A Procuradoria de Paris iniciou sexta-feira uma investigação sob a responsabilidade da Serviço Nacional de Inquéritos da Diretoria Geral de Concorrência para avaliar suspeitas de "fraude" e "obsolescência programa" da companhia transnacional americana Apple. A ação foi movida por uma associação chamada Basta de Obsolescência Programada, revelou hoje a televisão francesa.
Sob a pressão de várias ações judiciais, a Apple apresentou suas desculpas e defesa prévia à Justiça da França em 28 de dezembro de 2017, dias depois de admitir publicamente que reduziu a velocidade de operação dos iPhones 6 e 7 para economizar bateria.
Um dos maiores problemas dos produtos da Apple é a impossibilidade de trocar a bateria, um absurdo total e completo porque um aparelho é jogado fora enquanto ainda pode ser usado. É algo totalmente inaceitável que só uma megaempresa que abusa de seu poder de mercado poderia ousar.
Nas suas previsões para 2018, a revista inglesa The Economist previu uma série de reações negativas contra as megaempresas de alta tecnologia. A revista lamenta Mas está na hora.
A rede mundial de computadores apareceu como um grande instrumento de democratização da informação. Mas promoveu uma radicalização do discurso político nas redes sociais, com notícias falsas, em detrimento da democracia.
Google e Facebook dominam o mercado de anúncios na Internet. São empresas opacas, nada transparentes, que não dão satisfação a quase ninguém. Se alguém tem Anúncios Google, recebe através da sede da empresa nos EUA. Isso significa que, embora o anúncio seja publicado no Brasil, em português, não paga impostos no Brasil.
Se alguém tiver alguém problema, o Google cancela a conta, não aceita qualquer apelo, em nome do sigilo à informação, e não paga o que ficou devendo. É um Estado em si mesmo, ignorando as leis locais.
A Europa resolveu tomar peito da situação. Os Estados Unidos jamais farão isso, especialmente sob Donald Trump.
A União Europeia e países como a França não vão deixar barato para estes megaempresas americanas que abusam de seu poder de mercado. Nem devem.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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