quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

EUA e Coreia do Sul suspendem manobras militares durante olimpíada

Diante da proposta de diálogo da Coreia do Norte, os Estados Unidos e a Coreia do Sul suspenderam exercícios militares conjuntos durante a Olimpíada de Inverno de Pyeongchang, a ser realizada no Sul de 9 a 24 de fevereiro de 2018, e a Paraolimpíada, de 8 a 18 de março, com a participação de atletas norte-coreanos. A decisão foi tomada pelos presidentes Donald Trump e Moon Jae In durante conversa telefônica de meia hora, anunciou hoje a Casa Azul, sede do governo sul-coreano.

A Casa Branca confirmou que Trump e Moon tiveram uma "boa" conversa na manhã de hoje. O anúncio acontece dias depois do presidente dos EUA retomar sua guerra pessoal no Twitter contra o ditador Kim Jong Un.

Na sua mensagem de Ano Novo, Kim jogou para dividir a aliança dos EUA com a Coreia do Sul. O ditador norte-coreano declarou que tinha um botão nuclear na sua mesa de trabalho e ao mesmo tempo ofereceu diálogo ao Sul, propondo negociar a participação da Coreia do Norte nos Jogos de Pyeongchang.

Trump respondeu que o botão dele era maior e muito mais poderoso, mas teve de aceitar a proposta de diálogo de Kim com Moon, que exclui os EUA. Historicamente a Coreia do Norte trata os governos da Coreia do Sul e do Japão como fantoches dos EUA.

As duas Coreias não mantinham contatos oficiais há dois anos. O governo de Seul marcou uma reunião na próxima terça-feira para acertar a participação do Norte nos jogos de Pyeongchang. A Coreia do Norte ainda não confirmou a participação.

O governo dos EUA aceitou o restabelecimento do diálogo entre as Coreias do Norte e do Sul, mas prometeu manter as sanções destinadas a pressionar o regime comunista de Pyongyang a abrir mão de suas armas nucleares.

Para a ditadura comunista norte-coreana, as armas nucleares são a garantia de que não será atacada pelos EUA. Depois do que aconteceu com Saddam Hussein e Muamar Kadafi, Kim, que virou líder em dezembro de 2011, meses após a queda e o assassinato do líder líbio, decidiu que as armas atômicas são as únicas garantias de sobrevivência do regime.

Em 1991, na Guerra do Golfo, para expulsar as forças do Iraque de Saddam Hussein do Kuwait, os EUA apresentaram ao mundo suas armas inteligentes, um verdadeiro videogame da guerra. Na época, a Índia concluiu que para enfrentar os EUA no século 21 um país precisa de armas nucleares, revelaria anos mais tarde Jaswant Singh, ministro da Defesa quando a Índia fez seu primeiro teste nuclear oficialmente reconhecido, em maio de 1998.

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