quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Trump se elogia, apresenta heróis dos EUA e planos para reformar imigração

No seu primeiro Discurso sobre o Estado da União, depois de um ano na Casa Branca, o presidente Donald Trump elogiou os supostos sucessos de seu governo como os cortes de impostos, o crescimento e o desemprego, destacou o heroísmo de vários americanos presentes no plenário da Câmara, descreveu a China e a Rússia como "rivais", e anunciou planos para reformar o sistema de imigração.

Trump começou destacando os supostos sucessos de seu governo. Exaltou o heroísmo de uma oficial que resgatou flagelados pelo furacão de Houston, no Texas, e de um guarda florestal que salvou crianças nos incêndios da Califórnia.

"Não há povo com mais ousadia e coragem do que os americanos. Se houver um desafio, encaramos; se houver uma oportunidade, aproveitamos. Então o Estado da União é forte porque o povo americano é forte", declarou Trump sob aplausos do plenário do Congresso, com a presença de ministros e juízes da Suprema Corte.

Em seguida, o presidente passou a destacar os sucessos econômicos, como a queda no desemprego, uma tendência de 87 meses, que portanto começou com Barack Obama. "Os níveis de desemprego para afro-americanos e latino-americanos são os menores da história."

Como prometido, continuou Trump, "promovemos o maior corte de impostos da história dos EUA, dando um grande alívio para a classe média e os trabalhadores". Ele destacou os ganhos da classe média: "Uma família que ganhe US$ 75 mil terá seus impostos reduzidos à metade."

Entre os impostos suprimidos, está a obrigação de ter seguro-saúde do programa do governo Obama para universalizar a cobertura de saúde. Trump acabou com isso.

A alíquota do imposto de renda das empresas caiu de 35% para 21%, gabou-se o presidente. Os críticos advertem que a dívida pública interna deve crescer US$ 1,5 trilhão nos próximos dez anos e que 82% vai para o 1% mais rico.

"Desde que aprovamos os cortes de impostos, mais de 3 milhões de trabalhadores receberam bônus salariais de suas empresas. A Apple vai trazer US$ 238 bilhões e criar 20 mil empregos", acrescentou Trump. "Nunca houve um tempo melhor para o sonho americano. Juntos, podemos conquistar qualquer coisa."

"A família e a fé estão no centro da vida americana, não o Estado. Celebramos nossa polícia, nossas Forças Armadas e nossos veteranos pelo seu heroísmo", clamou Trump, todos agentes do Estado, conseguindo novos aplausos de uma assistência entusiasmada pelo seu patriotismo primário, de bandeiras e heróis.

Um menino que lançou uma campanha para plantar 40 mil bandeirinhas no túmulo de soldados mortos em guerras foi o próximo destaque de um discurso bem arquitetado pelo marketing populista  de Trump, apelando mais à emoção do que à razão do eleitorado.

"Eliminamos mais regulamentações no primeiro ano do que qualquer governo na história deste país. Acabamos com a guerra contra energia e contra o belo carvão limpo. Somos hoje exportadores de energia para o mundo", alegou para defender sua política de abandonar o Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, onde as restrições que cada país deve fazer são voluntárias.

Em uma jogada que certamente aumentará sua popularidade se virar realidade, mais uma promessa cara à população: "Uma das minhas prioridades é reduzir o preço dos medicamentos. Os americanos pagam muito mais caro do que em outros países. Os preços vão cair. Fiquem atentos".

Na política comercial, se depender de Trump, acabou a era da liberalização comercial: "A era da rendição econômica acabou. Daqui para a frente, queremos comércio justo e recíproco. Vamos negociar novos acordos comerciais, proteger os trabalhadores americanos e a propriedade intelectual. Vamos reconstruir nossa indústria e nossa infraestrutura", vangloriou-se.

"Os EUA são um país de construtores. Nós construímos o Empire State building em um ano. Agora, precisamos de um ano para obter autorização para abrir uma estrada. Peço ao Congresso que faça uma lei para alocar US$ 1,5 trilhão para obras de infraestrutura, com a ajuda de estados, municípios e do setor privado. Vamos construir com corações americanos, mãos americanos", apelou o presidente.

Com os cortes de impostos, sugeriu, as empresas devem investir no treinamento de seus profissionais. Vamos apoiar famílias, dando licença-maternidade sem corte de pagamento.

Ao entrar no tema da imigração, Trump acusou os ilegais pela violência, as gangues e o tráfico de drogas na fronteira. O presidente ignora que as gangues de latino-americanos foram feitas para sobreviver em cidades como Los Angeles. Eles levaram o modelo das gangues americanas para seus países de origem.

Trump prometeu uma chance de se tornar cidadãos americanos para 1,8 milhão de imigrantes ilegais que entraram no país quando crianças, os chamados sonhadores, sem esquecer de dizer que todos os americanos são sonhadores.

Logo, apresentou sua proposta para a reforma da imigração: "Os que tiverem educação e bom caráter poderão se tornar cidadãos dos EUA durante um período de 12 anos. O segundo pilar é a segurança da fronteira. Isto significa construir um grande muro na fronteira sul", outra promessa de campanha, aplaudida pela bancada republicana.

"O terceiro pilar acaba com a loteria que dá residência a quem não mostrou qualificação e pode ameaçar a segurança dos EUA. Vamos passar a um regime de imigração baseado no mérito. O quarto pilar protege a família nuclear acabando com a imigração em cadeia. Pela atual legislação falida, um imigrante pode trazer a família inteira", o que foi garantido pela Justiça.

"Na era do terrorismo, a loteria de imigração não faz mais sentido. Assim, finalmente, teremos um sistema de imigração do século 21", afirmou.

Quando citou a China e a Rússia como ameaças, Trump entrou na área política externa pedindo ao Congresso que dê dinheiro para as Forças Armadas para que os EUA tenham uma força incontrastável. Vai pedir um recorde de US$ 716 bilhões no orçamento anual e pretende renovar todo o arsenal nuclear dos EUA.

Como não poderia deixar de ser, o presidente narcisista se atribuiu a vitória sobre a milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que começou a ser combatida por Obama em agosto de 2014. Trump manteve a estratégia.

"Terroristas não são apenas inimigos, são combatentes ilegais. No passado, libertamos centenas de terroristas que voltamos a enfrentar no campo de batalha, inclusive al-Baghdadi, o líder do Estado Islâmico. Decidi manter aberto as instalações da Baía de Guantânamo. Peço ao Congresso autorização para prender terrorismo onde quisermos, inclusive Guantânamo" , anunciou.

O centro de detenção ilegal foi instalado em fevereiro de 2002 na base naval de Guantânamo, um enclave americano em Cuba que os EUA ocupam desde a Guerra Hispano-Americana, a guerra da independência de Cuba, em que os americanos tomaram também as Filipinas. Sob Theodore Roosevelt, era o ínicio do Império Americano.

Sobre a Guerra no Afeganistão, disse que "desde o mês passado, nossos militares têm ampla liberdade para atacar e não vão conhecer nossos planos antes da hora", referência aos anúncios de retirada gradual de Obama. Desde que os EUA anunciaram a suspensão da ajuda militar ao Paquistão, a violência dos grupos extremistas muçulmanos aumentou consideravelmente, com centenas de mortos nos últimos dias.

"No mês passado, reconheci Jerusalém como capital de Israel. Imediatamente, vários países condenaram nas Nações Unidas a posição soberana dos EUA. Demos bilhões de dólares a alguns países. Peço ao Congresso que aprove lei para impedir que o dinheiro do contribuinte americano vá para países que não sejam amigos dos EUA", anunciou.

Aí voltou aos inimigos: "Também pedi ao Congresso que revise o desastroso acordo como Irã e pedi que sancione os regimes comunista e socialista de Cuba e da Venezuela. Mas nenhum país oprime mais seu próprio povo do que a Coreia do Norte. Estamos liderando uma campanha de boicote em grande escala. Não vamos repetir os erros de governos anteriores. Basta vermos o caráter depravado do líder do regime norte-coreano para ver a dimensão da ameaça", argumentou o presidente americano.

Em resposta, em nome do Partido Democrata, o deputado Joe Kennedy III, neto do senador Robert Kennedy e sobrinho-neto do presidente John Kennedy, lembrou do caos na Casa Branca nos últimos 12 meses, criticou Trump por dividir o país e elogiou os jovens imigrantes ilegais latino-americanos, falando com eles com espanhol e dizendo "vocês são parte da nossa história".

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Zona do Euro teve em 2017 o maior crescimento em dez anos

As economias dos 19 países da Zona do Euro e dos 28 países da União Europeia como um todo cresceram 2,5% em 2017, mais do que os Estados Unidos, que ficaram em 2,3%. Foi a maior taxa de crescimento em dez anos, consolidando a recuperação da Zona do Euro depois da crise mundial de 2008-9, informou o Eurostat, o órgão de estatísticas da UE.

O avanço no último trimestre do ano passado foi de 0,6%, um pouco abaixo do 0,7% do trimestre anterior. No ano passado, o avanço foi de 2,1%.

Com expansão de 0,8% no trimestre e 2% no ano, a Alemanha, maior economia da Europa e quarta do mundo, puxou o crescimento da UE e da Zona do Euro. A França, segunda maior economia da Eurozona e sexta do mundo, avançou 0,6% no trimestre e 1,9% em 2017, em comparação com 1,1% em 2016.

Até mesmo a Itália, a terceira maior economia da Zona do Euro, estagnada há muitos anos, cresceu 0,5% no último trimestre do ano passado e 1,8% no ano todo, noticiou a agência Reuters. A Espanha, quarta economia do bloco, avançou 3,1%.

Quinta economia da Eurozona, a Holanda cresceu 0,4% no fim de 2017. Com uma alta de 1,5% no trimestre anterior, fechou o ano com expansão de 3,3%.

Sob pressão da saída da UE até o fim de março de 2019, o Reino Unido cresceu apenas 0,4%, fechando o ano com alta de apenas 1,5%.

Arábia Saudita arrecada US$ 106 bilhões com campanha anticorrupção

A campanha anticorrupção deflagrada pelo príncipe herdeiro, Mohamed ben Salman, rendeu US$ 106 bilhões ao tesouro da Arábia Saudita, noticiou hoje o jornal paquistanês Dawn. Como 56 acusados continuam presos, a arrecadação pode ser ainda maior.

Os acordos preveem o confisco de imóveis, empresas, títulos do mercado financeiro e dinheiro vivo, revelou o procurador-geral saudita, Saud al-Mojeb.

Ao, a campanha anticorrupção interrogou 381 pessoas desde 4 de novembro de 2017. Onze príncipes foram presos, inclusive Alwaleed ben Talal, considerado o homem mais rico do reino. Desde então, cerca de 130 presos foram libertados. Os 56 presos restantes devem ser processados.

Os críticos acusam o príncipe herdeiro de usar a campanha anticorrupção para perseguir seus inimigos políticos e se consolidar no poder, a exemplo do que faz o ditador da China, Xi Jinping. A defesa das autoridades sauditas é que estão criando um ambiente mais favorável aos negócios e ao investimento estrangeiro.

MbS, como o príncipe herdeiro é conhecido, por suas iniciais, tem planos ambiciosos de reforma para desenvolver a Arábia Saudita e diminuir a dependência do petróleo até 2030. Também promove uma liberalização dos costumes. Autorizou as mulheres a dirigir, aproximou-se de Israel, diminuiu o discurso antissemita e prometeu combater o extremismo muçulmano e o apoio a grupos terroristas.

Apesar das reformas, os investidores relutam em aplicar seu dinheiro na Arábia Saudita. Temem uma reação de setores da família descontentes com a ampliação dos poderes do príncipe herdeiro.

EUA divulgam lista de oligarcas ligados ao Kremlin e irritam Putin

O presidente Vladimir Putin considerou uma afronta à Rússia a divulgação pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos de uma lista de bilionários e altos funcionários ligados ao Kremlin que se beneficiaram de suas ligações corruptas com o poder para enriquecer ilicitamente, noticiou hoje o jornal inglês Financial Times.

A lista foi encaminhada pela Casa Branca ao Congresso ontem à noite. Inclui Herman Gref, presidente do banco Sberbank; Andrei Kostin, presidente do banco VTB; 96 bilionários como Roman Abramovich, dono do Chelsea a ex-investidor no Corinthians, Oleg Deripaska e Alisher Usmanov; e o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov.

Por enquanto, o governo Donald Trump disse ao Congresso que não há necessidade de impor sanções, mas a ameaça paira no ar. Desde a anexação ilegal da península da Crime e da revolta promovida por Moscou no Leste da Ucrânia, os EUA e a União Europeia impuseram sanções à Rússia.

O relatório foi feito pelo Tesouro com base na Lei para Conter Adversários dos EUA através de Sanções. Vem a público num momento em que as investigações sobre um possível conluio da campanha de Trump com o Kremlin para derrotar Hillary Clinton na eleição de 2016 se aproximam do presidente.

Para o líder da oposição russa, Alexei Navalny, impedido de disputar a eleição presidencial de 18 de março de 2018 por causa de um processo forjado, descreveu o relatório como "uma lista realista descrevendo aquilo que chamamos de máfia do Putin. Obviamente, estes pessoas exercem papéis diferentes, mas são definitivamente a espinha dorsal de um regime corrupto de que tiram benefícios pessoas significativos."

Trump faz hoje seu primeiro discurso sobre o Estado da União. Deve insistir, como tem repetido, que "não houve conluio com a Rússia".

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Subdiretor-geral do FBI deixa cargo sob pressão de Trump

O subdiretor-geral do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal dos Estados Unidos, Andrew McCabe, vai deixar o cargo depois de sofrer pressão do presidente Donald Trump, suspeito de obstrução de justiça por querer encerrar a investigação sobre um possível conluio de sua candidatura à Casa Branca com o Kremlin, noticiou a rede de televisão americana CNN.

A decisão surpreendeu seus colegas. McCabe pretendia se aposentar em março e antecipou a saída. A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sunders, negou qualquer interferência do governo Trump no pedido de demissão. O subdiretor adjunto David Bowdich, foi nomeado subdiretor interino.

Trump pressionou McCabe desde maio do ano , quando demitiu o então diretor-geral, James Comey, por causa do inquérito sobre a influência da Rússia na eleição presidencial de 2016 nos EUA. McCabe virou diretor-geral interino e manteve as investigações.

No primeiro encontro com McCabe, Trump violou a ética que se espera de um presidente dos EUA, ao perguntar em quem ele havia votado para presidente. McCabe disse não ter votado. Nos EUA, o voto não é obrigatório.

Em julho do ano passado, Trump cobrou a demissão de McCabe do secretário da Justiça e procurador-geral, Jeff Sessions. O presidente também ficou insatisfeito porque Sessions declarou-se impedido de supervisionar o inquérito por ter se encontrado com representantes da Rússia durante a campanha.

"Por que o procurador-geral Sessions não substituiu o diretor interino do FBI, Andrew McCabe, um amigo de Comey que estava encarregado da investigação sobre [Hillary] Clinton, mas ganhou US$ 700 mil para a campanha de sua mulher de Hillary Clinton e seus representantes?", perguntou Trump. "Drene o pântano!"

A mulher de McCabe concorreu a uma vaga do Senado estadual da Virgínia. Jill McCabe recebeu US$ 467.500 de um comitê de ação política do então governador da Virgínia, Terry McAuliffe. O comitê executivo do Partido Democrata na Virgínia deu mais US$ 207.788 para sua campanha. As doações foram feitas antes de McCabe se tornar subdiretor do FBI.

Nos últimos dias, o jornal The New York Times revelou que Trump tentou demitir em junho o procurador especial Robert Mueller, um ex-diretor-geral do FBI nomeado para presidir o inquérito sobre o conluio com a Rússia depois da demissão de Comey. Mueller pretende interrogar Trump sobre as demissões de Comey e do assessor de Segurança Nacional, general Michael Flynn.

Diante de uma campanha da oposição russa de boicote à eleição presidencial de 18 de março de 2018, onde a vitória do protoditador Vladimir Putin é certa, o Kremlin acusou os EUA de interferência na política interna da Rússia.

Estado Islâmico reivindica autoria de ataque contra academia militar do Afeganistão

A milícia jihadista Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade por um ataque de cinco terroristas suicidas à Academia Militar Marechal Fahim, em Cabul, a capital do Afeganistão, na madrugada de hoje. Pelo menos 11 soldados morreram e 16 saíram feridos, informa a agência de notícias afegão Pajhwok News.

Eram cerca de cinco horas da madrugada pela hora local (23h de ontem em Brasília) quando cinco terroristas atacaram a 111ª Unidade Militar, no bairro de Gargha, na capital afegã, dando início a uma batalha. Quatro morreram no ataque e um foi preso, revelou o general Dawlat Waziri, porta-voz do Ministério da Defesa do Afeganistão.

Foi o terceiro grande ataque terrorista em Cabul nos últimos 10 dias. No sábado, um ataque suicida com uma ambulância-bomba carregada de explosivos matou mais de 100 pessoas. Os outros ataques foram atribuídos à milícia extremista muçulmana dos Talebã e à rede Hakkani, sua aliada.

A onda terrorista é uma resposta à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reforçar o contingente americano para combater grupos extremistas muçulmanos e de cortar a ajuda militar ao Paquistão, suspeito de apoiar os Talebã e outras milícias jihadistas, como a Rede Hakkani, considerado o braço armado do Exército paquistanês na guerra civil do Afeganistão.

ELN reivindica autoria de ataque a bomba contra delegacia na Colômbia

A Frente de Guerrilha Urbana do Exército de Libertação Nacional da Colômbia (ELN) assumiu a responsabilidade por um atentado a bomba contra uma delegacia de polícia da cidade de Barranquilla em que cinco agentes foram mortos e outros 41 saíram feridos.

"O ELN, no exercício do direito legítimo de rebelião, realizou uma ação militar", declarou um comunicado atribuído ao grupo. "A as forças policiais da delegacia de São José, no Sul de Barranquilla, foram atacadas."

Ao justificar o ataque, o ELN acusou o governo de "se recusa a dar respostas às necessidades do povo, está inventando desculpas para não garantir seus direitos e usa as forças públicas para reprimir o povo."

Um homem de 31 anos identificado como Cristian Camilo Bellon Galindo foi preso sob a acusação de colaborar com o ataque no litoral caribenho da Colômbia. Será denunciado por cinco acusações de terrorismo e 42 de tentativa de assassinato, terrorismo agravado e uso de explosivos.

Depois do acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), o maior grupo guerrilheiro em atividade no país, o governo colombiano iniciou no ano passado negociações com o ELN, o segundo maior grupo.

O diálogo foi suspenso em 10 de janeiro de 2018 em meio a uma onda de ataques do ELN depois do fim de um cessar-fogo bilateral de 100 dias. Houve um atentado na cidade de Soledade, na região metropolitana de Barranquilla e outro contra uma delegacia de polícia em Santa Rosa, na província de Bolívar.

Enquanto o ELN volta a uma luta armada que não faz mais sentido, o líder das FARC, Rodrigo Londoño Echeverri, de nome de guerra Timochenko, vai disputar a eleição presidencial deste ano na Colômbia.

domingo, 28 de janeiro de 2018

Líder da oposição lança campanha de boicote à eleição na Rússia

O resultado das eleições na Rússia sempre se sabe de antemão: ganha o candidato do Kremlin. Para denunciar a farsa da reeleição de Vladimir Putin em 18 de março de 2018, o principal líder da oposição, o advogado Alexei Navalny, impedido de concorrer, lançou uma campanha de boicote ao pleito e foi preso durante uma manifestação "ilegal".

Hoje centenas de jovens se reuniram no porto de Vladivostok, no extremo leste da Rússia, no Oceano Pacífico para protestar contra a fraude eleitoral de Putin. Houve manifestações em 118 cidades russas, inclusive Novossibirsk, Kurgan, Omsk, Magadan, Kemerovo e Yakutsk.

"Irei votar nas eleições quando houver uma escolha", dizia um dos cartazes em Vlaidvostok. "Putin está engolindo o futuro da Rússia."

Navalny mandou uma mensagem gravada em vídeo: "Sua própria vida está em jogo. Quanto anos mais você quer viver com estes ladrões, vermes e fanfarrões?" Ele foi proibido de registrar a candidatura em dezembro por ter sido condenado num processo com acusações forjadas.

Em Moscou, a polícia reprimiu a manifestação com violência. Navalny foi preso.

Putin domina a política da Rússia desde o ano 2000. Ele acabou com várias medidas democratizantes introduzidas depois do fim da União Soviética, em 1991. Não há mais eleições diretas para governador das 85 unidades administrativas da Federação Russa, sob o pretexto de não estimular o separatismo.

A censura e a repressão atingem a Internet, os meios de comunicação, as organizações não governamentais e qualquer movimento liberal em defesa da liberdade de expressão e de minorias como os homossexuais, acusados de fazer o jogo das potências ocidentais.

Em 2014, Putin anexou ilegalmente a península da Crimeia, que pertencia à Ucrânia, e fomentou um movimento separatista no Leste da Ucrânia. Sob pressão de sanções internacionais, passou a hostilizar abertamente o Ocidente e a interferir em eleições em países democráticos. Os exemplos mais notórios foram o apoio a Donald Trump nos Estados Unidos e a Marine Le Pen na França.

Ao mesmo tempo, aproveitando a hesitação do governo Barack Obama em relação à guerra civil na Síria, interveio militarmente e voltou a tornar a Rússia numa grande potência no Oriente Médio.

Mesmo que fosse candidato, de acordo com as pesquisas, Navalny teria poucas chances de vencer Putin, que mobiliza a poderosa máquina estatal, os empresários amigos do poder e os meios de comunicação em seu favor. Assim, o candidato do Kremlin ganha todas.

sábado, 27 de janeiro de 2018

Ambulância-bomba mata 103 pessoas no Afeganistão

Um terrorista suicida explodiu hoje uma ambulância cheia de explosivos numa área movimentada do centro de Cabul, a capital do Afeganistão. Pelo menos 103 pessoas morreram e outras 235 saíram feridas, informou a agência Associated Press, citando como fonte o Ministério da Saúde afegão.

Foi o terceiro grande ataque no Afeganistão em uma semana. A milícia extremista muçulmana dos Talebã (Estudantes) reivindicou a autoria do atentado e apontou como alvo uma rua que leva ao Ministério do Interior.

Seis dias atrás, milicianos dos Talebã invadiram um hotel de luxo em Cabul e resistiram durante 14 horas, matando 22 pessoas, inclusive 14 estrangeiros, dos quais quatro eram americanos. Na quarta-feira, o alvo foi a organização não governamental Salve as Crianças, na cidade de Jalalabade, no Leste do Afeganistão, onde quatro pessoas foram mortas.

"Nunca vi cena tão horrível em toda a minha vida", declarou Mohammad Fahim, de 20 anos, un funcionário da polícia da capital afegã que estava numa mesquita dentro do Ministério do Interior. Um porta-voz dos Talebã, Zabiullah Mujahid, afirmou em nota que o alvo era um posto de polícia próximo ao Ministério do Interior.

Em maio do ano passado, um caminhão-bomba matou 150 pessoas e feriu outras 400 ao ser detonado numa área onde há várias embaixadas. Aquele ataque foi reivindicou pela rede Hakkani, uma milícia aliada dos Talebã, descrita pelo político paquistanês Imran Khan como o "braço armado do Exército do Paquistão na guerra civil do Afeganistão".

A atual onde de ataques coincide com o aumento do contingente de militares dos Estados Unidos no Afeganistão e com a decisão do governo Donald Trump, anunciada em 4 de janeiro, de cortar a ajuda militar ao Paquistão.

Além dos Talebã e de aliados como a rede Hakkani, a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante também tenta se infiltrar no Afeganistão, depois do colapso de seu califado no Oriente Médio.

No hospital, o sobrinho de uma vítima observou que "nossos líderes brigam uns com os outros por cargos no governo, enquanto os Talebã e o Daech [Estado Islâmico] tiram proveito da situação."

Com mais de 16 anos de duração, a Guerra do Afeganistão, iniciada um mês depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, é a mais longa da história dos EUA.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Economia dos EUA cresceu 2,3% em 2017

O produto interno bruto dos Estados Unidos, a soma de todas as riquezas produzidas no país menos as importações, cresceu 2,3% no ano passado, mas sofreu uma desaceleração no último trimestre para um ritmo de 2,6% ao ano, depois de dois trimestres de expansão num ritmo superior a 3% ao ano.

A desaceleração mostra que será um desafio para o presidente Donald Trump manter o crescimento em 3% a 4% ao ano. O governo aposta num aumento do investimento, da produção e do emprego com os cortes de impostos aprovados no fim do ano passado, mas economistas temem um aumento de US$ 1,5 trilhão na dívida pública interna em uma década.

O PIB dos EUA está avançando desde 2009, quando caiu 2,8%. O crescimento foi de 1,5% em 2016 e de 2,9% em 2015.

Conselho Eleitoral de Venezuela proíbe oposição de disputar eleição presidencial

Em mais um golpe da ditadura de Nicolás Maduro, A Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela mandou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela vetar a participação da aliança oposicionista Mesa da Unidade Democrática (MUD) de participar da eleição presidencial a ser realizada até 30 de abril de 2018, noticiou hoje o jornal Latin American Herald Tribune.

O TSJ alegou que partidos que fazem parte da MUD estão em processo de renovação de seus registros eleitorais com base na "proibição de registro duplo". É uma manobra para impedir uma candidatura única das oposições.

Horas antes da decisão, uma diretora do CNE declarou que o registro da MUD não poderia ser validado em sete estados onde houve denúncias criminais contra a aliança oposicionista, acusada de falsificar assinaturas em 2016 quando pediu a realização de um referendo para revogar o mandato de Maduro. A Justiça impugnou as assinaturas e usou isso para impedir a convocação do referendo revogatório.

O regime chavista já usou esta desculpa para barrar a MUD das eleições estaduais de 15 de outubro do ano passado, vencidas pelo governo com uma fraude eleitoral maciça.

Com a hiperinflação de 2.600% ao ano, desabastecimento generalizado e queda de um terço do produto interno bruto, a única maneira de Madurou e o regime ganharem a eleição é com uma fraude maciça.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Trump tentou demitir o procurador especial Robert Mueller

Em uma tentativa de parar o inquérito sobre um possível conluio de sua campanha à Presidência dos Estados Unidos com o Kremlin, o presidente Donald Trump mandou demitir em junho o procurador especial Robert Mueller. Só recuou depois que o advogado-geral da Casa Branca, Donald McGahn, ameaçou deixar o cargo, revelou hoje o jornal The New York Times.

A revelação reforça a suspeita de que Trump está fazendo tudo para obstruir a justiça. Mueller foi diretor-geral do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal dos EUA. Foi nomeado procurador especial para investigar a influência da Rússia na eleição presidencial americana depois que Trump demitiu, em 9 de maio, o então diretor-geral do FBI, James Comey.

O procurador especial soube disso nos últimos meses e está interessado em interrogar Trump sobre as demissões de Comey e do ex-assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, general Michael Flynn.

Quando a imprensa noticiou que Mueller estava examinando suas tentativas de obstrução de justiça, Trump tentou desqualificá-lo apontando três casos possíveis de conflitos de interesses.

A tentativa de demitir o procurador especial Archibald Cox no Massacre de Sábado à Noite, durante o Escândalo de Watergate, em 20 de outubro de 1973, deflagrou a demissão do procurador-geral Elliot Richardson e do subprocurador-geral William Ruckelshaus. Foi um marco na derrocada do presidente Richard Nixon, que renunciou em 8 de agosto de 1974 para escapar de um processo de impeachment.

Trump admite excluir Jerusalém do processo de paz no Oriente Médio

Durante encontro com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump admitiu em público que excluiu Jerusalém das negociações de paz palestino-israelenses ao reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.

Em resposta, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, declarou que Trump excluiu os EUA da mesa de negociações ao tirar Jerusalém do processo de paz, entregando toda a cidade a Israel.

Mais uma vez, Trump ameaçou retirar a ajuda dos EUA à Palestina, se Abbas se negar a retomar as negociações de paz. O líder palestino afirmou que não aceita chantagem. No ano passado, os EUA deram US$ 327,6 milhões à ANP e US$ 3,1 bilhões a Israel.

O Leste de Jerusalém, também conhecido como setor árabe, pertencia à Jordânia. Foi ocupado na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e está sendo anexado progressivamente por Israel, que declarou que a cidade é sua capital una e indivisível, à revelia do direito internacional, que proíbe a guerra de conquista.

As fronteiras de um Estado palestino independente, o futuro das colônias israelenses instaladas nos territórios ocupados, o direito de retorno dos refugiados palestinos desde a criação de Israel, em 1948, e o status de Jerusalém são os pontos mais difíceis das negociações árabe-israelenses.

OEA chama de farsa antecipação da eleição presidencial na Venezuela

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, ex-ministro do Exterior do Uruguai, denunciou ontem como uma "farsa" a decisão da Assembleia Nacional Constituinte ilegal e ilegítima da Venezuela de antecipar a eleição presidencial de 2018, que deve ser realizada até 30 de abril. Ele defendeu a imposição de sanções mais duras contra a ditadura de Nicolás Maduro.

Almagro apoiou a declaração dos 14 países do Grupo de Lima, inclusive Argentina, Brasil, Colômbia e México, as maiores economias da América Latina, em repúdio à manobra da ditadura chavista. Em nota, eles afirmaram que a decisão "impossibilita a realização de uma eleição presidencial democrática, transparente e com credibilidade".

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, advertiu que o mundo não vai reconhecer o resultado da eleição presidencial venezuelana. Os Estados Unidos apoiaram o Grupo de Lima: "Saudamos a declaração do Grupo de Lima diante da nova farsa eleitoral anunciada pelo regime da Venezuela."

Almagro afirmou que, "para sair da crise, é preciso haver eleições livres, sem candidatos e partidos proscritos, garantias para todos, observação internacional e sem presos políticos". Não existe nenhuma chance da ditadura militar chavista ou madurista, já que a deterioração geral da Venezuela é notável desde a morte do caudilho Hugo Chávez, em 2013, aceitar estas exigências.

Desde então, o produto interno bruto venezuelano caiu em um terço. A hiperinflação é estimada em mais de 2.600% ao ano e há desabastecimento generalizado de remédios e alimentos. Em dezembro de 2017, o custo da cesta básica passou de 16,5 milhões de bolívares ou 93 salários mínimos, alta de 129% em relação a novembro. Pela cotação do dólar no fim do ano, o equivalente a US$ 158.

O azeite, por exemplo, é vendido a 70,7 mil bolívares, 2.525 vezes acima do preço oficial tabelado, de 28 bolívares. Faltam nas prateleiras dos armazéns e supermercados carne de gado, carne de frango, leite em pó, leite condensado, margarina, aveia, açúcar, óleo de milho, farinha de milho, arroz, lentilhas, farinha de trigo, massa, molho de tomate, pão, queijo amarelo, sabonete, cera para assoalhos papel higiênico, toalhas sanitárias, desodorante e sabão para lavar roupa.

Diante do colapso da economia do país, Maduro decidiu antecipar as eleições para aproveitar a divisão das oposições e tentar consolidar seu poder antes da derrocada total.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Ditadura chavista antecipa eleição presidencial na Venezuela

A Assembleia Nacional Constituinte ilegal e ilegítima do regime chavista anunciou ontem a antecipação da eleição presidencial na Venezuela, que deverá ser realizada até 30 de abril. O ditador Nicolás Maduro declarou estar pronto para ser candidato.

Diante da deterioração cada vez maior da economia, com queda de um terço do produto interno bruto desde 2013 e inflação superior a 2.600% no ano passado, e do aumento das sanções internacionais, Maduro tenta consolidar o poder, aproveitando a divisão das oposições.

Com a escassez cada vez maior de remédios e alimentos, a ditadura chavista usa a distribuição de comida para garantir apoio político entre os mais pobres. A data exata da eleição será determinada pelo Conselho Nacional Eleitoral, dominado pelo regime.

No mês passado, o ditador prometeu banir da eleição alguns dos maiores partidos políticos da Venezuela, sob a acusação de terem boicotado eleições anteriores. Apesar da rejeição de Maduro por 75% dos venezuelanos, o segundo homem-forte do regime, Diosdado Cabello, confirmou a candidatura do ditador.

Apesar da alta rejeição, contrariando as pesquisas de opinião, a ditadura ganhou as eleições municipais e estaduais, mas uma empresa responsável pela operação das urnas eletrônicas denunciou a manipulação de pelo menos 1 milhão de votos.

Anteontem, a União Europeia impôs sanções a Cabello, aos comandantes das Forças Armadas e aos presidentes do Tribunal Supremo de Justiça e do Conselho Nacional Eleitoral por violações dos direitos humanos. As medidas incluem proibição de viagens e congelamento de bens.

A antecipação das eleições mina o diálogo pela reconciliação nacional realizadas na República Dominicana, onde a oposição exige eleição livre e justa com a presença de observadores internacionais.

O governo não aceitou os pedidos da oposição. Exige o reconhecimento da Assembleia Nacional Constituinte, convocada em eleições fraudulentas para tirar o poder da Assembleia Nacional eleita democraticamente em dezembro de 2015, onde a oposição tem maioria de dois terços.

A oposição agora enfrenta o dilema de se unir em torno de um candidato ou boicotar a eleição. Para o deputado Freddy Guevara, é hora de unidade. Já o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma, exilado na Espanha, entende que "o regime não está interessado em eleições democráticas" e que "não se deve legitimar a eleição de Maduro".

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Procurador especial quer interrogar Trump nas próximas semanas

O procurador especial Robert Mueller pretende interrogar em breve o presidente Donald Trump para pedir explicações sobre as demissões do conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, general Michael Flynn, e do diretor-geral do FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, James Comey, revelou o jornal The Washington Post.

As ações do procurador especial indicam que ele está se aproximando do presidente. Mueller já denunciou Steve Bannon, ex-chefe de campanha de Trump e assessor especial da Casa Branca. Hoje, soube-se que ouviu na semana passada o secretário de Justiça e procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions.

Trump está irritado há muito tempo porque Sessions declarou-se impedido de presidir o inquérito sobre um possível conluio da candidatura republicana com a Rússia. Depois da demissão de Comey, o subprocurador-geral nomeou um procurador especial, tirando do governo qualquer possibilidade de interferir no inquérito.

Mueller já denunciou quatro ex-assessores de Trump. As suspeitas de obstrução de justiça de parte do presidente se avolumam. Pouco depois da demissão de Comey, Trump convocou o diretor-geral interino do FBI, Andrew McCabe, para uma reunião no Salão Oval da Casa Branca e lhe perguntou: "Em quem você votou na eleição de 2016?"

McCabe teria respondido que não votou, de acordo com o Post. O presidente teria manifestado descontentamento porque a mulher de McCabe disputou uma vaga no Senado do estado da Virgínia com o apoio de um comitê de ação política ligado a Hillary Clinton.

Atentado duplo com carros-bomba mata 22 pessoas na Líbia

Dois carros-bomba explodiram hoje perto de uma mesquita em Bengázi, a segunda maior cidade da Líbia. Pelo menos 22 pessoas morreram e dezenas saíram feridas, noticiou a televisão pública britânica BBC.

A Líbia vive num estado de guerra civil e anarquia desde a queda e morte do ditador Muamar Kadafi, em 2011. O país nunca mais teve um governo central. Três governos disputam o poder, cada um com suas próprias milícias para garantir seu naco de poder.

No meio do conflito, sofre a indústria do petróleo líbio, disputada pelos três grupos rivais por ser a maior fonte de riqueza do país. Com o colapso do Estado, o clima de anarquia permitiu a infiltração da organização terrorista Estado Islâmico, quando começou a perder as guerras no Iraque e na Síria.

O Estado Islâmico degolou cristãos egípcios e dominou Sirte, a cidade natal de Kadafi. Foi derrotado. Mas é nesses países onde o Estado entrou em colapso que proliferam grupos terroristas, Líbano, Afeganistão, Somália, Iraque e Síria.

Em 11 de setembro de 2012, milicianos jihadistas do grupo Ansar al Charia atacaram o Consulado Americano em Bengázi e mataram quatro americanos, inclusive o embaixador John Christopher Stevens. O caso foi explorado pelo Partido Republicano para atacar o presidente Barack Obama e a então secretária de Estado, Hillary Clinton.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Senado faz acordo para reabrir governo federal dos EUA

Com a promessa do Partido Republicano de que vai examinar legislação para proteger os imigrantes ilegais que entraram no país quando eram menores, o Senado dos Estados Unidos aprovou por 81 a 18 votos uma lei para autorizar o financiamento do governo federal por três semanas até 8 de fevereiro. Acaba assim a paralisação das atividades não essenciais, que durou três dias.

Pouco depois, a Câmara dos Representantes aprovou a medida por 266 a 170 votos. Basta a assinatura do presidente Donald Trump para o governo federal americano retomar suas atividades normais.

O acordo foi rejeitado pela ala mais esquerdista do Partido Democrata, que exigia uma solução definitiva para os chamados sonhadores, cerca de 800 mil imigrantes ilegais que eram menores quando entraram nos EUA. Quinze democratas, inclusive os senadores Bernie Sanders, Elizabeth Warren e Kamala Harris, e três republicanos votaram contra.

A contrapartida de não deportar os sonhadores seria destinar US$ 20 bilhões para a construção de um muro na fronteira com o México, uma promessa da campanha de Trump. O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, prometeu apresentar um projeto para resolver a situação dos sonhadores e a "segurança nas fronteiras", a expressão usada para falar do muro.

"Embora esse procedimento não satisfaça a todos nos dois lados, é um avanço", declarou o líder da minoria democrata, senador Chuck Schumer. O presidente Trump manteve distância das negociações na maior parte do tempo. Seu negociador, Stephen Miller, é conhecido há anos por suas posições duras contra a imigração. O senador republicano moderado Lindsay Graham advertiu que Miller estava atrapalhando as negociações.

Em nota, Trump prometeu continuar trabalhando para resolver o problema "muito injusto da imigração ilegal". O governo suspendeu o programa DACA (Ação Diferida para Chegadas na Infância) em setembro e deu seis meses de prazo ao Congresso para apresentar uma solução.

Depois que o presidente rejeitou um acordo bipartidário sobre imigração, na sexta-feira à meia-noite, a máquina federal dos EUA parou para atividades não essenciais por falta de orçamento. Os militares, agentes federais, aduaneiros e de fronteiras continuaram trabalhando, mas não poderiam receber pagamentos.

No domingo à noite, McConnell anunciou a intenção de apresentar um projeto sobre imigração, numa tentativa de resolver o problema antes do primeiro dia útil da semana. Os democratas aceitaram a proposta depois de um encontro reservado hoje da manhã.

domingo, 21 de janeiro de 2018

Protesto contra suposta fraude eleitoral tem uma morte em Honduras

Pelo menos uma pessoa morreu, um idoso, e várias outras saíram feridas de manifestações violentas na província de Colón, em Honduras, contra a reeleição supostamente fraudulenta do presidente Juan Orlando Hernández, do conservador Partido Nacional.

Anselo Villareal foi baleado por um tiro disparado pelas forças de segurança durante confronto com manifestantes numa estrada perto de Saba.

Os protestos foram convocados na semana passada pela Aliança de Oposição. Seu candidato à Presidência, Salvador Nasralla, declarou-se vencedor da eleição de 26 de novembro de 2017 e acusa o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de colaborar com a "fraude".

Na maioria das manifestações, as forças de segurança usaram gás lacrimogênio para dispersar a multidão.

A Constituição de Honduras não prevê a reeleição. Em 2009, o então presidente José Manuel Zelaya foi derrubado num golpe militar quando tentava obrigar o Exército a realizar um plebiscito sobre a reeleição sem a aprovação do Congresso e da Corte Suprema.

O atual presidente apelou a uma legislação internacional para alegar que tinha o direito de concorrer à reeleição, atropelando a lei hondurenha. Hernández toma posse para um segundo mandato em 27 de janeiro.

sábado, 20 de janeiro de 2018

Governo federal dos EUA fecha por falta de orçamento

Pela primeira vez em cinco anos, o governo federal dos Estados Unidos parou de funcionar em atividades não essenciais há duas horas atrás a minoria do Partido Democrata no Senado bloqueou uma medida para financiar temporariamente os gastos públicos até a aprovação do orçamento.

É a primeira vez que os EUA fecham com um presidente com maioria na Câmara e no Senado. Eram necessários 60 votos para a aprovação. Deu 50-49, ao longo das linhas partidárias, com algumas defecções.

Agora, mesmo que o Senado chegue a um acordo, o projeto terá de passar pela Câmara dos Representantes até o governo retomar suas atividades normais.

As atividades essenciais, como Forças Armadas, FBI (Polícia Federal), portos e aeroportos não param. Mas não se pode tirar passaporte ou encaminhar qualquer pedido à burocracia federal. Os parques nacionais fecham.

O governo não tem mais dinheiro para funcionar porque o Congresso, que representa o povo, não aprovou o orçamento. Os gastos da máquina federal não estão autorizados.

A Casa Branca divulgou nota acusando os democratas de "perdedores obstrucionistas". O presidente Donald Trump responsabiliza o líder democrata, senador Chuck Schumer, o tenta caracterizar a obstrução como uma manobra para manter imigrantes ilegais no país.

Trump quer dinheiro para erguer o muro na fronteira do México e os democratas querem garantir que não sejam deportados 800 mil jovens que entraram ilegalmente no país quando menores de idade. Os chamados "sonhadores", imbuídos pelo sonho americano, pouco moraram em seus países de origem, para onde podem ser enviados por Trump para agradar sua base política branca e anti-imigrantes.

O governo federal dos EUA parou da mesma maneira duas vezes no governo Bill Clinton (1993-2001), de 14 a 19 de novembro de 1995 e de 16 de dezembro de 1995 a 6 de janeiro de 1996, por iniciativa do então presidente da Câmara, Newt Gingrich, quando os republicanos eram maioria.

No governo Barack Obama, houve uma paralisação das atividades não essenciais de 1º a 17 de outubro de 2013. Os democratas se defendem com o argumento de que cabe ao governo aprovar o orçamento.

Ditador da Guiné Equatorial anuncia prisão de 20 oposicionistas

Pelo menos 20 opositores da ditadura de Teodoro Obiang na Guiné Equatorial foram presos durante a semana. Desde as eleições de 12 de novembro de 2017, em que o governo conquistou 99 das 100 cadeiras no Parlamento, mais de 200 militantes do principal partido de oposição foram presos, noticiou a Agência France Presse (AFP).

Na segunda-feira passada, os Cidadãos para a Inovação (CI) anunciaram a morte do dissidente Santiago Ebee Ela, preso em 2 de janeiro, depois de ter sido torturado na sede central da Polícia de Malabo.

Teodoro Obiang, no poder desde 1979, financiou com R$ 10 milhões o carnaval da escola de samba Beija-Flor em 2015. Seu filho Teodorin Obiang alugou sete suítes do Hotel Copacabana Palace para hospedar sua gangue.

Obiang, o oitavo governante mas rico do mundo é um dos ditadores africanos amigos do ex-presidente Lula, que foi a Malabo em 13 de março de 2013 em jato fretado pela construtora Odebrecht, como ex-presidente, depois de ter se encontrado com Obiang quando era presidente, em 2010. Na época, os dois países divulgaram nota conjunta comprometendo-se com "o respeito à democracia e aos direitos humanos".

Esses contatos com ditadores odiosos que massacram seus povos foram uma marca da política externa descrita com "ativa, altiva e soberana" pelo embaixador Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores no governo Lula.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Ditadura chinesa prende advogado defensor da democracia

O advogado dissidente Yu Wensheng, um dos maiores defensores da democracia e dos direitos humanos na China, foi preso hoje quando levava seu filho para a escola, dois dias depois de divulgar uma carta aberta fazendo um apelo para mudança na Constituição para tornar o país mais democrático, noticiou o jornal The New York Times.

Sua licença para advogar foi suspensa durante a semana e seu passaporte foi confiscado. Como é considerado um "risco à segurança nacional" pelo regime comunista., Yu está proibido de sair da China.

A prisão ocorre num momento em que o Partido Comunista discute a portas fechadas mudanças para fortalecer ainda mais o ditador Xi Jinping. Desde o último congresso do PC, em outubro de 2017, Xi se tornou o mais poderoso líder da China desde Mao Tsé-tung e Deng Xiaoping.

Na carta aberta, Yu declarou que o título de presidente "não tem significado eleitoral" na China e apelou aos membros do partido que votem em diferentes candidatos, não se limitando a referendar eleições com candidato único.

Yu conseguiu publicar sua mensagem no Facebook e no Twitter, mídias sociais proibidas na China. Sua mulher já esperava a reação da ditadura. Ela alegou que a Constituição garante, em tese, a liberdade de expressão. Na prática, manda o dirigente supremo do partido e do governo.

A prisão mostra que "sob Xi Jinping, não há espaço para questionar a supremacia do partido", observou Michael Caster, um advogado defender dos direitos humanos.

Na cadeia, Yu foi submetido a 17 horas de interrogatório com torturas que o deixaram com uma hérnia. Ele era um advogado comercial que ousou protestar publicamente quando foi proibido de ver um cliente preso por apoiar manifestações pela democracia em Hong Kong. Ele também apoiou advogados detidos numa onda de prisões de críticos da ditadura em julho de 2015.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Índia teste míssil balístico intercontinental capaz de atingir toda a China

A Índia testou hoje um míssil balístico de longa distância capaz de carregar armas nucleares e de atingir quase todo o território da China, uma rival histórica. Passa a fazer parte do pequeno grupo de países com mísseis intercontinentais, noticiou o jornal The New York Times.

O míssil Agni-5 foi lançado da ilha de Abdul Kalam, no estado de Odisha, no Leste da Índia e voou 4,8 mil quilômetros em 19 minutos. O Ministério da Defesa da Índia declarou que o teste foi um sucesso.

Há cinco meses, a disputa de uma faixa de terra na Cordilheira do Himalaia gerou tensão entre os dois países. As Forças Armadas dos dois lados ficaram de prontidão durante dois meses, no pior incidente de fronteira entre China e Índia em 30 anos.

"Se houve hostilidades, se houver um contencioso entre os dois países, a Índia tem algo capaz de deter a China ou ao menos fazer a Índia pensar duas vezes", declarou em Nova Déli Nitin Gokhale, um analista de segurança nacional independente.

Com pouco menos de 17 metros de comprimento, o Agni-5 pode atingir alvos a até 5 mil km de distância com uma carga explosiva de até 1,5 tonelada, suficiente para transportar uma ogiva nuclear.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Trump tem pior avaliação de um presidente no primeiro ano de mandato

Com apenas 39% de aprovação, Donald Trump é o presidente dos Estados Unidos com a pior avaliação no fim do primeiro ano de governo, 10 pontos percentuais abaixo de Bill Clinton. O ano foi marcado pelas mentiras de Trump e declarações intempestivas e agressivas que não se esperam de um presidente dos EUA e exacerbaram as divisões no país.

Depois de Trump chamar El Salvador, o Haiti e países da África de "buracos de merda", até a sanidade mental do presidente foi questionada. Ontem, um médico da Casa Branca declarou que Trump está bem de saúde e "não tem problemas cognitivos".

No livro Fogo e Fúria, o jornalista Michael Wolff descreveu uma Casa Branca caótica cheia de incompetentes e ególatras que ficam brigando entre si e não teriam capacidade, assim como Trump, de governar o país mais poderoso da Terra.

Cerca de 57% dos americanos reprovam o governo Trump; 37% acreditam que ele está ajudando a economia. A maior apoio vem do eleitorado republicano (83%). Ele tomou posse em 20 de janeiro de 2017.

Maduro admite que mandou matar piloto rebelde

Em pronunciamento transmitido pela televisão, o ditador Nicolás Maduro confirmou que mandou matar o ex-policial e piloto de helicóptero Óscar Pérez, que em junho do ano passado atacou com granadas o Tribunal Supremo de Justiça e o Ministério do Interior da Venezuela.

"A oligarquia colombiana deve saber que qualquer grupo que armem e financiem para trazer o terrorismo à Venezuela terá o mesmo destino porque estamos dispostos a defender com a vida o direito à paz, à dignidade e à independência de nossa pátria", afirmou o ditador durante cerimônia de troca do comando da Guarda Nacional Bolivarista (GNB).

Durante o cerco ao local onde Pérez estava escondido, na periferia de Caracas, o ex-policial pediu clemência. Em vídeo dramático divulgado em redes sociais, ele declarou que os rebeldes estavam prontos a se entregar, mas as forças de segurança não aceitaram a rendição.

"Sim, os massacramos, qual é o problema?", disse Maduro.

O diretor para a América da organização não governamental Human Rights Watch (Observatório dos Direitos Humanos), José Miguel Vivanco, comparou ontem o regime chavista às ditaduras do general Augusto Pinochet no Chile (1973-90) e da Argentina (1976-83) em sua guerra suja contra a esquerda.

"Durante as ditaduras da Argentina e do Chile, apareciam frequentemente notícias sobre terroristas mortos em enfrentamentos. Muitas vezes se tratavam de justiçamentos. Dá a impressão de que o mesmo aconteceu ontem na Venezuela", escreveu Vivanco no Twitter, citado pelo jornal venezuelano El Nacional.

Quando o coronel Hugo Chávez tentou derrubar o presidente Carlos Andrés Pérez, em 4 de fevereiro de 1992, foi preso e processado, mas depois anistiado. Quando já era presidente e foi alvo de um golpe, em 11 de abril de 2002, foi poupado e voltou ao poder num contragolpe de oficiais leais.

Eleitores não consideram Trump nenhum gênio

O boletim escolar que os eleitores dos Estados Unidos dariam ao presidente Donald Trump não confirma sua alegação de que é "um gênio muito estável". De acordo com pesquisa da empresa Morning Consulting para o boletim de notícias Político, Trump seria reprovado.

As melhores notas de Trump seriam em economia, empregos e combate ao terrorismo. O presidente seria reprovado em saúde, dívida pública e relações exteriores.

Em geral, 35% deram F a Trump, um pouco mais do que os 34% que o avaliaram com A ou B, enquanto 14% ficam em C e 11% D, nota que lhe daria direito a uma recuperação para passar de ano.

Os homens fazem uma avaliação melhor do presidente: 38% deram A ou B, enquanto 42% optaram por D ou F. Só 31% das mulheres aprovam Trump A ou B e 50% o reprovam com D e F.

Entre o eleitorado do Partido Republicano, 72% optaram por A ou B e apenas 10% D e F. Entre os democratas, 79% avaliaram Trump com D ou F e apenas 8% deram A ou B. Para 45% dos independentes, o primeiro ano de Trump ficam entre D e F, enquanto 27% acreditam que merece A ou B.

"Apesar de um primeiro ano tumultuoso, nossa pesquisa indica um aumento do número de republicanos que entendem que Trump está fazendo um trabalho excelente como presidente", declarou o cofundador e diretor de pesquisas da Moning Consulting, Kyle Dropp. "Em meados de abril, 33% dos republicanos davam A ao presidente; hoje, são 43%."

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Venezuela caça e executa piloto rebelde que atacou prédios públicos

A Força de Ação Especial (Faes) e a Guarda Nacional Bolivarista (GNB) cercaram na madrugada de ontem o local ontem estava o piloto rebelde, ator e ex-investigador do Corpo de Investigações Científicas, Penas e Criminais (CICPC) Óscar Pérez, que se declarou líder de uma aliança cívica, policial e militar contra a ditadura chavista. Sua morte foi confirmada no fim da tarde, informou o boletim Noticias de Venezuela.

Em 27 de junho de 2017, Pérez, conhecido como Rambo venezuelano, pegou um helicóptero e atacou com granadas o Tribunal Supremo de Justiça e o Ministério do Interior, em Caracas, em meio a uma onda de protestos da oposição em que 125 pessoas morreram. O ditador Nicolás Maduro descreveu a ação como um "ataque terrorista".

Durante o cerco de ontem, Pérez divulgou nas redes sociais um vídeo dramático dizendo que haviam se rendido e estavam prontos a se entregar, mas a ditadura chavista continuava atirando, com a nítida intenção de matá-lo.

"Querem nos matar. Não aceitam a rendição e continuam atirado", apelou o ex-policial. Sete rebeldes morreram. Cinco sobreviveram e foram presos.

O cadáver de Pérez chegou ao necrotério de Monte Bello às 18h30 pela hora local (20h30 em Brasília). Horas antes, a mãe dele acusou o governo nas redes sociais acusando a ditadura chavista de não aceitar a rendição dos rebeldes: "Vocês são responsáveis por qualquer coisa que aconteça", noticiou o jornal venezuelano El Nacional.

No Twitter, o segundo homem-forte da ditadura, Diosdado Cabello, acusou a oposição e a mídia de defender um terrorista, ignorando que existe um direito de sedição contra ditaduras. Quando o coronel Hugo Chávez liderou um golpe contra o presidente Carlos Andrés Pérez, em 4 de fevereiro de 1992, foi preso, depois anistiado. Eleito presidente em 1998, criou o regime que se tornou uma ditadura escancarada depois de sua morte.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Governo e oposição da Venezuela retomam diálogo na quinta-feira

Depois do fracasso da semana passada, enquanto a Venezuela afunda numa crise sem precedentes para um país tão rico em petróleo, o governo e a oposição voltam a se reunir na quinta-feira em São Domingos, a capital da República Dominicana. 

No sábado, quando o diálogo foi suspenso sem conclusão, o presidente dominicano, Danilo Medina, declarou que as partes não haviam chegado a um acordo definitivo nos seis itens da agenda.

O ministro da Comunicação da ditadura de Nicolás Maduro, Jorge Rodríguez, disse que houve acordo na maioria dos pontos e manifestou esperança de concluir a negociação na próxima rodada, que começa daqui a três dias.

Já o líder da delegação oposicionista, deputado Julio Borges, afirmou que a oposição não vai ceder em suas posições porque isso só agravaria a crise política e econômica na Venezuela.

A oposição exige um sistema eleitoral transparente nas eleições presidenciais deste ano, a abertura de canais de ajuda humanitária para permitir a entrada de medicamentos e alimentos, a libertação dos presos políticos e a restauração dos poderes da Assembleia Nacional, onde obteve maioria de dois terços.

O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), braço político do regime chavista, quer o fim das sanções econômicas impostas a alguns de seus dirigentes, o que depende dos Estados Unidos, e o reconhecimento da Assembleia Nacional Constituinte ilegal e ilegítima criada por Maduro para esvaziar a Assembleia Nacional legítima, dominada pela oposição.

Diante dessas posições, é difícil imaginar a possibilidade de um acordo. Além do presidente dominicano, o ex-vice-primeiro-ministro espanhol José Luis Rodríguez Zapatero participa como mediador.

Os governos do Chile e do México são observadores convidados pela oposição. Os governos da Bolívia, da Nicarágua e de São Vicente e Granadinas acompanham o diálogo a convite da ditadura chavista.

domingo, 14 de janeiro de 2018

Israel destrói túnel do Hamas ligando Faixa de Gaza ao Egito

A Força Aérea de Israel bombardeou e destruiu totalmente na madrugada de hoje um túnel subterrâneo de 180 metros construído pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) para permitir a passagem de armas e guerrilheiros entre a Faixa de Gaza e o Egito, confirmou hoje um porta-voz militar israelense.

"Esta é uma violação flagrante da soberania de Israel, uma ameaça aos cidadãos de Israel e uma sabotagem dos esforços humanitários que Israel está fazendo pelos cidadãos de Gaza", declararam em nota as Forças de Defesa de Israel. "A organização terrorista Hamas é responsável por tudo o que entra e sai da Faixa de Gaza."

O Hamas alegou que o túnel serviria para contrabandear mercadorias e assim furar o bloqueio israelense ao território palestino. Israel afirmou que o verdadeiro objetivo era infiltrar armas e terroristas para atacar alvos israelenses.

Foi o quarto túnel do Hamas destruído desde outubro de 2017. Este passava por baixo do posto de fronteira de Kerem Shalom e de alvos estratégicos como um gasoduto. No sábado à noite, Israel fechou o posto de Kerem Shalom.

"Realizamos uma ação profissional e precisa", comentou o ministro da Defesa, Avigdor Lieberman. "A destruição da rede de túneis do terror é um componente essencial da nossa política de degradar sistematicamente as capacidades estratégicas do Hamas."

Com a presença cada vez mais notória do grupo jihadista Estado Islâmico na Península do Sinai, Israel teme um ataque da organização terrorista pelo Sul e de milícias ligadas ao Irã que lutaram ao lado da ditadura de Bachar Assad na guerra civil da Síria pelo norte.

sábado, 13 de janeiro de 2018

Falso alarme de míssil causa pânico no Havaí

A ameaça nuclear da Coreia do Norte amedrontou hoje a população do Havaí, um arquipélago do Oceano Pacífico que é um estado dos Estados Unidos. Um alerta de ataque de míssil apareceu nos telefones celulares dos moradores das ilhas paradisíacas e só foi desmentido mais de meia hora depois.  O governador David Ige atribuiu o incidente a um erro de um funcionário que "apertou o botão errado" e prometeu investigar o caso.

O alerta dizia, em letras maiúsculas: "AMEAÇA DE MÍSSIL BALÍSTICO NO HAVAÍ. PROCURE ABRIGO IMEDIATAMENTE. ISTO NÃO É UM TESTE." Por 38 minutos, as pessoas procuraram abrigo desesperadamente.

O presidente Donald Trump, que passa os fins de semana jogando golfe em seu clube de campo em Mar-a-Lago, na Flórida, ainda não se manifestou. O Departamento da Defesa ainda estuda a situação.

Em 7 de dezembro de 1941, um ataque inesperado da Força Aérea do Japão contra a Frota Americana estacionada em Pearl Harbor, no Havaí, levou os EUA a entrarem na Segunda Guerra Mundial. Com 2.335 mortes, foi o segundo pior ataque ao território americano depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.

Hoje, os moradores do Havaí temeram estar na linha de frente de uma guerra nuclear. Em princípio, um míssil balístico intercontinental norte-coreano levaria 15 minutos para atingir o Havaí. Daí o pânico.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

África e América Central reagem à declaração racista de Trump

O presidente Donald Trump negou ter chamado Haiti, El Salvador e os países da África de "buracos de merda", confirmada ontem pela Casa Branca. Durante negociações com líderes do Congresso sofre imigração, Trump disse ainda querer mais imigrantes da Noruega. A indignação foi generalizada, prejudicando ainda mais a autoridade dos Estados Unidos no mundo.

"A Comissão da União Africana está francamente alarmada com as declarações do presidente dos EUA quando se referiu a migrantes de países africanos e outros em termos depreciativos", reagiu a porta-voz da UA, Ebba Kalondo. "Considerando a realidade histórica de quantos africanos chegaram aos EUA durante o tráfico de escravos no Oceano Atlântico, isso vai contra todos os comportamentos e práticas aceitáveis."

Na África do Sul, a subsecretária-geral do Congresso Nacional Africano (CNA), o partido de Nelson Mandela reagiu: "Nosso país não é um buraco de merda, nem o Haiti ou qualquer outro país em sofrimento."

Um apresentador da TV sul-africana SABC escreveu no Twitter: "Bom dia do maior e mais bonito buraco de merda do mundo." O Senegal cobrou explicações do embaixador americano. No Quênia, um cartunista publicou um "mapa da África da Casa Branca" em que os nomes de todas regiões vinham acompanhados dos palavrões do presidente sem limites.

Em Genebra, o porta-voz das Nações Unidas para direitos humanos, Rupert Colville, foi menos diplomático do que de costume: "Não há outra palavra a usar a não ser racismo. Você não pode desprezar países e um continente inteiro como 'buracos de merda' onde a população não é branca."

No Haiti, Harold Isaac publicou fotos de praias maravilhosas com águas verdes com o seguinte texto: "Ei, presidente buraco de merda. Veja como parece meu buraco de merda." O embaixador americano no Panamá abandonou o cargo em protesto.

Em Miami, a imigrante haitiana e ativista social Farah Larrieux lembrou a visita que o candidato Trump fez ao Pequeno Haiti, um dos bairros mais pobres da cidade, prometeu ser "o maior campeão na defesa dos haitiano-americanos. No cargo, Trump chegou a dizer que "todos os haitianos têm aids".

Um antigo desafeto de Trump, o ex-presidente mexicano Vicente Fox atacou diretamente: "Sua boca é o buraco de merda mais sujo do mundo."

O governo da Noruega ofereceu ajuda a imigrantes noruegueses e descendentes que emigraram para os EUA, se quiserem sair do país.

Para os EUA, envolvidos numa disputa geopolítica com a China sobre influência na África, foi um tiro que sai pela culatra.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Trump chama Haiti, El Salvador e a África de "buracos de merda"

Durante um encontro com líderes do Congresso nesta quinta-feira para discutir a reforma do sistema de imigração, mais uma vez, Donald Trump atropelou as normas de conduta esperadas de um presidente dos Estados Unidos e deu uma tirada racista, chamando Haiti, El Salvador e países da África de "buracos de merda", revelou o jornal The Washington Post.

"Por que queremos todas essas pessoas de países que são buracos de merda vindo para cá?", perguntou Trump, frustrado com a negociação com os deputados sobre imigrantes do Haiti, de El Salvador. Jovens imigrantes ilegais desses países são protegidos pelo programa Ação Diferida para Chegadas na Infância (DACA) por terem entrado no país quando eram menores de idade.

Em seguida, o presidente sem limites atacou Haiti, o país mais pobre da América, governado pela ditadura brutal da família Duvalier de 1957 a 1986, apoiada pelos EUA, centro de um terremoto devastador em 2010 que matou 200 mil pessoas e arrasado com frequência pelos furacões do Oceano Atlântico.

"Por que precisamos de mais haitianos? Expulsem", propôs o presidente americano. Trump sugeriu que os EUA deveriam trazer mais gente da Noruega, numa lógica claramente racista.

A assessoria de imprensa da Presidência dos EUA justificou a declaração, em nota à televisão americana CNN, alegando que agradaria ao eleitorado de Trump: "O comentário do presidente sobre buracos de merda está sendo recebido de maneira muito diferente dentro e fora da Casa Branca. Embora isso possa enraivecer Washington, vai repercutir na sua base, como os ataques a jogadores da NFL (National Football League) que se ajoelham durante a execução do hino nacional."

Os craques do futebol americano são quase todos negros e protestaram contra a violência policial e a morte de negros inocentes. Trump mandou demitir "aqueles filhos da puta".

Aquecimento correto reduz em 50% lesões de crianças no futebol

Um programa de exercícios de aquecimento desenvolvido especialmente para crianças conseguiu reduzir à metade o número de lesões em jogos de futebol, anunciaram cientistas do esporte da Universidade da Basileia, na Suíça, na revista acadêmica Sports Medicine. Participaram da pesquisa 243 clubes de quatro países europeus, num total de 3,895 crianças.

As lesões de crianças no futebol são diferentes das de jovens e adultos. "Por exemplo, uma criança corre mais risco de quebra de ossos e lesões na parte superior do corpo", observou o Dr. Oliver Faude, da Universidade da Basileia.

O programa inclui sete exercícios a serem feitos em 20 minutos antes do início do treino, com base no acompanhamento de jogadores de 7 a 13 anos da Alemanha, Holanda, República Tcheca e da Suíça.

Quem fez o aquecimento correto teve 48% menos lesões do que quem não faz e o índice de lesões graves caiu em 74%. O estudo foi financiado pela Fifa (Federação Internacional de Futebol Associativo).

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Macron aproveita trumpismo para ser interlocutor com a China

Diante do nacionalismo protecionista do presidente Donald Trump e das dificuldades da chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel em formar um novo governo na Alemanha, o presidente da França, Emmanuel Macron, encerrou hoje uma visita à China onde se apresentou como o principal interlocutor ocidental do ditador Xi Jinping em questões importantes como comércio e combate à mudança do clima.

Durante a visita, Macron tentou falar mandariam, a língua oficial chinesa, prometendo "tornar o planeta grande de novo", deu um cavalo chamado Vesúvio a Xi e esteve na cidade de Xian, primeira capital da China, unificada pelo imperador Chin no fim da Guerra dos Sete Reinos, em 223 antes da Cristo.

Em oposição ao nacionalismo estridente de Trump, Macron e Xi tentaram construir uma agenda comum entre a Europa e a China. Falaram em livre comércio e advertiram para os riscos do protecionismo. Defenderam o multilateralismo e instituições internacionais como as Nações Unidas.

"Tanto o presidente Xi quanto o presidente Macron pensam de maneira diferente da filosofia de Trump 'de tornar os EUA grandes de novo',"comentou Ding Chung, diretor do Centro de Estudos Europeus da Universidade Fudan, em Xangai. "Eles acreditam na abertura e no multilateralismo."

Para o pesquisador Jen-Philippe Béja, da Faculdade de Ciências Políticas de Paris, "Macron tenta representar o Ocidente na China. Ele sabe que há riscos, mas não tenho certeza de que sabe o que é a China de Xi Jinping."

Os críticos alertam que Macron teve muita pressa ao abraçar a China, ignorando, por exemplo, as disputas territoriais com vizinhos e a construção de ilhas artificiais e bases militar no Mar do Sul da China, onde Beijim reivindica a soberania sobre 90%. Os tribunais internacionais não reconhecem a pretensão chinesa.

Macron elogiou o megaprojeto de obras de infra-estrutura para recriar as Rotas da Seda por mar e terra, estimado em US$ 1 trilhão, para ligar a China à Europa, um de seus maiores mercados. De acordo com a imprensa chinesa, a França está pronta para exercer um "papel de liderança". Macron alertou que "não pode ser uma via de mão única" que leve à hegemonia. Conhece o perigo.

Juiz proíbe Trump de deportar ilegais que chegaram quando crianças

Durante um encontro com líderes do Congresso na Casa Branca, o presidente Donald Trump prometeu apoiar um projeto bipartidário para resolver a situação de cerca de 900 mil imigrantes ilegais que entraram nos Estados Unidos. À noite, um juiz federal de São Francisco, na Califórnia proibiu o governo tirar a proteção dos chamados sonhadores enquanto a questão não for decidida pela Justiça.

Em decisão liminar, o juiz William Alsup chamou a decisão do Departamento de Segurança Interna de "rescindir a DACA [Ação Diferida para Chegadas na Infância] se baseia numa premissa legal falsa".

Com a decisão, os sonhadores que não se registraram no fim do ano passado terão uma nova chance de apresentar seus requerimentos para se beneficiar do programa, mas não serão aceitos novos pedidos.

"As vidas dos sonhadores foram transformadas num caos quando o governo Trump decidiu encerrar o programa sem obedecer à lei", alegou o procurador-geral da Califórnia, Xavier Bacerra. "A decisão de hoje é um grande passo. Os EUA são o lar de sonhadores que tiveram a coragem de se apresentar pedir acesso à DACA e fizeram tudo o que o governo federal pediu."

Na opinião do chefe do Ministério Público Estadual da Califórnia, "eles seguiram as regras da DACA, fizeram sucesso na escola, no trabalho e nos negócios e contribuíram para construir um país melhor. Vamos lutar por seus direitos a cada etapa para defender seus direitos e oportunidades de contribuir com os EUA."

O governo Trump anunciou em setembro a intenção de acabar com a DACA. Quando a oposição democrata reagiu, o presidente acenou com a possibilidade de manter o programa se os democratas concordassem em alocar US$ 18 bilhões do orçamento para a construção de um muro na fronteira com o México.

É uma das principais promessas de campanha de Trump, que afirmou que o México pagaria a conta. O México não vai pagar nada e, se Trump endurecer nas negociações sobre o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), pode ajudar a eleger o esquerdista radical Andrés Manuel López Obrador.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Motorista israelense é baleado e morto em estrada na Cisjordânia

Pode ser uma nova tática do terror na luta pela libertação da Palestina. Um motorista e paramédico de 35 anos, pai de cinco filhos, foi baleado e morto hoje perto de Nablus, quando trafegava pela Rota 60, a principal estrada da Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967, noticiou o jornal liberal israelense Haaretz.

As forças de segurança israelenses fazem uma varredura na área. O homem morto foi identificado como Raziel Shevach, morador da colônia de Havat Gilad, um dos muitos assentamentos de Israel na Cisjordânia ocupada, em clara violação do direito internacional.

O presidente do Conselho Regional da Samaria (nome bíblico de uma das regiões ocupadas), Yossi Dagan, reagiu ao ataque afirmando que os moradores da Cisjordânia "não vão ceder ao terror".

"Quero fazer uma declaração para esses assassinos covardes que atiram e fogem: não estamos com medo, o povo de Israel está vivo e vai vencer", desafiou Dagan.

Todos os líderes de partidos condenaram o ato terrorista e prometeram apoio irrestrito às forças de segurança. A questão é se esse é um novo tipo de ataque terrorista, balear pessoas ao acaso à noite em estradas pouco movimentadas, longe de qualquer testemunha.

Será um novo desafio para a segurança de Israel. O país é alvo frequente de ataques com veículos e facadas. Esta pode ser uma nova tática de guerra do terrorismo, capaz de facilitar a fuga dos atiradores.

Como o então ministro da Propaganda do Estado Islâmico declarou em 2014, tudo pode ser usado na "guerra santa" dos terroristas muçulmanos contra seus múltiplos inimigos. Depois dos homens-bomba, dos aviões feitos mísseis guiados, dos carros e caminhões transformados em máquinas de atropelar, os tiroteios ao acaso podem ser a nova forma de aterrorizar.

Militares das duas Coreias vão discutir relaxamento de tensões

No fim da primeira reunião em dois anos, a Coreia do Norte confirmou sua participação nos Jogos de Inverno, a serem realizados em Pyeongchang, na Coreia do Sul, de 9 a 24 de fevereiro e 8 a 18 de março de 2018. Os dois concordaram em realizar negociações diretas para diminuir a tensão na Península, anunciou um comunicado conjunto.

Ao excluir os Estados Unidos, o encontro é uma vitória do ditador norte-coreano, Kim Jong Un, interessado em afastar Seul de Washington. O presidente sul-coreano, Moon Jae In, eleito no ano passado com a promessa de retomar o diálogo com o Norte, foi atropelado pelos testes nucleares e de mísseis de Kim e pelo discurso agressivo do presidente Donald Trump.

O esporte e a diplomacia têm uma longa relação de cumplicidade. Em abril de 1971, em plena Guerra Fria, uma delegação de tênis de mesa dos EUA foi à China a convite do ditador Mao Tsé-tung. Foi a abertura de um diálogo que abriria o caminho para as visitas do então assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Henry Kissinger, em 1971, e do presidente Richard Nixon, em 1972.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

França abre inquérito contra a Apple por "fraude" e "obsolescência programada"

A Procuradoria de Paris iniciou sexta-feira uma investigação sob a responsabilidade da Serviço Nacional de Inquéritos da Diretoria Geral de Concorrência para avaliar suspeitas de "fraude" e "obsolescência programa" da companhia transnacional americana Apple. A ação foi movida por uma associação  chamada Basta de Obsolescência Programada, revelou hoje a televisão francesa.

Sob a pressão de várias ações judiciais, a Apple apresentou suas desculpas e defesa prévia à Justiça da França em 28 de dezembro de 2017, dias depois de admitir publicamente que reduziu a velocidade de operação dos iPhones 6 e 7 para economizar bateria.

Um dos maiores problemas dos produtos da Apple é a impossibilidade de trocar a bateria, um absurdo total e completo porque um aparelho é jogado fora enquanto ainda pode ser usado. É algo totalmente inaceitável que só uma megaempresa que abusa de seu poder de mercado poderia ousar.

Nas suas previsões para 2018, a revista inglesa The Economist previu uma série de reações negativas contra as megaempresas de alta tecnologia. A revista lamenta Mas está na hora.

A rede mundial de computadores apareceu como um grande instrumento de democratização da informação. Mas promoveu uma radicalização do discurso político nas redes sociais, com notícias falsas, em detrimento da democracia.

Google e Facebook dominam o mercado de anúncios na Internet. São empresas opacas, nada transparentes, que não dão satisfação a quase ninguém. Se alguém tem Anúncios Google, recebe através da sede da empresa nos EUA. Isso significa que, embora o anúncio seja publicado no Brasil, em português, não paga impostos no Brasil.

Se alguém tiver alguém problema, o Google cancela a conta, não aceita qualquer apelo, em nome do sigilo à informação, e não paga o que ficou devendo. É um Estado em si mesmo, ignorando as leis locais.

A Europa resolveu tomar peito da situação. Os Estados Unidos jamais farão isso, especialmente sob Donald Trump.

A União Europeia e países como a França não vão deixar barato para estes megaempresas americanas que abusam de seu poder de mercado. Nem devem.

domingo, 7 de janeiro de 2018

Abbas vai pedir à UE o reconhecimento da independência da Palestina

Em resposta ao reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel pelos Estados Unidos do presidente Donald Trump, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, vai pedir ao Conselho de Ministros do Exterior da União Europeia (UE) que tomem medidas para que seus governos reconheçam a independência da Palestina, nos territórios da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, ocupados por Israel na guerra de 1967, com capital no Leste de Jerusalém.

As fronteiras seriam as anteriores à Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967, quando a Cisjordânia pertencia à Jordânia e a Faixa de Gaza ao Egito. O único território árabe ocupado totalmente devolvido foi a Península do Sinai, com base no acordo de paz assinado entre Israel  o Egito em Camp David, nos EUA, em 1979.

"Trump e sua equipe trabalham com os israelenses para enterrar a solução baseada em dois Estados e, se a Europa ainda quer esta solução, terá de passar das palavras à ação. E a ação mais importante
é reconhecer o Estado palestino nas fronteiras de 1967, com capital no Leste de Jerusalém", declarou um assessor de Abbas ao jornal liberal israelense Haaretz, sem se identificar.

Abbas vai participar da reunião de 22 de janeiro do Conselho de Ministros da UE. No sábado, os ministros do Exterior de seis países árabes se encontraram em Amã, a capital da Jordânia, para discutir a implementação das propostas da Liga Árabe em resposta à decisão americana.
  
"Vamos confrontar a decisão propondo uma resolução internacional que reconhece um Estado palestino nas fronteiras de 1967, com capital em Jerusalém", declarou o chanceler da Jordânia, Ayman Safadi.

A Fatah (Luta), o partido político de Abbas, dominante na Organização para a Libertação da Palestina, convocou a população a não parar os protestos populares contra a decisão de Trump.

Em retaliação, o presidente ameaça cortar toda ajuda econômica dos EUA à ANP, o que aumentaria a situação já miserável da maioria dos palestinos.

sábado, 6 de janeiro de 2018

Trump: "Sou um gênio muito estável"

Diante das acusações e leviandade feitas no livro Fogo e Fúria: dentro da Casa Branca de Trump, o presidente Donald Trump defendeu hoje sua sanidade mental e sua capacidade para governar os Estados Unidos. Em entrevista na residência rural de Camp David, descreveu a si mesmo como "um gênio muito estável" e "muito inteligente", e insistiu que o livro não passa de uma coleção de mentiras.

Quando os advogados particulares do presidente tentaram impedir o lançamento, ele foi antecipado para sexta-feira. Fogo e Fúria já está em primeiro lugar na lista de mais vendidos da Amazon.com, a maior livraria virtual dos EUA.

Seu autor, Michael Wolff, afirma que 100% dos assessores consideram Trump infantil, imaturo e despreparado para comandar o país mais poderoso da Terra: "Este é um presidente que não lê, um presidente que não ouve, que pula de um lado para o outro como uma bola de fliperama", retorquiu o jornalista, sem recuar um milímetro no escreveu.

A situação de Trump foi agravada nas últimas horas pela revelação do jornal The New York Times de a investigação independente do procurador especial Robert Mueller descobriu que vários assessores do presidente pressionaram o secretário da Justiça e procurador-geral, Jeff Sessions, a não se declarar suspeito no inquérito sobre a influência da Rússia na eleição presidencial de 2018.

Furioso com a decisão de Sessions, o presidente teria dito que precisava do seu secretário da Justiça para protegê-lo. Em total desconhecimento da Constituição dos EUA, Trump alegou que Eric Holder protegia Barack Obama e Robert Kennedy protegia John Kennedy.

Seria mais um elemento para caracterizar a obstrução de justiça de Trump no caso da Rússia. O presidente pediu ao então diretor-geral do FBI, a polícia federal americana, James Comey que encerrasse o inquérito sobre o general Michael Flynn, o assessor de Segurança Nacional que não durou um mês na Casa Branca.

Como Comey não aceitou, foi demitido. Sua queda inesperada levou à nomeação de um procurador especial para o caso. Com o cerco apertando em torno do presidente, há uma campanha de ataques contra Mueller. Se Sessions sair, fica mais fácil afastar o procurador especial.

Trump insiste que tudo não passa de "notícias falsas" dos democratas para questionar a legitimidade de sua eleição, inesperada até para ele, de acordo com o relato de Wolff.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Geração de empregos nos EUA em dezembro decepciona

Os Estados Unidos tiveram um saldo positivos de 148 mil empregos gerados a mais do que fechados em dezembro de 2017, mas esse número ficou abaixo da expectativa de mercado, que era de 190 mil vagas, revelou hoje o relatório mensal de emprego do Departamento do Trabalho. A taxa de desemprego permaneceu estável em 4,1%. É a menor em 17 anos.

Em todo o ano passado, a economia dos EUA registrou uma alta de 2,1 milhões de empregos, menos do que os 2,2 milhões de 2016, último ano completo do governo Barack Obama. A indústria de transformação criou mais 25 mil vagas, mas o comércio perdeu 20 mil e justamente no Natal.

A renda média dos salários subiu 0,3 ponto percentual para 2,5% ao ano.

Como de costume, o presidente Donald Trump tentou reivindicar a glória pelo aumento do emprego, mas é o 87º mês consecutivo de expansão do mercado de trabalho. Trump também festejou o novo recorde do Índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, que pela primeira vez fechou acima de 25 mil pontos.

Hoje a bolsa bateu novos recordes. Alguns economistas atribuíram a alta de hoje ao crescimento mais moderado do emprego. Com a taxa de desemprego em 4,1%, um forte crescimento do emprego levaria o Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos EUA, a acelerar o aumento nas taxas básicas de juros.

A bolsa se beneficia das medidas de Trump, removendo restrições ambientais nos setores de carvão e petróleo, e os cortes de impostos para os ricos e as grandes empresas. A alíquota do imposto de renda das empresas caiu de 35% para 21%.

Para a líder da oposição democrata, a ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi, "este relatório de emprego sem brilho mostra que os americanos continua a sofrer por causa da agenda dos republicamos a favor das empresas e dos interesses especiais".

Trump tenta censurar livro sobre bastidores da Casa Branca

Em uma ação inusitada para um presidente dos Estados Unidos, os advogados particulares de Donald Trump tentaram impedir o lançamento do livro Fogo e Fúria: dentro da Casa Branca de Trump, que revela o caos nos bastidores do atual governo. A editora Holt & Co reagiu antecipando o lançamento de terça-feira para hoje, sexta-feira.

O livro afirma que Trump ficou surpreso com a vitória. Melanie Trump não gostou. Não queria a exposição do cargo de primeira-dama. A primeira-filha, Ivanka Trump, virou assessora da Casa Branca para se preparar para ser a primeira mulher a governar os EUA, uma espécie de derrota final de Hillary Clinton.

Também revela detalhes da demissão do diretor-geral do FBI, a polícia federal dos EUA, que investigava um possível conluio da campanha de Trump com o Kremlin durante a campanha eleitoral de 2016.

A reunião de Donald Trump Jr. com uma advogada russa para levantar acusações contra a candidata democrata, Hillary Clinton, foi descrita como "traiçoeira" e "antipatriótica" pelo ex-chefe de campanha e ex-estrategista-chefe da Casa Branca, Steve Bannon.

Bannon é uma das principais fontes do autor, o jornalista Michael Wolff, que agradeceu no Twitter à publicidade extra capaz de multiplicar as vendas do livro: "Vamos nessa. Você vai poder comprá-lo e lê-lo amanhã. Obrigado, Sr. Presidente."

Quando o jornal inglês The Guardian publicou trechos do livro, Trump reagiu furiosamente. Disse que o livro é uma "falsidade", "cheio de mentiras, distorções e fontes que não existem". De Bannon, tentou se desvincular: "Steve Bannon não tem nada a ver comigo nem com minha presidência. Quando foi demitido, ele não apenas perdeu o emprego, perdeu a cabeça."

Sob um bombardeio de perguntas que não podia responder, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, declarou o que presidente está "furioso e indignado com os ataques pessoais, a seu governo e à sua família".

A expressão "fogo e fúria" foi usada por Trump em resposta a uma das muitas provocações do ditador Kim Jong Un, ameaçando a Coreia do Norte com uma ataque nuclear.

Coreia do Norte aceita convite para diálogo com Coreia do Sul

Por fax, a Coreia do Norte aceitou o convite para uma reunião com a Coreia do Sul na próxima terça-feira para acertar a participação norte-coreana na Olimpíada e na Paraolimpíada de Inverno de Pyeongchang, que serão realizadas de 9 a 24 de fevereiro e 8 a 18 de março, no Sul.

A inesperada proposta de diálogo foi feita pelo ditador norte-coreano Kim Jong Un em sua mensagem de Ano Novo. Será o primeiro contato direto entre as duas Coreias em dois anos.

O diálogo está sendo visto como uma jogada de Kim para dividir a aliança entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul. Ao presidente Donald Trump, Kim avisou que tem um botão nuclear sobre a mesa. Ao presidente Moon Jae In, é uma chance de cumprir a promessa de campanha de buscar a paz através do diálogo com o Norte.

Durante os Jogos de Inverno, os EUA e a Coreia do Sul não vão realizar as manobras militares conjuntas que fazem todos os anos no fim do inverno do Hemisfério Norte. É uma demonstração de força interpretada pela Coreia do Norte como um treinamento para invadir o país.

Em Washington, a Casa Branca aceitou o diálogo, apesar da exclusão dos EUA, mas reafirmou a determinação de manter as sanções econômicas e a política de isolamento da Coreia do Norte para pressionar o país a abrir mão de suas armas nucleares.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

EUA suspendem toda ajuda de segurança ao Paquistão

O governo Donald Trump vai congelar toda ajuda de segurança ao Paquistão até que este país tome medidas mais duras contra as redes de terrorismo islâmico em seu território. A medida vai atrapalhar o apoio logístico e o suprimento das forças dos Estados Unidos no vizinho Afeganistão.

Pelos cálculos do jornal inglês Financial Times, são cerca de US$ 2 bilhões. Dias depois da embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Nikki Haley, anunciar que o governo Trump vai segurar a liberação de uma ajuda militar de US$ 255 milhões, Washington confirmou a suspensão de mais de US$ 1 bilhão.

Há anos, os EUA acusam o Paquistão de servir de refúgio para grupos terroristas, inclusive para a milícia dos Talebã (Estudantes), que os americanos combatem no Afeganistão desde 2001. Por um lado, o apoio do Paquistão era considerado indispensável; de outro, o país abriga uma grande quantidade de grupos extremistas muçulmanos que usa na guerra indireta com a Índia.

A maior vítima deste jihadismo é o próprio Paquistão. Entre tantos outros casos, a ex-primeira-ministra Benazir Bhutto foi morta num atentado em 27 de dezembro de 2007, quando fazia campanha para voltar ao poder.

Desde o ano 2000, 62.979 foram mortas no Paquistão pelo terrorismo e a guerra contra o terrorismo. O pico foi em 2009, com 11.704 mortes.

EUA e Coreia do Sul suspendem manobras militares durante olimpíada

Diante da proposta de diálogo da Coreia do Norte, os Estados Unidos e a Coreia do Sul suspenderam exercícios militares conjuntos durante a Olimpíada de Inverno de Pyeongchang, a ser realizada no Sul de 9 a 24 de fevereiro de 2018, e a Paraolimpíada, de 8 a 18 de março, com a participação de atletas norte-coreanos. A decisão foi tomada pelos presidentes Donald Trump e Moon Jae In durante conversa telefônica de meia hora, anunciou hoje a Casa Azul, sede do governo sul-coreano.

A Casa Branca confirmou que Trump e Moon tiveram uma "boa" conversa na manhã de hoje. O anúncio acontece dias depois do presidente dos EUA retomar sua guerra pessoal no Twitter contra o ditador Kim Jong Un.

Na sua mensagem de Ano Novo, Kim jogou para dividir a aliança dos EUA com a Coreia do Sul. O ditador norte-coreano declarou que tinha um botão nuclear na sua mesa de trabalho e ao mesmo tempo ofereceu diálogo ao Sul, propondo negociar a participação da Coreia do Norte nos Jogos de Pyeongchang.

Trump respondeu que o botão dele era maior e muito mais poderoso, mas teve de aceitar a proposta de diálogo de Kim com Moon, que exclui os EUA. Historicamente a Coreia do Norte trata os governos da Coreia do Sul e do Japão como fantoches dos EUA.

As duas Coreias não mantinham contatos oficiais há dois anos. O governo de Seul marcou uma reunião na próxima terça-feira para acertar a participação do Norte nos jogos de Pyeongchang. A Coreia do Norte ainda não confirmou a participação.

O governo dos EUA aceitou o restabelecimento do diálogo entre as Coreias do Norte e do Sul, mas prometeu manter as sanções destinadas a pressionar o regime comunista de Pyongyang a abrir mão de suas armas nucleares.

Para a ditadura comunista norte-coreana, as armas nucleares são a garantia de que não será atacada pelos EUA. Depois do que aconteceu com Saddam Hussein e Muamar Kadafi, Kim, que virou líder em dezembro de 2011, meses após a queda e o assassinato do líder líbio, decidiu que as armas atômicas são as únicas garantias de sobrevivência do regime.

Em 1991, na Guerra do Golfo, para expulsar as forças do Iraque de Saddam Hussein do Kuwait, os EUA apresentaram ao mundo suas armas inteligentes, um verdadeiro videogame da guerra. Na época, a Índia concluiu que para enfrentar os EUA no século 21 um país precisa de armas nucleares, revelaria anos mais tarde Jaswant Singh, ministro da Defesa quando a Índia fez seu primeiro teste nuclear oficialmente reconhecido, em maio de 1998.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Trump aceita provocações do ditador norte-coreano Kim Jong Un

O presidente sem limites dos Estados Unidos não se controla. Em resposta à provocação do ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un, de que tem um botão nuclear em sua mesa de trabalho, Donald Trump respondeu ontem no Twitter: "Eu também tenho um botão nuclear, mas é muito maior e mais poderoso do que o dele, e o meu botão funciona."

A Coreia do Sul aceitou ontem o convite de Kim para retomar o diálogo entre as duas Coreias, uma manobra do ditador norte-coreano para afastar os EUA de seu aliados. Depois de dois anos, a Coreia do Norte reativou hoje a linha telefônica direta entre os dois países para controlar situações de crise.

Além de dizer que tem o gatilho nuclear sobre a mesa, Kim anunciou na mensagem de Ano Novo a intenção de iniciar a produção em massa de armas nucleares e mísseis balísticos, num desafio às novas sanções impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, que incluem um corte de 90% nas importações de petróleo.

Apesar do tiroteio verbal, é mais provável a manutenção do status quo, já nenhuma das partes pode iniciar uma guerra sem altíssimos custos. Seria o fim do regime comunista norte-coreano, que mesmo assim teria condições de arrasar Seul e outras regiões da Coreia do Sul.

Diante da proposta de Kim de retomar o diálogo, a Coreia do Sul marcou uma reunião com representantes dos dois países para a próxima terça-feira. O Norte ainda não confirmou sua participação. O objetivo é acertar a participação norte-coreana na Olimpíada de Inverno de Pyeongchang, no Sul, de 9 a 24 de fevereiro. Seria o primeiro passo para uma reaproximação.

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

França vai instalar telefones em todas as celas de prisões do país

O Ministério da Justiça da França vai colocar progressivamente telefones em todas as 50 mil celas das 178 cadeias do país, mas os presos só poderão ligar para números autorizados pela administração penitenciária ou por um juiz, noticiou o jornal Le Monde. 

A medida visa a acabar com o uso de celulares dentro das prisões não se aplica a áreas de segurança máxima, onde os detidos estejam detidos por motivos disciplinares. É resultado de uma experiência realizada em 2016 na prisão de Montmédy.

Durante a experiência, cada preso tinha autorização para discar para um máximo de quatro números de pessoas devidamente identificadas e registradas.

Kim Jong Un tem botão nuclear à mão mas pede diálogo à Coreia do Sul

O ditador da Coreia do Norte manteve o desafio à sociedade internacional. Na mensagem de Ano Novo, Kim Jong Un anunciou ao povo norte-coreano que tem um botão nuclear em sua mesa de trabalho, mas só vai usar se o regime comunista estiver ameaçado. 

Este será o ano de produzir armas nucleares e mísseis balísticos em massa, acrescentou. Ao mesmo tempo, pediu diálogo à Coreia do Sul para enfraquecer sua aliança com os Estados Unidos, noticiou o jornal The New York Times.

Para minar a estratégia do presidente Donald Trump de isolar a ditadura stalinista de Pionguiangue, Kim pediu a abertura de diálogo com a Coreia do Norte com urgência, antes da abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018, em 9 de fevereiro, na Coreia do Sul, e desejou sucesso à Olimpíada de Pyeongchang.

O presidente sul-coreano, Moon Jae In, é um liberal eleito com uma proposta de retomar o diálogo com a Coreia do Norte para resolver pacificamente o conflito. A Coreia do Sul seria o principal alvo de uma retaliação norte-coreana a um possível ataque preventivo dos EUA para tentar destruir as instalações nucleares do Norte.

Até agora, a mídia estatal norte-coreana desprezava Moon com um lacaio dos EUA sem espinha dorsal. A mudança indica uma tentativa de dividir a aliança Washington-Seul.

A China também investe na solução diplomática e considera inaceitável uma guerra em sua fronteira. Votou a favor das últimas sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, cortando em 90% as importações de petróleo da Coreia do Norte. Se forem aplicadas com rigor, terão consequências.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Economia e comércio internacionais devem crescer em 2018

De acordo com a última Perspectiva Econômica Mundial do Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia mundial deve crescer 3,7% em 2018, com notáveis altas no investimento, no comércio internacional e na produção industrial. 

O Brasil tem boas oportunidades para participar neste novo ciclo de expansão se o próximo governo equilibrar as contas públicas, avalia o economista Paulo Sérgio Wrobel, professor do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).

"A economia mundial deve crescer e também o comércio internacional. A China deve continuar crescendo quase 7% ao ano, os Estados Unidos devem crescer 2,5% a 3%, a Europa está crescendo, assim como o Japão", prevê o professor. O próximo teste para a Zona do Euro serão as eleições de março na Itália.

Com o mercantilismo do presidente Donald Trump, "a agenda comercial ficou mais difícil", acrescenta o pesquisador, "mas há razoáveis perspectivas de sucesso nas negociações do Mercosul com a União Europeia. Também negocia com o Canadá."

As negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) devem avançar, sem qualquer concessão importante aos retirantes. Se os britânicos quiserem um acordo como o da Noruega, terão de obedecer a todas as regras do mercado comum europeu. Se optarem pela fórmula do Canadá, terão livre comércio de mercadorias, mas não de serviços, o setor mais forte da economia britânica.

Na América Latina, "haverá eleições de extrema importância no Brasil e no México. Bem ou mal, com este governo atual, o país deve ter um crescimento de 3%. O Brasil tem chance de pegar a nova maré positiva da economia internacional. Para isso, é preciso eleger um presidente minimamente razoável. O ministro Henrique Meirelles é um craque. Talvez fosse o caso de mantê-lo na Fazenda", raciocina o professor Wrobel.

"A principal eleição é no México. O poder do tráfico assusta e é um alerta para o Brasil. Há uma chance para o populista Andrés Manuel López Obrador", comenta o pesquisador. O eterno candidato da esquerda pode ser beneficiado por uma decisão do presidente Trump de retirar os EUA do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).

"Tanto o México quanto o Canadá mandaram seus melhores negociadores", nota Wrobel. "Não vão aceitar mudanças só no sentido que os EUA queiram. Tudo depende da posição americana. Ainda é uma incógnita."

Em Cuba, "chega ao fim o governo dos irmãos castro (1959-2018), mas não é o fim do castrismo nem da ditadura. Todos os nomes mais moderados foram afastados. É uma tentativa de consolidação do castrismo sem Castro", afirma o professor do IRI. O mais provável sucessor é o vice-presidente Miguel Díaz-Canel.

México e Síria foram piores países para jornalistas em 2017

Com 12 repórteres mortos cada, o México e a Síria foram os países mais perigosos para jornalistas em 2017, denunciou hoje a organização não governamental Repórteres sem Fronteiras (RsF) em seu relatório anual sobre a violência contra estes profissionais.

Na Síria, os repórteres ficaram no meio do fogo cruzado entre as forças leais à ditadura de Bachar Assad, especialmente de milícias ligadas ao Irã, e os diversos grupos rebeldes. No México, pagou com a vida por acusações contra as máfias do tráfico de drogas para os Estados Unidos.

As mortes de jornalistas apresentaram um declínio em 2017, o ano com menos mortes de repórteres em 14 anos, num total de 65. O México está na contramão desta tendência. É uma boa advertência para o Brasil, onde o crime organizado mostra cada vez mais força e ousadia.

Os outros lugares mortais para jornalistas são países em guerra civil. O México está em guerra contra as drogas, com 200 mil mortes em 11 anos. É o equivalente a uma guerra de baixa intensidade. Em seguida, vem o Afeganistão, com nove mortes, e o Iraque, com oito.