quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Ditadura chavista antecipa eleição presidencial na Venezuela

A Assembleia Nacional Constituinte ilegal e ilegítima do regime chavista anunciou ontem a antecipação da eleição presidencial na Venezuela, que deverá ser realizada até 30 de abril. O ditador Nicolás Maduro declarou estar pronto para ser candidato.

Diante da deterioração cada vez maior da economia, com queda de um terço do produto interno bruto desde 2013 e inflação superior a 2.600% no ano passado, e do aumento das sanções internacionais, Maduro tenta consolidar o poder, aproveitando a divisão das oposições.

Com a escassez cada vez maior de remédios e alimentos, a ditadura chavista usa a distribuição de comida para garantir apoio político entre os mais pobres. A data exata da eleição será determinada pelo Conselho Nacional Eleitoral, dominado pelo regime.

No mês passado, o ditador prometeu banir da eleição alguns dos maiores partidos políticos da Venezuela, sob a acusação de terem boicotado eleições anteriores. Apesar da rejeição de Maduro por 75% dos venezuelanos, o segundo homem-forte do regime, Diosdado Cabello, confirmou a candidatura do ditador.

Apesar da alta rejeição, contrariando as pesquisas de opinião, a ditadura ganhou as eleições municipais e estaduais, mas uma empresa responsável pela operação das urnas eletrônicas denunciou a manipulação de pelo menos 1 milhão de votos.

Anteontem, a União Europeia impôs sanções a Cabello, aos comandantes das Forças Armadas e aos presidentes do Tribunal Supremo de Justiça e do Conselho Nacional Eleitoral por violações dos direitos humanos. As medidas incluem proibição de viagens e congelamento de bens.

A antecipação das eleições mina o diálogo pela reconciliação nacional realizadas na República Dominicana, onde a oposição exige eleição livre e justa com a presença de observadores internacionais.

O governo não aceitou os pedidos da oposição. Exige o reconhecimento da Assembleia Nacional Constituinte, convocada em eleições fraudulentas para tirar o poder da Assembleia Nacional eleita democraticamente em dezembro de 2015, onde a oposição tem maioria de dois terços.

A oposição agora enfrenta o dilema de se unir em torno de um candidato ou boicotar a eleição. Para o deputado Freddy Guevara, é hora de unidade. Já o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma, exilado na Espanha, entende que "o regime não está interessado em eleições democráticas" e que "não se deve legitimar a eleição de Maduro".

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