segunda-feira, 31 de julho de 2017

Brasil, EUA e outros países não reconhecem Constituinte de Maduro

O Brasil, os Estados Unidos, a Argentina, a Colômbia, o México, o Uruguai e a Espanha não vão reconhecer a Assembleia Nacional Constituinte eleita indiretamente ontem na Venezuela numa jogada do ditador Nicolás Maduro para tirar poder da Assembleia Nacional, dominada pela oposição.

Pelo menos 10 pessoas foram mortas pela violência política associada a essas eleições, elevando para mais de 120 o total de mortos desde o início de uma onda de manifestações de rua diárias, em abril. Os oposicionistas saíram às ruas para boicotar o pleito. Enfrentaram a Guarda Nacional e as milícias chavistas.

Mais de 8 milhões de venezuelanos participaram da votação de ontem, boicotada pela oposição, anunciou a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena. A oposição contesta este número e acusa o regime chavista de manipulação.

Duas semanas antes, mais de 7,6 milhões de venezuelanos participaram de uma consulta popular realizada pela oposição e 98% votaram contra a Constituinte de Maduro, que vai transformar a Venezuela numa ditadura escancarada.

Pela Constituição da República Bolivarista da Venezuela, aprovada em 1999 sob a inspiração do então presidente Hugo Chávez, a convocação de uma Constituinte precisa ser aprovada pelo voto popular em plebiscito. Maduro ignorou a Constituição de Chávez e pretende reescrevê-la para acabar com qualquer vestígio de democracia na Venezuela.

Vários governos repudiaram a Constituinte e fizeram apelos a Maduro para suspender a assembleia e retomar o diálogo com a oposição. O diálogo é difícil em meio à pior crise econômica desde a independência do país.

Para ficar no cargo até as próximas eleições, Maduro teria de mudar totalmente a política econômica, acabando com os controles de preços e câmbio. Parece inacreditável.                                          

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