Em uma tentativa de parar o inquérito sobre um possível conluio de sua campanha à Presidência dos Estados Unidos com o Kremlin, o presidente Donald Trump mandou demitir em junho o procurador especial Robert Mueller. Só recuou depois que o advogado-geral da Casa Branca, Donald McGahn, ameaçou deixar o cargo, revelou hoje o jornal The New York Times.
A revelação reforça a suspeita de que Trump está fazendo tudo para obstruir a justiça. Mueller foi diretor-geral do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal dos EUA. Foi nomeado procurador especial para investigar a influência da Rússia na eleição presidencial americana depois que Trump demitiu, em 9 de maio, o então diretor-geral do FBI, James Comey.
O procurador especial soube disso nos últimos meses e está interessado em interrogar Trump sobre as demissões de Comey e do ex-assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, general Michael Flynn.
Quando a imprensa noticiou que Mueller estava examinando suas tentativas de obstrução de justiça, Trump tentou desqualificá-lo apontando três casos possíveis de conflitos de interesses.
A tentativa de demitir o procurador especial Archibald Cox no Massacre de Sábado à Noite, durante o Escândalo de Watergate, em 20 de outubro de 1973, deflagrou a demissão do procurador-geral Elliot Richardson e do subprocurador-geral William Ruckelshaus. Foi um marco na derrocada do presidente Richard Nixon, que renunciou em 8 de agosto de 1974 para escapar de um processo de impeachment.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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