segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Economia e comércio internacionais devem crescer em 2018

De acordo com a última Perspectiva Econômica Mundial do Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia mundial deve crescer 3,7% em 2018, com notáveis altas no investimento, no comércio internacional e na produção industrial. 

O Brasil tem boas oportunidades para participar neste novo ciclo de expansão se o próximo governo equilibrar as contas públicas, avalia o economista Paulo Sérgio Wrobel, professor do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).

"A economia mundial deve crescer e também o comércio internacional. A China deve continuar crescendo quase 7% ao ano, os Estados Unidos devem crescer 2,5% a 3%, a Europa está crescendo, assim como o Japão", prevê o professor. O próximo teste para a Zona do Euro serão as eleições de março na Itália.

Com o mercantilismo do presidente Donald Trump, "a agenda comercial ficou mais difícil", acrescenta o pesquisador, "mas há razoáveis perspectivas de sucesso nas negociações do Mercosul com a União Europeia. Também negocia com o Canadá."

As negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) devem avançar, sem qualquer concessão importante aos retirantes. Se os britânicos quiserem um acordo como o da Noruega, terão de obedecer a todas as regras do mercado comum europeu. Se optarem pela fórmula do Canadá, terão livre comércio de mercadorias, mas não de serviços, o setor mais forte da economia britânica.

Na América Latina, "haverá eleições de extrema importância no Brasil e no México. Bem ou mal, com este governo atual, o país deve ter um crescimento de 3%. O Brasil tem chance de pegar a nova maré positiva da economia internacional. Para isso, é preciso eleger um presidente minimamente razoável. O ministro Henrique Meirelles é um craque. Talvez fosse o caso de mantê-lo na Fazenda", raciocina o professor Wrobel.

"A principal eleição é no México. O poder do tráfico assusta e é um alerta para o Brasil. Há uma chance para o populista Andrés Manuel López Obrador", comenta o pesquisador. O eterno candidato da esquerda pode ser beneficiado por uma decisão do presidente Trump de retirar os EUA do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).

"Tanto o México quanto o Canadá mandaram seus melhores negociadores", nota Wrobel. "Não vão aceitar mudanças só no sentido que os EUA queiram. Tudo depende da posição americana. Ainda é uma incógnita."

Em Cuba, "chega ao fim o governo dos irmãos castro (1959-2018), mas não é o fim do castrismo nem da ditadura. Todos os nomes mais moderados foram afastados. É uma tentativa de consolidação do castrismo sem Castro", afirma o professor do IRI. O mais provável sucessor é o vice-presidente Miguel Díaz-Canel.

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