Depois de três anos e dez dias da proclamação de um califado e de nove meses de batalha, o primeiro-ministro Haider al-Abadi anunciou hoje a libertação de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, que estava em poder da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante desde 10 de junho de 2014.
Em uniforme militar, Abadi percorreu as ruas da cidade, arrasada no fim de uma batalha que deixou milhares de mortos e levou um milhão de pessoas a fugir de casa. O Exército do Iraque e milícias aliadas ainda devem ser alvo de ataques nas próximas semanas. Mas a Cidade Velha, onde o Estado Islâmico ofereceu feroz resistência, caiu sob controle governamental.
O Estado Islâmico tomou Mossul em menos de 48 horas, em 10 de junho de 2014. No fim daquele mês, seu líder, Abu Baker al-Baghdadi, proclamou um califado, um império do terror com jurisdição sobre o mundo inteiro.
Quando o Exército do Iraque e milícias aliadas entraram na cidade com o apoio das forças aéreas de 68 países lideradas pelos Estados Unidos, em meados de novembro de 2016, o Estado Islâmico tinha cerca de 100 mil milicianos em Mossul.
Os iraquianos tomaram primeiro o Leste da Cidade, depois os bairros do Oeste e terminaram cercando os últimos jihadistas na Cidade Velha, junto ao Rio Tigre. Cerca de 300 franco-atiradores do Estado Islâmico ainda representam uma ameaça.
A queda de Mossul, no Iraque, e de Rakka, na Síria, onde a batalha ainda está em andamento, acaba na prática com o Estado Islâmico, que regride e passa a ser apenas um grupo terrorista clandestino. Isso não o torna menos perigoso, especialmente para os países ocidentais e para as regiões liberadas.
Nos últimos meses, o Estado Islâmico lançou 1.468 ataques contra 16 cidades e regiões liberadas na Síria e no Iraque.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário