segunda-feira, 31 de julho de 2017

Trump escreveu resposta mentirosa do filho sobre encontro com russa

O presidente Donald Trump interferiu pessoalmente na elaboração da nota mentirosa de seu filho Donald Trump Jr. para explicar um encontro com uma advogada e espiã russa durante a campanha eleitoral do ano passado, revelou hoje o jornal The Washington Post. A participação direta de Trump aumenta o risco de que seja acusado de obstrução de justiça no inquérito sobre a interferência indevida da Rússia na eleição de 2016.

A resposta de Trump Jr. começou a ser preparada por assessores do presidente durante a reunião de cúpula do Grupo dos Vinte (G-20) em Hamburgo, na Alemanha, em 7 e 8 de julho, diz o Post. O objetivo era se antecipar a notícia, divulgando uma nota que não pudesse ser desmentida por revelações futuras. Mas o presidente mudou de ideia.

Dentro do avião presidencial Air Force One, na volta para casa, Trump ditou pessoalmente a primeira versão, dizendo que o filho e a advogada russa tinham "discutido principalmente um programa de adoção de crianças russas" quando se encontraram, em junho de 2016.

A nota foi divulgada quando o jornal The New York Times preparava uma reportagem sobre a reunião, da qual também participaram o genro de Trump, Jared Kushner, e o chefe da campanha, Paul Manafort. Afirmava que o assunto discutido no encontro "não era tema da campanha".

Com a multiplicidade de versões circulando, três dias depois Trump Jr. admitiu ter recebido mensagens de correio eletrônico com promessa de um intermediário britânico de que os russos teriam informações comprometedoras sobre a adversária de Trump, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton. Mais ainda: as informações estavam sendo passadas como sinal do apoio do Kremlin à candidatura Trump.

O presidente fica assim mais vulnerável a uma acusação de obstrução de justiça no inquérito presidido pelo procurador especial Robert Mueller, ex-diretor-geral do FBI (Federal Bureau of Investigation ), a polícia federal dos EUA.

Em maio, Trump demitiu o então diretor-geral do FBI, James Comey. Recentemente, criticou o ministro da Justiça e procurador-geral Jeff Sessions, que se declarou impedido de presidir o inquérito por ter se encontrado com o embaixador russo.

Trump estaria interessado em se livrar de Sessions para afastar Mueller, mas está sob pressão dos deputados e senadores do Partido Republicano para respeitar a regra do jogo. Até indultar a si mesmo Trump admitiu em seus tuítes delirantes. O cerco se fecha.

Tesouro dos EUA impõe sanções a Maduro

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos impôs hoje sanções ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, por violações dos direitos humanos e por considerar ilegítimas as eleições de ontem para uma Assembleia Nacional Constituinte usada para criar um regime autoritário.

A medida congela todos os bens e valores de Maduro em território dos EUA. Não se sabe se existe algum. Ele entra numa lista negra de chefes de Estado e de governo e altos funcionários feita pelo Tesouro americano.

"As eleições ilegítimas de ontem confirmam que Maduro é um ditador que despreza a vontade do povo venezuelano", afirmou o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, ao anunciar a decisão do governo Donald Trump. "Ao sancionar Maduro, os EUA deixaram clara nossa oposição às políticas do regime e nosso apoio ao povo da Venezuela que quer a volta de uma democracia plena e próspera."

O secretário do Tesouro advertiu que todos os funcionários públicos ligados à Assembleia Constituinte de Maduro pode ser alvo de sanções. Não falou em petróleo. Dentro do governo Trump, altos funcionários ameaçam cortar a importação de petróleo venezuelano se Maduro levar adiante a Constituinte.

Procuradora-geral denuncia ilegitimidade da Constituinte na Venezuela

A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, repudiou hoje o resultado das eleições convocadas ilegalmente pelo ditador Nicolás Maduro para formar uma Assembleia Nacional Constituinte a assim usurpar os poderes da Assembleia Nacional eleita democraticamente, dominada pela oposição, informou o jornal venezuelano El Nacional.

"Dirijo-me ao país na condição de procuradora-geral e membro do Conselho Moral Republicano para desconhecer os supostos resultados desta Constituinte presidencial", declarou Luisa Ortega em entrevista coletiva. "O que anunciaram foi uma burla ao povo e sua soberania, enquanto dão muito poder a uma minoria."

Ela afirmou que os resultados oficiais divulgados ontem pelo Conselho Nacional Eleitoral, dominado pelo regime chavista, só beneficiam o governo para que se mantenha no poder. Também previu que a Constituinte de Maduro só vai agravar a crise política, econômica e social.

Luisa Ortega foi contra a convocação de uma Constituinte desde que Maduro apresentou a ideia. Um dos argumentos para denunciar a ilegalidade e ilegitimidade da manobra é a exigência de um plebiscito, de uma consulta popular. Sem apoio popular, Maduro atropelou a Constituição e convocou a Constituinte assim mesmo.

A procuradora-geral alegou ainda que a Constituição da República Bolivarista da Venezuela, aprovada em 1999 sob a inspiração do então presidente Hugo Chávez, é uma conquista da "revolução" e deve ser preservada em homenagem ao finado caudilho.

Em resposta, o governo usurpou seus poderes, congelou seus bens e propriedades, e a proibiu de deixar a Venezuela.

Mais de 120 pessoas foram mortas nas manifestações de rua realizadas todos os dias desde o começo de abril. A Venezuela está à beira de uma guerra civil.

Diretor da comunicações da Casa Branca cai após 10 dias no cargo

Durou apenas 10 dias o reinado do magnata financeiro Anthony Scaramucci como diretor de comunicações da Presidência dos Estados Unidos. Ele caiu hoje depois de atacar violentamente com palavrões o chefe da Casa Civil da Casa Branca, Reince Priebus, que pediu demissão.

Scaramucci tinha a missão de acabar com o vazamento de informações na Casa Branca. Quando seus dados financeiros foram revelados pelo boletim Politico, o financista reagiu furiosamente e atacou Priebus em entrevista à revista The New Yorker, chamando-o de "esquizofrênico paranoide fudido, um paranoico". As informações haviam sido obtidas de fontes públicas.

Priebus saiu sem responder diretamente a Scaramucci, alegando não querer chafurdar na lama. Foi substituído pelo general reformado John Kelly, do Corpo de Fuzileiros Navais, encarregado de pôr ordem no caos em que se transformou a Presidência dos EUA no governo Donald Trump.

Brasil, EUA e outros países não reconhecem Constituinte de Maduro

O Brasil, os Estados Unidos, a Argentina, a Colômbia, o México, o Uruguai e a Espanha não vão reconhecer a Assembleia Nacional Constituinte eleita indiretamente ontem na Venezuela numa jogada do ditador Nicolás Maduro para tirar poder da Assembleia Nacional, dominada pela oposição.

Pelo menos 10 pessoas foram mortas pela violência política associada a essas eleições, elevando para mais de 120 o total de mortos desde o início de uma onda de manifestações de rua diárias, em abril. Os oposicionistas saíram às ruas para boicotar o pleito. Enfrentaram a Guarda Nacional e as milícias chavistas.

Mais de 8 milhões de venezuelanos participaram da votação de ontem, boicotada pela oposição, anunciou a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena. A oposição contesta este número e acusa o regime chavista de manipulação.

Duas semanas antes, mais de 7,6 milhões de venezuelanos participaram de uma consulta popular realizada pela oposição e 98% votaram contra a Constituinte de Maduro, que vai transformar a Venezuela numa ditadura escancarada.

Pela Constituição da República Bolivarista da Venezuela, aprovada em 1999 sob a inspiração do então presidente Hugo Chávez, a convocação de uma Constituinte precisa ser aprovada pelo voto popular em plebiscito. Maduro ignorou a Constituição de Chávez e pretende reescrevê-la para acabar com qualquer vestígio de democracia na Venezuela.

Vários governos repudiaram a Constituinte e fizeram apelos a Maduro para suspender a assembleia e retomar o diálogo com a oposição. O diálogo é difícil em meio à pior crise econômica desde a independência do país.

Para ficar no cargo até as próximas eleições, Maduro teria de mudar totalmente a política econômica, acabando com os controles de preços e câmbio. Parece inacreditável.                                          

domingo, 30 de julho de 2017

Maioria dos americanos apoia programa de saúde de Obama

Quase dois terços dos Estados Unidos são contra as tentativas do Partido Republicano de acabar com o programa de saúde do governo Barack Obama e acreditam que o Congresso deve se dedicar a outras questões, indica uma pesquisa do instituto Ipsos para a agência Reuters.

Cerca de 64% dos mais de 1.130 americanos ouvidos em 28 e 29 de julho, depois do colapso das propostas republicanas no Senado, querem manter o Obamacare "inteiramente como está" ou mudando apenas "áreas problemáticas". Em janeiro, 54% eram a favor.

Ao todo, 71% esperam que o Congresso passe a atacar outros problemas do país. Apenas 29% querem que os republicanos "continuem trabalhando numa nova lei de saúde". É mais uma derrota para o presidente Donald Trump, que insiste na rejeição do programa de Obama para garantir cobertura universal de saúde.

sábado, 29 de julho de 2017

Dólar passa de 10 mil bolívares com crise na Venezuela

Com o agravamento da crise política na véspera de eleições para escolher uma Assembleia Constituinte servil ao ditador Nicolás Maduro, a cotação do dólar no mercado paralelo da Venezuela chegou hoje a 10.389,79 bolívares e o euro a 12.156,05 bolívares, noticiou o boletim Dolar Today.

Os principais líderes da oposição, Henrique Capriles e Leopoldo López, convocaram a população a sair às ruas e tentar bloquear a votação. Pela Constituição da República Bolivarista da Venezuela, do governo Hugo Chávez, é necessário um plebiscito para o eleitorado autorizar a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte.

Sob pressão da Assembleia Nacional, onde a oposição tem maioria de dois terços desde 5 de janeiro de 2016, Maduro usa a Constituinte para desautorizar o atual Legislativo e governar com o apoio de entidades pelegas subservientes ao regime chavista. É a consolidação da ditadura. O Executivo controla o Judiciário e passará a dominar também o Legislativo, anulando a vitória eleitoral da oposição.

Dos 545 deputados da Constituinte de Maduro, 364 serão eleitos territorialmente, um em cada município e dois para as capitais de estado. Os demais 181 constituintes serão eleitos por setor, por entidades dominadas pelo chavismo, 79 trabalhadores, 28 aposentados, 8 camponeses e pescadores, 8 indígenas, 5 empresários e 4 deficientes.

Cerca de 20 mil candidatos se inscreveram para as eleições territoriais e 35 mil para as eleições setoriais, revelou o Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo regime.

A Venezuela vive a pior crise econômica de sua história independente, com queda de 30% do produto interno bruto desde 2013, ano da morte de Hugo Chávez, o que caracteriza uma depressão econômica. Isso jogou 82% da população na miséria.

Desde a ascensão de Chávez ao poder, em 1999, a Venezuela exportou US$ 1 trilhão em petróleo, mas não tem dinheiro para importar papel higiênico. A inflação deve chegar a 1.200% neste ano e o desabastecimento de produtos básicos é generalizado. Três quartos dos venezuelanos perderam peso por falta de comida.

Para agravar ainda mais a situação, pelo menos 117 pessoas foram mortas na repressão governamental contra as manifestações de protestos que tomam as ruas da Venezuela todos os dias desde o início de abril.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Trump demite chefe da Casa Civil da Casa Branca

O presidente Donald Trump demitiu hoje Reince Priebus da chefia da Casa Civil da Presidência dos Estados Unidos e anunciou no Twitter sua substituição pelo até agora secretário da Segurança Interna, general John Kelly, da reserva do Corpo de Fuzileiros Navais.

Priebus havia sido violentamente atacado pelo novo diretor de comunicações da Casa Branca, Anthony Scaramucci. Em telefonema ao correspondente em Washington da revista The New Yorker, Ryan Lizza, Scaramucci chamou Preibus de "esquizofrênico paranoide fudido, um paranoico" e acusou-o pelo vazamento de notícias para os meios de comunicação.

Quando Trump não reagiu desautorizando seu diretor de comunicações, ficou evidente que os dias de Preibus estavam contados. Foi o não interino que ficou menos tempo no cargo.

O ex-ministro-chefe da Casa Civil era presidência do comitê executivo nacional do Partido Republicano. Foi uma indicação que veio do partido e não do círculo íntimo dos favoritos de Trump.

"Tenho prazer em informou que acabei de nome o secretário e general John Kelly para chefe da Casa Civil da Casa Branca. Ele é um grande americano e um grande líder", anunciou Trump no Twitter no início da tarde.

Em discurso fascistou em que avalizou a violência policial diante de policiais dos estados de Nova Jérsei e Nova York e culpou os imigrantes pela criminalidade e a violência nos EUA, Trump elogiou seu secretário da Segurança Interna dizendo que Kelly reduziu sensivelmente a entrada de imigrantes ilegais.

O novo desafio do ex-fuzileiro naval é pôr ordem na caótica Casa Branca do governo Trump, que claramente prefere militares a políticos.

Coreia do Norte faz novo teste de mísseis

O regime comunista da Coreia do Norte fez hoje um novo teste do que pode ser um míssil balístico intercontinental, alimentando o temor de que no próximo ano tenha capacidade de lançar um ataque nuclear contra o território dos Estados Unidos, revelou o Pentágono, citado pela televisão americana CNN.

O míssil subiu a uma altitude de 3,7 mil quilômetros até cair no mar entre a Península Coreana e o Japão a cerca de mil quilômetros do ponto de lançamento. A Coreia do Sul, o Japão e o Departamento da Defesa dos EUA estão examinando o teste para identificar o tipo de míssil.

A Coreia do Norte havia testado um míssil balístico intercontinental em 4 de julho, Dia da Independência dos EUA, considerado uma provocação. O presidente sul-coreano, Moon Jae In, que tenta inutilmente retomar o diálogo com o Norte, convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional.

Nos EUA, o presidente Donald Trump ameaça atacar o programa nuclear norte-coreano para impedir que o país desenvolva capacidade nuclear de atacar o território americano, mas a guerra seria inevitável e o principal alvo do Norte seria a região de Seul, a capital da Coreia do Sul, com risco de milhões de mortes, se forem usadas armas nucleares.

Senado dos EUA derrota mais uma vez rejeição ao Obamacare

Por 51 a 49, com voto decisivo do senador John McCain, o Senado dos Estados Unidos rejeitou mais uma vez a proposta do Partido Republicano e do presidente Donald Trump para revogar a Lei de Cobertura de Saúde Acessível, a principal conquista de política interna do governo Barack Obama.

"É hora de olhar para os colegas do outro lado do plenário e ouvir o que tem a dizer", admitiu o líder da maioria republicana, senador Mitch McConnell, reconhecendo a derrota e pedindo à bancada do Partido Democrata que apresente suas propostas para melhorar o sistema de saúde.

Estava em votação hoje a chamada "rejeição magrinha", limitada ao fim da obrigação de ter seguro-saúde, de empresas de certo porte financiarem a cobertura de seus funcionários e de planos de saúde não poderem excluir doenças preexistentes.

Se os planos de saúde puderem excluir doenças preexistentes, quem tiver essas doenças terá prêmios de seguro-saúde altíssimos e provavelmente deixará de ter cobertura. O programa de Obama visava a dar cobertura universal de saúde. A proposta rejeitada deixaria 15 milhões sem seguro-saúde em dez anos, alertou o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, um órgão bipartidário.

O projeto volta agora para uma comissão, onde poderá ser reescrito. "Vamos virar a página e trabalhar juntos para melhorar nosso sistema de saúde", diz agora o líder da minoria, senador Charles Schumer.

McCain deu o voto decisivo. Veterano da Guerra do Vietnã, onde ficou preso durante cinco anos e meio, ele foi candidato à Casa Branca derrotado por Obama em 2008 e enfrenta uma nova batalha contra um câncer de cérebro agressivo diagnosticado há pouco.

Durante a campanha, Trump o atacou pessoalmente, afirmando que "verdadeiros heróis não vão presos". Devem vir aí novos disparos no Twitter.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Estado-Maior reage a veto de Trump a transgêneros nas Forças Armadas

O Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos Estados Unidos declarou hoje que a política em relação a transgêneros não vai mudar enquanto o presidente Donald Trump não enviar ordens diretamente ao Departamento da Defesa, o Pentágono.

"Não haverá mudanças na atual política até que a ordem do presidente seja recebida pelo secretário da Defesa e que o secretário dê as orientações para implementá-la", afirmou o comandante do Estado-Maior, general Joseph Dunford. "Vamos continuar a tratar todo o nosso pessoal com respeito."

Ontem, o presidente Trump anunciou no Twitter o veto à participação de transgêneros nas Forças Armadas, rompendo uma promessa de campanha de proteger a comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) da discriminação e do preconceito.

Trump alegou que a medida tem alto custo e afeta a disciplina dos militares. Não há nenhum estudo que corrobore essa ideia. O presidente disse ter consultado assessores e generais, mas o secretário da Defesa, James Mattis, foi informado depois do tuíte.

É mais uma iniciativa de Trump para destruir o legado do governo Barack Obama, que acabou com uma política hipócrita conhecida como "não pergunte, não conte". Ela permitia a presença de LGBTs nas Forças Armadas dos EUA desde que não assumissem publicamente sua homossexualidade ou bissexualidade.

Assim, se um militar voltando de uma frente de guerra fosse recebido na volta por seu parceiro, não poderia abraçar nem fazer gestos efusivos de carinho e afeto. Obama acabou com isso.

Sob pressão de sua base conservadora, contrária ao uso de dinheiro público para financiar cirurgias de mudança de sexo, Trump foi muito além do esperado.

O senador republicano John McCain, veterano da Guerra do Vietnã, onde foi prisioneiro de guerra, criticou o presidente dizendo que todo cidadão americano que quiser servir às Forças Armadas e for considerado apto nos testes deve ter esse direito e ser considerado um patriota.

Há estimativas do total de transgêneros militares que vão de 2,5 mil a 16 mil. O dinheiro gasto pelo Pentágono com cirurgias para mudar de sexo é cinco vezes menos do que a despesa com medicamentos contra a impotência sexual.

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Senado rejeita revogar programa de saúde de Obama sem substituição

Em mais uma derrota do presidente Donald Trump, o Senado dos Estados Unidos rejeitou uma proposta para acabar com o programa de universalização da cobertura de saúde do governo Barack Obama sem substituí-lo por outro, noticiou o jornal The New York Times.

Sete senadores do Partido Republicano se uniram aos 48 da bancada do Partido Democrata para votar contra a "rejeição limpa" defendida pelo senador libertário Rand Paul, que é contra a participação do Estado na cobertura de saúde.

O fracasso da proposta reflete a divisão na bancada republicana. Enquanto a maioria quer reduzir a participação do Estado no sistema de saúde, alguns senadores temem a reação popular ao fim da Lei de Atendimento de Saúde a Preços Acessíveis, o que pode deixar 20 milhões de americanos sem cobertura.

A reforma da saúde continuará em debate até o fim da semana. Os republicanos cogitam rejeitar apenas partes do programa de Obama, como a obrigação de ter seguro-saúde e de que as grandes empresas ofereçam cobertura a seus empregados.

Mesmo assim, o impacto no sistema de saúde seria enorme, advertiu o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), bipartidário, com risco de deixar mais 15 milhões de pessoas sem seguro-saúde.

O chamado Obamacare impôs a obrigação de ter plano de saúde, obrigou empresas a financiar a cobertura de seus funcionários, proibiu os planos de saúde de excluir doenças preexistentes, criou um imposto sobre lucros financeiros para aumentar o orçamento do Medicaid, o programa de saúde para os pobres.

Ao cortar o orçamento do Medicaid em US$ 900 bilhões e reduzir impostos sobre aplicações financeiras que beneficiam os ricos, e especialmente os muito ricos, o Partido Republicano corre o risco de perder a maioria na Câmara e no Senado nas eleições intermediárias de 2018.

Se com maioria o governo Donald Trump não conseguiu fazer nada além de aprovar a nomeação do juiz conservador Neil Gorsuch para a Suprema Corte, sem maioria o risco de impeachment de Trump seria muito maior.

terça-feira, 25 de julho de 2017

Trump frita ministro da Justiça e procurador-geral dos EUA

Insatisfeito com a investigação sobre um possível conluio de sua campanha com o governo da Rússia, o presidente Donald Trump está hostilizando publicamente o ministro da Justiça e procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions.

Sessions foi o primeiro senador a apoiar a candidatura Trump. Se for demitido, as relações do presidente com a bancada do Partido Republicano no Senado serão sensivelmente abaladas. O presidente o humilha publicamente para forçar a demissão

O problema de Sessions é que ele admitiu ter se encontrado com o embaixador russo em Washington, depois de ter omitido isso no primeiro momento. Por essa razão, ele se declarou impedido de presidir o inquérito sobre a interferência indevida da Rússia na eleição presidencial americana.

Trump quer se livrar não apenas de Sessions, mas principalmente do procurador especial Robert Mueller, ex-diretor-geral do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal dos EUA. Quando demitiu o procurador independente Archibald Cox, em 1973, o então presidente Richard Nixon deixou clara sua culpabilidade no escândalo de Watergate, que o levou a renunciar em 1974.

Em 9 de maio, Trump demitiu o diretor-geral  James Comey, depois que este se recusou a encerrar o inquérito. Só um diretor-geral do FBI fora demitido no meio do mandato, por corrupção. Comey foi o primeiro afastado por investigar um presidente. Mas demitir o ministro da Justiça e procurador-geral é um desafio muito maior para um presidente que não respeita a liturgia do cargo e se considera melhor do que seus antecessores.

Nesta semana, Trump chegou a tuitar sobre seu "poder total" para perdoar, como se pudesse indultar a si mesmo. Hoje, acusou Sessions de ser "fraco" por não reabrir a investigação sobre o uso de correio eletrônico privado por Hillary Clinton quando secretária de Estado. O FBI encerrou o inquérito.

Três desafios aguardam Trump: o fracasso de mais uma votação da reforma de saúde para acabar com a cobertura universal do governo Obama; o inquérito sobre a Rússia, que se aproxima da família dele, nesta semana um filho e o genro depõe no Congresso; e a aprovação pelo Congresso de novas sanções à Rússia, que vão testar as relações de Trump com o Kremlin.

Senado rejeita proposta republicana para reformar sistema de saúde

Por 57 a 43 votos, o Senado dos Estados Unidos derrubou há pouco a proposta do Partido Republicano para revogar e substituir o programa de universalização da cobertura de saúde do governo Obama. O debate continua e novas votações devem ser realizadas ainda nesta semana.

Todos os senadores democratas e nove republicanos votaram contra o plano apresentado pelo líder da maioria, Mitch McConnell, o que dificulta a rejeição do programa de saúde de Obama.

O vice-presidente Mike Pence, que no sistema constitucional americano preside o Senado, deu o voto de minerva para que a questão fosse colocada em debate. Mais uma vez, é possível que o governo Donald Trump fracasse em sua tentativa de destruir o legado de Obama.

Hesbolá toma vale estratégico na fronteira da Síria com o Líbano

A milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá anunciou ontem a retomada de um vale estratégico que era o último reduto da Frente pela Conquista do Levante, braço da rede terrorista Al Caeda, na fronteira da Síria com o Líbano, informou o jornal conservador israelense The Jerusalem Post.

Ao lado do Exército da Síria, o Hesbolá reconquistou o vale de Wadi al-Kheil, em Juroud Arsal, uma zona de fronteira montanhosa que foi esconderijo para jihadistas da rede Al Caeda e da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

Pelo menos 19 milicianos do Hesbolá e 130 jihadistas sunitas morreram na batalha. O Hesbolá, financiado e treinado pelo Irã, é a principal força terrestre de apoio do Exército na guerra civil da Síria.

Como os xiitas dominam hoje o governo de Bagdá e milícias xiitas, inclusive iranianas, participam da guerra contra o Estado Islâmico no Iraque, o Irã está criando um Crescente Xiita, um arco que vai do território iraniano até o Mar Mediterrâneo passando pelo Iraque, a Síria e o Líbano.

Carro-bomba dos Talebã mata 35 pessoas em Cabul

Pelo menos 35 pessoas foram mortas e outras 40 feridas na explosão de um carro-bomba detonado por um terrorista suicida na Zona Oeste de Cabul, a capital do Afeganistão, noticiou a agência Reuters. A polícia cercou a área, próxima à residência do vice-governador Mohammad Mohakik, onde a maioria da população é xiita hazara.

Três veículos civis e 15 lojas foram destruídos. "Estava na minha loja quando se repente ouvi um barulho horrível e as janelas se quebraram", declarou Ali Ahmed, um comerciante do bairro.

Mais de 1,7 mil civis foram mortos desde o início do ano pela violência da guerra civil afegã, onde a milícia fundamentalista dos Talebã (Estudantes) enfrenta o governo instaurado depois da invasão americana de outubro de 2001 para vingar os atentados terroristas de 11 de setembro daquele ano. A organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante também tenta instalar uma base no país.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Genro e assessor de Trump nega conluio com a Rússia

Em depoimento na Comissão de Inteligência do Senado dos Estados Unidos, o genro e assessor especial do presidente Donald Trump, Jared Kushner, negou hoje ter participado de um conluio com o governo da Rússia para ajudar o candidato republicano a vencer a eleição presidencial do ano passado.

Kushner admitiu ter mantido contato com funcionários russos em quatro ocasiões durante a campanha, mas negou que tenha havido algo impróprio nesses encontros: "Não participei de nenhum conluio e não sei de ninguém na campanha que tenha feito isso com algum governo estrangeiro."

Ele também negou ter recebido financiamento da Rússia para seus negócios privados: "Não tive nenhum contato impróprio. Não dependi de fundos russos para financiar minha atividades empresariais no setor privado."

O genro do presidente comprou parte do antigo prédio do jornal The New York Times do oligarca russo Lev Leviev, magnata imobiliário e do mercado de diamantes, acusado de lavagem de dinheiro.

Um ponto central de sua defesa foi negar a tentativa de abrir um canal de comunicação direto e clandestino com o Kremlin.

A interferência indevida da Rússia na eleição presidencial americana está sendo investigada pelo Congresso e pelo FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal dos EUA. O inquérito policial é presidido por Roberto Mueller, ex-diretor do FBI.

domingo, 23 de julho de 2017

Popularidade de Macron cai 10 pontos para 54%

Com uma queda de 10 pontos percentuais em julho, a popularidade do presidente da França, Emmanuel Macron, baixou para 54%, indica uma pesquisa do Instituto Francês de Opinião Pública (Ifop) publicada hoje no Journal de Dimanche.

Desde maio a julho de 1995, quando Jacques Chirac caiu 15 pontos, um presidente francês não sofria uma perda de popularidade tão forte nos primeiros três meses de governo.

"Não é o fim do estado de graça, mas um primeiro alerta muito sério",  advertiu o JDD. Quando foi eleito, no segundo turno, em 7 de maio, Macron tinha o apoio de 62% dos franceses. Em junho, 64% estavam satisfeitos com o presidente.

O general Charles de Gaulle perdeu cinco pontos em três meses em 1966, de 61% para 56%. François Mitterrand recuou sete pontos em 1981, depois de sua primeira eleição, de 54% a 47%.

Entre as razões para a queda na popularidade do jovem presidente da França estão o bate-boca com o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Pierre de Villiers, que reclamava dos cortes orçamentários e pediu demissão. Macron passou uma imagem de arrogância e foi comparado a Napoleão Bonaparte.

O aumento da contribuição previdenciária e a expectativa de reformas que aumentem a idade da aposentadoria e simplifiquem a legislação trabalhista preocupam boa parte do eleitorado, além das esperadas demissões e cortes de vagas no serviço público.

Macron perdeu 11 pontos percentuais entre os maiores de 65 anos e 14 pontos na faixa de 50 a 64 anos. Caiu 12 pontos entre os eleitores do Partido Socialista e 18 pontos entre os funcionários públicos.

sábado, 22 de julho de 2017

Estado Islâmico teve acesso a material para fazer bomba radioativa

Quando tomou Mossul, há pouco mais de três anos, diante do colapso do Exército do Iraque, a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante teve acesso a uma série de armas americanas de última geração e até mesmo de material radioativo que permite fazer uma bomba nuclear suja, revelou o jornal The Washington Post.

Num campus da Universidade de Mossul, a segunda maior cidade iraquiana, estavam guardadas duas caixas de cobalto-60, um elemento altamente radioativo. Em medicina nuclear, o cobalto-60 é usado para tratamentos de radioterapia contra o câncer.  Nas mãos dos terroristas, pode ser uma arma perigosa.

A chamada bomba suja não explode como a verdadeira bomba atômica. Espalha no ambiente um material radioativo para matar a causar pânico. Os serviços secretos ocidentais sabiam do cobalto-60. Nos últimos três anos, observaram ansiosamente à espera de sinais de que o Estado Islâmico tentasse usar o material para fabricar armas.

Durante a Batalha de Mossul, no início deste ano, o governo iraquiano conseguiu entrar no campus. As caixas de cobalto-60 estavam no mesmo lugar de antes da invasão. Os especialistas dos Estados Unidos acreditam que os milicianos temeram contaminar a si mesmos ao manipular o cobalto-60. Não tiveram capacidade técnica para produzir um artefato nuclear.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Porta-voz de Trump pede demissão

Insatisfeito com a nomeação do financista Anthony Scaramucci para diretor de comunicação da Casa Branca, o polêmico assessor de imprensa do governo Donald Trump, Sean Spicer, pediu demissão hoje. Spicer estava interinamente no cargo desde a saída de Mike Dubke.

O presidente teria feito um apelo pessoal para manter Spicer. Sua saída abrupta a inesperada surpreendeu os funcionários da Ala Oeste da Casa Branca, onde funciona a Presidência dos Estados Unidos. É mais um sinal do caos que marcou os primeiros seis meses do governo Trump, completados ontem.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Ex-chefe da campanha de Trump está sob investigação por lavagem de dinheiro

Sob suspeita de lavagem de dinheiro, o ex-chefe da campanha eleitoral do presidente Donald Trump, Paul Manafort, é alvo do inquérito presidido pelo procurador especial Robert Mueller sobre a interferência indevida da Rússia nas eleições dos Estados Unidos, noticiou hoje o jornal The Wall Street Journal.

Antes de aderir à campanha de Trump, Manafort havia trabalhado para políticos da Ucrânia aliados de Moscou e devia US$ 17 milhões a empresas de fachada que bancavam suas atividades a serviço do Partido das Regiões, revelou ontem o jornal The New York Times, citando dados obtidos no paraíso fiscal da ilha de Chipre, no Mar Mediterrâneo.

A teia envolve mais de uma dúzia de entidades que transferiram entre si milhões de dólares em empréstimos, pagamentos e taxas no modelo de capitalismo mafioso que tomou conta das ex-repúblicas soviéticas da Rússia e da Ucrânia depois do fim da União Soviética.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Justiça amplia conceito de família de decreto antimuçulmanos de Trump

A Suprema Corte manteve hoje a decisão de um juiz do Havaí que ampliou o conceito de família do decreto para barrar a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de seis países de maioria muçulmana, rejeitando um apelo do governo Donald Trump.

O decreto de Trump proíbe a aceitação de novos pedidos de asilo político por 120 dias e a entrada nos EUA por 90 dias de cidadãos do Iêmen, do Irã, da Líbia, da Somália, da Síria e do Sudão. É o segundo. O primeiro atingia também o Iraque, onde os EUA lutam como Força Aérea do Exército iraquiano e milícias aliadas contra a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

Depois da versão revista ser derrubada por discriminação religiosa em primeira instância e em tribunais federais regionais, o supremo tribunal americano aceitou examinar o caso a partir de outubro e colocou o decreto em vigor até lá, com uma exclusão importante.

A Suprema Corte decidiu excluir do veto quem tiver uma relação de "boa fé" com pessoas e entidades nos EUA. Isso inclui quem tem visto de residência permanente e seus parentes.

Na definição de família, o governo Trump considerou apenas a família nuclear: pai, mãe e filhos. A Justiça Federal do Havaí acrescentou avós, netos, tios, primos e sobrinhos. Trump recorreu e perdeu mais uma.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Mais de 98% votaram contra a Constituinte de Maduro

Mais de 98% dos 7,6 milhões de venezuelanos que participaram de uma consulta popular realizada pela oposição rejeitaram a proposta do ditador Nicolás Maduro de convocar uma Assembleia Nacional Constituinte eleita por entidades leais ao regime chavista.  

Como próximos passos, a oposição venezuelana convocou uma greve geral para 21 de julho e anunciou a formação de um governo paralelo para fazer sombra a Maduro. 

O ditador da Venezuela insiste na convocação de uma Constituinte. Seu principal objetivo é tirar a legitimidade da Assembleia Nacional, onde a oposição elegeu uma maioria de dois terços.

Com sua nova Constituição, que revoga a Carta escrita e aprovada sob a inspiração do finado caudilho Hugo Chávez, Maduro ambiciona o poder absoluto e o fim das eleições democráticas.

Ao comentar o resultado ontem, o presidente da Assembleia Nacional, deputado Julio Borges, afirmou que na prática o mandato de Maduro está revogado.

Hoje à tarde, horas de milicianos chavistas se concentraram perto da sede da Assembleia Nacional. O Legislativo deve receber hoje o relatório final do Comitê de Postulantes às 33 vagas do Tribunal Supremo de Justiça e fazer as nomeações até sexta-feira, colocando-se em rota de colisão com o Executivo.

Pouco depois do meio-dia, a agência Bloomberg noticiou que os Estados Unidos podem impor sanções ao ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, e ao ex-presidente da Assembleia Nacional Diosdado Cabello por causa das violações dos direitos humanos na repressão aos protestos populares, que não cessam desde o início de abril, com cerca de cem mortes.

A Venezuela enfrenta a pior crise econômica de sua história independente, com queda de mais de 20% no produto interno bruto nos últimos anos, inflação de 950% e desabastecimento de mais de 80% dos produtos básicos.

Com ou sem Constituinte, Maduro não tem resposta para esses problemas. Limita-se a denunciar uma conspiração internacional liderada pelos EUA com a conivência das classes dominantes venezuelanas.

Os EUA, a União Europeia e o Brasil apoiaram o resultado do referendo e pediram ao governo que desista da Constituinte. O governo Donald Trump ameaça impor novas sanções, enquanto o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, pediu a intermediação do ditador de Cuba, Raúl Castro, para negociar uma solução pacífica.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Reforma da saúde de Trump fracassa no Senado dos EUA

Com a defecção dos senadores Jerry Moran e Mike Lee, anunciada hoje à noite em Washington, o projeto do Partido Republicano em andamento no Senado dos Estados Unidos para acabar com o programa de saúde do governo Obama está destinado ao fracasso, noticiou há pouco o jornal The New York Times.

A direita republicana tenta há sete anos acabar com o que chama de Obamacare, o programa do governo anterior para garantir cobertura de saúde para todos os americanos, alegando que é um peso para empresas e não reduziu os custos do tratamento médico nos EUA.

"Há sérios problemas com o Obamacare, e minha meta continua sendo a mesma há muito tempo: repelir e substituir", declarou o senador Moran, do estado do Kansas. "Esse processo realizado a portas fechadas fracassou em revogar a Lei de Cobertura de Saúde a Preços Acessíveis e em reduzir os custos do tratamento."

Os dois senadores coordenaram seus anúncios nesta segunda-feira à noite para dar maior impacto à notícia. Outros dois senadores republicanos, a moderada Susan Collins, do Maine, e o conservador Rand Paul, do Kentucky, haviam tomado a decisão de votar contra o projeto apoiado pelo líder do partido no Senado, Mitch McConnell, e pelo presidente Donald Trump.

Sem esses votos, o projeto não tem a menor chance de atingir os 50 votos necessários para passar pelo Senado. A liderança republicana pode agora alterar o projeto na busca do apoio dentro da bancada ou ampliar as negociações para incluir o Partido Democrata num acordo bipartidário para tentar corrigir os problemas da reforma de saúde do governo Obama sem acabar com ela.

"O segundo fracasso da Trumpcare é a prova de que este projeto não funciona", comentou o líder da minoria democrata, senador Chuck Schumer, de Nova York. "Em vez de repetir o mesmo erro, os republicanos devem começar do zero e trabalhar com os democratas para reduzir os prêmios [de seguros-saúde], dar estabilidade de longo prazo aos mercados [de negociação dos planos de saúde] e melhorar nosso sistema de saúde."

domingo, 16 de julho de 2017

Macron: "antissionismo é um novo tipo de antissemitismo"

Durante cerimônia para lembrar os 75 anos da deportação dos judeus de Paris na Segunda Guerra Mundial, o presidente da França, Emmanuel Macron, repudiou hoje a negação do Holocausto e chamou o antissionismo, a rejeição à existência do Estado de Israel, de "um novo tipo de antissemitismo", o preconceito contra judeus.

Ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Macron criticou sua maior adversária na eleição presidencial, a líder da Frente Nacional, de extrema direita, Marine Le Pen. Na campanha, Marine tentou eximir a França de responsabilidade pela grande deportação dos judeus de Paris para campos de concentração, em 16 de julho de 1942, culpando a Alemanha nazista, que ocupava o país.

"Há quem diga que [o governo colaboracionista de] Vichy não era a França", declarou o presidente francês. "É verdade que Vichy não era toda a França, mas era o governo da França e foi responsável pela deportação dos judeus franceses."

Macron considerou uma desgraça ignorar o papel da França na Segunda Guerra Mundial. O país foi ocupado pela Alemanha em maio de 1940 e teve um governo que colaborou com os nazistas até a Invasão da Normandia, em 6 de junho de 1944, pelas forças aliadas e a subsequente libertação da França.

"Temos a responsabilidade de perceber quando e onde falhamos", reconheceu o presidente. "Os subterrâneos e aqueles que resgataram os judeus salvaram a dignidade da França, mas a realidade era o governo de Vichy. É conveniente e fácil ver Vichy como algo perpetrado por agentes estrangeiros, mas era a realidade. Não se pode ter orgulho com base numa mentira."

O presidente francês também condenou o antissionismo e os que negam o direito de existência de Israel como "um novo tipo de antissemitismo". Em resposta, Netanyahu solidarizou-se com a luta contra o terrorismo dos extremistas muçulmanos: "Sua luta contra o islamismo militante é nossa luta. Devemos ficar juntos e derrotá-los."

Bombas atingem Embaixada da Rússia em Damasco, diz regime sírio

A Embaixada da Rússia na Síria foi atacada com duas bombas. Uma caiu dentro do complexo da embaixada, mas só causou danos materiais, anunciou hoje a agência de notícias oficial síria SANA, citada pelo jornal liberal israelense Haaretz.

Os maiores suspeitos são rebeldes ativos em alguns subúrbios de Damasco, a capital síria. A Rússia apoia a ditadura de Bachar Assad e, desde 30 de setembro de 2015, intervém diretamente na guerra civil da Síria em apoio ao governo.

Mais de 400 mil pessoas morreram em seis anos e três meses de guerra civil na Síria, o pior conflito resultante da chamada Primavera Árabe.

sábado, 15 de julho de 2017

Líder do Estado Islâmico no Afeganistão morre em bombardeio

O comandante da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante no Afeganistão, Abu Sayed, morreu num ataque ao quartel-general do grupo na província de Kunar, anunciou ontem o Departamento da Defesa dos Estados Unidos. Outros milicianos morreram no ataque, realizado na terça-feira.

"A importância é que, quando você mata um líder de um desses grupos, o obriga a recuar", comentou o secretário da Defesa, James Mattis. "É obviamente uma vitória, estamos na direção correta."

Três líderes do Estado Islâmico no Afeganistão foram mortos desde julho de 2016. O líder anterior, Abdul Hassib, morreu numa operação conjunta de forças dos EUA e do Afeganistão na província de Nangarhar. Seu antecessor, Hafiz Said Khan, foi fulminado por um drone americano há um ano.

O comandante militar americano no Afeganistão, general John Nicholson, promete derrotar o Estado Islâmico ainda neste ano. A Guerra do Afeganistão, iniciada em 7 de outubro de 2001 para vingar os atentados terroristas de 11 de setembro, é a mais longa da história dos EUA.

Em outro ataque, pelo menos oito civis foram feridos num ataque aéreo perto de Tarin Kot, a capital da província de Urusgã.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Trump vai à Suprema Corte para manter decreto antimuçulmanos

O governo Donald Trump anunciou hoje que vai pedir à Suprema Corte a anulação de uma decisão de um juiz federal da primeira instância do Havaí que ampliou a definição de familiares prevista no decreto para limitar a entrada nos Estados Unidos de refugiados e de cidadãos de países majoritariamente muçulmanos. O juiz incluiu avós, netos, tios, sobrinhos e primos.

Ao aceitar examinar o caso, o que fará a partir de outubro, a Suprema Corte manteve o decreto, mas decidiu que não se aplica a quem tiver visto para entrar nos EUA ou "relações de boa fé" com entidades ou pessoas do país.

O decreto proíbe a entrada nos EUA por 90 dias de cidadãos de seis países de maioria muçulmana - Iêmen, Irã, Líbia, Síria, Somália e Sudão - e de novos pedidos de asilo por 120 dias. O juiz Derrick Watson considerou a definição de família muito restrita por incluir apenas pais e filhos.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Morre dissidente chinês que ganhou o Prêmio Nobel da Paz

O dissidente chinês Liu Xiaobo, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2010, morreu hoje aos 61 anos depois de ter sido libertado por razões humanitárias por estar com um câncer terminal. Ele estava preso desde 2008, condenado por "subversão" por escrever e divulgar a Carta 08, um manifesto pedindo democracia, Estado de Direito e o fim da censura na China.

Só em junho o regime comunista chinês admitiu que Liu tinha câncer terminal no fígado e o internou num hospital militar da província de Shenyang. Era tarde demais para tentar qualquer tratamento.

Ativista do movimento pela democracia e liberdade massacrado na Praça da Paz Celestial, em Beijim, na noite de 3 para 4 de junho de 1989, Liu foi o primeiro ganhador do Nobel da Paz a morrer na prisão desde Carl von Ossietzky, um pacifista alemão que lutou contra o nazismo, ganhou o prêmio em 1935 e morreu em 1938 depois de anos de maus tratos.

"Depois de múltiplos tratamentos, a saúde de Liu Xiaobo continuou a se deteriorar", declarou o Tribunal de Justiça de Shenyang, responsável pela prisão. "Em 10 de julho, ele entrou em tratamento intensivo e, em 13 de julho, morreu de falência múltipla de órgãos depois de várias tentativas de salvá-lo."

A mulher do dissidente, Liu Xia, foi mantida em prisão domiciliar e sob vigilância permanente para evitar que ela falasse sobre o tratamento dispensado ao marido.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Deputado faz primeiro pedido de impeachment de Trump

O deputado federal Brad Sherman, eleito na Califórnia pelo Partido Democrata, entrou hoje formalmente com um pedido de impeachment do presidente Donald Trump por obstrução de justiça ao tentar bloquear a investigação do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal dos Estados Unidos, sobre a interferência da Rússia na eleição presidencial americana de 2016.

Pela Constituição dos EUA, a abertura de um processo de impeachment exige a aprovação da maioria absoluta da Câmara dos Representantes, onde o Partido Republicano tem uma maioria de 46 cadeiras. A condenação, no Senado, exige dois terços dos votos.

"Penso que é total e completamente ridículo", reagiu a porta-voz adjunta da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders. "É um jogo político dos piores."

Sherman cita a demissão do diretor-geral do FBI James Comey e as pressões que Comey disse ter sofrido para encerrar o inquérito e eximir de culpa o ex-assessor de Segurança Nacional Michael Flynn como provas da tentativa de Trump de atrapalhar as investigações.

A líder da minoria democrata na Câmara, deputada Nancy Pelosi, pede há muito a formação de uma comissão independente para investigar as relações da candidatura Trump com o Kremlin. Mas a maioria da oposição considera prematuro um pedido de impeachment neste momento.

Se o Partido Republicano acabar com o programa de saúde do governo Barack Obama para garantir cobertura a todos os americanos, os democratas terão grande chance de reconquistar a maioria na Câmara nas eleições de 2018.

terça-feira, 11 de julho de 2017

Trump elogia "transparência" do filho sobre contato com os russos

Depois de mais de 12 horas, o presidente Donald Trump reagiu à notícia do jornal The New York Times de que seu filho manteve contatos com o governo da Rússia para obter informações capazes de prejudicar a ex-secretária de Estado Hillary Clinton na eleição presidencial do ano passado nos Estados Unidos.

"Meu filho é uma pessoa de muitas qualidades e eu aplaudo sua transparência", declarou a porta-voz da Casa Branca Sarah Huckabee Sanders, lendo uma declaração do presidente.

Donald Trump Jr. divulgou hoje as mensagens de correio eletrônico trocadas com um intermediário que negociou um encontro com uma advogada russa que se apresentou como uma pessoa com informações capazes de ajudar seu pai na disputa eleitoral. Só fez isso depois que o jornal anunciou que iria publicá-los.

Os documentos oferecidos pelo Kremlin supostamente "incriminariam Hillary em seus negócios com a Rússia e seriam muito úteis a seu pai", disse o intermediário, o britânico Rob Goldstone, acrescentando: "Isso é obviamente informação sensível de altíssimo nível, mas é parte do apoio do governo russo a Trump."

"Eu amaria isso", respondeu Trump Jr. Goldstone, ex-repórter de jornal sensacionalista, é produtor musical e agente de um músico russo filho de um empresário ligado ao Kremlin.

Quatro dias depois da troca de e-mails, foi proposto um encontro em Nova York com "uma advogada do governo russo", Natalia Vesselnitskaya. Além de Trump Jr., participaram da reunião o genro e hoje assessor especial de Trump, Jared Kushner, e o coordenador da campanha, Paul Manafort, mas a advogada russa parecia mais interessada numa lei americana específica e não deu munição para atacar Hillary.

Desde julho do ano passado, o FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal dos EUA, investiga a interferência indevida da Rússia na eleição americana e um possível conluio com a campanha de Trump para eleger um candidato mais favorável ao Kremlin.

Para os analistas de espionagem, esse é o método clássico usado pelos agentes russos. A advogada é supostamente uma funcionária subalterna, sem vínculo direto com o Kremlin. Os serviços secretos mandam na Rússia e são superpoderosos.

O presidente Vladimir Putin foi diretor do Serviço Federal de Segurança, sucessor da polícia política da União Soviética, KGB (Comitê de Defesa do Estado). Estava em Dresden, na Alemanha Oriental, quando caiu o Muro de Berlim, em 1989, e considera o fim da URSS, em 1991, a "maior catástrofe geopolítica do século 20".

Na sua luta para restaurar pelo menos parte do poder imperial soviético, Putin trava uma guerra permanente contra o liberalismo e a democracia ocidental. O apoio a Trump, assim como à líder neofascista Marine Le Pen, na França, fazem parte da mesma estratégia antiliberal.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Polônia vai comprar mísseis Patriot fabricados em Israel

O governo da Polônia assinou um memorando com os Estados Unidos para comprar oito sistemas de defesa antimísseis Patriot, da empresa americana Raytheon, com mísseis interceptadores fabricados em Israel, no valor de US$ bilhões, noticiou o jornal conservador The Jerusalem Post.

Desde a intervenção militar da Rússia na ex-república soviética da Ucrânia e da anexação da região da Crime, em 2014, a vizinha Polônia, que fazia parte do Bloco Soviético, vem modernizando suas Forças Armadas. Os investimentos superiores a US$ 14,5 bilhões incluem a compra de novas armas como sistemas de defesa antiaérea.

Enquanto um míssil Patriot custa US$ 4,5 milhões, o Estilingue de Davi, o interceptador israelense, sai por US$ 450 mil, dez vezes menos. Foi projetado para interceptar mísseis de cruzeiro e mísseis balísticos táticos de médio e longo alcances.

A defesa aérea de Israel inclui o Domo de Ferro, para abater foguetes de curto alcance como os disparados pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) da Faixa de Gaza, e o sistema Flecha, para interceptar mísseis balísticos em altas camadas da atmosfera.

Como ex-república soviética, a Ucrânia era parte do chamado "império interior soviético", enquanto a Polônia, ocupada pela União Soviética de Josef Stalin no fim da Segunda Guerra Mundial, era parte do Bloco Soviético, do "império exterior soviético". Em sua estratégia para restaurar um pouco do poder imperial da Rússia, o presidente Vladimir Putin considera ambas parte de sua esfera de influência.

domingo, 9 de julho de 2017

Iraque anuncia vitória contra Estado Islâmico na Batalha de Mossul

Depois de três anos e dez dias da proclamação de um califado e de nove meses de batalha, o primeiro-ministro Haider al-Abadi anunciou hoje a libertação de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, que estava em poder da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante desde 10 de junho de 2014.

Em uniforme militar, Abadi percorreu as ruas da cidade, arrasada no fim de uma batalha que deixou milhares de mortos e levou um milhão de pessoas a fugir de casa. O Exército do Iraque e milícias aliadas ainda devem ser alvo de ataques nas próximas semanas. Mas a Cidade Velha, onde o Estado Islâmico ofereceu feroz resistência, caiu sob controle governamental.

O Estado Islâmico tomou Mossul em menos de 48 horas, em 10 de junho de 2014. No fim daquele mês, seu líder, Abu Baker al-Baghdadi, proclamou um califado, um império do terror com jurisdição sobre o mundo inteiro.

Quando o Exército do Iraque e milícias aliadas entraram na cidade com o apoio das forças aéreas de 68 países lideradas pelos Estados Unidos, em meados de novembro de 2016, o Estado Islâmico tinha cerca de 100 mil milicianos em Mossul.

Os iraquianos tomaram primeiro o Leste da Cidade, depois os bairros do Oeste e terminaram cercando os últimos jihadistas na Cidade Velha, junto ao Rio Tigre. Cerca de 300 franco-atiradores do Estado Islâmico ainda representam uma ameaça.

A queda de Mossul, no Iraque, e de Rakka, na Síria, onde a batalha ainda está em andamento, acaba na prática com o Estado Islâmico, que regride e passa a ser apenas um grupo terrorista clandestino. Isso não o torna menos perigoso, especialmente para os países ocidentais e para as regiões liberadas.

Nos últimos meses, o Estado Islâmico lançou 1.468 ataques contra 16 cidades e regiões liberadas na Síria e no Iraque.

sábado, 8 de julho de 2017

Venezuela tira da cadeia o líder oposicionista Leopoldo López

Por motivo de saúde, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela decidiu tirar da cadeia na madrugada de hoje o líder oposicionista Leopoldo López, do partido direitista Vontade Popular. Ele estava preso há mais de três anos no quartel de Ramo Verde, acusado pela onda de protestos iniciada em fevereiro de 2014, que resultou em 42 mortes. Vai agora para prisão domiciliar.

Vários líderes oposicionistas manifestaram apoio a López, inclusive o governador Henrique Capriles, derrotado nas duas últimas eleições presidenciais. Ele exigiu liberdade total para López. O país tem cerca de 300 presos políticos.

No momento, amigos, líderes políticos e da sociedade civil se concentram diante da casa de López, onde o líder oposicionista chegou às 4h (5h em Brasília). Agentes do Serviço Bolivarista de Inteligência Nacional (Sebin) que cercavam a casa mais cedo foram embora.

"Saudamos a libertação de Leopoldo López, oportunidade de reconciliação nacional e saída democrática da crise", declarou o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, ex-ministro do Exterior do Uruguai, descrevendo-a como um "primeiro passo".

sexta-feira, 7 de julho de 2017

EUA criaram 222 mil empregos a mais que fecharam em junho

Com um saldo de 222 mil vagas, o mercado de trabalho dos Estados Unidos retomou um ritmo forte em junho de 2017, revelou hoje o Relatório Mensal de Emprego do Departamento do Trabalho. O índice de desemprego, medido em outra pesquisa, subiu de 4,3% para 4,4%, sinal de que há mais gente procurando emprego.

A oferta de vagas superou em muito o saldo de 152 mil postos de trabalho de maio. Esse dado do mês passado foi revisado para cima, depois de registrar 138 mil vagas na primeira estimativa. O resultado de junho superou a expectativa do mercado, que variava de 140 a 200 mil empregos.

Desde outubro de 2010, o mercado de trabalho americano cresce todos os meses, gerando um total de 16 milhões de empregos para compensar as perdas da Grande Recessão de 2007-9. Desde o início do ano, o total de desempregados nos EUA caiu em 658 mil.

Os salários subiram 2,5% nos últimos 12 meses. O pagamento médio pela hora de trabalho subiu 0,4% em junho para US$ 26,25 (R$ 86,11).

França quer parar de vender carros poluentes até 2040

Ao apresentar seu plano para combater a mudança do clima e o aquecimento global, o ministro da Transição Ecológica, Nicolas Hulot, previu ontem "o fim da venda de carros a diesel e a gasolina até 2040" na França. O presidente Emmanuel Macron quer defender o Acordo do Clima de Paris, de 2015, abalado com a retirada dos Estados Unidos por ordem do presidente Donald Trump.

O primeiro-ministro Edouard Philippe havia confirmado na terça-feira, em pronunciamento na Assembleia Nacional, os compromissos de não dar novas permissões para a exploração de hidrocarbonetos, a convergência das cargas fiscais sobre diesel e gasolina até 2022, o aumento dos impostos sobre emissões de gás carbônico e a redução das emissões à metade até 2025.

A meta é atingir a "neutralidade de carbono" até 2050. Isso significa que as emissões serão equivalentes à capacidade de absorção dos gases, por exemplo, por florestas.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Trump chega à Europa com mensagem hostil à União Europeia

O presidente Donald Trump iniciou hoje sua segunda viagem ao exterior manifestando apreço por governos autoritários e desprezo pelo livre comércio e pelos tradicionais aliados democráticos dos Estados Unidos. Depois de encontro com o governo de ultradireita da Polônia, criticou os acordos comerciais feitos pelos EUA como "uns dos piores na história" e defendeu a realização de acordos bilaterais, o que minaria o processo da integração da União Europeia (UE).

Com um discurso agressivo em Varsóvia, Trump questionou se o Ocidente está pronto a "defender nossa civilização" contra o "terrorismo radical islâmico" que "ameaça nossa civilização e nosso estilo de vida", embora o jihadismo não seja um desafio estratégico. Não é capaz de tomar o poder em escala global.

Quanto ao livre comércio, o presidente ignora a história e ataca a ordem internacional liberal criada pelos EUA no pós-guerra por inspiração do presidente Franklyn Roosevelt para evitar novas guerras mundiais.

Trump acredita que pode usar o poder econômico dos EUA para negociar acordos bilaterais mais favoráveis ao país. Ignora o pesadelo regulatório que isso significaria para empresas, enquanto os acordos da Organização Mundial do Comércio (OMC) se aplicam a seus 164 países-membros.

Ele criticou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, com quem deve se encontrar durante a reunião de cúpula do Grupo dos 20 (19 maiores economias do mundo e a UE): "Estamos trabalhando com a Polônia para conter a ação desestabilizadora da Rússia." Na entrevista coletiva, declarou que "ninguém sabe realmente" se a Rússia interveio na eleição presidencial nos EUA, embora haja uma investigação a respeito.

Em discurso na Praça Kasinski, onde há um monumento em homenagem ao Levante Polonês contra os nazistas em 1944, Trump elogiou a resistência da Polônia depois de séculos de divisão do país entre Alemanha, Áustria e Rússia, da ocupação nazista na Segunda Guerra Mundial e da imposição de um regime comunista pela União Soviética no pós-guerra.

O presidente americano elogiou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) como "exemplo de luta pela liberdade" e um "resumo da coragem e da vontade de defender nossa civilização". Mas não criticou o atual governo, acusado de perseguir juízes, jornalistas e oposicionistas, revelando mais uma vez sua predileção por governos fortes e autoritários sem grande apreço pelas liberdades individuais.

Trump não foi ao museu em homenagem às vítimas do Levante do Gueto de Varsóvia, em 1943, a maior rebelião de judeus contra o Holocausto. Sua filha Ivanka visitou o museu ontem.

As palavras mais duras de Trump foram dirigidas à Coreia do Norte, que testou um míssil balístico intercontinental balístico em 4 de julho, Dia da Independência dos EUA: "Não gosto de falar sobre o que estamos planejando, mas estamos pensando sobre coisas bem graves", advertiu, acenando com a possibilidade de uma ação militar contra a ditadura comunista de Pionguiangue. "Eles estão se comportando de maneira muito, muito séria e algo precisa ser feito a respeito."

quarta-feira, 5 de julho de 2017

EUA advertem Coreia do Norte de estão prontos para a guerra

Depois do teste de um míssil balístico intercontinental, os Estados Unidos deixaram claro ao regime comunista da Coreia do Norte de que estão prontos para a guerra, se forem provocados. Um ataque específico às instalações nucleares norte-coreanas estaria descartado por enquanto, pelo risco de levar a uma guerra total. Mas está sendo cogitada cada vez mais.

Os EUA rejeitam a proposta da China e da Rússia de que o programa nuclear da Coreia do Norte deve ser desativado em troca do fim dos exercícios militares conjuntos entre EUA e Coreia do Sul. E ameaçam atacar.

Na véspera do primeiro encontro de cúpula entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin, que deve ocorrer durante a reunião do Grupo dos Vinte (19 países mais ricos do mundo e a União Europeia) em Hamburgo, na Alemanha, em 7 e 8 de junho de 2017, os EUA e a Rússia se degladiaram no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A embaixadora americana, Nikki Haley, alertou que "o tempo é curto" para uma solução diplomática. O governo Trump está disposto a usar a força antes que a ditadura stalinista de Pionguiangue aperfeiçoe o míssil testado ontem para ter capacidade de bombardear o território americano
.
Os EUA anunciaram a intenção de propor uma nova resolução ao Conselho de Segurança ampliando as sanções contra a Coreia do Norte. Mas a China e a Rússia, que têm poder de veto, ameaçam vetar tanto o endurecimento das sanções como qualquer ação militar amparada pelo Capítulo 7 da Carta da ONU, que autoriza o uso da força.

Nikki Haley desafiou chineses e russos a vetar: "Se estão satisfeitos com as ações da Coreia do Norte, vetem. Se querem ser amigas da Coreia do Norte, vetem."

Em Seul, o comandante militar americano na Coreia do Sul, general Vincent Brooks, declarou que as forças dos EUA e da Coreia do Sul estão prontas para ir à guerra contra o Norte, se receberem ordens para isso: "O autocontrole, que é uma escolha, é tudo o que separa um armistício da guerra. Podemos mudar de opção se recebermos ordens. Seria um erro grave para qualquer um acreditar em qualquer coisa em contrário."

terça-feira, 4 de julho de 2017

Coreia do Norte testa míssil intercontinental no 4 de Julho

No Dia da Independência dos Estados Unidos, o regime comunista da Coreia do Norte testa um míssil balístico intercontinental capaz de atingir o estado do Alasca. Dá um presente grego ao presidente Donald Trump às vésperas da reunião de cúpula do Grupo dos 20 (19 maiores economias do mundo e a União Europeia).

O míssil caiu a 925 quilômetros, mas chegou a uma altitude elevada que permite bombardear outros continentes com armas nucleares. A Coreia do Norte anuncia ter dominado a tecnologia de reentrada nas zonas mais densas da atmosfera. Esse mesmo sistema poderá ser aperfeiçoado de maneira a atingir até Nova York.

Trump reagiu pelo Twitter, dizendo que não entende como o Japão e a Coreia do Sul não enfrentam a Coreia do Norte e pedindo à China para pressionar a ditadura de Kim Jong Un.

O desarmamento não é uma opção para o regime stalinista de Pionguiangue, que investiu tudo na sua capacidade nuclear. Um ataque preventivo não é uma opção para os EUA e aliados. Deflagraria uma guerra total com dezenas de milhares de mortes, talvez centenas de milhares com armas atômicas.

Ao mesmo tempo, à Coreia do Sul também não interessa uma implosão do regime comunista do Norte. O governo de Seul teria um desafio muito maior do que a reunificação da Alemanha.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

EUA fazem patrulha naval em área disputada do Mar do Sul da China

NOVA YORK - Navios de guerra dos Estados Unidos fizeram uma patrulha naval perto da Ilha de Tritão, parte do arquipélago das Ilhas Paracel, no Mar do Sul da China, onde o regime comunista chinês tem disputas territoriais com vários países vizinhos, neste caso específico com Taiwan e o Vietnã. É um sinal do crescente descontentamento do governo Donald Trump com a China.

Depois de acusar a China de manipular o câmbio e tirar empregos dos EUA durante a campanha, no poder, Trump adotou um tom mais suave, na expectativa de usar a influência chinesa junto à ditadura stalinista da Coreia do Norte para controlar o programa nuclear norte-coreano.

A China domina a ilha desde 1974, quando tomou seu controle do Vietnã, e reivindica 90% do Mar do Sul da China. A demanda chinesa foi rejeitada no ano passado pela Corte Permanente de Arbitragem, em caso iniciado pelas Filipinas, mas o governo de Beijim ignorou o resultado.

Trump deve se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping, durante a reunião de cúpula do Grupo dos 20 (as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia), a ser realizado em 7 e 8 de julho de 2017 em Hamburgo, na Alemanha.

Os chineses alegam não ter poder para mudar o comportamento errático do seu aliado do Norte, mas também usam o conflito como uma carta na manga para negociar com os EUA. O próprio Trump já admitiu que a estratégia não deu resultado.

domingo, 2 de julho de 2017

Forças Democráticas Sírias tomam parte de Rakka

Com o apoio da Força Aérea dos Estados Unidos, a milícia árabe-curda Forças Democráticas Sírias (FDS) conquistou ontem uma parte do Norte da cidade de Rakka, na Síria, capital do califado autoproclamado há três anos pela organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental que monitora a guerra civil no país.

Na sexta-feira, os milicianos do Estado Islâmico haviam retomado o distrito estratégico de Al-Siná, que fica junto à Cidade Antiga de Rakka e estava em poder das FDS, mas ontem as FDS reassumiram o controle de mais da metade do distrito.

Desde 6 de junho, a FDS trava a decisiva Batalha de Rakka. A aliança curdo-árabe também avança nos distritos de Al-Kadíssia, Al-Baride e Hatin, no Oeste de Rakka.

Com a derrota na Batalha de Mossul, no Iraque, e em breve em Rakka, o califado está praticamente extinto. O Estado Islâmico voltará a ser apenas um grupo terrorista clandestino. Isso não o torna menos perigoso. Nos últmos meses, o EI fez 1.486 ataques em 16 cidades sírias e iraquianas liberadas de sua utopia totalitária e sanguinária.

sábado, 1 de julho de 2017

Vice-presidente acusa procuradora-geral da Venezuela de articular golpe

Depois de três meses de protestos diários contra a ditadura de Nicolás Maduro, com 83 mortos e cerca de 1,5 mil feridos, o vice-presidente Tareck El Aissami acusou a procuradora-geral Luisa Díaz Ortega de articular um golpe de Estado na Venezuela.

Em entrevista ao vivo por telefone na televisão estatal, o vice-presidente afirmou que Luisa Ortega e seus assessores diretos "fazem parte do golpe". A acusação foi feita horas depois que a procuradora-geral convocou o chefe dos serviços secretos e o ex-comandante recém-demitido da Guarda Nacional Bolivarista para responder sobre as violações de direitos humanos na repressão aos protestos populares.

Ortega, nomeada em 2007 pelo então presidente Hugo Chávez, mentor de Maduro, repudiou a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte eleita por movimentos populares subservientes ao regime chavista, numa manobra do ditador para cassar a Assembleia Nacional, hoje dominada pela oposição.

A procuradora-geral considera a medida uma traição à memória de Chávez, principal responsável pela atual Constituição da República Bolivarista da Venezuela. Ela também foi contra a tentativa de Maduro de transferir o Poder Legislativo para o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), igualmente subserviente ao Executivo.

Dias atrás, o TSJ retirou os poderes da procuradora-geral, transferindo-os para o "ouvidor" do governo para direitos humanos, congelou seus bens e contas bancárias e a proibiu de sair do país. O Supremo inicia na próxima semana o julgamento de Ortega, que não reconhece a autoridade do tribunal, acusando-o de "desmantelar o Estado".

Também nessa semana, um helicóptero pilotado por um chefe do serviço de inteligência policial sobrevoou Caracas e divulgou mensagem contra o governo em nome de militares, policiais e funcionários públicos.

A aeronave sobrevoou a capital venezuelana durante meia hora. Há quem suspeite que foi uma jogada de Maduro para denunciar uma tentativa de golpe. De outra forma, aviões de caça da Força Aérea o teriam interceptado.

O país vive a pior crise de sua história republicana, com inflação de 900% ao ano, queda de mais de 20% do produto interno bruto em dois anos e desabastecimento de mais de 80% dos produtos básicos, o que tem provocado sucessivos saques.