terça-feira, 31 de maio de 2011

Bolívia pede desculpas e expulsa iraniano

A Bolívia pediu desculpas agora à noite à Argentina por receber o ministro da Defesa do Irã, Ahmad Vahidi, denunciado junto com outros dirigentes iranianos pelos atentados terroristas contra alvos judaicos cometidos no início dos anos 90 em Buenos Aires, que mataram 114 pessoas e feriram outras 500.

Em carta ao ministro de Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto da República Argentina, Héctor Timerman, o ministro de Relações Exteriores do Estado Plurinacional da Bolívia, David Choquehuanca, declara que "lamentavalmente desconhecia os antecedentes correspondentes a este caso".


Dentro da esdrúxula aliança que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, fez com a ditadura teocrática do Irã porque ambos são inimigos dos Estados Unidos, o Ministério da Defesa do governo chavista da Bolívia decidiu convidar o ministro da Defesa iraniano para visitar o país.


Como até o ex-presidente iraniano Ali Akbar Hachemi Rafsanjani está denunciado criminalmente na Argentina pelos atentados, que teriam sido cometidos pela milícia fundamentalista xiita Hesbolá com financiamento iraniano, a visita criou um conflito diplomático.

O chanceler boliviano agradece a cooperação do governo argentino para "superar essa lamentável situação".

"Como resultado de todo este fato lamentável, devo lhe dar a conhecer que o governo da Bolívia tomou todas as medidas correspondentes a fim de que o sr. Ahmad Vahidi abandone de imediato o território boliviano", conclui Choquehuanca, pedindo desculpas mais uma vez.

Preços dos imóveis caem mais 4,2% nos EUA

O setor habitacional do mercado imobiliário dos Estados Unidos, onde começou a crise financeira internacional, ainda não procura o fundo do poço. No primeiro trimestre de 2011, os preços caíram mais 4,2%, depois de baixarem 3,6% no último trimestre do ano passado, noticia The Wall St. Journal.

De acordo com o índice S&P/Case-Shiller, os preços dos imóveis residenciais caem há oito meses.

“Os preços continuam numa espiral deflacionária sem solução a vista”, comentou o economista David Blitzer, presidente da comissão que calcula o índice.

É mau sinal. A casa própria, o sonho americano, é uma das bases de uma economia onde o consumo pessoal representa 70% do produto interno bruto. Construir, mobiliar e equipar casas são motores importantes da maior economia do mundo.

Celular aumenta risco de câncer

A radiação dos telefones celulares aumentam o risco de câncer, declarou hoje a Organização Mundial da Saúde.

A suspeita é antiga. Sempre foi rejeitada pela indústria. Hoje os aparelhos emitem menos radiação. Antes, quando se falava muito tempo no celular, as orelhas esquentavam.

Há anos existem recomendações para afastar o aparelho da cabeça, usando fones ou falando no viva voz.

Se os casos de câncer aumentarem, os fabricantes serão responsabilizados.

Tabaco pode matar 8 milhões em 2030

As doenças causadas pelo tabaco matam cerca de 6 milhões de pessoas por ano no mundo, sendo 600 mil não fumantes, informa a agência de notícias Reuters.

Como os governos não estariam combatendo o consumo e o fumo passivo, a Organização Mundial da Saúde estima que o total de mortes possa chegar a 8 milhões em 2030.

Mladic já está a caminho do tribunal de Haia

O ex-comandante militar da autoproclamada República Sérvia da Bósnia-Herzegovina, general Ratko Mladic, perdeu o recurso que seus advogados haviam interposto e foi enviado hoje para Haia, na Holanda, onde será processado pelo Tribunal Especial das Nações Unidas para Crimes de Guerra na Antiga Iugoslávia.

Como chefe dos rebeldes sérvios na Guerra da Bósnia (1992-95), ele comandou o cerco de três anos à cidade de Sarajevo, onde cerca de 10 mil pessoas foram mortas e supervisionou pessoalmente o massacre de Srebrenica. Toda a população masculina adulta foi morta depois que os sérvios tomaram a cidade, em julho de 1995, no pior massacre na Europa depois do fim da Segunda Guerra Mundial.

Índia cresce em ritmo de 7,8% ao ano

A economia da Índia cresceu num ritmo de 7,8% no primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período no ano passado.

Inflação cai pouco na Zona do Euro

A inflação média nos 17 países que usam o euro como moeda caiu de 2,8% em abril para 2,7% em maio, revelou hoje o órgão oficial de estatístiacas da União Europeia, Eurostat.

Moody's ameaça rebaixar crédito do Japão

A agência de classificação de risco Moody's ameaçou hoje rebaixar a nota de crédito do Japão, citando como causas a baixa expectativa de crescimento econômico e a resposta fraca diante do endividamento público, que chegou no fim do ano passado a 210% do produto interno bruto.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Kadafi está pronto para trégua, diz Zuma

Depois de se encontrar com o coronel Muamar Kadafi em Trípoli, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, declarou hoje que o ditador da Líbia está pronto a aceitar um cessar-fogo.

Zuma, enviado especial da União Africana, não conseguiu convencer Kadafi a deixar o poder, informa o jornal The New York Times.

Emissões de gases de carbono batem recorde

Apesar da crise econômica mundial, as emissões de gases que causam o aquecimento global ao agravar o efeito estufa bateram o recorde em 2010, superando em 5% o recorde anterior, de 2008.

Alemanha desliga usinas nucleares até 2022

Diante do acidente nuclear causado pelo terremoto e maremoto de 11 de março de 2011 no Japão, o governo da Alemanha decidiu desativar todas as usinas nucleares do país até 2020.

Oito usinas antigas foram paralisadas depois do acidente no Japão. As outras nove serão desligadas progressivamente.

O governo verde-rosa de Gerhard Schröder, uma coalizão de sociais-democratas e verdes, tinha decidido fechar as usinas, mas elas ganharam uma sobrevida com a ascensão da líder conservadora Angela Merkel ao cargo de primeira-ministra, em 2005.

Uma série de derrotas eleitorais para os Verdes fez Merkel mudar de ideia. A opinião pública alemã rejeita a energia nuclear.

Rússia aumenta taxa básica de juros

A Rússia surpreendeu o mercado hoje, aumentando sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual para 3,5% ao ano a fim de controlar a inflação.

O país é grande exportador de produtos primários, petróleo, gás e grãos. Durante a crise mundial, sofreu muito mais do que o Brasil, a China e a Índia. Teve uma forte queda de 6% no produto interno bruto. Mas agora se recuperou a sente o peso da inflação nas bolsas de mercadorias, as chamadas commodities.

domingo, 29 de maio de 2011

Zelaya volta e lança mulher para presidente

Um mês antes do segundo aniversário do golpe de estado que o derrubou, o ex-presidente José Manuel Zelaya voltou ontem a Honduras, depois de fazer um acordo com o governo atual para que todas as denúncias contra ele fossem retiradas.

Ele foi recebido como herói pelo Movimento Nacional de Resistência Popular, que deve se tornar um partido político.

Sem condições legais de disputar a presidência em 2013, Zelaya lançou desde já sua mulher, Xiomara Castro de Zelaya.

Abbas rejeita negociação com Israel

Diante das últimas declarações do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, declarou no sábado que "não há base" para negociar a paz com Israel.

A única alternativa, acrescentou, é pedir o reconhecimento de um estado nacional palestino independente às Nações Unidas. O líder palestino pretende fazer isso durante a reunião anual da Assembleia Geral da ONU, em setembro, em Nova York.

Em discurso no Congresso dos Estados Unidos, Netanyahu reafirmou uma série de posições consideradas inaceitáveis pelos palestinos, como a manutenção de colônias nos territórios ocupados, a anexação do setor árabe de Jerusalém, a negação do direito de retorno dos árabes expulsos para criação do Estado de Israel, em 1948, a desmilitarização da futura Palestina independente e a presença militar de Israel no Rio Jordão, ou seja, entre a Cisjordânia e a Jordânia.

"Pelas condições de Netanyahu, vemos que não há bases para negociar com Israel", afirmou Abbas. "Nossa opção é ir à ONU. A Europa, os EUA e vários outros países estão avisados."

Maioria dos israelenses concorda com Obama

Cerca de 57% dos israelenses acreditam que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deveria aceitar a proposta do presidente Barack Obama e iniciar negociações visando a um acordo de paz definitivo com os palestinos com base nas fronteiras de 4 de junho de 1967, anteriores à Guerra dos Seis Dias, indica uma pesquisa publicada hoje no jornal Maariv.

Netanyahu defende construções em Jerusalém

Em mais um desafio ao presidente Barack Obama, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou durante reunião ministerial neste domingo que o governo de Israel tem a obrigação de construir em Jerusalém porque é "o coração da nação israelense", revela o jornal liberal Haaretz.

Netanyahu disse a seus ministros ter conseguido o apoio do Congresso dos Estados Unidos, onde foi aplaudido de pé ao discursar na semana passada, depois de repetir que "Jerusalém nunca mais pode ser dividida. Deve ser a capital unificada de Israel".

Dias antes, Obama defendera a retomada das negociações de paz com os palestinos com base nas fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, em 1967, quando Israel ocupou a Península do Sinai, devolvida ao Egito em 1979; as Colinas do Golã, anexadas, que a Síria quer de volta; a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, inclusive o setor árabe de Jerusalém, territórios que devem formar o estado nacional palestino.

sábado, 28 de maio de 2011

Egito reabre acesso à Faixa de Gaza

O Egito reabriu hoje a passagem de fronteira de Rafá, acabando na prática com o cerco imposto por Israel à Faixa de Gaza com a cumplicidade da ditadura de Hosni Mubarak desde que este território palestino passou a ser controlado pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), em junho de 2007, informa o jornal Le Monde.

É uma mudança na política externa do governo interino do Conselho Supremo das Forças Armadas, que promete atender aos anseios populares e democratizar o Egito. Aumenta a pressão sobre Israel para retomar as negociações de paz com os palestinos.

Nova pesquisa dá empate técnico no Peru

A deputada conservadora Keiko Fujimori e o candidato nacionalista de esquerda Ollanta Humala estão praticamente empatados na disputa pela Presidência do Peru, indica uma pesquisa do Instituto de Opinião Pública da Pontifícia Universidade Católica do país.

Dos 1,8 mil entrevistados de 21 a 23 de maio, 50,3% preferiram Keiko e 49,7% Humala.

É a primeira vez em duas semanas que Keiko, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, preso e condenado a 25 anos de prisão por corrupção e crimes contra os direitos humanos, fica na frente de Humala, apoiado pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Ben Laden quis fazer acordo com Paquistão

O líder terrorista Ossama ben Laden queria fazer um acordo com o Paquistão para garantir proteção aos chefes da rede Al Caeda. Em troca, eles evitariam atacar o país, revela a CNN.

Houve uma discussão do assunto entre os terroristas, mas não há provas de que a chantagem tenha sido proposta a militares paquistaneses.

Consumo nos EUA cresceu 0,4% em abril

Sob pressão da alta nos preços da gasolina, o consumidor americano se conteve no mês de abril. As vendas no varejo naquele mês cresceram apenas 0,4%, revelou hoje o Departamento do Comércio dos Estados Unidos.

Mladic está em condições para ser julgado

A Justiça da Sérvia decidiu hoje que o ex-comandante militar sérvio da Bósnia-Herzegovina, general Ratko Mladic, está em condições de saúde para ser processado por genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos durante a guerra civil naquele país, de 1992 a 1995, informa a televisão britânica Sky News

Mladic é acusado de ser o principal responsável pelo massacre de Srebrenica, uma cidade bósnia tomada em julho de 1995, quando havia sido declarada zona de proteção pelas Nações Unidas. O general separou pessoalmente homens, mulheres e crianças, e ordenou a execução de toda a população masculina adulta da cidade, cerca de 8 mil pessoas.

Ele também é acusado pelo cerco de Sarajevo, a capital bósnia, bombardeada impiedosamente durante três anos, quando 10 mil pessoas foram mortas. Deve ser enviado nos próximos dias para Haia, na Holanda, onde funciona o Tribunal Especial da ONU para Crimes de Guerra na Antiga Iugoslávia.

Polícia ataca manifestantes em Barcelona

A polícia de Barcelona atacou hoje manifestantes que ocupavam há duas semanas a Praça da Catalunha para protestar contra a crise política, o desemprego e os partidos políticos da Espanha. Pelo menos 121 pessoas saíram feridas, sendo 37 policiais.

O país tem a maior taxa de desemprego da União Europeia, de 21%, que chega a 40% entre os jovens. Eles se sentem impotentes e questionam até que ponto é o mercado e não a democracia que governa o país.

A desculpa oficial é que a praça precisa ser esvaziada para a possível festa da vitória do Barcelona amanhã, na final da Liga dos Campeões da Europa.

Rússia também apoia saída de Kadafi

Durante a reunião do Grupo dos Oito (G-8) em Deauville, na França, a Rússia se associou aos países que consideram insustentável a continuação no poder do ditador da Líbia, coronel Muamar Kadafi.

"O coronel Kadafi perdeu legitimidade com suas ações", declarou o vice-ministro do Exterior russo, Serguei Riabkov. "Precisamos ajudá-lo a deixar o poder."

Sob um bombardeio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) intensificado nos últimos dias, o regime líbio propôs ontem um cessar-fogo com a manutenção de Kadafi no poder, rejeitado pela França e o Reino Unido. Esses dois países lideram a intervenção militar aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas para proteger a população civil líbia.

O G-8 também discutiu a concessão de uma ajuda de US$ 40 bilhões para colaborar com a democratização dos países árabes onde revoltas populares derrubaram tiranos.

Um projeto de declaração final do encontro exige "a suspensão imediata do uso da força pelo regime de Kadafi" e defende "a busca de uma solução que reflita a vontade popular".

Vendas pendentes de imóveis caem 11,6% nos EUA

Em mais um dado negativo sobre o setor habitacional dos Estados Unidos, onde começou a crise financeira mundial, as vendas pendentes de imóveis caíram 11,6% em abril. O mercado esperava uma queda de apenas 2%.

As vendas pendentes de imóveis são aquelas em que o comprador já deu um sinal, mas ainda não assinou um contrato definitivo que lhe garanta todo o financiamento. O mercado imobiliário está mais exigente. Novos tomadores de empréstimos para compra de casas precisam dar entrada.

Voo AF447 caiu em três minutos e meio

O Airbus A330 da companhia aérea Air France que desapareceu no Oceano Atlântico quando ia do Rio para Paris em 31 de maio de 2009, matando todas as 228 pessoas a bordo, ficou sem sustentação no ar e caiu 11,582 mil metros em três minutos e meio, mas é possível que nem a tripulação nem os passageiros tenham percebido.


Desde que o computador de bordo desligou o piloto automático por receber informações erradas sobre a velocidade do avião, foram 4min23seg. As conclusões preliminares dos investigadores franceses estão no jornal Le Monde.


É o primeiro resultado da análise dos registros das caixas-pretas do Airbus, encontradas no início do mês. O relatório final sai no fim do ano. Deve apontar responsáveis. Por enquanto, os investigadores tentam reconstituir os fatos.

Diante de informações contraditórias sobre a velocidade do avião no ar e da necessidade de controlar o avião manualmente, o piloto teria tomado uma decisão errada e nunca mais conseguiu retomar o comando da aeronave, indica um relatório preliminar divulgado hoje pelo Escritório de Investigação de Acidentes Aéreos da França.


A tripulação não estava preparada para este tipo de pane causada provavelmente pelas sondas que medem a velocidade, cobertas por gelo quando o avião entrou numa nuvem densa a grande altitude. Pouco antes do acidente, um dos três pilotos não escondeu sua perplexidade: "Não estou entendendo nada".

Ao comentar o relatório, a ex-inspetora-geral do Departamento de Transporte dos Estados Unidos Mary Schiavo observou que eles deveriam ter descongelado as sondas que medem a velocidade do avião. Provavelmente a tripulação não tenha se dado conta do que estava acontecendo.

Especialistas ouvidos pela TV pública britânica BBC disseram que diante da tempestade eles levantaram o nariz do avião chegando a uma altitude onde o ar muito rarefeito não teve condições de sustentar o aparelho. O procedimento padrão era baixar o nariz do avião e colocá-lo na posição horizontal.

Então, o Airbus teria caído a uma velocidade de 200 quilômetros por hora até bater no mar, sempre de nariz empinado, o que pode ter ajudado a tripulação a não perceber a iminência da tragédia.

Para o Sindicato de Pilotos da França, que rejeita a responsabilização dos pilotos, o acidente foi resultado de uma cadeia de acontecimentos deflagrada pelo problema nas sondas Pitot.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Toledo apoia Humala no Peru


O ex-presidente Alejando Toledo resolvou hoje se aliar ao escritor Mario Vargas Llosa e apoiar o candidato nacionalista de esquerda Ollanda Humala no segundo turno da eleição presidencial no Peru, a ser realizado em 5 de junho, contra a deputada Keiko Fujimori.

“Decidimos apoiar sem ambiguidades a candidatura de Ollanta Humala”, declarou Toledo, citado pela agência de notícias Efe. “O país está numa encruzilhada, e a aliança Peru Possível tinha de assumir suas responsabilidades perante o país e a História.”

Depois de admitir que “existem dúvidas sobre a candidatura Humala”, por causa do apoio do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, o ex-presidente afirmou que “há dados e provas contundentes de corrupção, violações dos direitos humanos e de desrespeito à dignidade peruana no caso da outra candidata.

Toledo foi um dos candidatos de centro-direita derrotados no primeiro turno, em 10 de abril. Isso deixou a disputa entre a direitista Keiko e o chavista Humala, que contratou assessores petistas para melhorar sua imagem, os dois candidatos mais radicais.

Pela última pesquisa, divulgada hoje pelo instituto Datum, Keiko teria 46,9% dos votos contra 41,8% para Humala, enquanto 11,3% seriam brancos ou nulos.

Se forem somados só os votos válidos, Keiko venceria por 52,9% a 47,1%.

Lagarde abre espaço para emergentes no FMI

Para garantir apoio à sua candidatura a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), a ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, prometeu dar mais voz às grandes economias emergentes, oferecendo-lhes posições de destaque na hierarquia da instituição.

Antes de visitar o Brasil e a China, Christine Lagarde deu entrevista ao jornal inglês Financial Times.

No início da semana, os países do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) divulgaram nota repudiando "uma convenção não escrita e obsoleta que diz que o diretor-geral do FMI deve ser europeu".

Paquistão reduz à metade total de assessores dos EUA

Em mais uma retaliação contra a invasão do país para matar Ossama ben Laden, o Paquistão decidiu reduzir pela metade o número de assessores militares em atuação no seu território. Mas autorizou espiões da Agência Central de Inteligência (CIA) a inspecionar a mansão onde Ben Laden estava para ver se há algo escondido nas paredes ou qualquer informação útil na luta contra a rede terrorista Al Caeda.

EUA crescem num ritmo de 1,8% ao ano

A economia dos Estados Unidos avançou no primeiro trimestre num ritmo que projeta um crescimento anual de 1,8%, revelou hoje o Departamento do Comércio. Foi a segunda estimativa do aumento do PIB de janeiro a março de 2011.

O resultado foi o mesmo estimado pelo governo americano um mês atrás.

Preso general Ratko Mladic

Um dos criminosos de guerra mais procurados do mundo, o comandante militar sérvio durante a guerra civil na Bósnia Herzegovina (1992-95), general Ratko Mladic, foi preso hoje em Lazarevo, no Norte da Sérvia, anunciou hoje de manhã o presidente Boris Tadic, reporta o jornal The New York Times.

Mladic foi denunciado por uma série de crimes de guerra, especialmente do Massacre de Srebrenica, em julho de 1995, quando cerca de 8 mil homens, toda a população masculina da cidade, foi assassinada depois de se render.

Em breve declaração, o presidente da Sérvia afirmou que todos os suspeitos de crimes de guerra devem ser processados.

O general era o homem mais procurado pelas atrocidades cometidas durante as guerras que destruíram a Iugoslávia desde a prisão do líder político da chamada República Sérvia na Bósnia, Radovan Karadzic.

Preso em julho de 2008 depois de passar 12 anos foragido, Karadzic está numa cadeia em Scheveningen, na Holanda, onde responde por seus crimes perante o Tribunal Especial das Nações Unidas para Crimes de Guerra na Antiga Iugoslávia, em Haia.

Seu general vai seguir o mesmo caminho. O presidente Tadic acrescentou que os procedimentos para extradição já começaram.

A prisão dos criminosos de guerra é uma exigência da União Europeia para negociar a associação da Sérvia.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Atirador do Arizona é mentalmente incapaz

O jovem que matou seis pessoas, baleou a deputada federal democrata Gabrielle Giffords e feriu outras 12 pessoas em 8 de janeiro de 2011 foi declarado mentalmente incapaz hoje por um juiz federal de Tucson, a capital do estado do Arizona, nos Estados Unidos.

Com esta decisão, o julgamento será adiado e Jared Lee Loughner, de 22 anos, dificilmente será levado a um júri popular. Ele está preso desde o ataque e deve ser submetido a tratamento psiquiátrico.

Egito abre fronteira e rompe cerco à Faixa de Gaza

O governo provisório das Forças Armadas do Egito decidiu hoje abrir a passagem de fronteira de Rafá, rompendo o cerco à Faixa de Gaza que a ditadura de Hosni Mubarak fazia em acordo com Israel.

Em 2007, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, do árabe) tomou o poder em Gaza numa guerra civil palestina contra a Fatah. Como o Hamas é filho da Irmandade Muçulmana, na época o principal partido de oposição egípcio, Mubarak não teve problemas para apoiar o cerco israelense.

Com as fronteiras fechadas, uma grande quantidade de túneis clandestinos foi aberta em Gaza. Israel bombardeia-os sistematicamente para manter o bloqueio, que na prática acaba agora com a política externa do novo governo do Egito.

Ordens de bens duráveis caem nos EUA

As encomendas de bens duráveis à indústria dos Estados Unidos diminuíram 3,6% em abril. Essa queda foi atribuída aos problemas na produção de automóveis causados pelo terremoto de 11 de março de 2011 no Japão e pela redução nas compras de aviões.

Ministra francesa lança candidatura à chefia do FMI

Como era esperado, a ministra da Economia e Finanças da França, Christine Lagarde, anunciou hoje sua candidatura a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) em substituição a Dominique Strauss-Kahn, que está em prisão domiciliar em Nova York, sob acusação de agressão sexual contra uma camareira de hotel.

Os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) repudiaram o monopólio europeu sobre a direção do Fundo, alegando que mina a legitimidade da organização internacional, registra o jornal Financial Times.

Obama fala na mãe de todos os parlamentos

Em discurso no Salão de Westminster, onde nasceu o Parlamento Britânico, há mais de 900 anos, o presidente Barack Obama apresentou a aliança entre os Estados Unidos e o Reino Unido como uma das mais antigas do mundo, uma "parceria essencial" baseada em princípios, fundamental para o futuro da liberdade.

"Quando reis dominavam o mundo, foram os ingleses que primeiros a exigir controle sobre seu poder através da Magna Carta", declarou, lembrando o que hoje é considerada a primeira constituição, que instituiu o habeas corpus. "Depois, o povo deste país travou uma longa luta para conquistar seus direitos fundamentais."

Várias iniciativas da Inglaterra conquistaram o mundo inteiro afirmou Obama ao falar numa sessão conjunta da Câmara dos Comuns e da Câmara dos Lordes. "Como Churchill disse, a Magna Carta, o habeas corpus, o parlamento e o júri popular são ideias que os ingleses espalharam pelo mundo. É uma obra aberta. Continua na luta contra a escravidão e pelos direitos das mulheres. A luta pela liberdade é universal."

Na visão do presidente americano, "talvez por este motivo poucos países falem com voz mais alta em defesa da liberdade. Somos os aliados que desembarcaram em Omaha", recordou, numa referência à invasão da Normandia pelos aliados em 6 de junho de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial. 

Mas a vitória contra Hitler não foi suficiente. Vieram a Guerra Fria e a Organização do Tratado do Atlântico Norte, a aliança militar ocidental: "Com a fundação da OTAN, formamos uma aliança transatlântica que protege nossa segurança há mais de 50 anos. Depois do fim do comunismo, incorporamos países do Leste Europeu na nossa aliança, estabelecemos uma ponte com a Rússia e fizemos a paz nos Bálcãs."

Neste momento, o mundo enfrenta novos problemas decisivos, continuou Obama, "a crise econômica mundial e a ameaça do terrorismo. Estamos retirando nossas forças do Iraque. No Afeganistão, quebramos a força dos Talebã. Demos um duro golpe na Al Caeda matando Ben Laden."

Obama afirmou ainda que, "num mundo em que a prosperidade de uns está ligada à dos outros, precisamos de cooperação". Ele citou a chamada relação especial entre os dois países de essencial, por exemplo, para combater a doença e a fome, e promover o desenvolvimento da África.

"Estes desafios acontececem no momento em que países como China, Índia e Brasil tiram milhões da miséria com benefícios para todos. Muita gente se questiona se esses países representam o futuro e o tempo da nossa liderança passou", falou, reconhecendo que o mundo mudou.

"O momento para nossa liderança é agora, em que nossa aliança democrática pode ajudar a forjar o mundo do futuro. Nossa aliança é essencial para um mundo mais livre e justo. Num momento em que o mundo precisa como nunca de cooperação, somos os grandes catalisadores da ação global", declarou.

Mas a era "em que  Churchill e Roosevelt resolviam os problemas do mundo ao redor de uma garrafa de Brandy passou. Temos novas parcerias, precisamos nos adaptar a novas circunstâncias, a começar por nossa liderança econômica. Adam Smith tinha razão: não existe nada melhor do que a liberdade econômica para gerar riqueza, das fábricas de Manchester onde nasceu a Revolução Industrial ao Vale do Silício".

Para manter uma posição destacada "numa economia global que ajudamos a construir, educamos nossos estudantes nas melhores universidades do mundo. Temos de redobrar investimentos em ciência e engenharia. Os mercados às vezes falham. Precisamos de regulamentação para corrigir essas falhas. Essas ameaças não podem mais ser contidas num país. Podem ser globais e gerar violência. Uma crise iniciada em Wall St. afetou o mundo inteiro. Por isso, precisamos de regulamentação. Também precisamos de um meio ambiente limpo e seguro."

Como sempre há riscos, mesmo para quem age com responsabilidade, num recado à oposição republicana e ao eleitorado dos EUA, o presidente defendeu direitos sociais como cobertura univesal de saúde e seguro-desemrprego: "Esse compromisso com a cidadão é causa de nossa liderança mundial."

"Temos de mostrar que é preciso vviver sem poluir, investir em infraestrutura, proteger a segurança dos nossos povos", conclamou. "Nossas duas nações sabem como enfrentar os males deste mundo, nos campos, nas praias e nas cidades. Nossa vitória não era inevitável. Foi resultado da coragem dos nossos povos. Por isso, criamos uma aliança, a Otan, que se baseia no princípio de que um ataque contra um é um ataque contra todos."

Hoje há um inimigo diferente: "Os terroristas mataram em Nova York e Londres. Al Caeda matou milhares de pessoas. Nunca estaremos em guerra contra o Islã, só queremos combater os extremistas. Enfrentamos um inimigo que não respeita a lei mantendo nossos princípios", disse Obama. 

Não é bem assim. Os EUA instalaram um centro de detenção para suspeitos presos na guerra do governo George W. Bush contra o terrorismo na base naval de Guantânamo, em Cuba, para lhes negar os direitos garantidos pela Convenção de Genebra sobre Prisioneiros de Guerra. Sequestraram e torturam suspeitos, além de manter centenas presos durante anos sem um julgamento justo.

"Há uma década, o Afeganistão é a principal frente desta batalha, onde os britânicos têm sido aliados. Por causa dos nossos aliados, estamos derrotando os Talebã e virando uma página, transferindo o poder para as forças de segurança locais para que o Afeganistão nunca mais seja refúgio de terroristas", prosseguiu, com um otimismo exagerado, já que os Talebã se recuperaram nos últimos anos e agem em quase todo o país.

Outro problema é a proliferação nuclear: "Por todo o mundo, os países protegem seu material nuclear para que não caia em mãos erradas. Na Coreia do Norte e no Irã, impusemos sanções para conter a proliferação. Enquanto pressionamos outros, devemos fazer nossa obrigação e rumar para um mundo sem armas nucleares", uma promessa que parece mais discursiva do que prática.

"No Sudão, depois de anos de guerra, o Norrte e o Sul se dividiram em paz. No Oriente Médio, queremos segurança de Israel e uma Palestina independência. Devemos de ajudar os pobres a se alimentar, aumentar a assistência médica, apoiar países que combatem a corrupção e espalhar a noção de que os países são mais prósperos quando as mulheres trabalham", continuou Obama.

"Acreditamos não só nos direitos dos estados, mas dos cidadãos. Esses princípios estão sendo testados no Norte da África e do Oriente Médio. Esses movimentos têm apenas seis meses, mas já vimos revoluções democráticas no mundo inteiro. Serão dias difíceis. O populismo pode tomar aspectos negativos", advertiu. "Mas não se enganem. Quando vemos Teerã, Túnis e a Praça da Libertação do Cairo, está claro que as pessoas querem liberdade e o fim da violência".

Os EUA e o Reino Unido, afirmou, "precisam estar ao lado dos que lutam pela liberdade. Precisamos transformar palavras em atos, apoiando as reformas na Tunísia e no Egito para mostrar que liberdade traz prosperidade. Isso significa apoiar direitos universais, fortalecer a sociedade civil e os direitos das minorais."

A "desconfiança surgida num passado difícil" em que as potências ocidentais colonizaram a região é um obstáculo, e esse passado só terminou quando o ditador Hosni Mubarak estava liquidado. "Temos interesse na região, no combate ao terrorismo e para evitar problemas no suprimento de energia. A escolha entre ideias e realismo é uma falsa escolha. A repressão é apenas uma falsa promessa de estabilidade. As sociedades se desenvolvem mais em liberdade."

Em seguida, ele justificou a intervenção militar contra a ditadura do coronel Muamar Kadafi: "Quando começou a rebelião na Líbia, disseram que não tínhamos nada a ver com isso, que a soberania nacional está acima dos direitos universais do homem. Embora não possamos combater todas as injustiças, a comunidade internacional pediu ação e evitamos um massacre na Líbia. Vamos prosseguir humildemente", prometeu. 

"A liberdade tem de ser conquistada pelo povo, não pode ser imposta de fora", observou. "Sempre acreditamos que o futuro dos nossos filhos e netos será melhor se os filhos e netos dos outros tiverem mais liberdade. Se falharmos, quem nos substituirá? Que tipo de mundo vai criar?"

"Nossa liderança é essencial para a dignidade humana. Os EUA e o RU são indispensáveis para o futuro pela maneira como definimos nossas nações. Não é uma definição baseada em raça ou em pertencer a um grupo, mas acreditar em ideais como direitos individuais, o Estado de Direito. Por isso, temos incrível diversidade em nossos países. Por isso, as pessoas acreditam que, se forem para os EUA ou para Londres e trabalharem duro, construirão uma nova realidade para si mesmos."

Ao tocar um tema tão delicado explorado politicamente pelos partidos conservadores dos dois países, ele admtiu que "imigração e assimilação criam problemas. Mas num mundo que fica cada vez menor, o exemplo de nossos povos mostra que podemos estar unidos por ideias. É possível que filhos de ex-colônias cheguem a este parlamento e que o filho de um queniano que serviu como cozinheiro do Exército britânico no Quênia esteja aqui como presidente dos EUA".

Essa é a diferença que nos define, argumentou: "Os jovens no Cairo se inspiram em nós. A força de nossas sociedade não vem do tamanho de nossas economias, mas das ideias que difundimos pelo mundo. É isso que forja nossa aliança. [O primeiro-ministro Winston] Churchill e [o presidente] Roosevelt tinham divergências. O que juntou esses dois homens foi não apenas o interesse na vitória no campo de batalha, foi a convicção de lutar pela liberdade".

Quando a Europa for libertada, em 8 de maio de 1945, concluiu, "Churchill disse que o futuro iria se lembrar daquele dia para que diante das maiores adversidades continuemos marchando em frente, juntos e aliados por um mundo mais pacífico, mais próspero e mais justo".

terça-feira, 24 de maio de 2011

Japão deve crescer menos de 1% em 2011

Sob o impacto do terremoto, do maremoto e do acidente nuclear de 11 de março de 2011, o Japão deve crescer apenas 0,6% ou 0,7% neste ano fiscal, que termina em 31 de março de 2012, previu hoje o ministro da Economia, Kaoru Yosano. Na semana passada, ele tinha falado em 1%.

Yosano admitiu que ainda serão necessários meses para reparar totalmente a rede de transmissão de energia.

No ano fiscal encerrado em 31 de março deste ano, o Japão cresceu 2,3%. É a  terceira maior economia do mundo, com produto interno bruto de cerca de US$ 5,4 trilhões.

FGV seleciona bolsista para Fundação Konrad Adenauer

O Centro de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas está selecionando um(a) pesquisador(a) para receber a Bolsa Konrad Adenauer em Estudos Europeus.

A bolsa oferecida é de R$ 1.500,00 e tem duração de 12 meses. As atividades ocorrerão no Rio de Janeiro, mas haverá intensa cooperação com a coordenação do Centro de Pesquisa e Documentação, em São Paulo.

Os candidatos devem ter treinamento específico em Relações Internacionais ou área correlata, experiência em temas de Estudos Europeus, fluência em  inglês (oral e escrito), capacidade de atuar em grupo, e autonomia para trabalhar em um ambiente dinâmico. Espera-se que os candidatos possuam pelo menos mestrado.

Os interessados devem enviar os documentos solicitados no edital em anexo para ri@fgv.br até dia 5 de junho de 2011.

As entrevistas dos candidatos pré-selecionados acontecerão nos dias 6 a 17 de junho de 2011, e serão realizadas em inglês. Mais detalhes sobre o processo seletivo e sobre a Bolsa Konrad Adenauer podem ser encontrados no edital (em anexo) ou no site www.fgv.br/cpdoc/ri.

Mubarak será julgado por morte de manifestantes

O ex-ditador do Egito Hosni Mubarak será processado pelas mortes de manifestantes e por malversação de dinheiro público, afirmou hoje a agência oficial de notícias Mena.

Netanyahu posa de pacifista em Washington

Em discurso agora há pouco no Congresso dos Estados Unidos, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu insistiu que Israel está pronto para negociar a paz com os palestinos. Mas, mais uma vez, não mostrou disposição para fazer as concessões necessárias para uma paz aceitável pelos palestinos.

“Israel é a única verdadeira democracia no Oriente Médio”, afirmou Netanyahu. “Entre 300 milhões de árabes, os únicos que vivem em plena liberdade são cidadãos de Israel.”

A seguir, ele tratou do problema que considera prioritário para o governo de Israel:
“As armas nucleares do Irã ameaçam não só Israel, ameaçam o próprio Islã. Os EUA devem impedir o Irã de fazer a bomba atômica”, um convite para um ataque contra a república islâmica que pode incendiar a região.

Como sempre, o discurso da direita israelense repete o mesmo bordão; “Israel tem o direito de se defender. Queremos a paz, precisamos de paz. Fizemos acordos históricos com o Egito e a Jordânia. Ninguém em Israel quer o retorno dos dias anteriores a esses acordos. Eu perdi um irmão.”

O chefe de governo israelense negou que seu país seja uma força de ocupação estrangeira: “Não somos como os ingleses na Índia e os belgas no Congo. Esta é a terra de nossos ancestrais. Nenhuma distorção da história pode negar o vínculo do povo judeu com a terra de Israel.”

Numa visão realista, admitiu que “os palestinos dividem o território conosco. Eles devem ter uma vida de liberdade em seu próprio Estado”. Mas, mais uma vez, acusou os palestinos de não quererem a paz: “Seis primeiros-ministros desde os Acordos de Oslo aceitaram a ideia de um Estado palestino. Mas os palestinos ainda não aceitam a existência de Israel. O conflito é sobre a existência de um Estado judaico”.

Em 1947, prosseguiu, “a ONU aprovou a divisão da terra; os palestinos disseram não. Nos últimos anos, vários primeiros-ministros de Israel ofereceram a criação de um Estado palestino em quase todos os territórios ocupados em 1967. Eles preferem perpetuar o conflito, na esperança de um dia inundar Israel com refugiados. Isto precisa acabar”.

Num desafio ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mohamed Abbas, Netanyahu afirmou que “ele deve fazer o que tenho feito, dizer claramente que
que aceita um Estado judaico”. Preferiu ignorar que a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), na época liderada por Yasser Arafat, reconheceu o direito de existência de Israel em 15 de novembro de 1988, para ser reconhecida pelos EUA”.

Assim, insistiu no discurso de que “Israel deseja assumir os dolorosos compromissos para a paz”, acusando os palestinos de quererem um Estado para destruir Israel”.

Sua visão de um Estado palestino é clara, mas inaceitável para os árabes. O líder da direita israelense defendeu a incorporação de áreas estratégicas e das colônias judaicas a Israel para acomodar as “mudanças demográficas”.

Netanyahu rejeitou o congelamento das colônias instaladas nos territórios árabes ocupados, que são ilegais à luz do direito internacional, que proíbe a guerra de conquista: “O status das colônias só vai ser decidido nas negociações”.

O prmeiro-ministro israelense também voltou a repudiar a proposta do presidente Barack Obama de que as negociações se baseiem nas fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias: “Israel não vai voltar às fronteiras indefensáveis de 1967.”

Também não aceitou o direito de retorno dos árabes expulsos de suas terras quando da criação de Israel, em 1948: “O Estado palestino deve ser suficientemente grande para ser independente, viável e próspero. Os palestinos devem ter o direito de imigrar para o Estado palestino. O problema demográfico palestino será resolvido dentro de um Estado palestino”.

A ocupação do setor árabe de Jerusalém também é definitiva, na visão de Netanyahu:
“Só um Israel democrático preservou a liberdade de Jerusalém para todas as religiões. Jerusalém jamais será dividida. Vai continuar sendo a capital de Israel. Com criatividade e boa vontade, será possível encontrar uma solução.”

Para defender sua exigência de desmilitarização da Palestina, argumentou que “a única paz viável é aquela que pode ser defendida. Israel saiu do Sul do Líbano e da Faixa de Gaza. O Hamas [Movimento de Resistência Islâmica] e o Hesbolá [milícia fundamentalista xiita libanesa] aproveitaram para disparar 12 mil foguetes contra Israel.

“Se Israel simplesmente abandonar os territórios”, alegou, “o tráfico de armas vai continuar. Todas as casas de Israel poderão ser atacadas. Seus moradores teriam menos de um minuto para procurar abrigos.”

Como um dos menores países do mundo, “Israel precisa de dispositivos de segurança únicos. Nas linhas de 1967, tinha em um ponto apenas 14km de largura. É vital que Israel mantenha uma presença militar no Rio Jordão. Numa região instável, ninguém pode saber se vai continuar tendo parceiros pela paz.”

Isso significa que os palestinos viveriam num país cercado por Israel, já que o Rio Jordão é a fronteira entre a Jordânia e a Cisjordânia. Nenhum país verdadeiramente independente aceitaria isso.

O falcão israelense também advertiu que o reconhecimento da Palestina pela Assembleia Geral da ONU, que deve acontecer em setembro não vai trazer a paz. “Agradeço a declaração do presidente Obama a esse respeito. A paz não pode ser imposta. Tem de ser negociada, mas só pode ser negociada com parceiros comprometidos com a paz. O Hamas não é um parceiro para a paz, continua comprometido com a destruição de Israel. Manda matar os judeus onde estiverem.

“O Hamas condenou a morte de Ben Laden e o elogiou como um guerreiro sagrado”, denunciou. “Israel está disposto a negociar, mas não vai negociar com a versão palestina d’al Caeda. Rompa o acordo com o Hamas, negocie e viva em paz com o Estado de Israel. Israel será o primeiro país a reconhecer a Palestina na ONU.”

Ele sabe que suas exigências são inaceitáveis. Apresenta-as como uma proposta generosa para ganhar tempo e consolidar a ocupação, como seu partido Likud vem fazendo desde a assinatura dos acordo de paz com o Egito, em Camp David, nos EUA, em 1979.

Sua visão de uma Palestina emasculada mereceu 56 aplausos de pé do Congresso dos EUA, mas muito poucos no resto do mundo. É um beco sem saída que só aumenta o isolamento internacional de Israel.

Netanyahu está mais interessado em bombardear o Irã para tentar neutralizar seu programa nuclear do que em resolver a questão palestina, que poderia ser um fator decisivo para desarmar os espíritos num mundo árabe que se democratiza.

Justiça manda Califórnia reduzir número de presos

Por 5 a 4, a Suprema Corte dos Estados Unidos mandou o estado da Califórnia reduzir sua população prisional, sob a alegação de que a superlotação das prisões viola o princípio constitucional que proíbe punição cruel e desumana, informa o jornal The New York Times.

A população carcerária da Califórnia está hoje em 140 mil presos. Já chegou a 160 mil. Deve ser reduzida dentro de dois anos para 110 mil, decidiu o tribunal.

No voto do relator, o ministro Anthony Kennedy acusou o sistema penitenciário de falhar ao não oferecer o tratamento mínimo a apenados com sérios problemas de saúde física ou mental e produzir “sofrimento desnecessário e morte”.

Ao votar contra, o juiz conservador Antonin Scalia considerou que “talvez se trate da injunção mais radical já feita por um tribunal deste país”.

O também conservador Samuel Alito acusou “a maioria do supremo tribunal americano de brincar com a segurança do povo da Califórnia”.

Mas os juízes liberais Ruth Ginsburg, Stephen Breyer, Sonia Sottomayor e Elena Kagan votaram com o relator, que concluiu: “Uma prisão que priva seus prisioneiros do sustento básico, que inclui atendimento médico adequado, é incompatível com o conceito de dignidade humana e não tem lugar numa sociedade civilizada.”

Roupa da camareira tem DNA de Strauss-Kahn

Em um exame de DNA (ácido desoxirribonucleico), os peritos da polícia de Nova York encontraram esperma do ex-diretor-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional) Dominique Strauss-Kahn na gola da roupa da camareira que o acusa de abuso sexual, afirmou a rede de televisão ABC.

Nem a polícia nem a Justiça confirmou a notícia. Seria uma prova técnica irrefutável para a promotoria. A defesa de Strauss-Kahn teria de alegar que houve uma relação sexual consensual para explicar a situação.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Pilotos podem ter errado na queda do voo AF447

Os pilotos do voo AF 447 da Air France que caiu no Oceano Atlântico em 31 de maio de 2009 não estavam treinados para enfrentar a emergência causada pelo desligamento do piloto automático. É o que revelam novos vazamentos de informações contidas nas caixas-pretas do Airbus A330, que só foram recuperadas há pouco, depois de ficarem quase dois anos no fundo do mar, revela o jornal The Wall St. Journal.

Diante da emergência, mostram as gravações, a tripulação ficou confusa e sem ação, aparentemente esperando que os sensors de velocidade voltassem a funcionar normalmente.

A tripulação deixou de usar o procedimento padrão para manter ou aumentar a força das turbinas e manter a velocidade do avião.

Ao enfrentar uma tempestade na zona de convergência intertropical a mais de 10 mil metros de altitude, as sondas Pitot, que medem a velocidade do avião no ar, ficaram congeladas e pararam de dar informações corretas ao computador de bordo, que desligou o piloto automático.

Imediatamente antes, o avião sofreu uma desaceleração perigosa. Quando o computador passou o controle do voo para manual, os pilotos ficaram confusos e não conseguiram controlar o aparelho, que caiu no mar em quatro minutos.

O Escritório de Investigação de Acidentes Aéreos da França admitiu que a tripulação não estava treinada para enfrentar esse tipo de emergência.

Um relatório de novembro de 2009 informa que a Airbus identificou 32 casos em que a formação de gelo ao redor dos sensores de velocidade do avião levou a “leituras erradas da velocidade”.

Nem a Air France nem a Airbus comentou os resultados preliminaries da investigação, que devem ser anunciados oficialmente na próxima sexta-feira.

Acusação pede prisão para ex-primeiro-ministro francês

O procurador Jean-Louis Pérol pediu hoje uma pena de 30 meses de prisão e multa de 40 mil euros para o ex-primeiro-ministro Dominique de Villepin por "cumplicidade em denúncia caluniosa por omissão" no caso Clearstream, que implicava o atual presidente da França, Nicolas Sarkozy, num escândalo financeiro.

A alegação era que Sarkozy e outros políticos franceses tinham contas secretas no Clearstream para receber propinas e comissões ilegais.

Se for condenado, De Villepin poderá ser beneficiado com a suspensão da pena e cumprir apenas a metade da pena na cadeia.

Keiko Fujimori lidera em três pesquisas

A menos de duas semanas para o segundo turno da eleição presidencial no Peru, a deputada Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, condenado a 25 anos de cadeia por corrupção e violação dos direitos humanos, lidera três pesquisas de opinião.

Na sondagem do instituto CPI, Keiko tem 53,7% das preferências contra 46,7% para o candidato nacionalista Ollanta Humala, apoiado pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e assessorado por membros do Partido dos Trabalhadores (PT).

Para o instituto Ipsos, Keiko teria 51,4% dos votos contra 48,6% para Humala.

Uma terceira pesquisa, do instituto Datum, dá 52,4% para Keiko, que tem o apoio do empresariado, e 47,6% para Humala.

Talebã atacam base aeronaval no Paquistão

Depois de 16 horas de combate, centenas de fuzileiros navais, comandos de elite da Marinha e policiais militares conseguiram retomar uma base aeronaval atacada por um pequeno grupo de rebeldes da milícia fundamentalista dos Talebã em Caráchi, a maior e mais rica cidade do Paquistão.

Pelo menos doze militares morreram, além de quatro rebeldes. Dois rebeldes conseguiram escapar. Eles estariam atrás de equipamentos eletrônicos sofisticados usados na guerra moderna.

Os Talebã declararam que o ataque foi mais uma vingança pela morte do líder terrorista Ossama ben Laden, morto por uma tropa de elite da Marinha dos Estados Unidos em 2 de maio na cidade paquistanesa de Abotabade. Para a milícia fundamentalista, os militares do Paquistão foram no mínimo coniventes com a operação militar americana.

Chile exuma restos mortais de Salvador Allende

Na presença de familiares e políticos, os restos mortais do presidente Salvador Allende foram exumados hoje para tentar esclarecer definitivamente se ele se matou ou foi morto em 11 de setembro de 1973, data do golpe liderado pelo general Augusto Pinochet.

A exumação foi feita a pedido de sua filha, a senadora socialista Isabel Allende.

Pela versão oficial dos golpistas, o primeiro presidente socialista eleito democraticamente se suicidou com um fuzil AK-47 recebido de presente do ditador cubano, Fidel Castro. O próprio Fidel confirmou essa versão.

Lobo faz acordo para permitir volta de Zelaya

O atual presidente de Honduras, Porfirio Lobo, e seu antecessor deposto, José Manuel Zelaya, assinaram um acordo ontem em Cartagena, na Colômbia, para permitir a volta do ex-presidente ao país em 28 de maio de 2011, quase dois anos do golpe.

Zelaya foi preso e deportado em 28 de junho de 2009, depois de tentar demitir o comandante das Forças Armadas, que se negou a realizar um plebiscito sobre a convocação de uma assembleia nacional constituinte sem a aprovação do Congresso e da Corte Suprema.

Todas as acusações contra ele serão suspensas para que o líder deposto volte a fazer política. O movimento de resistência formado para exigir sua volta será reconhecido como partido poítico.

domingo, 22 de maio de 2011

Mais um republicano disputa a Casa Branca

O ex-governador de Minnesotta Tim Pawlenty é o novo aspirante à candidatura do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos em 2012, revela o jornal The New York Times

Um dia antes de se lançar oficialmente na corrida à Casa Branca, Pawlenty divulgou um vídeo declarando que será candidato porque, ao contrário do presidente Barack Obama, ele teria coragem para enfrentar os desafios que ameaçam os EUA.

Socialistas sofrem grande derrota na Espanha

A pior crise econômica desde a redemocratização da Espanha e o desemprego que atinge mais de 21% da população ativa levaram o governante Partido Socialista Operário Espanhol a sofrer uma derrota esmagadora nas eleições municipais e regionais deste domingo, anuncia a agência de notícias France Presse.

Cerca de 65% dos 34 milhões de eleitores inscritos elegeram hoje 8.116 prefeitos e 68,4 mil vereadores, além de 824 deputados dos parlamentos de 13 das 17 regiões semiautônomas da Espanha.

Com 99,96% dos votos apurados, o conservador Partido Popular, de oposição, tem 37,53% dos votos contra 27,79% para os socialistas.

Três anos de crise econômica acabaram com a popularidade do primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero, eleito em março de 2004, logo depois dos atentados terroristas em Madri, e reeleito em 2008, sem maioria absoluta.

“A crise destruiu milhares de empregos e teve um profundo impacto sobre o moral dos cidadãos”, admitiu Rodríguez Zapatero, que não será candidato à reeleição em 2012. “Hoje sem dúvida, eles expressaram seu descontentamento.”

Os socialistas perderam as prefeituras de Barcelona e Sevilha pela primeira vez desde a queda da ditadura do generalíssimo Francisco Franco, em 1975. Dos 13 parlamentos regionais em disputa, só ficam no governo na Extremadura como parte de uma coalizão.

“É um dia de festa para nós”, celebrou o líder da oposição, Mariano Rajoy. “Conquistamos nosso melhor resultado em eleições municipais e regionais.”

Vulcão da Islândia volta a preocupar aviação

A Islândia fechou hoje seu espaço aéreo por causa da erupção do vulcão Grimsvoetn. O resto da Europa, onde a nuvem de cinza vulcânica deve chegar nos próximos dias, teme a repetição do que aconteceu no passado por causa de outro vulcão islandês, adverte a agência France Presse.

Na terça-feira, a cinza chega à Escócia. Dois dias depois, na França e na Espanha.

Menos de 24 horas depois do início da erupção, na noite de sábado, as autoridades islandesas anunciaram o declínio da atividade vulcânica.

Israel constrói 294 casas em território ocupado

Em mais um sinal de que a real intenção do atual governo de Israel é consolidar a ocupação de grandes áreas da Cisjordânia, o ministro da Defesa, Ehud Barak, aprovou a construção de 294 casas novas na colônia de Beitar Ilit, denunciou o movimento Paz Agora, contrário à ampliação dos assentamentos, que são ilegais. O direito internacional proíbe a colonização de territórios ocupados.

O movimento pacifista calcula que 2 mil unidades habitacionais ilegais foram projetadas desde setembro, quando acabou uma moratória de 10 meses na construção na Cisjordânia, informa a agência de notícias France Presse.

Barak justificou alegando que, “desde o fim da moratória, algumas novas construções foram autorizadas para que as comunidades que vivem nos assentamentos possam atender suas necessidades”.

A expansão das colônias continua, ignorando que este é um dos problemas centrais no conflito.

Últimos soldados britânicos saem do Iraque

Oito anos depois da invasão liderada pelos Estados Unidos, os últimos soldados britânicos saíram hoje do Iraque. É o fim de uma guerra que nunca teve o apoio da população do Reino Unido e acabou com a carreira política do então primeiro-ministro Tony Blair.

O governo Blair foi acusado de manipular dossiês dos serviços secretos de Sua Majestade para alegar que o então ditador iraquiano Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa que o tornavam uma ameaça para o Oriente Médio.

Até hoje, ele insiste que tomou a decisão correta ao colaborar com a deposição de Saddam. Mas, mesmo no Reino Unido, tem muita gente favorável a processar Blair por crimes de guerra e mentir ao Parlamento Britânico.

Governistas cercam embaixada no Iêmen

Diante do colapso do acordo para que o presidente Ali Abdullah Saleh abandone o poder no Iêmen depois de 32 anos, partidários do ditador cercaram a embaixada dos Emirados Árabes Unidos em Saná, onde embaixadores pressionavam Saleh a assinar o acordo firmado ontem pela oposição.

O embaixador americano e o mediador do Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico (CCG), a organização regional formada pelas monarquias petroleiras do Oriente Médio, foram resgatados de helicóptero. Os embaixadores do Reino Unido e da União Europeia decidiram ficar. Por causa da afronta, o CCG suspendeu sua mediação.

A proposta já foi rejeitada duas vezes na última hora pelo ditador. Prevê a formação de um governo de união nacional e a renúncia de Saleh em 30 dias, em troca de imunidade para ele e a família. Dentro de 60 dias, seriam realizadas eleições presidenciais.

Com a dura repressão na Arábia Saudita, o Iêmen se tornou a base da rede terrorista Al Caeda na Península Arábica. É hoje um dos países-chaves na luta dos Estados Unidos contra o terrorismo.

Há três meses, a população iemenita sai às ruas, na onda de revoluções liberais no mundo árabe para exigir a queda de Saleh.

Sondas congeladas derrubaram voo AF447

O congelamento dos sensores que medem a velocidade do avião causou o acidente com o Airbus A330 da Air France que ia do Rio de Janeiro para Paris em 31 de maio de 2009, matando todas as 228 pessoas a bordo, confirmou o Escritório de Investigação de Acidentes Aéreos da França, antecipou hoje a revista alemã Der Spiegel.

As sondas Pitot, fabricadas pela empresa francesa Thales, já tinham sido apontadas como responsáveis por aquele acidente e outros anteriores, como foi revelado nestes últimos dois anos.

Só agora minissubmarinos franceses conseguiram encontrar as caixas-pretas com o registro das operações de voo e das conversas da tripulação. A análise desses dados confirmaria a hipótese de congelamento das sondas medidoras da velocidade do avião quando o Airbus enfrentava uma tempestade na zona de convergência intertropical, na zona do Equador.

Sem informações sobre a velocidade da aeronave, o computador de bordo teria transferido o controle do voo para os pilotos, que não conseguiram dominar o aparelho.

Obama defende proposta ante lobby judaico

O presidente Barack Obama defendeu hoje sua proposta para criação de um país palestino independente na Cisjordânia e na Faixa de Gaza com base nas fronteiras anteriores à guerra de 1967 diante do principal lobby judaico dos Estados Unidos. Havia medo de que ele fosse vaiado.

Em discurso na Comitê de Ação Pública Americano-Israelense (Aipac), Obama insistiu na necessidade de tomar as medidas difíceis para negociar paz como melhor maneira de proteger Israel a longo prazo, informa o jornal The New York Times.

Apesar da rejeição da proposta pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na sexta-feira, durante visita à Casa Branca, o presidente americano insistiu: “Vou repetir o que realmente falei na quinta-feira e não o que disseram que eu falei”, declarou.

“Os EUA acreditam que das negociações devem resultar dois estados, com fronteiras permanentes da Palestina com Israel, a Jordânia e o Egito, e fronteiras permanentes de Israel com a Palestina”, enfatizou.

“As fronteiras de Israel e da Palestina devem se basear nas linhas de 1967, com trocas acertadas mutuamente para que sejam estabelecidas fronteiras seguras e reconhecidas para os dois países”, propôs o presidente dos EUA.

Para evitar novas interpretações equivocadas, Obama esclareceu: “As partes – israelenses e palestinos – vão negociar fronteiras que serão diferentes das existentes em 4 de junho de 1967. É uma fórmula bem conhecida por quem trabalha há uma geração com o conflito. Cabe às partes levar em conta as mudanças ocorridas nos últimos 44 anos.”

Obama rejeitou qualquer possibilidade de deslegitimar o Estado de Israel, mas advertiu que o país tende a ficar cada vez mais isolado se não se envolver as negociações de paz definitivas com a Organização para a Libertação da Palestina. 

Palestinos: Israel deve aceitar plano de Obama

O primeiro-ministro do Israel precisa aceitar a visão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de criação de um estado nacional palestino independente na Cisjordânia e na Faixa de Gaza com base nas fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, em 1967, afirmou hoje o principal negociador palestino Saeb Erekat, citando pelo jornal liberal israelense Haaretz.

Em Jerusalém, o assessor de segurança nacional de Israel, Yaacov Amidror, afirmou que as fronteiras de 1967 deixariam muitos israelenses de fora.

Amidror disse que as diferenças de posição entre Obama e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não são tão grandes. Ele gostaria que o presidente americano tivesse dado mais ênfase à troca de territórios para integrar algumas áreas colonizadas a Israel.

sábado, 21 de maio de 2011

Movimento contesta partidos na Espanha

Num desafio à proibição da Justiça, milhões de pessoas saíram às ruas da Espanha neste sábado, 21 de maio de 2011, pelo sétimo dia seguido, para protestar contra os partidos politicos e exigir uma “democracia real”, informa o jornal francês Le Monde.

As manifestações políticas estão proibidas porque acabou a campanha para as eleições municipais de amanhã. Mas o Movimento 15 de Maio é apartidário, ou melhor, antipartidário.

Hoje, fez uma Jornada de Reflexão, conta o jornal espanhol El País.

Em vez do tradicional "o povo unido jamais será vencido", a multidão reunida pelo na Porta do Sol, no centro de Madri, e muitas outras praças por todo o país grita: "O povo unido funciona sem partidos".

Com a crise das dívidas públicas e mais de 21% de desemprego, a pior taxa em toda a União Europeia, que é ainda maior no Sul e entre os jovens, há uma sensação de impotência política na Espanha, especialmente entre a juventude.

Sob a inspiração das revoltas árabes do outro lado do Mar Mediterrâneo, os espanhóis tomam as ruas para rejeitar tanto o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), no poder desde 2004, quanto o conservador Partido Popular (PP).

O PP é o favorito para as eleições gerais do próximo ano, mas tem pouco a oferecer além de uma rigorosa austeridade fiscal.
Num desafio à proibição da Justiça, milhões de pessoas saíram às ruas da Espanha neste sábado, 21 de maio de 2011, pelo sétimo dia seguido, para protestar contra os partidos politicos, informa o jornal francês Le Monde.

As manifestações políticas estão proibidas porque acabou a campanha para as eleições municipais de amanhã. Mas o Movimento 15 de Maio é apartidário, ou melhor, antipartidário.

Em vez do tradicional "o povo unido jamais será vencido", a multidão reunida pelo na Porta do Sol, no centro de Madri, e muitas outras praças por todo o país grita: "O povo unido funciona sem partidos".

Com a crise das dívidas públicas e mais de 21% de desemprego, a pior taxa em toda a União Europeia, que é ainda maior no Sul e entre os jovens, há uma sensação de impotência política na Espanha, especialmente entre a juventude. A impressão geral é que o mercado governa o país.

Sob a inspiração das revoltas árabes do outro lado do Mar Mediterrâneo, os espanhóis tomam as ruas para rejeitar tanto o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), no poder desde 2004, quanto o conservador Partido Popular (PP).

O PP é o favorito para as eleições gerais do próximo ano, mas tem pouco a oferecer além de uma rigorosa austeridade fiscal.

Águas profundas da Antártida estão esquentando

As águas profundas do Mar de Weddell, na Antártida, estão esquentando, advertem pesquisadores do navio oceanográfico alemão Polarstern (Estrela Polar), citados em reportagem do jornal espanhol El País.

Ao comparar seus dados com os de expedições anteriores, o cientista Eberhard Fahrbach conclui que nos últimos 26 anos houve um aquecimento em toda a coluna de água do Mar de Weddell em 0,6 graus centígrado.

"Parece um aumento de temperatura muito pequeno, mas como vai até águas muito profundas, supõe que há uma quantidade muito maior de calor acumulado nos oceanos", observou Fahrbach.

Ataque a caminhão-tanque mata 16 no Paquistão

Um ataque a bomba contra um caminhão-tanque com combustível para as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) matou pelo menos 16 pessoas no Passo do Khyber, no Paquistão.

EUA tentam redefinir política para árabes

Apesar da surpresa com as revoluções do mundo árabe, os Estados Unidos precisam reorientar sua política para o Oriente Médio, adverte o professor americano Parag Khanna,  autor de O Segundo Mundo, o que o presidente Barack Obama tentou fazer com o discurso de anteontem.

Em visita ao Brasil para lançar seu segundo livro, Como Governar o Mundo, o pesquisador admitiu que o governo dos Estados Unidos, para quem trabalha, está "improvisando muito" diante das incertezas geradas pelo terremoto político no Norte da África e no Oriente Médio.

"É preciso redefinir a estabilidade: os filhos da puta não são mais suficientes. É preciso construir relações mais saudáveis", afirmou o professor, sem citar o presidente americano Franklin Roosevelt, que uma vez se referiu ao ditador da Nicarágua Anastasio Somoza García: "É um filho da puta, mas é o nosso filho da puta".

No seu primeiro livro, Khanna previu que o Egito estava maduro para uma revolução: "Como falar em reforma política [como falou George W. Bush] sem remover Hosni Mubarak? Até na Arábia Saudita há um novo partido defendendo a instauração de uma democracia constitucional."

Durante séculos, "os árabes culparam os otomanos, os europeus, os americanos e Israel pela sua própria miséria. Em 2011, não havia mais ninguém para culpar". Eles decidiram se levantar contra a tirania.

"Não acredito que esses países se transformem em democracias", observou Khanna, "pelo menos não a curto prazo. Transparência administrativa, um governo que preste contas de seus atos e o bem-estar social são mais importantes. Acho que terão mais liberdade de imprensa, um Judiciário mais independente e militares menos poderosos".

Ele teme a divisão da Líbia e aposta que, "na Síria, Bachar Assad vai sobreviver por mais algum tempo. As monarquias vão sobreviver".

Quanto ao futuro da influência dos EUA na região, o pesquisador lembra que "onde houver pequenos países com vizinhos bem maiores as grandes potências serão bem-vindas. Na Mongólia, espremida entre a China e a Rússia, existe a chamada política externa do terceiro vizinho: os EUA".

Khanna não acredita numa retirada total das forças americanas do Norte do Afeganistão: "Os EUA precisam de um aliado estável, combater os Talebã, proteger o comércio num novo Caminho da Seda [a famosa rota percorrida por Marco Polo] e vigiar a China. Não estou dizendo que é bom, é o que acho que vai acontecer".

Na sua opinião, o ideal é que Arábia Saudita, Egito, Irã, Israel e a Turquia, as potências regionais, chegassem  a um acordo para criar um mecanismo de segurança. Esse dia ainda está distante.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Zelaya quer voltar após quase dois anos

O ex-presidente José Manuel Zelaya planejava voltar a Honduras em 28 de maio, um mês antes do segundo aniversário do golpe de Estado que o derrubou, em 2009, informaram seus partidários à agência de notícias Associated Press.

Ele deve chegar em companhia de outros ministros de seu governo e do chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, disse o líder da oposição hondurenha, Juan Baharona.

Zelaya foi preso em casa e expulso do país em 28 de junho de 2009 depois de demitir o comandante das Forças Armadas, que se recusou a realizar um plebiscito sem aprovação do Congresso e da Corte Suprema.

Com Zelaya fora do país, tomou posse o presidente do Congresso, Roberto Micheletti.

Os outros países do continente reagiram, invocando a cláusula democrática da Organização dos Estados Americanos (OEA) repudiaram o golpe e exigiram e restituição do poder ao presidente deposto.

Depois de duas tentativas frustradas de voltar a Honduras, Zelaya entrou clandestinamente no país em 22 de setembro e se refugiou durante meses na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa.

Uma missão negociadora da OEA liderada pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, negociou o Acordo de São José, mas Zelaya não tinha apoio no Congresso e na Corte Suprema para voltar ao cargo.

Honduras realizou eleições em 28 de novembro de 2009. Os Estados Unidos, o Panamá, o Peru e a Colômbia decidiram reconhecer a vitória de Porfirio Lobo, mas o Brasil e a maioria da América Latina rejeitaram o resultado, alegando que as eleições não tinham presididas pelo presidente eleito legitimamente.

O Brasil, a Argentina, a Venezuela e outros países latino-americanos exigem agora a anulação de todos os processos contra o presidente deposto para que ele possa voltar a fazer política em Honduras.

Desde o início de 2010, Zelaya está asilado na República Dominicana. No mês passado, todas as denúncias contra ele foram retiradas, abrindo o caminho para sua volta.

Só aí será possível avaliar o peso de Zelaya no futuro político do terceiro país mais pobre do continente.

América Latina é terceiro pilar do Ocidente

Uma parceria hemisférica dos Estados Unidos com a América Latina permitiria garantir a autossuficiência em energia e matérias-primas no continente. Seria uma boa resposta à industrialização e à ascensão da Ásia como novo polo de poder da política internacional, afirmou o pesquisador Parag Khanna, em palestra realizada no Rio de Janeiro, onde está lançando seu segundo livro, Como Governar o Mundo.

"O Oriente é muito importante, extremamente dinâmico e poderoso, mas é também muito instável", comentou Khanna. "A ascensão da China faz os vizinhos comprarem cada vez mais armas dos EUA."

Neste mundo globalizado, "não há mais monopólios. Todos negociam com todos, o domínio do Ocidente em áreas como comércio e investimentos se dissolveu, e as decisões estratégicas vem do poder econômico", raciocina o cientista político.

"A economia vem em primeiro lugar. A Arábia Saudita está vendo mais para a China. Quando escrevi meu primeiro livro, o Brasil tinha saldo com a China. Agora o Brasil, como os EUA, está preocupado com o câmbio e os subsídios chineses", acrescentou.

Nesta reconfiguração política e econômica, "a geografia é destino", pondera Khanna. Assim, "a Austrália se tornou completamente dependente das exportações de matérias-primas para a China. Os melhores diplomatas vão para Beijim. A piada é que a Austrália ganha dinheiro e a China ganha a Austrália".

Com esse fortalecimento das relações regionais, "a Ásia pode sobreviver da Ásia, não precisa mais dos americanos como consumidores de último recurso. A Ásia depende mais das exportações para a Europa do que para os EUA".

Quem vai liderar o crescimento mundial nas próximas décadas? Os chamados países do Sul. Isto aumenta o poder de barganha da América Latina nas negociações com EUA e Europa para criar uma aliança ou um bloco ocidental, diz o diretor da Iniciativa de Governança Global da Fundação Nova América.

Enquanto a França manifesta interesse em forjar uma parceria estratégica com o Brasil, talvez como contraponto à China e aos EUA, o governo americano ainda não acordou para a importância geopolítica de uma parceria hemisférica, argumenta o pesquisador.

"Faz 10 anos desde que George W. Bush falou da América Latina", lembra Khanna. "Não houve reforma nas leis de imigração e não há uma nova relação com a América Latina. O México está na agenda por razões negativas como tráfico de drogas e imigração ilegal. O Brasil é a boa notícia e não é uma ameaça para os EUA".

Faltam uma grande estratégia e uma nova doutrina que incluam a América Latina como uma região onde a cooperação pode ter grande valor para os EUA em temas como energia e crescimento.

Polícia da Síria mata mais 26 manifestantes

Pelo menos mais 26 pessoas morreram hoje na Síria, em mais um Dia de Ira contra a ditadura de Bachar Assad, informa o jornal The New York Times.

Mais uma vez, milhares de pessoas desafiaram o regime e marcharam pelas ruas depois da oração da sexta-feira, a folga religiosa semanal dos muçulmanos.

Os Estados Unidos estimam em cerca de mil o total de mortos desde o início da revolta popular síria, em 15 de março de 2011.

A rebelião acirrou conflitos étnico-religiosos sufocados por décadas de ditadura entre a maioria sunita e as minorias curda, cristã e alauíta.

Pesquisador teme guerra entre Irã e Arábia Saudita

Diante da instabilidade crônica do Iraque desde a invasão americana de 2003, há um sério risco de uma guerra entre a Arábia Saudita e o Irã provocada pelo conflito sectário entre sunitas e xiitas, afirmou ontem o cientista político Parag Khanna, em palestra promovida pela Câmara Americana de Comércio do Rio de Janeiro.

"Tenho muito medo de uma guerra entre a Arábia Saudita e o Irã", admite o diretor da Iniciativa de Governança Global da Fundação Nova América, considerado pela revista Enquire uma das pessoas mais influentes do século 21. "O Iraque seria destruído pela terceira vez."

Khanna lembra que "os documentos do Departamento de Estado vazados pelo WikiLeaks mostram a Arábia Saudita e outras monarquias petroleiras fazendo pressão para os EUA atacarem o Irã. Há uma grande discórdia no Iraque entre sunitas, apoiados pelos sauditas, e xiitas, apoiados pelos iranianos, e os EUA estão se retirando. Uma guerra é mais provável do que a estabilização do Iraque".