sábado, 6 de janeiro de 2018

Trump: "Sou um gênio muito estável"

Diante das acusações e leviandade feitas no livro Fogo e Fúria: dentro da Casa Branca de Trump, o presidente Donald Trump defendeu hoje sua sanidade mental e sua capacidade para governar os Estados Unidos. Em entrevista na residência rural de Camp David, descreveu a si mesmo como "um gênio muito estável" e "muito inteligente", e insistiu que o livro não passa de uma coleção de mentiras.

Quando os advogados particulares do presidente tentaram impedir o lançamento, ele foi antecipado para sexta-feira. Fogo e Fúria já está em primeiro lugar na lista de mais vendidos da Amazon.com, a maior livraria virtual dos EUA.

Seu autor, Michael Wolff, afirma que 100% dos assessores consideram Trump infantil, imaturo e despreparado para comandar o país mais poderoso da Terra: "Este é um presidente que não lê, um presidente que não ouve, que pula de um lado para o outro como uma bola de fliperama", retorquiu o jornalista, sem recuar um milímetro no escreveu.

A situação de Trump foi agravada nas últimas horas pela revelação do jornal The New York Times de a investigação independente do procurador especial Robert Mueller descobriu que vários assessores do presidente pressionaram o secretário da Justiça e procurador-geral, Jeff Sessions, a não se declarar suspeito no inquérito sobre a influência da Rússia na eleição presidencial de 2018.

Furioso com a decisão de Sessions, o presidente teria dito que precisava do seu secretário da Justiça para protegê-lo. Em total desconhecimento da Constituição dos EUA, Trump alegou que Eric Holder protegia Barack Obama e Robert Kennedy protegia John Kennedy.

Seria mais um elemento para caracterizar a obstrução de justiça de Trump no caso da Rússia. O presidente pediu ao então diretor-geral do FBI, a polícia federal americana, James Comey que encerrasse o inquérito sobre o general Michael Flynn, o assessor de Segurança Nacional que não durou um mês na Casa Branca.

Como Comey não aceitou, foi demitido. Sua queda inesperada levou à nomeação de um procurador especial para o caso. Com o cerco apertando em torno do presidente, há uma campanha de ataques contra Mueller. Se Sessions sair, fica mais fácil afastar o procurador especial.

Trump insiste que tudo não passa de "notícias falsas" dos democratas para questionar a legitimidade de sua eleição, inesperada até para ele, de acordo com o relato de Wolff.

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