Com a demissão praticamente certa de Dominique Strauss-Kahn, preso e acusado de agressão sexual e tentativa de estupro, a tradição de que o diretor-geral do Fundo Monetário Internacional deve ser europeu corre sério risco de ser colocada em cheque pelo crescente poder das grandes economias emergentes.
Uma das decisões do Grupo dos Vinte (G-20) no auge da Grande Recessão (2008-9) foi ampliar a voz e o número de votos dos emergentes nas discussões e decisões do Fundo, redistribuindo votos da Europa para aumentar a cota da China e do Brasil, entre outros.
Por um acordo informal feito entre os Estados Unidos e o Reino Unido na Conferência de Bretton Woods, que definiu a ordem econômica do pós-guerra, em 1944, o presidente do Banco Mundial é sempre americano e o diretor-geral do FMI, europeu.
Mas isso precisa mudar, com o fim de hegemonia das potências ocidentais sobre as organizações econômicas internacionais. A prisão de Strauss-Kahn contribui para o declínio relativo da Europa. Seu posto pode ser ocupado por um candidato de país emergente.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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