Durante cerimônia para lembrar os 75 anos da deportação dos judeus de Paris na Segunda Guerra Mundial, o presidente da França, Emmanuel Macron, repudiou hoje a negação do Holocausto e chamou o antissionismo, a rejeição à existência do Estado de Israel, de "um novo tipo de antissemitismo", o preconceito contra judeus.
Ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Macron criticou sua maior adversária na eleição presidencial, a líder da Frente Nacional, de extrema direita, Marine Le Pen. Na campanha, Marine tentou eximir a França de responsabilidade pela grande deportação dos judeus de Paris para campos de concentração, em 16 de julho de 1942, culpando a Alemanha nazista, que ocupava o país.
"Há quem diga que [o governo colaboracionista de] Vichy não era a França", declarou o presidente francês. "É verdade que Vichy não era toda a França, mas era o governo da França e foi responsável pela deportação dos judeus franceses."
Macron considerou uma desgraça ignorar o papel da França na Segunda Guerra Mundial. O país foi ocupado pela Alemanha em maio de 1940 e teve um governo que colaborou com os nazistas até a Invasão da Normandia, em 6 de junho de 1944, pelas forças aliadas e a subsequente libertação da França.
"Temos a responsabilidade de perceber quando e onde falhamos", reconheceu o presidente. "Os subterrâneos e aqueles que resgataram os judeus salvaram a dignidade da França, mas a realidade era o governo de Vichy. É conveniente e fácil ver Vichy como algo perpetrado por agentes estrangeiros, mas era a realidade. Não se pode ter orgulho com base numa mentira."
O presidente francês também condenou o antissionismo e os que negam o direito de existência de Israel como "um novo tipo de antissemitismo". Em resposta, Netanyahu solidarizou-se com a luta contra o terrorismo dos extremistas muçulmanos: "Sua luta contra o islamismo militante é nossa luta. Devemos ficar juntos e derrotá-los."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário