quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Juiz proíbe Trump de deportar ilegais que chegaram quando crianças

Durante um encontro com líderes do Congresso na Casa Branca, o presidente Donald Trump prometeu apoiar um projeto bipartidário para resolver a situação de cerca de 900 mil imigrantes ilegais que entraram nos Estados Unidos. À noite, um juiz federal de São Francisco, na Califórnia proibiu o governo tirar a proteção dos chamados sonhadores enquanto a questão não for decidida pela Justiça.

Em decisão liminar, o juiz William Alsup chamou a decisão do Departamento de Segurança Interna de "rescindir a DACA [Ação Diferida para Chegadas na Infância] se baseia numa premissa legal falsa".

Com a decisão, os sonhadores que não se registraram no fim do ano passado terão uma nova chance de apresentar seus requerimentos para se beneficiar do programa, mas não serão aceitos novos pedidos.

"As vidas dos sonhadores foram transformadas num caos quando o governo Trump decidiu encerrar o programa sem obedecer à lei", alegou o procurador-geral da Califórnia, Xavier Bacerra. "A decisão de hoje é um grande passo. Os EUA são o lar de sonhadores que tiveram a coragem de se apresentar pedir acesso à DACA e fizeram tudo o que o governo federal pediu."

Na opinião do chefe do Ministério Público Estadual da Califórnia, "eles seguiram as regras da DACA, fizeram sucesso na escola, no trabalho e nos negócios e contribuíram para construir um país melhor. Vamos lutar por seus direitos a cada etapa para defender seus direitos e oportunidades de contribuir com os EUA."

O governo Trump anunciou em setembro a intenção de acabar com a DACA. Quando a oposição democrata reagiu, o presidente acenou com a possibilidade de manter o programa se os democratas concordassem em alocar US$ 18 bilhões do orçamento para a construção de um muro na fronteira com o México.

É uma das principais promessas de campanha de Trump, que afirmou que o México pagaria a conta. O México não vai pagar nada e, se Trump endurecer nas negociações sobre o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), pode ajudar a eleger o esquerdista radical Andrés Manuel López Obrador.

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