segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Senado faz acordo para reabrir governo federal dos EUA

Com a promessa do Partido Republicano de que vai examinar legislação para proteger os imigrantes ilegais que entraram no país quando eram menores, o Senado dos Estados Unidos aprovou por 81 a 18 votos uma lei para autorizar o financiamento do governo federal por três semanas até 8 de fevereiro. Acaba assim a paralisação das atividades não essenciais, que durou três dias.

Pouco depois, a Câmara dos Representantes aprovou a medida por 266 a 170 votos. Basta a assinatura do presidente Donald Trump para o governo federal americano retomar suas atividades normais.

O acordo foi rejeitado pela ala mais esquerdista do Partido Democrata, que exigia uma solução definitiva para os chamados sonhadores, cerca de 800 mil imigrantes ilegais que eram menores quando entraram nos EUA. Quinze democratas, inclusive os senadores Bernie Sanders, Elizabeth Warren e Kamala Harris, e três republicanos votaram contra.

A contrapartida de não deportar os sonhadores seria destinar US$ 20 bilhões para a construção de um muro na fronteira com o México, uma promessa da campanha de Trump. O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, prometeu apresentar um projeto para resolver a situação dos sonhadores e a "segurança nas fronteiras", a expressão usada para falar do muro.

"Embora esse procedimento não satisfaça a todos nos dois lados, é um avanço", declarou o líder da minoria democrata, senador Chuck Schumer. O presidente Trump manteve distância das negociações na maior parte do tempo. Seu negociador, Stephen Miller, é conhecido há anos por suas posições duras contra a imigração. O senador republicano moderado Lindsay Graham advertiu que Miller estava atrapalhando as negociações.

Em nota, Trump prometeu continuar trabalhando para resolver o problema "muito injusto da imigração ilegal". O governo suspendeu o programa DACA (Ação Diferida para Chegadas na Infância) em setembro e deu seis meses de prazo ao Congresso para apresentar uma solução.

Depois que o presidente rejeitou um acordo bipartidário sobre imigração, na sexta-feira à meia-noite, a máquina federal dos EUA parou para atividades não essenciais por falta de orçamento. Os militares, agentes federais, aduaneiros e de fronteiras continuaram trabalhando, mas não poderiam receber pagamentos.

No domingo à noite, McConnell anunciou a intenção de apresentar um projeto sobre imigração, numa tentativa de resolver o problema antes do primeiro dia útil da semana. Os democratas aceitaram a proposta depois de um encontro reservado hoje da manhã.

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