Durante um encontro com líderes do Congresso nesta quinta-feira para discutir a reforma do sistema de imigração, mais uma vez, Donald Trump atropelou as normas de conduta esperadas de um presidente dos Estados Unidos e deu uma tirada racista, chamando Haiti, El Salvador e países da África de "buracos de merda", revelou o jornal The Washington Post.
"Por que queremos todas essas pessoas de países que são buracos de merda vindo para cá?", perguntou Trump, frustrado com a negociação com os deputados sobre imigrantes do Haiti, de El Salvador. Jovens imigrantes ilegais desses países são protegidos pelo programa Ação Diferida para Chegadas na Infância (DACA) por terem entrado no país quando eram menores de idade.
Em seguida, o presidente sem limites atacou Haiti, o país mais pobre da América, governado pela ditadura brutal da família Duvalier de 1957 a 1986, apoiada pelos EUA, centro de um terremoto devastador em 2010 que matou 200 mil pessoas e arrasado com frequência pelos furacões do Oceano Atlântico.
"Por que precisamos de mais haitianos? Expulsem", propôs o presidente americano. Trump sugeriu que os EUA deveriam trazer mais gente da Noruega, numa lógica claramente racista.
A assessoria de imprensa da Presidência dos EUA justificou a declaração, em nota à televisão americana CNN, alegando que agradaria ao eleitorado de Trump: "O comentário do presidente sobre buracos de merda está sendo recebido de maneira muito diferente dentro e fora da Casa Branca. Embora isso possa enraivecer Washington, vai repercutir na sua base, como os ataques a jogadores da NFL (National Football League) que se ajoelham durante a execução do hino nacional."
Os craques do futebol americano são quase todos negros e protestaram contra a violência policial e a morte de negros inocentes. Trump mandou demitir "aqueles filhos da puta".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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