segunda-feira, 30 de abril de 2007

Violência no Iraque aumenta terrorismo no mundo

A violência sectária entre sunitas e xiitas no Iraque provocou um aumento de mais de 25% no número de ataques terroristas no mundo e em 40% o total de mortes, admitiu hoje o Departamento de Estado americano em seu relatório anual sobre terrorismo, que acusa o Irã e a Síria de contribuir para a desestabilização do Iraque..

Os atentados no Iraque representaram quase a metade do total de ataques e cerca de dois terços das mais de 20 mil mortes. Só no Iraque, o terror matou 8.262 pessoas em 2005 e 13.340 em 2006.

A situação se agravou desde 22 de fevereiro do ano passado, quando terroristas sunitas ligados à rede Al Caeda destruíram a Mesquita Dourada de Ascaria, um importante santuário xiita na cidade de Samarra, incitando à violência sectária.

Outro destaque do relatório é a constatação de que a fronteira noroeste do Paquistão está se tornando um refúgio para grupos terroristas desde que o governo fez um acordo com líderes tribais e parou de controlar a área.

Ao mesmo tempo, grupos guerrilheiros curdos que lutam contra o governo da Turquia aproveitam a anarquia do Iraque para instalar suas bases, o que já provoca ameaças de retaliação.

Para o Departamento de Estado, a Somália é uma preocupação. A luta continua, apesar da intervenção do Exército da Etiópia no final do ano passado, com o apoio dos EUA, para acabar com o domínio que a guerrilha muçulmana auto-intitulada União dos Tribunais Islâmicos tinha sobre Mogadíscio.

Entre os aspectos positivos, a descoberta de uma conspiração terrorista para explodir aviões no ar em rotas transatlânticas e o fato de que não houve nenhum grande atentado na Europa.

Blairistas confirmam apoio a Gordon Brown

Os maiores aliados do primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, decidiram ontem apoiar o ministro das Finanças, Gordon Brown, como sucessor de Blair, para garantir a unidade do Partido Trabalhista britânico. Blair pode anunciar amanhã sua decisão de deixar a liderança do partido e a chefia de governo para não prejudicar ainda mais o partido nas eleições municipais desta quinta-feira.

Inicialmente a expectativa era que Blair anunciasse a decisão de deixar o cargo em 4 de maio, um dia depois das eleições. Fala-se também em 10 de maio. Mas ele pode aproveitar o dia 1º de maio, quando fará 10 anos de sua primeira vitória, que pôs fim a 18 anos de governos conservadores. Amenizaria um pouco sua saída de cena melancólica, desgastado pela Guerra no Iraque e o apoio incondicional ao presidente americano, George W. Bush, se os trabalhistas não forem tão mal nas eleições municipais.

Diante da derrota iminente, os blairistas resolveram fazer uma frente unida de apoio a Brown. No regime político do Reino Unido, como os trabalhistas são maioria na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico, seu líder será automaticamente também o primeiro-ministro.

Um dos possíveis rivais na disputa pela liderança trabalhista, o ministro do Interior, John Reid, afastou a possibilidade de uma disputa interna: "Prevejo a unidade do partido nesta eleição e depois dela. Em vez da divisão do trabalhismo, veremos a unidade da liderança trabalhista além desta eleição".

O nome mais forte da nova geração do blairismo é o ministro do Meio Ambiente, David Miliband, que anunciou na semana passada que não seria candidato à liderança do partido, o que na prática representou o endosso definitivo a Brown.

Outra integrante da chamada "guarda pretoriana do blairismo", é a ministra da Cultura, Tessa Jowell. Está convencida de que Brown será o novo chefe e não quer perder o emprego.

A ministra da Saúde, Patricia Hewitt, assumiu a incômoda e impopular tarefa de reformar o Serviço Nacional de Saúde, e o entrega a Brown em boa situação financeira, candidatando-se a permanecer no cargo.

Eles estariam tentando convencer o ex-ministro do Interior Charles Clarke a não lançar um desafio a Brown.

Em entrevista à televisão privada ITV, o líder conservador, David Cameron, cujo partido lidera as pesquisas com 40% contra 29% para os trabalhistas, pediu a convocação de eleições gerais antecipadas. Brown alegou que os conservadores não fizeram o mesmo pedido quando John Major sucedeu Margaret Thatcher, em novembro de 1990.

Para marcar diferença em relação a Blair na luta contra o terrorismo, Brown defendeu "uma Guerra Fria cultural" para conquistar "corações e mentes" de muçulmanos moderados, na Grã-Bretanha e no exterior: "Nossa resposta não deve ser muito diferentes da Guerra Fria cultural contra o comunismo nos anos 40, 50 e 60, usando o poder dos argumentos e da persuasão para conquistar corações e mentes, sustentando o que fazemos com segurança, inteligência e os militares", disse o futuro líder numa reunião com os Trabalhistas Amigos de Israel.

"Penso que nos próximos anos talvez tenhamos de lidar com o extremismo de novas maneira", disse Brown à ITV. "Não é simplesmente um problema militar, de segurança e de inteligência. Teremos de ganhar a batalha por corações e mentes, e teremos de ganhar ao redor do mundo. Precisamos ver as causas subjacentes do conflito. Temos de separar e isolar os extremistas dos moderados".

Ex-agentes da CIA acusam ex-diretor

Em carta ao ex-diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) George Tenet, seis ex-funcionários do serviço de espionagem dos Estados Unidos atacaram seu antigo chefe e seu livro No Centro da Tempestade, em que ele tenta se eximir de culpa pela decisão americana de invadir o Iraque, responsabilizando principalmente o vice-presidente Dick Cheney, como "uma admissão de fracasso de liderança".

"Você participou por vontade própria de uma decisão política mal avaliada de começar uma guerra desnecessária e divide com Dick Cheney e [o presidente] George Bush a culpabilidade pelo fracasso no Iraque", alfineta a carta.

Os autores, Phil Giraldi, Ray McGovern, Larry Johnson, Jim Marcinkowski, Vince Cannistraro e David MacMichael, alegam que Tenet deveria ter renunciado em protesto e exigem que o ex-diretor da CIA destine pelo menos metade dos rendimentos do livro a vítimas iraquianas e americanas da guerra.

Na sua opinião, "os agentes da CIA tinham informações consistentes, em setembro de 2002, de que não havia estoques de nenhuma arma de destruição em massa no Iraque. Esta inteligência foi ignorada e mais tarde manipulada."

Inflação ao consumidor fica estável nos EUA

O núcleo do índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos, excluídos alimentos e energia, ficou estável em março, e a taxa anual caiu de 2,4% em fevereiro para 2,1% no mês passado, um pouco acima da meta informal do Federal Reserve Board, o banco central americano, que é de 1% a 2%. A média das previsões dos economistas era de uma alta de 0,1 ponto percentual.

Para os analistas, a queda não é suficiente para que o Fed mude o viés, atualmente com tendência de alta. "Entendemos que o recuo no núcleo da inflação foi em parte um produto de fatores temporários como o forte declínio nos preços de tecidos e de hospedagem longe de casa", declarou o banco de investimentos Bear Sterns.

A inflação plena aumentou 0,4% em março e em 2,4% nos últimos 12 meses.

Os salários cresceram 0,7% e os gastos do consumidor, 0,3%. A renda dos proprietários subiu 0,2% em março depois de 1,1% em fevereiro. O gasto real com bens duráveis aumentou 0,1% em março, enquanto o gasto com bens não-duráveis caiu 0,1% e em serviços caiu 0,3%.

Britânicos pegam prisão perpétua por terrorismo

A Justiça do Reino Unido condenou hoje cinco jovens muçulmanos britânicos por conspiração para cometer atentados terroristas contra uma série de alvos no país, de casas noturnas a trens e shopping centers. Eles planejavam fabricar bombas com 600 quilos do fertilizante nitrato de amônia para se vingar do apoio britânico aos Estados Unidos depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.

Durante a investigação, a polícia descobriu vínculos entre essa célula terrorista e os responsáveis pelos atentados contra o sistema de transportes de Londres que mataram 52 pessoas em 7 de julho de 2005, indicando que a rede terrorista Al Caeda está por trás de tudo. Nos dois casos, os terroristas foram treinados no Paquistão.

Relatório acusa Olmert por erros no Líbano

Com a divulgação de um relatório sobre os "graves erros" cometidos por Israel na guerra contra a milícia xiita Hesbolá (Partido de Deus), no Líbano, no ano passado, o primeiro-ministro conservador Ehud Olmert, e seu ministro da Defesa, o líder trabalhista Amir Peretz, estão sob forte pressão para renunciar. O terceiro acusado, o então chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, Dan Halutz, já caiu.

Ao levar o país à guerra sem um plano completo sobre como derrotar o Hesbolá e sem analisar alternativas, Olmert revelou "falta de juízo, responsabilidade e cautela", conclui o relatório da comissão presidida pelo juiz superior Eliahu Winograd.

No caso de Peretz, sua "falta de conhecimento de assuntos de defesa e sua falta experiência foram as causas do fracasso de sua missão. O ministro da Defesa não pediu nem examinou os planos do Exército, não verificou a preparação das Forças de Defesa nem os planos em que foram fixados os objetivos da guerra".

Abraço ao Rio Uruguai reúne 130 mil

Na maior manifestação da chamada 'guerra das papeleiras', 130 mil pessoas se reuniram ontem na cidade argentina de Gualeguaychú e na ponte que a liga ao Uruguai para protestar contra a instalação de uma fábrica de papel e celulose da empresa finlandesa Botnia na margem oriental do Rio Uruguai. A marcha foi convocada como um "abraço do Rio Uruguai".

"Primeiro, a Botnia se relocaliza. Depois, discutimos o resto", afirmou o vice-governador da província argentina de Entre Ríos, Pedro Guastavino.

O conflito provoca sucessos bloqueios das passagens na fronteira entre os dois países, irritando o governo uruguaio, favorável à instalação das papeleiras. Mas o locutor argentino que animava a manifestação foi claro: "A Botnia é ilegal e não tem nem terá a licença social de nossos povos. Exigimos que a Botnia e a Finlândia se retirem da bacia do Rio Uruguai. Não qeremos fábricas de celulose no Rio Uruguai. Defenderemos o rio, seus arroios e suas terras de qualquer tipo de contaminação presente e futura. Responsabilizaremos o governo uruguaio por permitir que estas empresas avancem com seus projetos".

Chávez oferece energia a Cuba, Bolívia e Nicarágua

Na abertura da reunião de cúpula da sua Alternativa Bolavarista para as Américas (Alba), o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, prometeu anteontem suprir todas as necessidades energéticas de seus aliados, Bolívia, Cuba e Nicarágua, e de financiar a metade das vendas de petróleo venezuelano a estes países, em mais um gesto ousado de sua "diplomacia dos petrodólares".

"Chegou a hora de que o petróleo sirva para o desenvolvimento de nossos povos", declarou o caudilho venezuelano, proclamando o "nascimento de um novo mundo".

Outra alegação: a Alba está crescendo, enquanto a proposta americana de criar uma Área de Livre Comércio das Américas (Alca) está morta. Mas enquanto a Alba reúne apenas Bolívia, Cuba, Nicarágua e Venezuela, com Equador e Haiti participando da conferência como observadores, os Estados Unidos fecharam acordos de livre comércio com Chile, Colômbia, Peru e seis países da América Central; Uruguai e Panamá estão na fila.

A reunião acontece no momento em que Chávez está sob grande pressão interna e externa por ter decidido não renovar a concessão da Radio Caracas Televisión (RCTV), no ar desde 1953, acusando-a de apoiar o golpe de 12 de abril de 2002. O líder venezuelano ameaçou deixar a Organização dos Estados Americanos: "Se a OEA, depois de tudo o que ocorreu aqui, condenar a Venezuela, a Venezuela sairá da OEA. Cuba saiu e não morreu".

Veja como Chávez usa seus petrodólares para cimentar suas alianças políticas antiamericanas:
• Argentina: o governo venezuelano já comprou mais de US$ 4 bilihões em títulos da dívida pública argentina.
• Bolívia: a empresa estatal Petroleos de Venezuela S. A. (PdVSA) anunciou no ano passado investimentos de US$ 1,5 bilhão no setor energético boliviano para compensar uma possível saída da Petrobrás, expropriada há um ano pelo presidente boliviano, Evo Morales.
• Caribe: por meio de um acordo regional, o Petrocaribe, fornece petróleo a 14 países caribenhos, financiando 40% de suas importações.
• China: um amplo acordo energético visa a reduzir a dependência da Venezuela do mercado americano. A China prometeu investir US$ 5 bilhões no setor na Venezuela.
• Cuba: fornece 92 mil barris diários em condições especiais.
• Irã: os dois países firmaram 11 acordos de cooperação, sobretudo na área de petróleo.
• Rússia: ao comprar 24 caças-bombardeiros, 35 helicópteros e 100 mil rifles Kalachnikov, Chávez transformou este país no maior fornecedor de armas para a Venezuela.

domingo, 29 de abril de 2007

EUA não soltam 82 presos de Guantânamo declarados inocentes

Mais de 20% dos 385 suspeitos de terrorismo detidos na base naval americana de Guantânamo, em Cuba, foram considerados inocentes mas sua libertação está sendo adiada há meses e pode demorar muitos mais porque o governo dos Estados Unidos não sabe para onde enviá-los, revela hoje o jornal The Washington Post.

Em fevereiro, o Departamento da Defesa dos EUA notificou 85 prisioneiros e seus advogados, informando-os que seriam libertados, depois de terem sua situação examinada por dois painéis militares. Mas 82 ainda estão eu Guantânamo, onde devem ficar indefinidamente, enquanto o governo americano decide quando deportá-los, para onde e sob que condições.

O Post comenta como será difícil esvaziar o centro de detenção criado no início de 2002 para receber o que o governo Bush chamou de "combatentes ilegais", por não pertencerem a exércitos regulares, não obedecerem a uma cadeia de comando, nem usarem uniforme, negando-lhes os direitos previstos nas Convenções de Genebra sobre prisioneiros de guerra.

Em muitos casos, é o país de origem que não quer receber seus cidadãos suspeitos de terrorismo. O Iêmen, por exemplo, está questionando a nacionalidade de 106 iemenitas. Outro problema: a lei dos EUA proíbe a extradição para países onde os extraditados possam ser submetidos a tortura ou outras violações dos direitos humanos. É caso de 17 muçulmanos chineses que temem ser executados se voltarem à China.

Além disso, os próprios EUA e seus aliados não costumam dar asilo a ex-prisioneiros sem pátria.

"De modo geral, a maioria dos países simplesmente não quer ajudar", admite John B. Bellinger, asssessor jurídico do Departamento de Estado. "Acham que não é um problema seu. Não contribuíram para criar Guantânamo e portanto não devem ser parte da solução."

EUA encontram Irã em conferência sobre Iraque

O Irã confirmou hoje sua participação numa conferência internacional interministerial a ser realizada nos dias 3 e 4 de maio em Charm al-Cheik, no Egito, para pacificar o Iraque, com a participação de seus vizinhos, das grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas e dos países do Grupo dos Oito. Mas o rei Abdullah, da Arábia Saudita, rejeitou um convite para se encontrar com o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, por acreditar que o governo de maioria xiita do Iraque não protege adequadamente os sunitas.

Maliki ligou pessoalmente para o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, na sexta-feira, insistindo na participação iraniana

Em entrevista ao programa This Week, da TV ABC, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, não descartou a possiblidade de se encontrar com o ministro do Exterior iraniano, Manouchehr Mottaki, mas deixou claro: "Esta não é uma conferência sobre Estados Unidos e Iraque. É uma reunião sobre o que os vizinhos do Iraque e países interessados podem fazer para estabilizar o Iraque".

"O que nós precisamos fazer?", acrescentou a secretária de Estado. "É óbvio. Parar o fluxo de armas para os combatentes estrangeiros. Parar o fluxo de combatentes estrangeiros através das fronteiras".

A expectativa é que a abertura de diálogo entre os EUA e o Irã leve a uma negociação sobre o programa nuclear iraniano, suspeito de desenvolver armas atômicas, o que pode provocar um ataque americano.

Morales diz que Fidel volta em 1º de maio

Quando distribuía terras a índios no departamento de Pando, horas antes de embarcar para a Venezuela, onde participa da 5ª Reunião de Cúpula da Alternativa Bolivarista para as Américas (Alba), o presidente da Bolívia, Evo Morales, declarou ontem estar "certo de que no 1º de maio o campanheiro Fidel vai se reintegrar e continuar governando Cuba e a América Latina".

Morales não falou nos últimos dias com o dirigente cubano, afastado desde 31 de julho, por motivo de saúde, de suas funções de presidente, primeiro-ministro, comandante das Forças Armadas e líder do Partido Comunista. Mas disse ter ficado sabendo de uma "grande mobilização" em Cuba.

A Alba, um projeto do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em oposição à Área de Livre Comércio das Américas (Alca) está completando três anos; reúne hoje Cuba, Venezuela, Bolívia e Nicarágua.

sábado, 28 de abril de 2007

Carro-bomba mata 75 pessoas em Carbalá

Um terrorista suicida explodiu um carro-bomba perto de dois santuários xiitas na cidade sagrada de Carbalá, matando pelo menos 75 pessoas neste sábado no Iraque. Outras 170 foram feridas no atentado, dirigindo contra os fiéis que iam fazer suas orações do fim de tarde.

Revoltada, a população apedrejou a polícia, impotente para conter a violência no Iraque, mesmo com o envio de mais 30 mil soldados americanos, dentro da nova estratégia dos Estados Unidos prposta em janeiro pelo presidente George Walker Bush.

Ex-chefe da CIA acusa Cheney pela guerra

O ex-diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) George Tenet responsabiliza o vice-presidente Dick Cheney e outros altos funcionários do governo George W. Bush pela guerra no Iraque, acusando-os de jamais terei realizado um "debate sério" sobre a ameaça real que Saddam Hussein representava para os Estados Unidos.

No livro No Centro de Tempestade, que será lançado na próxima segunda-feira, Tenet tenta de desvincular das alegações sobre as armas de destruição em massa de Saddam que teriam justificado a guerra. Ele admite que usou em encontro com o presidente a expressão do basquete americano "slam dunk" (uma bola que é só enterrar na cesta), como se estivesse certo de que o Iraque tinha armas proibidas pela ONU. Mas, na sua opinião, isso não alteraria a determinação de Bush de ir à guerra.

Tenet acredita que o governo Bush quis colocá-lo como bode expiatório: "Nunca houve um debate sério que eu saiba dentro do governo sobre a iminência da ameaça iraquiana", defende-se Tenet. "Nem houve nunca qualquer discussão significativa" sobre a possibilidade de conter o Iraque sem a invasão.

Nem a Medalha da Liberdade Tenet diz que queria aceitar. Mudou de idéia quando viu que a homenagem era "ao trabalho da CIA contra o terrorismo, não no Iraque".

Ele duvida do sucesso da nova estratégia de Bush para o Iraque: "Talvez funcionasse há mais de três anos", comenta Tenet no seu livro, obtido pelo jornal The New York Times. "Meu medo é que a violência sectária no Iraque tenha tomado vida própria e que as forças dos EUA estejam se tornando cada vez mais e mais irrelevantes no controle dessa violência".

O ex-diretor da CIA acrescenta ainda que houve vários alertas sobre terrorismo e a necessidade de enfrentar Ossama ben Laden antes de 11 de setembro de 2001. Mas ninguém deu maior atenção antes dos atentados contra Nova Iorque e o Pentágono. Tenet prevê que o terror voltará a atacar no território dos EUA: "Al Caeda está aqui esperando".

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Morre o violoncelista russo Rostropovitch

O grande violoncelista russo Mstislav Rostropovitch, um dos mestres da música clássica do século 20, que lutou pelos dissidentes na União Soviética e depois interpretou Bach diante do Muro de Berlim, morreu hoje de câncer em Moscou aos 80 anos. Ele sofria de câncer no intestino e morava em Paris. Quando a doença se agravou, a família levou-o de volta para a Rússia.

"A morte de Rostropovitch é um duro golpe para nossa cultura", declarou o escritor e ex-dissidente soviético Alexander Soljenitsyn, autor de O Arquipélago Gulag, protegido por Rostropovitch quando criticava o regime comunista. "Ele deu prestígio universal à cultura russa. Adeus, querido amigo".

Rostropovitch foi hospitalizado em Paris no começo de fevereiro. Logo a família decidiu levá-lo para Moscou, onde ele recebeu a visita do presidente Vladimir Putin em 6 de fevereiro.

Ao completar 80 anos, em 27 de março, Slava Rostropovitch foi homenageado no Kremlin com a Ordem do Serviço à Pátria. Parecia debilitado. "Sinto-me o homem mais feliz do mundo", declarou.

Sua oposição ao comunismo começou quando seus mestres Serguei Prokofiev e Dimitri Shostakovitch foram denunciados na era stalinista (1927-53).

Arábia Saudita prende 172 suspeitos de terrorismo

Em meses de operações, a polícia da Arábia Saudita prendeu 172 militantes fundamentalistas suspeitos de terrorismo. Alguns tinham feito treinamento de piloto e poderiam jogar aviões contra as instalações de petróleo sauditas e outros alvos, no país e no exterior. Foram apreendidos US$ 32 milhões em dinheiro saudita, armas e explosivos.

"Eles estavam em estado adiantado de preparação, faltando apenas marcar a hora dos ataques", afirmou o brigadeiro Mansur al-Turki, porta-voz do Ministério do Interior saudita. "Eles tinham pessoal, armas e dinheiro. Quase todas as etapas dos ataques terroristas estavam concluídas, com a exceção de definir a hora dos ataques".

Euro bate novo recorde diante do dólar

Com o anúncio do fraco crescimento da economia dos Estados Unidos, a moeda comum européia bateu novo recorde de alta diante do dólar. O euro está sendo vendido a US$ 1,3682, maior cotação desde seu lançamento, em janeiro de 1999.

Diante do baixo crescimento, o mercado passa a apostar numa queda das taxas de juros nos EUA, no momento em que a expectativa quanto a outras economias importantes é de aumento dos juros. Mas o aumento da inflação impede que o banco central americano aja imediatamente.

Ao mesmo tempo, os analistas temem que a fraqueza da moeda americana leve os bancos centrais a diversificar a composição de suas reservas em moedas fortes, cujo total é estimado hoje em US$ 4,7 trilhões.

Por outro lado, com a elevação dos preços do petróleo, os países produtores ganharam US$ 970 bilhões no ano passado, aumentando a liquidez no mercado internacional.

A Bolsa de Nova Iorque opera em alta porque o dólar mais fraco favorece os exportadores americanos e as empresas têm anunciado resultados positivos, com aumento de lucros.

EUA crescem no ritmo mais lento em quatro anos

A maior economia do mundo sofreu uma forte desaceleração no primeiro trimestre de 2007. Cresceu a uma taxa anualizada de apenas 1,3%, em contraste com 2,5% no final do ano passado, principalmente por causa da recessão no mercado habitacional, informou hoje o Departamento do Comércio dos Estados Unidos. É o pior resultado desde o começo de 2003. O mercado esperava 1,8%.

Ao mesmo tempo, em outro sinal negativo, o núcleo da inflação para o consumidor americano subiu de 1,8% para 2,2% ao ano, saindo da meta informalmente adotada pelo Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos EUA, que é de 1% a 2%. Ou seja: é improvável que o Fed reduza logo as taxas de juros, por causa das pressões inflacionárias.

Mesmo assim, a Bolsa de Nova Iorque operou em alta por causa dos bons lucros anunciados por empresas americanas e das oportunidades criadas para exportadores com o dólar em queda.

Leia mais no Wall St. Journal Online.

PARCERIA COM A CULTURA

Este site está renovando sua parceria com a Livraria Cultura. Quem entrar no site da Cultura através do logo da livraria que aparece neste blog logo abaixo do meu perfil estará contribuindo para a manutenção de Vida Global.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Lucro da Microsoft cresce 65%

A maior empresa de informática do mundo, a Microsoft, anunciou hoje um aumento de 65% no lucro no primeiro trimestre do ano, com faturamento de US$ 14,4 bilhões, alta de 32%, acima da expectativa da própria empresa.

Leia mais no Wall St. Journal Online.

Ordens de bens duráveis crescem 3,4% nos EUA

As encomendas de bens duráveis aumentaram 3,4% em março nos Estados Unidos, puxadas pelas compras de aviões e de bens de capital, anunciou ontem o Departamento de Comércio. Esse número supera a média das previsões dos economistas, de 2,5%. É o maior aumento desde dezembro.

Quem se destacou foi a fábrica de aviões Boeing, com 37,6% a mais em encomendas. Já o setor de bens de capital cresceu 4,7% depois de uma queda acumulada de 8,5% em janeiro e fevereiro.

Rússia enterra Yeltsin como herói

O homem que enterrou o comunismo e a União Soviética foi sepultado na quarta-feira, 25 de abril, em Moscou, com a presença de dois ex-presidentes dos Estados Unidos, George Bush sr. (1989-93) e Bill Clinton (1993-2001), e do último líder soviético, Mikhail Gorbachev (1985-91). Primeiro presidente eleito da História da Rússia, Boris Nikolaievitch Yeltsin (1991-99) não foi o pai da democracia no país. Essa honra cabe a Gorbachev.

Yeltsin, que morreu na segunda-feira aos 76 anos de problemas do coração, presidiu à caótica introdução do capitalismo em seu país, com um escandaloso programa de privatizações que gerou uma máfia de barões ladrões. É considerado um traidor pelos comunistas por ter acabado com a URSS e um herói pelos inimigos do antigo regime.

Camponês como o líder soviético Nikita Kruschev (1953-64), Boris Nikolaievitch nasceu em Sverdlosk, em 1º de fevereiro de 1931. Seu pai, condenado por agitação anti-soviética em 1934, cumpriu pena de três anos de trabalhos forçados no gulag.

Ele se formou em engenharia civil no Instituto Politécnico dos Urais em 1955 e entrou para o Partido Comunista em 1961. Em 1963, tornou-se engenheiro-chefe e, em 1965, presidente do Coletivo de Construção Habitacional de Sverdlosk. Em 1968, entrou para a nomenklatura, ao ser nomeado chefe de construções do comitê regional do Partido Comunista.

Oito anos depois, tornava-se primeiro-secretário do PC em Sverdlosk, uma das principais regiões industriais da Rússia, cargo que ocupou até 1985. Neste período, destruiu, por ordem do Kremlin, a Casa Ipatiev, em Ecaterimburgo, onde o último czar, Nicolau II, e sua família tinham sido mortos pelos bolcheviques em julho de 1918, depois da revolução comunista. E construiu um palácio para sede do PC.

Mais tarde, Yeltsin diria: “Sinceramente, eu acreditava nos ideais de justiça propagados pelo partido”.

Com a ascensão de Mikhail Gorbachev a secretário-geral do PCUS, em 11 de março de 1985, Yeltsin teria sua chance. Em 24 de dezembro de 1985, ele foi nomeado para o Birô Político (Politburo) do Comitê Central do Partido Comunista, a instituição maxima do poder soviético, e primeiro-secretário do partido em Moscou. Na prática, tornou-se prefeito da capital da URSS. Ao usar os transportes públicos para ir trabalhar, revelou seu populismo.

Líder da ala ultra-reformista no começo das reformas de Gorbachev, Yeltsin perdeu a posição de prefeito de Moscou na luta da hierarquia comunista contra a glasnost (transparência, a abertura política) e a perestroika (reestruturação, a reforma econômica). Caiu por manobra do vice-líder do PC, Igor Ligachev, principal adversário de Gorbachev, em 21 de outubro de 1987.

Voltou em 1989 como deputado mais votado da Rússia. Em 1990, foi eleito presidente do Soviete Supremo da Federação Russa, o que na prática o tornou presidente da maior e mais importante república soviética.

A confirmação no cargo veio em 12 de junho de 1991, na primeira eleição presidencial direta da História da Rússia. Yeltsin ganhou com 57%, vencendo o ex-primeiro-ministro soviético Nikolai Rijcov, candidato de Gorbachev.

Leia a íntegra na minha coluna no Baguete.

ONU diz que Mogadíscio virou cidade-fantasma

Mais de 300 pessoas morreram e cerca de 340 mil fugiram da capital da Somália, no Nordeste da África, descrita pelas Nações Unidas como uma "cidade-fantasma", depois de oito dias de combates entre rebeldes muçulmanos e o Exército da Etiópia, que apóia o frágil governo privisório somaliano.

"Os civis estão fugindo em massa", admitiu um funcionário do Alto Comissariado da ONU para Refugiados. "Pelo menos metade da cidade está deserta, virou uma cidade-fantasma".

Desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991, a Somália não tem governo central. Vive numa situação de total anarquia, com clãs disputando poder à força.

Assim, o curto período de seis meses, de junho a dezembro do ano passado, quando a União dos Tribunais Islâmicos, uma milícia fundamentalista, dominou Mogadíscio, é lembrado pelos moradores da capital somaliana como uma época de relativa tranqüilidade.

No meio da atual batalha por Mogadíscio, um carro-bomba matou quatro civis no centro da cidade e um terrorista suicida atacou um acampamento do Exército da Etiópia, que tem o apoio dos Estados Unidos, temerosos do surgimento de um tentáculo da Al Caeda na região do Chifre da África.

Bancos europeus oferecem US$ 98,5 bilhões pelo ABN

O maior negócio da História fica ainda maior: um grupo de bancos liderados pelo Royal Bank of Scotland (RBS), concorrente direto do Barclays no mercado britânico, cobriu a oferta de US$ 91 bilhões do Barclays, oferecendo US$ 98,5 bilhões pelo banco holandês ABN-Amro.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Obama reduz vantagem de Hillary

O senador negro americano Barack Obama reduziu à metade a vantagem que a ex-primeira-dama e senadora Hillary Clinton tinha na disputa pela candidatura do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos em 2008.

Em pesquisa divulgada hoje pelo Wall St. Journal e a rede de televisão NBC, Hillary lidera com 36% contra 31% para Obama, que no mês passado estava 12 pontos percentuais atrás. Cresceu também o candidato a vice na chapa de John Kerry em 2004, John Roberts, que passou de 15% para 20%.

Como o presidente George Walker Bush é muito impopular por causa da guerra no iraque, a oposição democrata sonha em reconquistar a Casa Branca. A pesquisa indica que os americanos apóiam a política da maioria democrata no Congresso de marcar prazos para a retirada do Iraque por 56% a 37%.

Bolsa de Nova Iorque fecha acima de 13 mil pontos

Pela primeira vez, o Índice Dow Jones, da Bolsa de Nova Iorque, fechou acima de 13 mil pontos. Subiu 139,95 (1,05%), terminando o pregão em 13.089,89, graças a resultados melhores do que esperado no setor de bens duráveis e no balanço de empresas americanas.

Confira no Wall Street Journal Online.

Lucro da Apple sobe 88%

No embalo das vendas de iPods e computador, a empresa de informática Apple anunciou hoje um aumento de 21% no faturamento, que chegou a US$ 5,26 bilhões, e de 88% no lucro no último trimestre, de US$ 770 milhões.

A venda de computadores Mcintosh cresceu 36%, chegando a 1,5 milhão de unidades, e a de iPods 24% para 10,5 milhões. Em junho, a empresa lança o iPhone, que será ao mesmo tempo iPod e telefone celular com câmera e acesso à Internet.

As ações da empresa subiram 2,3% durante as operações da Nasdaq, a bolsa das ações de empresas de alta tecnologia, e 8% depois do anúncio, feito após o fechamento do mercado.

Dow Jones passa de 13 mil pontos

A Bolsa de Valores de Nova Iorque opera com seu principal índice superando pela primeira vez a marca de 13 mil pontos. No momento, o índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais empresas, está em 13.017,97, com alta de 64,3 pontos (0,49%).

A boa notícia foi o aumento de 2,6% na venda de casas novas em março, depois do anúncio ontem de uma queda de 8,4% nas vendas de imóveis residenciais usados também em março.

Bayrou não apóia ninguém na França

O candidato centrista François Bayrou, terceiro colocado no primeiro turno da eleição presidencial na França, realizado no domingo passado, com 18,6% dos votos, não vai apoiar nem o conservador Nicolas Sarkozy nem a socialista Ségolène Royal no segundo turno, em 6 de maio. Em entrevista hoje, Bayrou anunciou a intenção de criar um novo partido para disputar as eleições parlamentares.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Venda de casas usadas cai 8,4% nos EUA

A venda de imóveis residenciais usados diminuiu 8,4% em março nos Estados Unidos. É a maior queda em 18 anos. Aumenta a preocupação dos analistas quanto ao efeito da recessão no mercado imobiliário sobre a economia americana como um todo.

Com nos dados de março, a projeção do número de revendas em um ano seria de 6,12 milhões, uma queda de 8,4% em relação a 6,68 milhões em fevereiro. O preço médio das casas usadas caiu subiu de US$ 213,6 mil em fevereiro para US$ 217 mil em março.

Mais informações em The Wall Street Journal Online.

China admite impacto do aquecimento global

A China, que vai superar os Estados Unidos neste ano como maior poluidor da atmosfera, admite que o aquecimento da Terra terá um impacto ambiental devastador sobre seu meio ambiente. Mas, para não prejudicar seu extraordinário crescimento econômico, só aceita adotar restrições limitadas a emissões de gases que provocam o efeito estufa, afirma hoje o jornal The Times, de Londres.

Se não mudar de posição, a China vai complicar as negociações para um acordo internacional visando a controlar o aquecimento global que substitua o Protocolo de Quioto, que expira em 2012. O excepcional crescimento chinês tem um custo ambiental altíssimo. Sete das 10 cidades mais poluídas do mundo hoje ficam na China.

O presidente George Walker Bush negou-se a aderir ao protocolo alegando que reduziria a competitividade da economia dos Estados Unidos, especialmente em relação aos países em desenvolvimento que crescem rapidamente. Sem a China e a Índia, os EUA não participarão de um novo acordo para diminuir o impacto da mudança do clima.

Toyota supera vendas da GM no trimestre

Pela primeira vez em 76 anos, a General Motors deixa de ser a maior fabricante mundial de automóveis: as vendas da fábrica de automóveis japonesa Toyota superam as da GM, informa o jornal americano The Wall Street Journal.

A companhia japonesa anunciou hoje um aumento de vendas de 9% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Ao todo, vendeu 2,35 milhões de veículos, contra 2,26 milhões de sua concorrente americana.

No final do ano passado, em suas previsões para 2007, o jornal inglês Financial Times previu que neste ano a Toyota ultrapassaria a GM para se tornar o maior fabricante de automóveis do mundo.

Com seu programa de qualidade total, implantado a partir de 1948, a Toyota tornou-se um símbolo da nova economia, enquanto a GM, que nos anos 60 foi considerada pelo escritor francês Jean-Jacques Servan Schreiber como a terceira potência mundial, depois dos Estados Unidos e da União Soviética, luta para se adaptar aos novos tempos.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Maliki pára construção de 'muro da vergonha' em Bagdá

Diante dos protestos tanto de xiitas como de sunitas, o primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, suspendeu a construção de um muro para isolar uma comunidade sunita ameaçadas num dos distritos mais violentos de Bagdá.

"Sou contra o muro, e a construção será suspensa", declarou Maliki. "Há outras maneiras de proteger pessoas e muros sempre trazem a lembrança de outros muros".

O projeto dos militares americanos visava a proteger comunidades ameaçadas nas dez áreas mais violentas da capital iraquiana, onde há um conflito sectário opondo insurgentes sunitas e a rede terrorista Al Caeda a milícias xiitas. As principais vítimas são civis inocentes.

Bomba mata nove americanos no Iraque

Nove soldados americanos morreram hoje com a explosão de uma bomba, quando realizavam uma operação de patrulhamento na província de Diala, no Nordeste do Iraque.

O total de militares dos Estados Unidos mortos na ocupação do Iraque passa de 3,3 mil.

Batalha de Mogadíscio já matou mais de 200

Os violentos combates que já duram seis dias na capital da Somália causaram pelo menos 212 mortes. Em meio ao caos da batalha, os corpos apodrecem nas ruas.

Uma guerrilha muçulmana que chegou a tomar Mogadíscio por seis meses no ano passado tenta recuperar terreno enfrentando o Exército da Etiópia, que invadiu a Somália em dezembro passado para apoiar o frágil governo de transição formado com base num acordo de paz de 2004, ignorado pela União dos Tribunais Islâmicos.

Como a guerrilha muçulmana é, pelo menos em potencial, mais um tentáculo da rede terrorista Al Caeda, na região Chifre da África, a invasão etíope tem o apoio e já teve até cobertura aérea dos Estados Unidos.

O governo privisório planeja uma grande ofensiva contra os rebeldes muçulmanos. Pediu aos moradores da capital que saiam das áreas dominadas pela insurgência: "As pessoas devem sai de suas casas situadas perto de redutos terroristas em Mogadíscio, e acabaremos logo com insurgentes e terroristas", apelou o vice-ministro da Defesa, Salad Ali Jelle.

Rússia: escudo antimísseis dos EUA ameaça segurança internacional

O projeto americano de instala um escudo antimísseis com estações na Europa Oriental ameaça desastabilizar seriamente a segurança regional e mundial, advertiu hoje o ministro da Defesa da Rússia, Anatoli Serdioukov, ao receber em Moscou o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates.

"Consideramos que o sistema estratégico de defesa antimísseis é um grave fator de desestabilização, que pode exercer uma influência considerável sobre a segurança regional e mundial", afirmou o ministro da Defesa russo.

A Rússia alerta que pode desenvolver uma nova geração de mísseis nucleares de médio alcance. Os anteriores foram desmantelados pelas superpotências depois do acordo histórico firmado pelo presidente americano Ronald Reagan e o líder soviético Mihail Gorbachev em 8 de dezembro de 1987.

Quando a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) começou a instalar aqueles mísseis na Europa, em novembro de 1983, a Guerra Fria vivia seus últimos momentos de tensão. Alguns analistas chamam de Segunda Guerra Fria aquele período, da invasão soviética ao Afeganistão, em 26 de dezembro de 1979, até a ascensão de Mikhail Gorbachev a secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, em 11 de dezembro de 1985.

Rumo ao centro: Sarkozy e Ségolène lutam pelos eleitores de Bayrou

Depois do primeiro turno, em que os candidatos à Presidência da França radicalizam à direita e à esquerda para garantir vaga no segundo turno, a partir de hoje o conversador Nicolas Sarkozy e a socialista Ségolène Royal começam a briga pelos votos do centro, especialmente pelos eleitores do terceiro colocado na eleição de ontem, François Bayrou.

Segundo pesquisa do instituto IFOP, 54% dos eleitores de Bayrou votarão em Sarkozy no dia 6 de maio, enquanto 46% devem optar por Ségolène. Outro instituto, CSA, prevê que 45% votarão na socialista, 39% no ex-ministro do Interior e 16% vão se abster, votar em branco ou anular o voto.

Morre Yeltsin, o homem que enterrou a URSS

O ex-presidente Boris Yeltsin, que enterrou a União Soviética e que presidiu à caótica transição da Rússia para o capitalismo, morreu hoje aos 76 anos em Moscou de problemas do coração.

Yeltsin é considerado um traidor pelos comunistas por ter acabado com a URSS e um herói pelos inimigos do antigo regime.

Líder da ala ultra-reformista no começo das reformas do líder soviético Mikhail Gorbachev, Yeltsin perdeu a posição de prefeito de Moscou por manobra da hierarquia comunista na luta contra a glasnost (transparência) e a perestroika (reestruturação). Voltou em 1989 como deputado mais votado da Rússia. Em 1990, foi eleito presidente do Soviete Supremo da Federação Russa, o que na prática o tornou presidente da maior e mais importante república soviética.

A confirmação no cargo veio em 12 de junho de 1991, na primeira eleição presidencial direta da História da Rússia. Yeltsin ganhou com 57%.

Com a legitimidade do mandato popular, em agosto do mesmo ano, liderou a resistência ao golpe da linha dura comunista contra Gorbachev e depois forçou-o a deixar o cargo.

Um dos momentos decisivos foi a criação de uma nova aliança entre as três repúblicas eslavas da URSS - Rússia, Ucrânia e Bielorrússia - em Minsk, capital bielorrussa, em 8 de dezembro de 1991. Era o fim da URSS. Gorbachev renunciaria em 31 de dezembro daquele e a bandeira vermelha foi arriada do mastro do Kremlin.

Ao expressar suas "profundas condolências" hoje, Gorbachev observou que "sob os ombros de Yeltsin recaem grandes acontecimentos para o bem do país e sérios erros". Foi "um destino trágico".

A "terapia de choque" de Yeltsin para reimplantar o capitalismo jogou milhões na miséria. O escandoloso programa de privatizações foi a maior distribuição do patrimônio público a preços vis da História.

Uma empresa de petróleo chegou a ser vendida por US$ 160 mil, preço de um apartamento de luxo numa metrópole brasileira. Surgiram assim os oligarcas, os barões ladrões do mafioso capitalismo russo, que inflacionaram o mercado imobiliário de Londres e entraram nos negócios do futebol, investindo em times como o Chelsea, de Londres, e o Corinthians Paulista.

Em 1993, numa queda-de-braço com a oposição, mandou fechar e bombardear a Casa Branca de Moscou, sede do Parlamento da Rússia.

Mesmo assim, Yelstin foi reeleito em 1996, com o apoio dos novos milionários, derrotando mais uma vez os comunistas.

Seus últimos anos de governo foram marcados pelo caos, por alegações de alcoolismo e pela cruenta guerra civil na república rebelde da Chechênia, onde o poderoso Exército da Rússia foi derrotado de 1994-96.

Com problemas de saúde, Yeltsin renunciou no final de 1999, passando o poder ao então primeiro-ministro e atual presidente Vladimir Putin, que ganhara prestígio ao comandar com mão-de-ferro a segunda guerra na Chechênia.

Muitos contemporâneos de Yeltsin acusam Putin de ter reimposto uma didatura com suas políticas para resgatar o poder imperial da extinta URSS, prendendo empresários que financiam a oposição, reestatizando empresas e matando inimigos do regime no exterior. Mas seu prestígio é elevado por causa da melhora na situação econômica da Rússia, que se beneficiou com a alta dos preços do petróleo, do qual é a segunda maior produtora mundial, depois da Arábia Saudita.

Yeltsin prometeu não voltar à vida pública e morreu sem criticar seu sucessor. O presidente Putin o saudou depois da morte como o "pai da democracia na Rússia".

Sem desmerecer o papel histórico de Yeltsin de acelerar a glasnost e a perestroika, e sua resistência ao golpe de agosto de 1991, e sem esquecer que ele mandou bombardear o Parlamento, a democracia deve muito mais a Mikhail Gorbachev, um homem que abdicou do poder e saiu do Kremlin sem disparar um tiro. Ao contrário de Yeltsin, não foi por motivo de saúde.

Ao aceitar a vitória do Solidariedade na Polônia, a abertura da cortina de ferro na Hungria, a queda do Muro de Berlim e a reunificação da Alemanha, Gorbachev acabou com o chamado império exterior soviético, o conjunto de países teoricamente independente que faziam parte do Bloco Soviético na Europa Oriental. Yeltsin encarregou-se de continuar a obra, desmontando o império interior soviético.

Na Rússia, como na maior parte da África, as eleições ainda não levaram a uma efetiva transferência de poder. O candidato do Kremlin ganha sempre. Yeltsin deu um golpe palaciano para derrubar Gorbachev e outro passando o poder a Putin, que disputou a eleição presidencial de 2000 já instalado no Kremlin.

Oposição rejeita resultado da eleição na Nigéria

A Comissão Eleitoral da Nigéria anunciou hoje a vitória do candidato governista Umaru Yar'Adua na eleição presidencial de sábado, 21 de abril. Mas a oposição, os Estados Unidos e a União Européia rejeitaram o resultado denunciando fraudes e irregularidades em grande escala. Os oposicionistas pediram a anulação do pleito.

Yar'Adua, do Partido Popular Democrático, do presidente Olusegun Obasanjo, teria obtido 24,6 milhões de votos, contra 6,6 milhões do segundo colocado, Muhammadu Buhari, do Partido Popular de Toda a Nigéria, e 2,6 milhões do vice-presidente Atiku Abubakar.

O presidente Obasanjo admitiu que "nossas eleições podem não ter sido perfeitas", mas considerou-as um passo importante para "consolidar a democracia" e defendeu o resultado final, alegando que daqui a quatro anos as oposições terão nova oportunidade para disputar o poder. "Nada deve ser feito para que o nosso povo perca a fé no processo eleitoral e no resultado democrático".

Não é essa a visão dos observadores internacionais: "Estas eleições não atenderam à expectativa do povo nigeriano", declarou Max van den Berg, chefe da missão da UE.

Apesar da derrota e de ter concorrido como opositor, Abubakar fica no cargo até a transição de governo, em maio.

A fraude no país mais populoso da África e oitavo maior exportador mundial de petróleo, reforça a visão de que as eleições africanas são "para inglês ver" e que o partido do governo ganha sempre, como me disse em 1997 o ex-ministro da Informação de Moçambique no governo Samora Machel. O chefe ganha sempre.

Barclays compra ABN-Amro por US$ 91 bilhões

O banco ABN-Amro aceitou uma proposta de compra do Barclays no valor de 67 bilhões de euros, cerca de US$ 91 bilhões, com o pagamento totalmente em ações. A aquisição vai criar uma das maiores instituições financeiras do mundo.

Com o negócio, o banco LaSalle, empresa subsidiária do ABN nos Estados Unidos, será vendido ao Bank of America por US$ 21 bilhões.

Fraude e violência marcam eleição na Nigéria

Falta de cédulas, denúncias de fraude e pelo menos dois ataques contra funcionários públicos mancharam a eleição presidencial de 21 de abril na Nigéria, em um prenúncio de mais instabilidade no país mais populoso da África, oitavo maior exportador mundial de petróleo. O resultado pode sair hoje.

A expectativa é que esta seria a primeira transição democrática de poder na Nigéria, dominada por ditaduras militares na maior parte de sua História independente, desde que se separou do Império Britânico em 1960. O risco é que as irregularides provoquem uma revolta generalizada e a rejeição do resultado. Pode haver longas batalhas judiciais e manifestações de protestos violentas neste país de 140 milhões de habitantes, único no mundo com uma população negra maior do que o Brasil. De lá vieram a tradição iorubá e o Candomblé, a religião dos orixás.

O favorito é Umaru Yar'Adua, do Partido Popular Democrático (PPD), do atual presidente, general Olusegun Obasanjo, herói nacional a quem é creditada a pacificação do país depois da guerra civil em Biafra (1966-70).

Com esta imagem, Obasanjo, um iorubá ganhou as eleições presidenciais de 1999 e 2003, depois da morte do brutal ditador Sani Abacha, em circunstâncias suspeitas, em 1998. Abacha teria sido envenenado com um falso medicamento para impotência sexual quando se divertia com duas prostitutas.

Apesar da riqueza do petróleo, Obasanjo não conseguiu melhor o nível de vida da maioria da população. A renda média por habitante é inferior a US$ 700 por ano.

Depois de oito anos no poder, o PPD consolidou-se em todo o país, onde convivem 300 povos, que falam 250 línguas diferentes. Mas, no artigo Como roubar mais uma eleição, a revista inglesa The Economist, acusa o partido do governo de ter ido longe de mais, promovendo uma fraude generalizada: "Tão flagrante foi a manipulação dos resultados das eleições para governadores dos 36 estados em 14 de abril que todos os partidos de oposição pediram a anulação dos resultados e o adiamento da eleição presidencial".

Da região rica em petróleo no Delta do Rio Níger, o ativista dos direitos humanos Anyakwee Nsirimovu, denunciou uma fraude maciça, com falta de cédulas em muitas seções eleitorais, registros de eleitores incompletos ou simplesmente a não-abertura de diversas zonas de votação: "Com base no que vimos no trabalho de campo, a eleição não aconteceu", declarou ele ao Wall Street Journal.

O Grupo de Monitoramento da Transição e o vice-presidente Atiku Abubakar, um dos principais candidatos da oposição, pediram a anulação do pleito e a realização de novas eleições.

Rice faz apelo ao diálogo com o Irã

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, apelou ao Irã para que não perca a oportunidade e participe de uma conferência de alto nível para estabilizar o Iraque a ser realizada no Egito em 3 e 4 de maio. É um sinal de que os Estados Unidos estão interessados em iniciar um diálogo com a república islâmica que poderá incluir no futuro a questão nuclear. O Irã é suspeito de estar desenvolvendo armas atômicas. Foi submetido a sanções pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Em entrevista ao Financial Times de hoje, Rice declarou que, se o ministro do Exterior do Egito, Manouchehr Mottaki, não for ao Egito será uma "oportunidade perdida". Além dos EUA e dos vizinhos do Iraque, participarão da conferência as potências com direito de veto no Conselho de Segurança da ONU e do Grupo dos Oito.

Quando o Grupo de Estudos sobre o Iraque, presidido pelo ex-secretário de Estado James Baker, propôs o diálogo com os inimigos Irã e Síria, o governo George Walker Bush rejeitou inicialmente a proposta como "contraproducente".

Agora, Condoleezza declara ao FT que o objetivo do governo americano para o Irã não é mudança de regime mas "mudança de comportamento do regime".

Um dos pilares da Doutrina Bush, a Estratégia de Segurança Nacional dos EUA, é a promoção da democracia liberal como melhor forma de regime político para evitar e resolver conflitos. No Oriente Médio, significava "mudança de regime" na Autoridade Nacional Palestina, no Iraque, No Irã, na Síria e até mesmo em aliados tradicionais como a Arábia Saudita e o Egito, pressionados a promover reformas democratizantes.

O fracasso da ocupação do Iraque acabou com essa política de mudança de regime, fortalecendo as ditaduras do Oriente Médio. Se democracia é o que está acontecendo no Iraque, os povos da região preferem as velhas autocracias.

domingo, 22 de abril de 2007

Sarkozy e Ségolène vão a segundo turno na França

O ex-ministro das Finanças e do Interior conservador Nicolas Sarkozy e a candidata socialista Ségolène Royal disputam em 6 de maio o segundo turno da eleição presidencial na França. Se vencer, Ségolène será a primeira mulher a presidir a França.

Pelas pesquisas de boca-de-urna, Sarkozy teve 29,9% dos votos. Ségolène ficou em segundo, com 25,8%. O candidato centrista François Bayrou é o terceiro, com 18,5%, enquanto o neofascista Jean-Marie Le Pen teve 11%.

Mais tarde, o Ministério do Interior da França confirmou a vitória de Sarkozy, da conservadora União por um Movimento Popular (UMP), com 30,46%. Ségolène, do Partido Socialista (PS), teve 25,9%. Em terceiro, ficou o centrista Bayrou, da União pela Democracia Francesa (UDF), com 18,2%. Le Pen, da Frente Nacional (FN), foi o quarto, com 11%.

O índice de participação, de 85%, o maior em mais de 40 anos, mostra a importância que os franceses estão dando a esta eleição.

Uma pesquisa do instituto Ipsos divulgada neste domingo prevê a vitória de Sarkozy no segundo turno por 54% a 46%. As dúvidas agora são se Sarkozy, que foi muito para a direita no primeiro turno, será capaz de atrair o eleitorado de centro, e se Ségolène conseguirá superar as desconfianças quanto à sua qualificação para o cargo.

Iraque terá de conviver com ataques espetaculares

A nova estratégia dos Estados Unidos para conter a violência em Bagdá apresentou até agora resultados modestos totalmente neutralizados pelos atentados com carros-bomba, reconhece o comandante militar americano no Iraque, general David Petraeus.

Em entrevista ao jornal The Washington Post deste domingo, o general admite que os iraquianos terão de conviver com ataques espetaculares como os que mataram centenas de pessoas na semana passada: "Não acredito que jamais consigamos nos livrar de todos os carros-bomba. O Iraque terá de aprender a conviver com ataques especulares, como fez a Irlanda do Norte."

Mais de 3,3 mil americanos foram mortos desde a invasão do Iraque, em 20 de março de 2003. No início do ano, o presidente George Walker Bush enviou mais 30 mil soldados para tentar garantir a segurança na capital iraquiana. Ele se recusa a fixar um cronograma para a retirada das tropas americanas, alegando que seria fazer o jogo do inimigo.

Em março, foram registrados 400 casos de violência sectárias entre sunitas e xiitas, três vezes menos do que em janeiro. Mas ações espetaculares neutralizam o efeito da operação.

Sarkozy e Ségolène são favoritos na França

Os dois candidatos dos grandes partidos, o ex-ministro do Interior conservador Nicolas Sarkozy e a governadora regional socialista Ségolène Royal, chegam hoje como favoritos para o primeiro turna da eleição presidencial na França. Nas últimas pesquisas, estão praticamente empatados.

Pela sondagem do instituto CSA, Sarkozy tem 26,5% das preferências. Está tecnicamente empatado com Ségolène, que tem 25,5%. A grande surpresa na reta final é a ascensão do neofascista Jean-Marie Le Pen, da Frente Nacional, que superou o candidato centrista François Bayrou, com 16,5% a 16%.

Como os eleitores de Le Pen às vezes tem vergonha de revelar seu voto, ele aparece como principal candidato capaz de ser uma 'zebra' e tirar um dos favoritos do segundo turno, como fez em 2002 com o então primeiro-ministro socialista Lionel Jospin.

Num segundo turno, marcado para 6 de maio, Sarkozy e Ségolène estão empatados.

Para o instituto Ipsos, Sarkozy chega a 30%, enquanto Ségolène, com 23,5%, poderia ser ameaçada por Bayrou, com 17%. Sarkozy venceria Ségolène no segundo turno por 53,5% a 46,5%.

Pela pesquisa do BVA, Sarkozy tem 29%, Ségolène 26%, Bayrou 17% e Le Pen 12,5%. No segundo turno, daria Sarkozy por 52%-48%.

Nenhum outro candidato chegou a 5% em nenhuuma pesquisa.

sábado, 21 de abril de 2007

Pentágono acusa comanda militar americano no Iraque de negligenciar mortes de civis

Um relatório reservado do Departamento da Defesa dos Estados Unidos sobre o massacre de 24 civis por soldados americanos na cidade de Haditha, no Iraque, em 2005, acusa o comando militar dos EUA de negligência e de fomentar uma cultura que não valoriza as vidas dos civis iraquianos, informa hoje o jornal The Washington Post.

Para o general-de-exército Eldon Bargewell, na Segunda Divisão do Corpo de Fuzileiros Navais, todos os "comandantes em todos os níveis estavam dispostos a considerar a morte de civis, inclusive em grande quantidade, como algo rotineiro" na luta contra os insurgentes que combatem a ocupação americana.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Dow Jones bate novo recorde e chega perto de 13 mil pontos

O Índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais ações da Bolsa de Valores de Nova Iorque, fechou hoje mais uma vez em nível recorde, aproximando-se dos 13 mil pontos. Foi a terceira semana consecutiva de alta.

Depois de subir 153,35 pontos (1,2%), o índice Dow Jones fechou pela primeira vez acima de 12,9 mil pontos, em 12.961,98. No ano, a valorização é de 4%.

A bolsa Nasdaq, das ações de alta tecnologia, subiu 21 pontos e apresenta valorização de 4,6% desde o início do ano. E o índice S&P 500, que avalia o desempenho de um número muito maior de ações, subiu 13,62 pontos, fechando em 1.484,35, nível mais alta em seis anos e meio.

Argentina e Uruguai negociam guerra das papeleiras

A Argentina e o Uruguai decidiram hoje prosseguir com o diálogo iniciado nesta semana em Madri, com o apoio do rei Juan Carlos II, da Espanha, para tentar resolver o conflito em torno da instalação de fábricas de papel e celulose na margem oriental do Rio Uruguai, conhecido como 'guerra das papeleiras'.

Os quatro eixos da negociação serão:
- a localização da fábrica da empresa finlandesa Botnia;
- os bloqueios de estradas do lado argentino;
- o estatuto do Rio Uruguai; e
- a proteção do meio ambiente.

A próxima reunião será convocada pelo rei da Espanha dentro de um mês, informa o jornal argentino La Nación.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

53 EM JOÃO PESSOA

Nos próximos dias, estarei em João Pessoa, na Paraíba, festejando meus 53 anos. Talvez não consiga atualizar este blog com a mesma regularidade.

Peço desculpas antecipadas aos leitores.

China cresce a uma taxa anual de 11,1% ao ano

Apesar das tentativas do regime comunista de reduzir o crescimento, a China cresceu a uma taxa anual de 11,1% no primeiro trimestre de 2007, acima dos 10,4% do último trimestre do ano passado, informa a edição online do Wall Street Journal. Todos os principais indicadores, inclusive vendas no varejo, produção industrial, investimentos e inflação aumentaram em relação ao período anterior, alimentando as preocupações de superaquecimento da grande economia que mais cresce no mundo.

Em março, a inflação anualizada ficou em 3,3%, a maior taxa em dois anos, superando a meta de 3% fixada pelas autoridades chinesas.

O anúncio do PIB chinês foi feito depois do fechamento das bolsas de valores da Ásia, mas a expectativa provocou a queda da maioria dos mercados do continente, que temem a alta de juros na China e no Japão, com baixa de mais de 4% na Bolsa de Xangai. As bolsas européias também operam em queda.

França vota para fugir do declínio

Doze candidatos disputam no domingo, 22 de abril, o primeiro turno da eleição presidencial na França. Só três têm condições de ganhar e um quarto de afetar o resultado. A expectativa é que o ex-ministro do Interior conservador Nicolas Sarkozy enfrente a candidata socialista Ségolène Royal no segundo turno, em 6 de maio.

Quem quer que seja o vencedor terá de atacar os problemas crônicos deste país assombrado pelos fantasmas da globalização: o desemprego, a desindustrialização, a queda no padrão de vida, a ameaça de uma explosão da periferia, o risco de colapso do sistema previdênciario e a perda de confiança no sistema político.

Com produto interno bruto de cerca de US$ 2 trilhões, a França é a segunda maior economia da zona do euro e a sexta do mundo. Dez das 50 maiores empresas européias são francesas. Suas 40 maiores companhias têm obtido lucros recordes. O trem-bala francês acaba de bater o recorde mundial de velocidade sobre trilhos, com 575 quilômetros por hora. Mas a França tem a menor taxa de crescimento entre os países ricos. Nos últimos 25 anos, em renda média por habitante, os franceses caíram do 7º para o 17º lugar. Coincidência ou não, nenhum governo foi reeleito nesse período.

Se no plano econômico o declinismo é justificado, a França tem hospitais públicos excelentes e um sistema de creches que elevou sua taxa de natalidade a uma das maiores da Europa. O intervencionismo estatal que caracteriza a economia francesa desde que Jean-Baptiste Colbert era ministro das Finanças de Luís XIV criou uma sociedade moderna, com trens de alta velocidade, que tira 80% de sua energia do átomo. Seu maior desafio é acelerar o crescimento, dinamizar a economia sem abrir mão do Estado do bem-estar social.

O favorito nesta luta, com quase 30% dos votos na média das pesquisas, é o ex-ministro das Finanças e do Interior Nicolas Sarkozy, da conservadora União por um Movimento Popular (UMP), herdeira da corrente política do general Charles de Gaulle.

Em segundo lugar, está a primeira mulher com chances de chegar à Presidência da França, a socialista Ségolène Royal, com cerca de 25% dos votos, seguida pelo centrista François Bayrou, da União pela Democracia Francesa (UDF), com 18%.

O quarto candidato influente é o neofascista Jean-Marie Le Pen, da Frente Nacional, que derrotou o então primeiro-ministro socialista Lionel Jospin em 21 de abril de 2002, passando para o segundo turno. Le Pen tem 15% das preferências.

Leia a íntegra em minha coluna no Baguete.

Berezovski: Putin cai em 2007

Dias depois de anunciar no jornal inglês The Guardian que vai fomentar uma revolução para derrubar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o empresário exilado Boris Berezovski previu a queda de Putin ainda este ano.

Em entrevista à revista americana Newsweek divulgada na terça-feira, o multimilionário confirmou sua intenção de mudar o governo pela força e disse estar em contato com o círculo íntimo do Kremlin para alcançar seus objetivos.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Índice Dow Jones fecha com pontuação recorde

O Índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais ações negociadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque, subiu hoje 30,8 pontos, fechando no nível recorde de 12.803,84. Mas a bolsa Nasdaq, das empresas de alta tecnologia, teve queda, por causa de uma baixa de 12% nas ações do Yahoo, que revelou uma queda de 11,2% no lucro, atribuída ao aumento de despesas operacionais.

O dólar continuou caindo diante das principais moedas, e o preço do petróleo ficou praticamente estável, fechando em US$ 63,13 por barril.

Carros-bomba matam quase 200 em Bagdá

Uma série de atentados coordenados, a marca registrada da rede terrorista Al Caeda, provocou a morte de quase 200 pessoas hoje na capital do Iraque. Foi o maior desafio à nova estratégia dos Estados Unidos para tentar conter a violência em Bagdá. Ao todo, 191 pessoas foram mortas e outras 250 ficaram feridas.

No pior ataque, contra um mercado em Sadria, um bairro xiita do centro da cidade, um carro-bomba matou pelo menos 140 pessoas e deixou outras 160 feridas. O mercado estava sendo reconstruído depois de ser alvo de um carro-bomba que matou 137 pessoas há poucos meses.

Outro ataque, contra um posto militar na entrada da Cidade de Sader, um bairro xiita da periferia de Bagdá, matou 28 e deixou mais 44 feridos. Com a explosão de um carro-bomba estacionado perto de um hospital e de um mercado no distrito de Carrada, na capital iraquiana, 11 civis morreram e outros 13 saíram feridos.

Libra chega a US$ 2

Pela primeira vez desde a Quarta-Feira Negra, 16 de setembro de 1992, quando George Soros e outros especuladores forçaram a saída da moeda britânica do mecanismo integrado de câmbio do Sistema Monetário Europeu, a libra esterlina atingiu ontem a cotação de US$ 2.

A alta foi atribuída à queda do dólar no mundo inteiro e à expectativa de aumento dos juros pelo Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra. A inflação no Reino Unido chegou a 3,1% ao ano, bem acima da meta de 2% fixada pelo ministro das Finanças, Gordon Brown, provável sucessor do primeiro-ministro Tony Blair, que deve anunciar sua saída em 4 de maio, depois de 10 anos na chefia do governo.

Como o Reino Unido já tem, ao lado dos EUA, a mais alta taxa de juros do mundo desenvolvido, 5,25% ao ano, a expectativa de alta reforça a libra. O euro também subiu em relação ao dólar, chegando a US$ 1,357.

Em 1992, os especuladores atacaram a libra porque a taxa de juros britânica era menor do que a alemã, elevada por causa dos desequilíbrios provocados pela reunificação da Alemanha.

Com a taxa de juros do Bundesbank acima de 9% e a do Banco da Inglaterra em torno de 6%, apesar da inflação britânica ser muito maior, os especuladores começaram a tomar dinheiro emprestado em libras e comprar marcos alemães, já que a taxa de juros do marco era maior. Esse movimento derrubava a cotação da libra, tornando necessário gastar menos marcos para pagar a dívida.

Soros apostou US$ 10 bilhões e teria ganho US$ 1,1 bilhão no final do dia. Depois de aumentar a taxa de juros para 15%, o ministro das Finanças, Norman Lamont, anunciou às 19h em Londres que a libra deixava o mecanismo integrado de câmbio e que a taxa de juros seria de 12% ao ano.

Com a desvalorização da libra, a economia da Grã-Bretanha iniciou um ciclo de crescimento que se prolonga até hoje.

Argentina cria vacas que produzem insulina

A Argentina é o primeiro país do mundo a criar vacas capazes de produzir insulina humana, colocando-se entre os países de vanguarda da biotecnologia ao desenvolver produtos medicinais a partir de animais manipulados geneticamente.

No mês passado, nasceram quatro terneiras com o gene que as faz produzir leite com insulina, hormônio humano usado no tratamento de diabetes, nas terras da empresa BioSidus, no Norte da província de Buenos Aires.

"Só na Argentina, são consumidos anualmente 200 quilos de insulina. No mundo inteiro, são 20 toneladas", declarou o diretor executivo da BioSidus, Marcelo Criscuolo, ao jornal argentino La Nación. "Faz-se necessária uma alternativa tecnológica de alta produtividade e baixo custo para atender à demanda crescente".

IBM anuncia lucro trimestral de US$ 1,84 bilhão

A companhia transnacional americana IBM anunciou ontem um aumento de 8% no lucro trimestral, que chegou a US$ 1,84 bilhão, e um faturamento de US$ 22 bilhões, com alta de 6,6%.

A IBM, que teve um virutal monopólio do setor de computadores no passado, beneficiou-se da estratégia de sair dos mercados de microcomputadores pessoais e de microchip. Cresceu em software e nos serviços para empresas.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Inflação nos EUA tem maior alta em um ano

O índice de preços ao consumidor aumentou 0,6% em março nos Estados Unidos. Foi a maior alta desde abril do ano passado. Mas o núcleo da inflação, descontados os preços de energia e de alimentos, cresceu menos do que nos dois meses anteriores, reduzindo a tensão dos analistas que temem que as pressões inflacionárias levem a altas de juros.

Sem energia e alimentos, o IPC subiu apenas 0,1%, depois de subir 0,3% em janeiro e 0,2% em fevereiro. A inflação nos últimos 12 meses ficou em 2,5%. O Federal Reserve Board (Fed), banco central dos EUA, leve em conta o núcleo do índice ao decidir o que fazer com a taxa básica de juros.

Atirador era estudante sul-coreano

O assassino que matou 32 pessoas ontem na Universidade da Tecnologia da Virgínia, nos Estados Unidos, foi identificado hoje pela polícia como o estudante sul-coreano Cho Seung-hui, que morava no campus universitário. Aparentemente, o motivo do pior massacre ocorrido até hoje numa escola americana foi uma desilusão amorosa.

Cidadãos classe A x homens-bomba classe Z

Mais do que nunca, as guerras hoje criam situações políticas e sociais complexas. Só podem ser vencidas com um misto de tecnologia e sociologia, adverte um grande especialista, o ex-comandante guerrilheiro da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), Joaquín Villalobos, que lutou nos anos 70 e 80 contra ditaduras militares em El Salvador, na América Central.

No artigo Guerreiros sem Causa, publicado hoje no jornal espanhol El País, Villalobos afirma que "a guerra do Iraque se converteu num cenário dramático onde cidadãos classe A do mundo desenvolvido combatem homens-bomba classe Z de países pobres."

Seis anos depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, o ex-guerrilheiro salvadorenho acredita que os Estados Unidos caíram numa armadilha: "Não perceberam que era uma provocação para levar a uma reação desproporcional e agora estão presos numa guerra que não sabem como lutar e menos ainda como ganhar".

"Por mais tecnologia que se tenha", observa Villalobos, "no final, a infantaria deve ocupar o terreno". Os Rambos, que acabam cometendo ações criminosas, e soldados equipados para uma guerra entre galáxias não servem para atuar num cenário de miséria e fanatismo religioso.

Assim, além da tecnologia, os Exércitos modernos precisam da sociologia. "Para capturar bandidos isolados se necessita de uma investigação científica mas, quando a violência assume uma dimensão social, a batalha se trava sobretudo na arena política", acrescenta o ex-comandante da FMLN.

Na sua opinião, "a infantaria moderna requer trabalhadores sociais armados que saibam combater mas que sobretudo sejam capazes de interagir com o entorno social, político e cultural de seu teatro de operações. Só assim podem isolar o inimigo, só assim saberão como fazer sentir que sua presença é uma proteção e não uma ameaça, e só assim poderão se sentir lutando por uma causa pela qual valha a pena serem heróis."

Japão quer garantia de suprimento de álcool

Enquanto os Estados Unidos acenam com uma parceria estratégica em biocombustíveis mas sobretaxam o álcool importado do Brasil, o Japão está fechando um acordo com a Petrobrás para importar etanol que exige garantia de suprimento, o que pode significar o comprometimento da maior parte das exportações brasileiras do produto, adverte o jornal The Wall Street Journal desta terça-feira.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Massacre em universidade mata 33 nos EUA

No pior ataque contra uma escola da História dos Estados Unidos, pelo menos 32 pessoas e o atirador morreram hoje na Universidade Tecnológica da Virgínia, em Blacksburg, no estado da Virgínia, a 425 quilômetros a sudoeste de Washington. Outras 29 pessoas ficaram feridas.

Eram 7h15 da manhã, hora local, quando a polícia foi chamada com a denúncia de um atirador abrira fogo dentro da universidade, matando um homem e uma mulher num dormitório. Duas horas depois, o atirador atacou em outra área do campus, onde aconteceu o pior tiroteio. Mais 30 pessoas foram mortas.

A polícia confirmou que o assassino está entre os mortos, mas não revelou sua identidade, se ele se suicidou ou foi morto, nem os possíveis motivos da chacina. Uma testemunha descreveu o atirador como um jovem de origem asiática. A universidade tinha recebido duas ameaças de bomba recentes.

Human Rights Watch acusa Talebã de crimes de guerra

A Milícia dos Talebã (Estudantes) é responsável por crimes de guerra e ataques contra a população afegã que mataram pelo menos 726 civis inocentes em 2006 e nos dois primeiros meses de 2007, denuncia a organização não-governamental de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch.

O relatório O Custo Humano: as conseqüências dos ataques dos insurgentes no Afeganistão acusa também as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar liderada pelos Estados Unidos, e o Exército afegão por ataques indiscriminados que provocaram a morte de 230 civis inocentes no ano passado. Houve 132 atentados suicidas, sendo 20 contra alvos puramente civis.

"Cada vez mais se cometem crimes contra civis", inclusive trabalhadores de agências de ajuda humanitária, médicos, religiosos, funcionários públicos e jornalistas. "Mesmo quando o principal alvo é militar, os ataques dos insurgentes são tão indiscriminados que as principais vítimas terminam sendo civis."

A Milícia dos Talebã governou o Afeganistão de 1996 até outubro de 2001, quando foi derrubada por uma invasão americana destinada a punir os responsáveis pelos atentados de 11 de setembro de 2001, a rede terrorista Al Caeda, que tinha suas bases e centros de treinamento em território afegão, com a conivência do regime dos Talebã.

Muktada tira ministros do governo do Iraque

Depois de convocar a maior manifestação de protesto contra a ocupação americana do Iraque em 9 de abril, quando festejava o quarto aniversário da queda de Saddam Hussein, o aiatolá rebelde Muktada al-Sader vai agora retirar seus seis ministros e o apoio dos cerca de 30 deputados da "bancada de Sader" ao governo do primeiro-ministro Nuri al-Maliki. Seu objetivo é forçar a imposição de um cronograma para a retirada das forças dos Estados Unidos.

Muktada foi considerado pela revista americana Foreign Policy como o homem mais forte do Iraque e o segundo maior vencedor da invasão do Iraque, depois do Irã. Foi seu nome que os algozes gritaram para perturbar Saddam na hora da morte.

Correa tem vitória esmagadora no Equador

Mais de 80% dos eleitores aprovaram ontem em plebiscito a proposta do presidente Rafael Correa de convocar uma Assembléia Constituinte com amplos poderes para refundar o Estado no Equador. Ele ameaçara renunciar, se fosse derrotado.

Com a nova Constituição, seguindo o exemplo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, Correa quer implantar no Equador uma "revolução bolivarista" e o "socialismo do século 21".

A estratégia é colocar os recursos naturais sob o controle do Estado para promover a inclusão social das camadas mais pobres da população, o que, nos casos da Bolívia e do Equador, significa sobretudo integrar os povos indígenas.

Ségolène rejeita aliança contra Sarkozy no 1º turno

Sob a ameaça de não chegar ao segundo turno da eleição presidencial francesa, a exemplo do que aconteceu com o primeiro-ministro Lionel Jospin em 2002, a candidata socialista Ségolène Royal rejeitou uma aliança com o candidato centrista François Bayrou. Afinal, no momento, é ele quem mais ameaça sua vaga no segundo turno.

A votação em primeiro turno será realizada no próximo domingo, 22 de abril.

Pelas pesquisas, o candidato conservador Nicolas Sarkozy, ex-ministro do Interior, deve ser o primeiro com quase 30% dos votos. Duas pesquisas divulgadas ontem apontavam tendências diferentes na disputa pelo segundo lugar entre Ségolène e Bayrou. Numa, a vantagem da candidata do PS aumentava. Na outra, diminuía.

Na média das pesquisas, Sarkozy tem 28,3 % (entre 26% et 30 %, segundo os institutos BVA, Ipsos, Ifop, CSA et TNS-Sofres) contra 24,4% para Ségolène (23% a 26%), 18,4 % para Bayrou (17% à 21%) e 13,5% para o neofascista Jean-Marie Le Pen (12% a 15%).

Se cair, Ségolène fica num empate técnico com Bayrou, o que deixa a corrida em suspenso até a contagem dos votos na urna
No domingo, o presidente do PS, François Hollande, marido de Ségolène, declarou que sua presença no segundo turno, em 6 de maio, "não está certa".

Ao todo concorrem 12 candidatos, da esquerda radical à extrema direita representada por Le Pen, que tirou Jospin do segundo turno em 2002. À esquerda, disputando o voto com os socialistas, há três partidos trotskistas, o Partido Comunista Francês, que foi o segundo maior PC do Ocidente e hoje é quase inexpressivo, os Verdes e o candidanto antiglobalização José Bové. Eles somam 13% dos votos.

Ainda há 37% de indecisos. A expectativa dos analistas é que eles se dividam na mesma proporção que o resto do eleitorado, não afetando significativamente o resultado da pesquisa.

A proposta de uma aliança com Bayrou partiu de um dos caciques do PS, o ex-primeiro-ministro Michel Rocard. Nas pesquisas do instituto Ipsos sobre um possível segundo turno, Sarkozy bateria Ségolène por 53% a 47% mas perderia para Bayrou por 53,5% a 46,5%.

Então, como observou o jornal Le Monde, Ségolène corre risco no primeiro turno e Sarkozy no segundo, quando todos, menos a extrema direita, devem se unir contra ele.

Ségolène rejeita aliança contra Sarkozy no 1º turno

Sob a ameaça de não chegar ao segundo turno da eleição presidencial francesa, a exemplo do que aconteceu com o primeiro-ministro Lionel Jospin em 2002, a candidata socialista Ségolène Royal rejeitou uma aliança com o candidato centrista François Bayrou. Afinal, no momento, é ele quem mais ameaça sua vaga no segundo turno.

A votação em primeiro turno será realizada no próximo domingo, 22 de abril.

Pelas pesquisas, o candidato conservador Nicolas Sarkozy, ex-ministro do Interior, deve ser o primeiro com quase 30% dos votos. Duas pesquisas divulgadas ontem davam resultados diferentes na disputa pelo segundo lugar entre Ségolène e Bayrou. Numa, a vantagem da candidata do PS aumentava. Na outra, diminuía.

No domingo, o presidente do PS, François Hollande, marido de Ségolène, declarou que sua presença no segundo turno, em 6 de maio, "não está certa".

domingo, 15 de abril de 2007

Rivais do Irã armam programas nucleares

A convicção de que o Irã está desenvolvendo armas nucleares está deflagrando uma corrida armamentista no Oriente Médio, afirma hoje o jornal The New York Times.

O Egito, a Arábia Saudita e a Turquia, que disputam a liderança regional no Oriente Médio com o Irã, estariam se preparando para fazer suas próprias armas atômicas.

Há dois anos, a Arábia Saudita declarou à Agência Internacional de Energia Atômica que não via necessidade de desenvolver tecnologia nuclear. Agora, está procurando ativamente no mercado equipamentos e profissionais para instalar uma rede de reatores, diz a reportagem. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, sequioso para restaurar o status de potência mundial de seu país, já ofereceu cooperação nuclear aos sauditas.

A Turquia vai construir sua primeira usina nuclear, e o Egito revelou planos para ter a sua, na costa do Mar Mediterrâneo.

"A regra do jogo mudou", observou o rei Abdullah II, de Jordânia, ao jornal liberal isralense Haaretz. "Todo o mundo está fazendo seu programa nuclear."

Embora a maioria diga que quer apenas energia atômica para fins pacíficos, os Estados Unidos, que vêem no terrorismo nuclear a maior ameaça à sua segurança, entendem que é uma corrida armamentista para contrabalançar o programa nuclear do Irã.

Além de xiita, o Irã é persa. Isso só ajuda a acirrar a rivalidade com os países árabes do Oriente Médio de maioria sunita, ou seja, todos, menos o Iraque. O governo George W. Bush teme o desenvolvimento de uma "bomba sunita", que talvez pudesse ser feita com a colaboração do Paquistão, único país muçulmano com armas atômicas.

"Agora é a hora de se preocupar", adverte Geoffrey Kemp, do Centro Nixon, em Washington. "Os iranianos também devem se preocupar. É tolice imaginar que emergirão como potência regional hegemônica. Haverá uma forte reação contrária, certamente com armas convencionais e também examinando a opção nuclear."

A ameaça da bomba na política regional do Oriente Médio se manifesta pela primeira em 1960, quando revelou-se que Israel estava comprando um reator nuclear. O Egito prometeu fazer o mesmo mas não conseguiu, por problemas técnicos e políticos.

Uma segunda ameaça veio do Iraque. Em junho de 1981, um bombardeio aéreo de Israel destruiu a usina nuclear iraquiana de Osirek, com o apoio dos Estados Unidos, no início do governo Ronald Reagan (1981-89).

O Irã, que estava em guerra com o Iraque desde 22 de setembro de 1980, quando atacado por ordem de Saddam Hussein, começou a examinar a opção nuclear. Mas o aiatolá Ruhollah Khomeini, líder espiritual da revolução islâmica no Irã, era contra a bomba atômica. Considerava-a uma arma antimuçulmana por matar civis inocentes.

Durante a chamada "guerra das cidades", marcada por bombardeio intenso das cidades inimigas de ambos os lados, em 1987, Khomeini teria autorizado o início do programa nuclear iraniano. Só em 2003 o programa foi revelado.

Hoje os especialistas estimam que o Irã necessite de dois a dez anos para fazer uma bomba atômica.

sábado, 14 de abril de 2007

Bombas matam pelo menos 56 no Iraque

Dois atentados terroristas com carros-bomba mataram pelo menos 56 pessoas e feriram outras 78.

Um dos ataques foi numa área de muito comércio no centro de Carbalá, cidade sagrada xiita. Essa explosão ocorreu junto a uma estação de ônibus a cerca de 200 metros do santuário do imã Hussein, e matou 43 pessoas e feriu outras 55.

Pouco depois, um carro-bomba explodiu na ponte Jadria, sobre o Rio Tigre, no Sul de Bagdá, matando pelo menos 10 pessoas e ferindo outras 15.

IUHU! CHEGAMOS A 20 MIL

Amanhã faz um ano que instalei o contador de visitas neste blog. Minha meta era chegar a 20 mil, número que foi atingido hoje. Estimo que cerca de pelo menos 5 mil acessos sejam meus para publicar, editar e revisar os textos. Mas agradeço a todos os que me leram aqui nestes últimos meses. Muito obrigado!

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Inflação no atacado nos EUA supera expectativas

O Índice de Preços ao Produtor registrou alta de 1% em março nos preços no atacado nos Estados Unidos, mas o núcleo da inflação, excluídos os preços de energia e de alimentos, ficou estável. Nos últimos 12 meses, o índice pleno ficou em 3,2% e o núcleo da inflação no atacado em 1,7%. O Federal Reserve Board (Fed), o banco central americano, trabalha com uma meta inflacionária informal de 1% a 2%.

A confiança do consumidor caiu. O índice da Universidade de Michigan que mede o sentimento do consumidor caiu em março de 88,4 para 85,3 em março, nível mais baixo desde agosto do ano passado.

Wolfowitz é pressionado a sair do Banco Mundial

Às vésperas da reunião anual do Banco Mundial, o presidente desta instituição internacional, Paul Wolfowitz, sofre intensas pressões para renunciar. Ontem, ele admitiu ter favorecido sua namorada com um aumento de salário: "Cometi um erro e lamento".

O conselho de administração do banco alega não ter sido informado de que a namorada do presidente recebeu um aumento de mais de US$ 5 mil mensais, o que elevou seu salário para cerca de US$ 16,7 mil por mês.

A associação dos empregados do banco e o jornal econômico-financeiro inglês Financial Times exigiram ontem sua demissão.

Um dos principais articuladores da guerra do Iraque como subsecretário da Defesa dos Estados Unidos, Wolfowitz perdeu prestígio com o fracasso da invasão americana. Ele deixou o Pentágono no final do primeiro governo George W. Bush. Em janeiro de 2005, foi nomeado presidente do Banco Mundial, prometendo fazer do combate à corrupção seu maior objetivo. Agora, desmoralizado, terá de deixar o cargo.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Controle do clima exige ação imediata

Depois da onda de catastrofismo provocada pela divulgação do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (PIMC), com os prognósticos sobre os resultados do aquecimento da Terra, afinal uma boa notícia: se forem tomadas providências imediatas, o custo para manter o aumento de temperatura média do planeta numa faixa de até 2ºC até 2030 seria de apenas 0,6% do produto mundial bruto, hoje um pouco acima de US$ 42 trilhões, algo em torno de US$ 2,5 trilhões.

“Há um grande potencial econômico para limitar as emissões de gases que causam o efeito estufa em todos os setores nas próximas décadas, e até mesmo para reduzi-las abaixo dos níveis atuais”, indica o relatório do Grupo de Trabalho 3 do PIMC. O texto final sugerindo medidas para atacar o problema só será publicado em maio.

A proposta defende ações contundentes em curto prazo para reverter a tendência do atual aquecimento do planeta pela ação humana. “As medidas que serão tomadas para atenuar o aquecimento do planeta nos próximos 30 anos determinarão até que ponto a temperatura média do globo aumentará e as conseqüências ambientais deste aumento”, advertem cientistas de mais de 100 países. Eles calculam que as emissões de CO2 geradas pela ação humana crescerão entre 40% e 110% até 2030, especialmente nos países em desenvolvimento.

Sem uma ação decidida, o aumento da temperatura da Terra provocado pelo homem pode deixar 1 bilhão de pessoas sem água, levar a um grande aumento da fome no mundo e à extinção de 30% das espécies de animais e plantas nos próximos 50 anos, alertou o relatório do PIMC divulgado em 6 de abril em Bruxelas, na Bélgica, com foco nas futuras conseqüências do efeito estufa.

Pelo prognóstico dos cientistas, basta um aumento de dois graus centígrados em relação à temperatura média de 1990 para causar uma nova extinção em massa. A previsão, no momento, é de uma elevação de 1,8ºC a 4ºC neste século.

As regiões que sofrem com falta de chuva, como o Nordeste do Brasil, podem virar desertos. A América Latina pode perder 50% de seus terras agrícolas até 2050. Na África, a produção de alimentos pode cair à metade. Até a Floresta Amazônica e as neves eternas da cordilheira do Himalaia correm o risco de desaparecer. A Amazônia passaria de floresta a savanna. As praias podem desaparecer, engolidas pela elevação do nível dos mares. Os furacões, as enchentes, as ondas de calor e as tempestades tendem a se tornar mais violentas.

O problema é que os efeitos atingirão desproporcionalmente os países mais pobres, situados em zonas mais quentes. Esses países entendem, com razão, que os principais responsáveis pelo aquecimento global são os países industrializados. Potências emergentes como China e Índia relutam em impor limites que reduzam seu crescimento.

Por outro lado, quando se negou a assinar o Protocolo de Quioto, que pretende congelar até 2012 as emissões de gases que causam o efeito estufa nos níveis de 1990, o presidente George W. Bush alegou que isto reduziria o crescimento econômico dos EUA. Daria vantagem a uma concorrente como a China, que cresce rapidamente sem maiores preocupações ambientais.

Bush entende que qualquer acordo precisa ser global. Diversos países soberanistas, que se negam a abrir mão da soberania nacional em busca do bem comum, caso dos EUA, China, Índia e Rússia, que ao mesmo tempo são ou serão grandes poluidores, podem dificultar a adoção rápida de medidas efetivas contra o efeito estufa.

Para o Brasil, há uma grande oportunidade porque a maioria das emissões não sai do setor produtivo e moderno da economia; 75% devem-se às queimadas. Simplesmente combate queimadas e derrubadas o país pode aumentar seu poder de barganha em negociações internacionais de meio ambiente.

Leia a íntegra na minha coluna no Baguete.

Terrorista suicida ataca Parlamento do Iraque

Depois de passar por diversas barreiras de segurança e invadir a ultraprotegida Zona Verde, um homem-bomba matou oito pessoas num ataque contra a Assembléia Nacional do Iraque, em Bagdá. A explosão atingiu um café e restaurante na hora do almoço. Três mortos eram deputados.

Para o porta-voz das forças de ocupação dos Estados Unidos, general William Caldwell, o ataque tem todas as características das ações de reade terrorista Al Caeda, que ressurgiu nas últimas semanas, desafiando a operação conjunta de americanos e iraquianos para tentar controlar a violência na capital do Iraque.

"Isso nos lembra que há um inimigo tentando matar gente inocente num símbolo da democracia, reagiu o presidente George Walker Bush.

Venezuela pede extradição de líder golpista de 2002

O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela decidiu ontem pedir à Colômbia a extradição do líder do golpe de 12 de abril de 2002 contra o presidente Hugo Chávez, o empresário Pedro Carmona, que chegou a assumir o poder durante dois dias. A acusação é de tentativa de assassinato do presidente.

Carmona, de 66 anos, presidia a federação empresarial Fedecámaras e se proclamou presidente da Venezuela, decretando a dissolução de todos os poderes do Estado, incluindo o Parlamento e o Tribunal Supremo. Destitui funcionários designados pelo Legislativo, como o procurador-geral, o controlador geral e o defensor público. Foi demais.

Quarenta e sete horas depois, Chávez reassumia o cargo.

Acusado de rebelião, Carmona ficou em prisão domiciliar até 23 de maio de 2002, quando pediu asilo política à Embaixada da Colômbia.

Em 11 de abril de 2002, o general Romel Fuenmayor deu um ultimato a Chávez: se o presidente não abandonasse o Palácio Miraflores em 20 minutos, os rebeldes bombardeariam o palácio do governo. Chávez foi obrigado a se entregar. Agora, há uma tentativa de caracterizar esse ultimato como crime comum, já que o tratado de extradição firmado entre Colômbia e Venezuela não prevê extradição por motivos políticos.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

FMI prevê crescimento de 4,9% para o mundo

Na sua Perspectiva Econômica Mundial, o Fundo Monetário Internacional previu hoje que a economia mundial cresça 4,9% este ano, mas alertou que as pressões inflacionárias complicaram as decisões dos bancos centrais sobre taxas de juros.

O aumento da demanda na Europa, no Japão e nas economias emergentes, sobretudo na China e Índia, compensa o crescimento menor dos Estados Unidos. Para o FMI, não haverá recessão mas a maior economia do mundo crescerá apenas 2,2% este ano.

A previsão para o Brasil é de uma expansão de 4,4%, acima da média das expectativas dos analistas daqui.

Terror da Al Caeda mata 30 na Argélia

A rede terrorista Al Caeda, responsável pelos ataques de 11 de setembro contra os Estados Unidos, reivindicou agora há pouco a autoria de dois atentados que mataram pelo menos 30 pessoas hoje em Argel, a capital da Argélia, país da região árabe do Norte da África.

UE obriga Microsoft a revelar segredos do Windows

A empresa-líder do mercado de software, a Microsoft americana, será obrigada pela União Européia, numa processo antimonopólio, a revelar informações técnicas valiosas sobre o sistema operacional Windows, revela um documento reservado divulgado hoje pelo jornal inglês Financial Times.

China dobra saldo comercial

O saldo comercial da China praticamente dobrou no primeiro trimestre deste ano, de US$ 23,3 bilhões ano passado para US$ 46,4, acirrando o conflito comercial com os Estados Unidos, que apresentaram queixa contra seu segundo maior parceiro comercial na Organização Mundial do Comércio (OMC) por pirataria e desrespeito a direitos autorais, e exigindo maior acesso ao mercado doméstico chinês de CDs, DVDs e livros. A China reagiu duramente, dizendo que a reclamação vai "danificar seriamente" a cooperação bilateral e as relações empresariais.

Em março, o superávit comercial chinês foi de US$ 6,87 bilhões, abaixo do esperado.

Há muitos anos, deputados e senadores americanos acusam a China de usar subsídios e manipular o câmbio para ter vantagens comparativas no comércio internacional em setores como produtos têxteis, eletroeletrônicos e brinquedos. Há menos de duas semanas, impuseram sobretaxa às importações de papel encerado chinês.

Mas esse clima de conflito prejudica a segunda reunião do Diáogo Econômico Estratégico, uma iniciativa do secretário do Tesouro, Henry Paulson, para tentar negociar os problemas comerciais com a China.

terça-feira, 10 de abril de 2007

Macau libera US$ 25 milhões da Coréia do Norte

A Autoridade Monetária de Macau, na China, anunciou hoje a liberação imediata de US$ 25 milhões congelados há um ano e meio sob pressão dos Estados Unidos, que alegavam que o dinheiro tinha sido ganho ilegalmente.

O regime comunista norte-coreano negava-se a cumprir um acordo feito em fevereiro para desligar até sábado o reator nuclear de Ionguibiom, primeiro passo para a desnuclearização do país, que realizou uma explosão atômica em 9 de outubro de 2006.

Bolsa de Nova Iorque tem oitava alta seguida

O Índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais ações da Bolsa de Valores de Nova Iorque, fechou com pequena alta hoje pela oitava sessão consecutiva, a seqüência mais longa desde março de 2003. Nesses oito dias, o índice subiu 2,2%. A alta foi de apenas 4,71 pontos (0,04%), chegando em 12.573,85 pontos.

A bolsa Nasdaq, das empresas de alta tecnologia, subiu 0,34% e o índice Standard & Poors 500, que reflete o desempenho de um número muito maior de empresas, 0,26%.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Mais de 40% dos franceses estão indecisos

Cerca de 42% do eleitorado da França, 18 mlhões de pessoas, ainda não sabem em quem votarão para presidente nas eleições de 22 de abril e 6 de maio, revelaram duas pesquisas divulgadas ontem.

O favoritismo é do ex-ministro do Interior Nicolas Sarkozy. Na sondagem do Journal du Dimanche, ele teve 29,5% das preferências, contra 22% para a candidata socialista, Ségolène Royal. No segundo turno, Sarkozy bateria Ségolène por 54% a 46%.

Ségolène tem dificuldades com o eleitorado esquerdista, que não considera claro seu projeto político. Isso faz com que 10% dos eleitores prefiram candidatos de extrema esquerda. Em 2002, o então primeiro-ministro socialista Lionel jospin perdeu a vaga no segundo turno para o neofascista Jean-Marie Le Pen, da Frente Nacional.

Agora, quem ameaça Ségolène é o centrista François Bayrou, que tem em torno de 16% das intenções de voto, um pouco acima do ultradireitista.

Iraquianos festejam queda de Saddam exigindo retirada das forças de ocupação americanas

Os iraquianos festejaram hoje os quatro anos da queda do ditador Saddam Hussein, mas diversas manifestações de protesto exigiram o fim da ocupação militar americana. A maior foi realidade na cidade sagrada xiita de Najaf, por convocação do aiatolá rebelde Muktada al-Sader.

Muktada foi apontado pela revista americana Foreign Policy como o segundo maior vencedor com a intervenção militar dos Estados Unidos no Oriente Médio. Foi seu nome que os algozes gritaram na hora do enforcamento de Saddam para fustigar o ditador até a morte.

Irã produz combustível nuclear em escala industrial

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou hoje que seu país já fabrica urânio enriquecido em escala industrial, com 3 mil centrífugas em atividade. Ele alega que o programa nuclear é pacífico e visa apenas à produção de energia. Mas o Irã está submetido a sanções pelo Conselho de Segurança das Nações Unidos porque estaria desenvolvendo armas atômicas.

Com esse nível de produção de combustível nuclear, o Irã precisa apenas aumentar o teor do urânio enriquecido para fazer uma bomba atômica.

Se a pressão internacional continuar, o Irã ameaça deixar a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), encarregada de fiscalizar o cumprimento do Tratado de Não-Proliferação Nuclear.

Coréia do Norte quer dinheiro para aceitar inspeções

O governo comunista da Coréia do Norte avisou o grupo de países que negociam o fim de seu programa nuclear que convidará os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica para voltar ao país, assim que forem liberados US$ 25 milhões retidos há um ano e meio num banco de Macau, na China, sob pressão americana, por suposta lavagem de dinheiro e outras fraudes financeiras.

Por um acordo feito em fevereiro, o regime comunista norte-coreano tem até o dia 14 de abril para desligar o reator de Ionguibiom. Mas recusa-se a fazer enquanto não forem liberados os US$ 25 milhões congelados.

Armas eletromagnéticas, chips cerebrais e revoluções: bem-vindos ao admirável mundo novo

A memória será reforçada por chips implantados no cérebro. As armas vão disparar ondas eletromagnéticas. Com o empobrecimento, a classe média torna-se a classe revolucionária. Enquanto a população da Europa diminui, a do Oriente Médio cresce 132%. O aumento da exclusão social facilita o recrutamento de tropas de choque pelo crime organizado ou grupos terroristas. Diante do aumento das desigualdades sociais, o marxismo pode ser reinventado.

Esta visão sombria do futuro não é o roteiro de um filme de ficção sobre o admirável mundo novo. É a previsão de um grupo de estrategistas do Centro de Doutrinas e Conceitos do Ministério da Defesa do Reino Unido que tentaram imaginar o "futuro contexto estratégico" a ser enfrentado pelas Forças Armadas britânicas, revela hoje o jornal inglês The Guardian.

O documento, de 90 páginas, discute o impacto do crescimento econômico da China e da Índia, a militarização do espaço e até mesmo "o declínio na qualidade das notícias", com o surgimento de um "jornalista-cidadão via Internet" interessado em divulgar suas posições "às custas dos fatos".

Até 2035, pulsos eletromagnéticos serão capazes de derrubar sistemas de comunicação. A bomba atômica de nêutrons, que mata as pessoas mas não destrói as construções, "pode ser a arma preferencial para a 'limpeza étnica' num mundo cada vez mais povoado".

O uso de armas controladas à distância, como mísseis e aviões sem piloto, cria a oportunidade para "o uso letal da força sem intervenção humana, o que suscita questões éticas e legais".

domingo, 8 de abril de 2007

Coréia do Norte envia armas à Etiópia

Há três meses, os Estados Unidos convenceram o Conselho de Segurança das Nações Unidas a impor sanções contra a Coréia do Norte por causa de seu programa nuclear. Mas permitiram que as restrições fossem violadas para que a Etiópia recebesse armas norte-coreanas, em janeiro, porque a Etiópia está combatendo fundamentalistas muçulmanos na Somália, com o apoio dos EUA.

É mais uma contradição da política externa do governo George Walker Bush, observa neste domingo o jornal mais influente dos EUA, The New York Times.

Por um lado, o combate ao terrorismo dos fundamentalistas muçulmanos é prioridade absoluta. Do outro, há uma tentativa de sufocar economicamente o regime stalinista norte-coreano e conter a proliferação nuclear, mandando um sinal a outros países tentados a desenvolver armas atômicas.

A Coréia do Norte fez um teste nuclear em 9 de outubro do ano passado. Ainda em outubro, a ONU impôs sanções ao governo comunista de Pionguiangue. Imediatamente, o governo da Etiópia, que durante a Guerra Fria era cliente da União Soviética, alertou a embaixada americana em Adis Abeba que não poderia mudar de fornecedor de armas de um dia para o outro.

Mais uma vez, a política externa dos EUA ignora os princípios e atitudes que tenta impor a outros países, mostrando uma duplicidade de padrões. Como punir outros países que comprem armas da Coréia do Norte, se a Etiópia pode, especialmente porque está atacando fundamentalistas muçulmanos na vizinha Somália, com apoio e às vezes até cobertura aérea dos EUA?

sábado, 7 de abril de 2007

Marinheiros britânicos desmentem confissões

Ao voltar ao Reino Unido, os 15 marinheiros e fuzileiros navais detidos pela Guarda Revolucionária do Irã há 15 dias no Golfo Pérsico negaram tudo o que haviam confessado enquanto estavam presos pela república islâmica. Disseram que estavam pelo menos a dois quiômetros de distância das águas territoriais iranianas e que faziam uma patrulha de rotina. Não estariam, portanto, espionando o Irã, coletando informações para um possível bombardeio aéreo contra suas instalações nucleares, onde, suspeita-se, o regime dos aiatolás estaria desenvolvendo armas atômicas.

Em primeiro lugar, não dava para acreditar naquelas confissões divulgadas pela TV iraniana onde os britânicos pediam desculpas por terem invadido o mar territorial do Irã e condenavam a ocupação do Iraque. Ontem, eles alegaram ter sido pressionados a gravar aquelas declarações sob a ameaça de serem condenados a sete anos de prisão, se não o fizessem.

Era o espetáculo da ditatura iraniana, concluído no pior estilo ditatorial, com o presidente Mahmoud Ahmadinejad cumprimentando pessoalmente os militares que estava libertando, um show para os públicos interno e externo que não passa a menor credibilidade.

Os britânicos, de volta em casa, também jamais admitiriam, por uma questão de disciplina militar, que estavam fora do mar territorial iraquiano. Não podem ir contra o discurso oficial do governo Tony Blair. Muito menos podem revelar qualquer participação em operações de espionagem ou coleta de informações. Agentes secretos são proibidos de comentar publicamente seu trabalho, que deixaria de ser secreto.

sexta-feira, 6 de abril de 2007

EUA criaram 180 mil empregos em março

Com a criação de 180 mil novos empregos em março, a taxa de desemprego nos Estados Unidos caiu para 4,4%, índice mais baixo desde maio de 2001. O número de empregos gerados em janeiro e fevereiro foi revisado para mais 32 mil.

É um sinal de que a maior economia do mundo não caminha para a recessão, apesar da crise no mercado habitacional. Também reduz a possibilidade de um corte na taxa básica de juros do Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos EUA.

Aquecimento global ameaça 30% das espécies

O aumento da temperatura da Terra provocado pelo homem pode deixar 1 bilhão de pessoas sem água, levar a um grande aumento da fome no mundo e à extinção de 30% das espécies de animais e plantas nos próximos 50 anos, alerta um novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima divulgado hoje em Bruxelas, na Bélgica, com foco nas futuras conseqüências do efeito estufa.

Pelo prognóstico dos cientistas de mais de 120 países, basta um aumento de dois graus centígrados em relação à temperatura média de 1990 para causar uma nova extinção em massa. A previsão, no momento, é de uma elevação de 1,8ºC a 4ºC neste século.

As regiões que sofrem com falta de chuva, como o Nordeste do Brasil, podem virar desertos. A América Latina pode perder 50% de seus terras agrícolas até 2050. Na África, a produção de alimentos pode cair à metade. Até a Floresta Amazônica e as neves eternas da cordilheira do Himalaia correm o risco de desaparecer. As enchentes, as ondas de calor, as tempestades e os furacões tendem a se tornar mais violentas.

Um terceiro relatório, a ser divulgado pelo PIMC no próximo mês, deve apresentar propostas para enfrentar o problema.