quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Maduro admite que mandou matar piloto rebelde

Em pronunciamento transmitido pela televisão, o ditador Nicolás Maduro confirmou que mandou matar o ex-policial e piloto de helicóptero Óscar Pérez, que em junho do ano passado atacou com granadas o Tribunal Supremo de Justiça e o Ministério do Interior da Venezuela.

"A oligarquia colombiana deve saber que qualquer grupo que armem e financiem para trazer o terrorismo à Venezuela terá o mesmo destino porque estamos dispostos a defender com a vida o direito à paz, à dignidade e à independência de nossa pátria", afirmou o ditador durante cerimônia de troca do comando da Guarda Nacional Bolivarista (GNB).

Durante o cerco ao local onde Pérez estava escondido, na periferia de Caracas, o ex-policial pediu clemência. Em vídeo dramático divulgado em redes sociais, ele declarou que os rebeldes estavam prontos a se entregar, mas as forças de segurança não aceitaram a rendição.

"Sim, os massacramos, qual é o problema?", disse Maduro.

O diretor para a América da organização não governamental Human Rights Watch (Observatório dos Direitos Humanos), José Miguel Vivanco, comparou ontem o regime chavista às ditaduras do general Augusto Pinochet no Chile (1973-90) e da Argentina (1976-83) em sua guerra suja contra a esquerda.

"Durante as ditaduras da Argentina e do Chile, apareciam frequentemente notícias sobre terroristas mortos em enfrentamentos. Muitas vezes se tratavam de justiçamentos. Dá a impressão de que o mesmo aconteceu ontem na Venezuela", escreveu Vivanco no Twitter, citado pelo jornal venezuelano El Nacional.

Quando o coronel Hugo Chávez tentou derrubar o presidente Carlos Andrés Pérez, em 4 de fevereiro de 1992, foi preso e processado, mas depois anistiado. Quando já era presidente e foi alvo de um golpe, em 11 de abril de 2002, foi poupado e voltou ao poder num contragolpe de oficiais leais.

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