terá de provar sua viabilidade nas próximas eleições prévias, em Nevada, na Carolina do Sul e especialmente nos 15 estados e territórios que votam na SuperTerça-Feira, em 3 de março, quando estarão em jogo os dois estados mais populosos, a Califórnia e o Texas.
Por outro lado, a soma dos votos nos principais candidatos moderados ultrapassa os 50%, enquanto os radicais não chegam a 35%. Quatro anos atrás, Sanders chegou a 60% contra a ex-secretária de Estado Hillary Clinton. O empresário Andrew Yang, o senador Michael Bennet e o ex-governador Deval Patrick abandonaram a disputa.
Sanders e Warren empolgam as alas mais radicais do partido com propostas como aumentar impostos para os muito ricos e criar um sistema público para garantir cobertura universal de saúde, mas a maioria dos americanos não quer abrir mão de seu seguro-saúde privado nem pagar os impostos necessários para financiar um sistema totalmente público. São considerados inelegíveis por levar o partido muito para a esquerda. Serão acusados de socialistas por Trump.
A grande novidade é o ex-prefeito de South Bend, no estado de Indiana, Pete Buttigieg, moderado veterano de guerra e homossexual assumido. Além de jovem e pouco experiente, ele faz 39 anos daqui a uma semana, é difícil imaginar que os americanos elejam um presidente gay. Sua candidatura galvanizaria o eleitorado conservador e religioso ao redor da reeleição de Trump.
Neste cenário, cresce a candidatura do bilionário Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, que não participou das prévias em Iowa e Novo Hampshire. Ele banca sua própria campanha e pode ser o moderado capaz de derrotar o atual presidente. Já está em terceiro lugar nas pesquisas, atrás de Sanders e Buttigieg.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020
Sanders vence a eleição primária democrata em Novo Hampshire
Marcadores:
Amy Klobuchar,
Bernie Sanders,
Casa Branca 2020,
Eleição presidencial,
Elizabeth Warren,
EUA,
Joe biden,
Michael Bloomberg,
Partido Democrata,
Pete Buttigieg
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário