segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Petróleo, Brexit, guerra comercial, OMC e Argentina marcam fim de ano

A ameaça ao suprimento de petróleo do Oriente Médio, a tentativa do primeiro-ministro Boris Johnson de tirar o Reino Unido da União Europeia de qualquer maneira, a guerra comercial entre os Estados Unidos e China, a ameaça de paralisação da Organização Mundial do Comércio (OMC) e a provável volta do peronismo ao poder na Argentina serão temas importantes da agenda internacional no 4º trimestre de 2019, prevê a empresa de consultoria e análise estratégica americana Stratfor.


Alvo de uma verdadeira guerra econômica do presidente Donald Trump, o Irã está desafiando os Estados Unidos e a Arábia Saudita. A República Islâmica foi responsabilizada pelos Estados Unidos, a França e o Reino Unido pelos bombardeios de 14 de setembro contra instalações petrolíferas sauditas. Foi a maior das provocações, depois de vários ataques a navios petroleiros no Oriente Médio desde maio. 

Esse ataque acabou com a possibilidade de um encontro dos presidentes Donald Trump e Hassan Rouhani durante a reunião anual da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, na semana passada. Também mostrou a vulnerabilidade do setor de petróleo da Arábia Saudita, limitando as possibilidades de uma resposta militar. 

A Europa e a Ásia devem continuar tentando mediar um acordo entre Estados Unidos e Irã, que exige um alívio imediato das sanções econômicas do governo. Mas o risco de um novo choque de queda na oferta internacional do petróleo, com uma consequente disparada nos preços, não pode ser afastado. Meu comentário:

Eleições na Áustria devem formar governo mais moderado

Com 38,3% dos votos, o Partido Popular da Áustria (ÖVP), do primeiro-ministro conservador Sebastian Kurz, venceu as eleições parlamentares de ontem. Foi o melhor resultado da centro-direita desde 2002. O neopopulismo de extrema direita sofreu forte queda.

Em segundo lugar, com 21,5%, ficou o Partido Social-Democrata da Áustria (SPÖ). O Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), responsável pelo escândalo de corrupção que derrubou o governo e antecipou as eleições, caiu dez pontos percentuais para 17,3%. Seu líder, Norbert Hofer, não vai participar das negociações para formar o novo governo.

Os Verdes tiveram 12,4% dos votos e podem ser convidados para formar o governo - e o liberal Neos, 7,4%.

A expectativa é que o novo governo seja conservador moderado, eurocético em relação à imigração, mas menos radical do que com a participação do FPÖ. Um país do coração da Europa Central, uma Áustria mais eurocética poderia restabelecer o controle de fronteiras, contrariando o Acordo de Schengen, que abriu as fronteiras internas da União Europeia, se negar a receber refugiados e dificultar a integração econômica da Zona do Euro.

domingo, 29 de setembro de 2019

Egito põe milhares de policiais na rua para conter manifestações

A ditadura militar do Egito mobilizou milhares de policiais para impedir novas manifestações neste fim de semana depois de grandes protestos contra o regime liderado pelo marechal Abdel Fattah al-Sissi em 20 e 21 de setembro, noticiou a agência Associated Press (AP).

Desde o golpe militar de 3 de julho de 2013, que acabou com a breve experiência democrática da Primavera Árabe, reuniões públicas com de dez pessoas exigem autorização oficial. Em 2016, houve protestos quando o marechal Al-Sissi queria ceder duas ilhas habitadas do Mar Vermelho à Arábia Saudita. Agora, o alvo dos protestos é o ditador.

Mais de 2 mil pessoas foram presas nos últimos dias e a Internet desacelerada para dificultar a mobilização popular. Os protestos foram deflagrados por uma série de 35 vídeos divulgados via Internet pelo empresário Mohammed Ali, auto-asilado na Espanha, denunciando a corrupção, o luxo e a riqueza dos governantes num país onde um terço da população de 98 milhões de habitantes vive na miséria.

Como este quadro não vai mudar, a insatisfação com a situação econômica pode provocar novas manifestações de protesto contra a ditadura do marechal Al-Sissi e novas ondas de repressão, com os oposicionistas testando os limites.

sábado, 28 de setembro de 2019

Hutis anunciam captura de milhares de soldados

Os rebeldes hutis que lutam na guerra civil do Iêmen com o apoio do Irã afirmaram hoje ter capturado milhares de inimigos, inclusive soldados e oficiais da Arábia Saudita, que apoia o governo do presidente deposto, Abed Rabbo Mansur Hadi, noticiou a televisão árabe Al Jazira.

A ação militar foi realizada perto da fronteira com a região saudita de Najrã. Um porta-voz huti declarou à televisão pública britânica BBC que três brigadas sauditas se renderam. O governo saudita não confirmou.

Nos últimos meses, com o apoio aéreo da coalizão saudita, os soldados leais ao governo do Iêmen estão combatendo os hutis perto da fronteira com a Arábia Saudita. A ofensiva huti foi uma resposta. A nova batalha pode frustrar os esforços das Nações Unidas para reduzir as tensões e abrir caminho para um diálogo pela paz.

Os hutis, xiitas zaiditas, reivindicaram a autoria dos bombardeios que atingiram um campo de petróleo e a maior refinaria do mundo na Arábia Saudita em 14 de setembro. Seis dias depois, os rebeldes iemenitas declararam que suspenderiam os ataques à Arábia Saudita se a aliança cessar suas operações no Iêmen.

A Arábia Saudita estaria de acordo com um cessar-fogo parcial.

Jornais fecham sob pressão de Ortega na Nicarágua

Sob pressão do ditador Daniel Ortega, dois jornais e o website da companhia jornalística Nuevo Diario pararam de circular ontem. Em editorial, El Nuevo Diario disse estar acabando com as edições impressa e digital por "dificuldades econômicas, técnicas e logísticas que tornaram a operação insustentável".

Há mais de um ano, em meio a uma onda de manifestações de protesto contra o governo Ortega, a alfândega da Nicarágua começou a segurar a importação de papel de imprensa e outras matérias-primeiras para El Nuevo Diario e para o Grupo Editorial La Prensa, que publica os jornais La Prensa e Hoy.

"Sem qualquer justificativa legal ou administrativa", parte dos suprimentos foi liberada em julho, contou o diretor executivo da empresa ND Medios. Sem papel, El Nuevo Diario passou a circular apenas cinco dias por semanas e reduziu a edição de 38 para oito páginas. A empresa também fechou o jornal Metro, que era distribuído gratuitamente na capital, Manágua.

Os jornais La Prensa e Hoy também diminuíram o número de páginas estão sob "ameaça permanente", declarou o editor-chefe de La Prensa, Eduardo Enríquez à agência de notícias EFE.

Jornal mais tradicional do país, La Prensa tem 93 anos. Era o jornal de Pedro Joaquín Chamorro, o jornalista cujo assassinato apressou o fim da ditadura da Anastasio Somoza e a vitória da Revolução Sandinista, em 19 de julho de 1979.

Sua mulher, Violeta Chamorro, foi eleita presidente em 1990, vencendo Ortega, que estava no poder desde a vitória da revolução e voltou em 2007 pelo voto popular. Desde então, ficou cada vez mais prepotente e autoritário.

"Hoje é um dia de luto nacional. Um jornal fechou por falta de matéria-prima por causa da ditadura", declarou sua filha, a jornalista Cristiana Chamorro, diretora da Fundação Violeta Barrios de Chamorro.

O escritor e intelectual Sergio Ramírez Mercado, vice-presidente de Ortega de 1985 a 1990, considerou um "golpe na liberdade de imprensa que devemos repudiar e denunciar".

Nos últimos anos, a Nicarágua perdeu a ajuda econômica da Venezuela, que enfrenta um colapso econômico. Desde abril de 2018, quando manifestantes tomaram as ruas para protestar contra uma proposta de reforma da Previdência Social que reduzia benefícios e aumentava a contribuição, a Nicarágua vive em clima de rebelião.

Com a violenta repressão de Ortega, pelo menos 328 pessoas foram mortas, inclusive uma estudante brasileira, de acordo com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, ou 595 pelos cálculos de grupos nicaraguenses de defesa dos direitos humanos.

O que era uma onda de protestos contra a reforma da previdência virou um movimento que exige o fim da repressão, a saída de Ortega e o julgamento dos crimes cometidos pela regime. A Igreja Católica tentou negociar uma solução, mas o ditador se nega a entregar o poder.

Em 21 de setembro, centenas de policiais impediram uma marcha que manifestantes que gritavam: "Ditadura, não! Democracia, sim!"

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Guerra civil sem fim ameaça exportação de petróleo da Líbia

Seis meses depois da ofensiva Exército Nacional da Líbia para tomar a capital, Trípoli, a guerra civil que se arrasta desde a queda do ditador Muamar Kadafi, em agosto de 2011, aumenta o risco de uma queda ainda maior na oferta de petróleo no mercado internacional.

Com as sanções dos Estados Unidos ao Irã e os ataques a instalações de petróleo na Arábia Saudita, um colapso das exportações da Líbia pode causar um aumento nos preços do barril.

Hoje, apesar da guerra civil, a Líbia produz pouco mais de 1 milhão de barris por dia. No pico, em outubro de 1973, a produção líbia chegou a 2 milhões 370 mil barris. Em agosto de 2011, quando caiu a ditadura de Muamar Kadafi, a produção caiu para 7 mil barris diários.

A Líbia foi um dos países, ao lado do Iêmen e da Síria, onde a chamada Primavera Árabe deflagrou uma guerra civil sem fim. Quando o ditador se preparava para esmagar a revolta popular em Trípoli, no Leste da Líbia, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou em 31 de março de 2011 uma intervenção militar com base do princípio da responsabilidade de proteger.

Kadafi caiu em agosto de 2011 e foi morto depois meses depois. Meu comentário:

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Morre ex-presidente francês Jacques Chirac

O ex-presidente conservador da França Jacques René Chirac morreu hoje de manhã aos 86 anos, anunciou a família. Numa carreira política de 40 anos, foi secretário de Estado do Emprego em 1967, eleito deputado nove vezes e ministro sete vezes, inclusive da Agricultura, do Interior e para Relações com o Parlamento, prefeito de Paris por 18 anos, duas vezes primeiro-ministro e presidente da República por dois mandatos, de 1995 a 2007.

Chirac foi o último grande líder do gaullismo, a corrente política liderada pelo general Charles de Gaulle, grande herói da França na Segunda Guerra Mundial e principal líder político do país na segunda metade do século 20. O presidente Emmanuel Macron o descreveu como um grande homem que levava no coração um grande amor pela França.

Com sua grande longevidade política, foi produtivista no Ministério da Agricultura, chefe de um governo ultraliberal, defensor do desenvolvimento sustentável, do movimento antiglobalização e da luta contra o aquecimento global: "Nossa casa está pegando fogo e olhamos para o outro lado."

Também foi o primeiro presidente a reconhecer a responsabilidade do Estado francês pelo Holocausto, especialmente pela chamada Rusga do Velódromo de Inverno, durante a ocupação da França pela Alemanha nazista.

Em 16 e 17 de julho de 1942, 13.152 judeus, um terço deles crianças, foram detidos em Paris e arredores. Destes, 8.160 foram levados para o Velódromo de Inverno. Ao todo, menos de cem sobreviveram à deportação para campos de concentração.

Só em 16 de julho de 1995, o presidente Chirac decidiu que era hora da França reconhecer sua participação. Afinal, admitiu Chirac, "450 policiais franceses, autorizados por seus chefes, atenderam às exigências dos nazistas". Ao todo, 76 mil judeus foram enviados da França para campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.

No mesmo Velódromo de Inverno, em 16 de julho de 2017, o atual presidente francês, Emmanuel Macron, denunciou o revisionismo histórico que tenta eximir a França de responsabilidade pelos atos cometidos pelo governo colaboracionista de Vichy (1940-44), sob a chefia do marechal Philippe Pétain.

Em 1967, Chirac foi nomeado secretário do Emprego do primeiro-ministro Georges Pompidou, sob a presidência de De Gaulle. Depois de romper com os caciques do gaullismo e apoiar o liberal Valéry Giscard d'Estaing contra o socialista François Mitterrand no segundo turno, em 1974, tornou-se o mais jovem primeiro-ministro da França, cargo que ocupou até 1976.

Ele voltaria a chefiar o governo de 1986 a 1988 com a vitória da centro-direita durante a presidência de Mitterrand, inaugurando a chamada coabitação entre um presidente de esquerda e um primeiro-ministro de direita. Repetiria a experiência como presidente com o primeiro-ministro socialista Lionel Jospin de 1997 a 2002.

Naquele ano, assediado por denúncias de corrupção, Chirac se reelegeu presidente com 80% dos votos porque foi para o segundo turno contra o neofascista Jean-Marie Le Pen, da Frente Nacional. Numa supresa para o mundo inteiro, Le Pen vencera no primeiro turno o primeiro-ministro Jospin, desgastado pelas políticas de austeridade fiscal introduzidas para qualificar a França para a união monetária europeia.

No ano seguinte, a França e a Alemanha lideraram a resistência no Conselho de Segurança das Nações Unidas contra a invasão dos Estados Unidos ao Iraque para derrubar Saddam Hussein.

Vítima de um acidente vascular cerebral em setembro de 2005, Chirac perdeu a liderança do movimento gaullista para seu ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, que seria seu sucessor na Presidência da França, de 2007 a 2012.

Em dezembro de 2011, no fim de um processo em que não foi aos tribunais por motivo de saúde, foi condenado a dois anos de prisão com direito a suspensão da pena num escândalo de emprego de funcionários-fantasmas na Prefeitura de Paris.

Jacques Chirac foi "um espelho das contradições francesas", afirmou em editorial o jornal francês Le Monde. Sua morte marca o fim de uma era na história da França, da guerra e do pós-guerra, do gaullismo triunfante e declinante, da descolonização, da coabitação de presidentes de um partido com primeiro-ministro de outro, da globalização e do desemprego em massa, da aventura da integração da Europa ao desprestígio da União Europeia, da França que era o paraíso da política hoje convertida em purgatório pelo cerco do movimento dos coletes amarelos ao governo Macron.

Egito prende 2 mil pessoas para conter protestos contra o ditador

Mais de 2 mil pessoas foram presas nos últimos dias no Egito. É uma tentativa do governo de acabar com as manifestações contra o ditador do país, marechal Abdel Fattah al-Sissi, que chegou ao poder num golpe de Estado em 2013 e prorrogou seu mandato até 2030.

Uma onda de manifestações da chamada Primavera Árabe provocou a queda do ditador Hosni Mubarak em 11 de fevereiro de 2011. Durante uma breve experiência democrática, Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista islâmico do mundo, foi o primeiro e único líder do Egito eleito democraticamente. 

O autoritarismo e a intolerância da Irmandade Muçulmana deflagaram nova onda de protestos. A multidão voltou a tomar a Praça da Libertação, no centro do Cairo. Na prática, pediu uma intervenção militar.

Em 3 de julho de 2013, o comandante das Forças Armadas, marechal Al-Sissi, deu um golpe, acabou com a democracia e reimpôs o controle absoluto do chamado Estado profundo, formado pelas Forças Armadas, a polícia, os serviços secretos e empresários ligados ao regime. 

Mais de mil pessoas foram mortas logo depois do golpe. Os principais líderes da Irmandade Muçulmana foram presos e processados, inclusive Mursi, que morreu na prisão em 17 de junho deste ano.

Oito anos depois da Primavera Árabe, só a Tunísia, onde os protestos começaram, se tornou uma democracia. A Líbia, a Síria e o Iêmen estão até hoje em guerra civil. E o Egito voltou a ser uma ditadura ainda mais repressiva do que sob Mubarak. Mas o espírito da democracia sobrevive. Meu comentário:

Agente acusa Trump de abuso de poder e Casa Branca de tentar acobertar

A reclamação enviada por um analista de informações ao inspetor-geral de Inteligência dos Estados Unidos, revelada hoje, acusou o presidente Donald Trump de abusar do poder em benefício próprio e funcionários não identificados da Casa Branca de tentar encobrir o caso, noticiou o jornal The Washington Post.

Em conversa telefônica em 25 de julho, Trump pressionou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a investigar o filho do ex-vice-presidente Joe Biden, Hunter Biden, que foi diretor de uma companhia ucraniana de gás, e Joe Biden, favorito para ser o candidato do Partido Democrata à Presidência em 2020.

O presidente americano insinua que o então vice-presidente pressionou o governo da Ucrânia a afastar o procurador-geral do país para proteger o filho. Na verdade, o procurador-geral está impedindo o combate à corrupção.

"No exercício das minhas funções, recebi informações de vários funcionários do governo que o presidente dos EUA está usando o poder do cargo para pedir a interferência de um governo estrangeiro na eleição de 2020 nos EUA", escreveu o denunciante em 12 de agosto. Ele também disse que a Casa Branca tentou esconder a gravação.

No domingo, Trump admitiu ter falado no assunto durante o telefonema. A presidente da Câmara dos Representantes, a deputada democrata Nancy Pelosi, decidiu então abrir um inquérito para investigar possíveis crimes de responsabilidade capaz de levar a um processo de impeachment do presidente.

Neste momento, o diretor-geral interino da Inteligência Nacional, Joseph Maguire, está depondo na Comissão de Justiça da Câmara.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Donald Trump vira alvo de um processo de impeachment

A transcrição de um telefonema de 25 de julho entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, reforça a impressão de que o presidente dos Estados Unidos pressionou um chefe de Estado estrangeiro para investigar um adversário político, o ex-vice-presidente Joe Biden, favorito para ser o candidato do Partido Democrata na eleição presidencial de 2020.

Em 12 de agosto, um analista de informações que teve acesso ao conteúdo do telefonema advertiu o inspetor-geral de inteligência de que o presidente tomara atitudes capazes de comprometer a segurança nacional dos Estados Unidos. 

O inspetor-geral manifestou preocupação. A notícia foi divulgada primeiro pelo jornal conservador The Wall Street Journal, porta-voz do centro financeiro de Nova York. A primeira dúvida era qual seria o país.

É a Ucrânia. Depois de segurar uma ajuda militar de 391 milhões de dólares e uma ajuda econômica de 250 milhões de dólares, Trump pediu ao presidente Zelensky que investigasse Hunter Biden, que foi diretor de uma empresa ucraniana de gás quando o pai era vice-presidente no governo Barack Obama. 

Trump avisou Zelensky que o ministro da Justiça e procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, e o ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani, advogado particular de Trump, iriam entrar em contato para ajudar na investigação. Iam procurar lama para sujar o nome de Biden na campanha. Meu comentário:

Transcrição de conversa com líder da Ucrânia compromete Trump

Sob intensa pressão da oposição democrata, a Casa Branca divulgou na manhã de hoje uma transcrição editada de um telefonema de 25 de julho em que o presidente Donald Trump pressiona o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a abrir inquérito para investigar os negócios de Hunter Biden, filho do ex-vice-presidente Joe Biden, hoje o principal adversário de Trump na eleição presidencial de 2020.

Na conversa, depois de segurar ajudas militar e econômica à Ucrânia, Trump avisa Zelensky que o ministro da Justiça e procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, e o ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani vão entrar em contato para ajudar na investigação.

"Queria que você nos fizesse um favor", pediu Trump, quando Zelensky falou em comprar equipamentos militares americanos. Depois de dizer que os EUA "fizeram muito pela Ucrânia", o presidente acrescentou: "Então, o que você puder fazer como procurador-geral será ótimo."

Trump alegou que "há muita conversa sobre o filho de Biden, que Biden teria bloqueado a investigação e muita gente quer saber o que houve."

Zelensky respondeu que "o próximo procurador-geral será 100% meu, será meu candidato. Ele ou ela vai examinar a situação."

Em 12 de agosto, um oficial de informações que teve acesso ao conteúdo do telefonema alertou o diretor-geral de Inteligência de que o presidente havia feito algo capaz de comprometer a segurança nacional dos EUA.

Ontem, a presidente da Câmara dos Representantes, a deputada democrata Nancy Pelosi, abriu inquérito para um possível processo de impeachment contra Trump, alegando que o presidente violou a Constituição dos EUA e que "ninguém está acima da lei".

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Câmara dos EUA abre inquérito sobre impeachment de Trump

Depois de resistir desde o início do ano, a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a deputada democrata Nancy Pelosi, anunciou hoje a abertura de inquérito para informar um possível processo de impeachment do presidente Donald Trump.

Até agora, Pelosi resistia às pressões da ala mais à esquerda do Partido Democrata, que reconquistou a maioria na Câmara nas eleições do ano passado. Primeiro, esperou o relatório do procurador especial Robert Mueller, que não descobriu conluio da campanha de Trump com a Rússia, mas apontou dez casos de possível obstrução de justiça pelo presidente.

Como o presidente dos EUA não pode ser processado pela Justiça durante o exercício do cargo, só pelo Congresso, num julgamento político, caberia à presidente da Câmara dar início ao impeachment. As pesquisas indicavam que a maioria do eleitorado era contra. Pelosi entendia que o processo poderia acabar ajudando na reeleição de Trump em 2020.

Mudou de ideia com a revelação de que Trump pressionou o novo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em telefonema em 25 de julho, a investigar os negócios de Hunter Biden, que foi diretor de uma companhia de gás ucraniana quando o pai era vice-presidente do governo Barack Obama (2009-17).

Trump segurou uma ajuda militar de US$ 391 milhões e uma ajuda econômica de US$ 250 milhões para forçar Zelensky a investigar Hunter Biden. Hoje, disse que o telefonema foi "perfeito", prometendo liberar a gravação ou a transcrição em breve.

Joe Biden é o líder das pesquisas entre os pré-candidatos do Partido Democrata e provável adversário de Trump em novembro do próximo ano. Ao usar a política externa dos EUA em benefício próprio, Trump rompeu um limite. Um agente secreto que teve acesso à gravação alertou o inspetor-geral de Inteligência, responsável pela fiscalização do setor.

No domingo, Trump admitiu ter falado no assunto com o presidente ucraniano. Como costuma fazer, a Casa Branca tentou negar ao Congresso o acesso ao conteúdo do telefonema. Com o inquérito para abrir um processo de impeachment, o presidente deve ser obrigado a ceder.

Política veterana, Pelosi deve ter calculado que o inquérito vai desgastar, em vez de fortalecer, o presidente Trump. Com foco na Ucrânia, Joe Biden também vai entrar na investigação. Até o momento, não há indícios de irregularidades cometidas por Biden ou seu filho.

Pela Constituição dos EUA, o julgamento político do presidente precisa ser aprovado pela maioria simples da Câmara dos Representantes, onde os democratas são maioria. Mas a condenação e o impedimento do presidente dependem de uma maioria de dois terços dos votos do Senado, onde o Partido Republicano tem maioria. São necessários 67 votos contra Trump, o que exigiria o apoio de toda a bancada democrata e mais 20 senadores republicanos.

Em 1974, no Escândalo de Watergate, o presidente Richard Nixon renunciou depois que a bancada republicana vai à Casa Branca anunciar a retirada do apoio. Trump ainda está muito longe disso.

Discurso raivoso de Bolsonaro na ONU isola ainda mais o Brasil

Ao abrir os debates gerais da reunião anual da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, o presidente Jair Bolsonaro repetiu hoje a costumeira ladainha de teorias conspiratórias, paranoia, mentiras e ataques a inimigos reais ou imaginários para justificar suas políticas de extrema direita. Para o ex-secretário de Assuntos Estratégicos no governo Michel Temer, Hussein Kalout, "foi o discurso mais agressivo já proferido por um presidente brasileiro" na ONU.

A Organização das Nações Unidas é a segunda organização internacional de caráter universal dedicada a garantir a paz mundial. Substituiu a Liga das Nações, criada depois da Primeira Guerra Mundial, que fracassou ao não impedir a Segunda Guerra Mundial. A guerra no Oceano Pacífico ainda não havia acabado quando a ONU foi fundada. 

A Carta da ONU foi aprovada em 25 de junho de 1945 e assinada no dia seguinte por 50 países. Quando foi instalada, em 24 de outubro de 1945, eram 51 países. A Polônia, invadida pela Alemanha nazista no primeiro dia da guerra, em 1º de setembro de 1939, havia recuperado sua independência. Hoje, a ONU tem 193 países-membros.

A ONU tem como objetivos: manter a paz e a segurança internacionais; desenvolver relações amistosas entre as nações com base na igualdade, na autodeterminação dos povos e da soberania nacional; e promover a cooperação internacional para resolver problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural e humanitário.

Se não conseguiu acabar com a guerra, a ONU é um foro permanente para negociações internacionais. A Assembleia Geral é um parlamento mundial. Não houve mais guerras entre grandes potências. As organizações econômicas internacionais, o Fundo Monetário Internacional, o FMI, o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio, a OMC, contribuíram para debelar crises econômicas. E a ONU foi uma grande agência de descolonização e até hoje é essencial na promoção do desenvolvimento da África.

Desde 1949, é tradição que o Brasil seja o primeiro a falar nos debates da Assembleia Geral. Isso vem do tempo da Guerra Fria, quando o Brasil não fazia parte do bloco soviético nem da aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Meu comentário:

Suprema Corte declara ilegal suspensão do Parlamento Britânico

Por unanimidade, os 11 ministros da Suprema Corte do Reino Unido decidiram hoje que a decisão do primeiro-ministro conservador Boris Johnson de suspender as atividades do Parlamento Britânico é "ilegal, nula e sem efeito", noticiou o jornal The Guardian. Em discurso na convenção anual do Partido Trabalhista, o líder da oposição, Jeremy Corbyn, cobrou uma renúncia imediata de Johnson.

O primeiro-ministro britânico abandonou a reunião anual da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, e voltou a Londres. Antes de partir, discordou da decisão do tribunal e insinuou que pode tentar repetir a manobra de outra forma. Também alegou que o recurso à Justiça foi uma ação dos querem "frustrar a Brexit", a saída britânica da União Europeia, hoje prevista para 31 de outubro.

Corbyn prometeu negociar um acordo com a UE em três depois das próximas eleições, a serem realizadas em novembro e dezembro, que os trabalhistas esperam vencer. O novo acordo seria então submetido a um referendo em que haveria a opção de revogar o resultado do plebiscito de 23 de junho de 2016 para manter no país no bloco europeu.

Agora, o Parlamento deve reabrir para acompanhar as próximas semanas, em que Johnson deve tentar retirar o país da UE de qualquer maneira.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Tanzânia deveria ter notificado suspeita de ebola, critica OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou preocupação porque a Tanzânia não deu aviso sobre a morte em Dar es Salam de um médico com sintomas semelhantes aos de infecção pelo vírus ebola. O governo tanzaniano declarou que exames afastaram a possibilidade de ser um caso de ebola, mas não mostrou os resultados à agência do sistema Nações Unidas.

O caso repete o padrão de falta de transparência nas relações da Tanzânia com os países vizinhos e as organizações internacionais. Se tentar esconder a incidência de ebola, prejudica os esforços internacionais para conter a propagação do vírus.

De 2013 a 2016, uma epidemia de ebola matou 11.323, principalmente na Guiné, na Libéria e em Serra Leoa. A Nigéria conseguiu controlar a doença com poucas mortes. Houve alguns casos no Mali e no Senegal.

A epidemia de ebola de Kivu começou em 1º de agosto de 2018. Já matou 2.119 pessoas, quatro em Uganda e as outras na República Democrática do Congo, um país com vários grupos armados irregulares e sem uma infraestrutura nacional de transportes e comunicações, o que complica o combate ao vírus.

Desde que chegou ao poder, em 2015, o presidente John Magufuli não aceita críticas reais ou imaginárias criadas por seu grupo palaciano. Ele reduziu as liberdades públicas, censurou e fechou empresas de comunicação. Tais políticas prejudicaram as relações com os países ocidentais e possíveis investidores estrangeiros.

ONU pede aos países novas metas para conter o aquecimento global

Na abertura da conferência de Cúpula das Nações Unidas para Ação contra a Mudança do Clima hoje em Nova York, a jovem estudante sueca Greta Thunberg, de apenas 16 anos, foi contundente ao se dirigir aos líderes políticos mundiais: "Vocês roubaram meus sonhos e a minha infância. (...) Se fracassarem, nunca serão perdoados pelas novas gerações."

O período de 2014 a 2019 foi o mais quente da história. Depois de novos alertas de cientistas sobre os riscos do aquecimento global e de manifestações de milhões de pessoas nos últimos dias, 66 países se comprometeram a neutralizar até 2050 todas as emissões de gases que agravam o efeito estufa, entre eles a Alemanha, a França e o Reino Unido.

O secretário-geral da ONU, o ex-primeiro-ministro António Guterres, apelou aos líderes nacionais para que passem dos discursos à ação e se comprometam com mudanças reais.

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a organização não governamental Preservação Internacional darão 500 milhões de dólares para o reflorestamento da Amazônia e de outras florestas tropicais.

Uma das marcas da Cúpula de Ação do Clima foram ausências notáveis. A Austrália e o Japão não foram convidados porque apoiam o uso de carvão. A Arábia Saudita e o Brasil foram excluídos de falar por criticar o Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, de 2015. O ditador da China, o país que mais emite gases carbônico, Xi Jinping, não foi. O presidente do segundo maior poluidor, os Estados Unidos, Donald Trump, passou rapidamente, mas não discursou. Meu comentário:

domingo, 22 de setembro de 2019

Trump admite ter falado sobre filho de Biden com presidente da Ucrânia

Diante de mais um escândalo que pode justificar um processo de impeachment, o presidente Donald Trump sugeriu hoje que mencionou Hunter Biden, filho do ex-vice-presidente Joe Biden, numa conversa telefônica com o novo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em 25 de julho. 

Em 12 de agosto, um agente secreto que ouviu a gravação advertiu o inspetor-geral de inteligência de que o presidente cometeu uma irregularidade capaz de afetar a segurança nacional dos Estados Unidos.

Em troca de um empréstimo de US$ 250 milhões necessário à recuperação da economia da Ucrânia, abalada pela guerra civil fomentada pela Rússia, Trump teria pedido que Zelensky investigasse Hunter Biden, que foi diretor de uma companhia de gás ucraniana quando o pai era vice-presidente do governo Barack Obama (2009-17).

Hoje, Joe Biden é o favorito para conquistar a candidatura do Partido Democrata à eleição presidencial de 2020. O adversário será Trump.

Na sua estratégia de se defender atacando, Trump e aliados atacaram Biden neste domingo, pedindo a abertura de inquérito sobre a atuação de pai e filho na Ucrânia. Até agora, não há qualquer indício de qualquer irregularidade.

Primeiro, o presidente negou tudo e alegou ser notícia falsa, "outro desastre da mídia". Hoje, reconheceu ter tocado no assunto.

O inspetor-geral de inteligência considerou o caso suficientemente grave para contar às comissões do Congresso dos EUA. A Casa Branca abriu guerra contra os pedidos de informação e de entrega de documentos da Câmara desde que a oposição democrata passou a ser maioria, no início deste ano.

Durante a campanha em Iowa, onde serão realizadas as primeiras eleições primárias, em 3 de fevereiro de 2020, Biden atacou Trump sem comentar as acusações: "Nenhum órgão de imprensa levou a sério estas alegações. Nenhum. Então, não tenho nenhum comentário a fazer, a não ser que o presidente deve começar a ser presidente."

Em nota, o ex-vice-presidente foi mais duro: "Se estes relatos são verdadeiros, então não há verdadeiramente limite para a determinação do presidente Trump de abusar do poder e de rebaixar nosso país. Este comportamento é especialmente execrável porque explora a política externa do nosso país e mina a segurança nacional com objetivos políticos."

sábado, 21 de setembro de 2019

EUA enviam tropas e sistemas antimísseis para proteger petróleo saudita

A pedido da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos, o Departamento da Defesa dos Estados Unidos vai enviar centenas de soldados e sistemas de defesa antiaérea para suas instalações petrolíferas, por causa de "uma escalada espetacular da agressão iraniana".

Em entrevista no Pentágono, o secretário da Defesa, Mark Esper, afirmou ontem que a operação será "defensiva e primariamente focada em defesa aérea e antimísseis". Os soldados americanos irão somente para a Arábia Saudita.

Na manhã de ontem, o presidente Donald Trump decretou novas sanções contra o banco central do Irã em resposta aos bombardeios contra o refinaria de Akbaik, a maior do mundo, e o campo de exploração de petróleo de Khurais, o segundo maior da Arábia Saudita.

Como o Congresso aprovou uma resolução bipartidária proibindo a venda de armas à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos por causa da guerra civil no Iêmen, a presidente da Câmara, a deputada democrata Nancy Pelosi, criticou a decisão.

"Mais uma vez, o presidente Trump está ignorando a violência continuada da Arábia Saudita contra iemenitas inocentes, bem como o terrível assassinato do jornalista Jamal Khashoggi e as grosseiras violações dos direitos humanos, o que caracteriza uma crise moral e humanitária. Os EUA não podem colaborar com mais brutalidade e derramamento de sangue", declarou Pelosi.

Os rebeldes hutis do Iêmen, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã, reivindicaram a autoria dos ataques, anunciando terem disparado dez drones contra alvos sauditas. Tanto os EUA quanto a Arábia Saudita contestaram esta versão, alegando que os ataques partiram do norte, o que significa do Irã ou do Iraque, e não do sul, onde fica o Iêmen.

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Jovens protestam no mundo inteiro contra o aquecimento global


Mais de 4 milhões de estudantes não foram às aulas hoje. Fizeram greve para chamar a atenção dos adultos para a falta de ação contra o aquecimento global e a mudança do clima causados pelo aumento da concentração de gases carbônicos na atmosfera em consequência da poluição industrial.

A líder do movimento, a jovem sueca Greta Thunberg, de apenas 16 anos, cruzou o Oceano Atlântico num barco que não emite carbono. Ela foi a grande estrela da manifestação que reuniu 250 mil pessoas em Nova York. Dois dias antes, prestou depoimento no Congresso dos Estados Unidos. 

Em vez de fazer uma exposição inicial, sua declaração foi o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, criado em 1988 pela Organização das Nações Unidas. O painel reúne centenas de cientistas de mais de 100 países.

O último relatório advertiu para o risco de um aumento da temperatura média da Terra acima de um grau centígrado e meio em relação ao início da Revolução Industrial, na segunda metade do século 18. Meu comentário:

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Ministro do Exterior do Irã ameaça com "guerra total" se país for atacado

O Irã insiste em negar qualquer responsabilidade pelo ataque contra instalações petroleiras sauditas no sábado passado. Se os Estados Unidos ou a Arábia Saudita atacarem o país, haverá uma "guerra total", advertiu hoje o ministro do Exterior iraniano, Mohamed Javad Zarif.  Mas o país quer o fim das sanções econômicas, não uma guerra que ameaçaria a ditadura dos aiatolás.

"Não queremos a guerra, não queremos nos engajar num conflito armado", declarou o chanceler iraniano, falando em "grande número de baixas", "mas não vamos pestanejar em defender nosso território."

Zarif afirmou que o ataque foi feito pelos rebeldes hutis na luta contra a intervenção militar saudita na guerra civil do Iêmen. Os governos americanos e sauditas não acreditam que os hutis bombardeassem o petróleo saudita sem autorização do Irã.

Como o presidente Donald Trump também não quer uma guerra a um ano da reeleição, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, convidou a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos para patrulhar o Golfo Pérsico e garantir a navegação dos navios petroleiros.

Desde maio, quando fez um ano que Trump abandonou acordo nuclear das grandes potências do Conselho de Segurança das Nações e a Alemanha com o Irã para congelar o programa nuclear iraniano, a Guarda Revolucionária Iraniana atacou vários navios-tanque no Golfo Pérsico.

A República Islâmica tenta desesperadamente se livrar das sanções impostas pelos EUA, que tentam impedir o país de exportar petróleo, sua maior riqueza. O objetivo de Trump é negociar um novo tratado que, além das armas nucleares, também proíba o Irã de desenvolver mísseis de médio e longo alcances e de interferir política e militarmente em outros países do Oriente Médio.

Por sua vez, o Irã exige o fim pelo menos parcial das sanções econômicas como precondição para retomar o diálogo. O presidente da França, Emmanuel Macron, propôs a abertura de uma linha de crédito de US$ 15 bilhões para aliviar a pressão sobre a economia iraniana.

Havia até a possibilidade de um encontro entre os presidentes Trump e Hassan Rouhani em Nova York na próxima semana, durante a reunião anual da Assembleia Geral da ONU. O ataque à Arábia Saudita bombardeou o encontro, vetado pelo Supremo Líder Espiritual da Revolução Islâmica, o ditador do Irã, aiatolá Ali Khamenei.

Os EUA e a Arábia Saudita temem novos ataques à indústria do petróleo, o que poderia abalar ainda mais o mercado internacional e provocar uma recessão mundial. O Irã ameaça, mas quer mesmo se livrar das sanções. Só negociações podem resolver o problema.

Derrota de Netanyahu pode marcar fim de uma era em Israel

A derrota do primeiro-ministro linha-dura Benjamin Netanyahu nas eleições de 17 de setembro pode marcar o fim de uma era, salvar a democracia israelense e dar uma chance à paz com os palestinos.

O resultado ainda está indefinido. Apurados 97% nas segundas eleições deste ano em Israel, o partido Azul e Branco, liderado pelo ex-comandante do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, general Benny Gantz, está na frente com 33 deputados, enquanto o partido Likud, de Netanyahu, elegeu 32 deputados na Knesset, o Parlamento israelense.

Como a Knesset tem 120 cadeiras, ambos ainda estão longe da maioria absoluta de 61 deputados necessária para formar um novo governo. 

Hoje, Netanyahu propôs a Gantz a formação de uma grande aliança dos dois grandes partidos, com revezamento dos dois na chefia de governo. O general rejeitou. Com mais deputados, tem prioridade. Declarou que pretende formar uma coalizão ampla e liderar um governo de união nacional politicamente liberal. 

Esta aliança ampla pode incluir o Likud, desde que Netanyahu não seja mais líder. As negociações podem durar semanas e até meses. Se Gantz fracassar, Netanyahu terá mais uma chance. Meu comentário:

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Reação fraca de Trump encoraja novos ataques do Irã


O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, descreveu hoje os ataques contra instalações petrolíferas da Arábia Saudita como “um ato de guerra”. Um ato de guerra mereceria uma resposta militar, mas presidente Donald Trump sabe que isso deflagraria uma guerra no Oriente Médio ou novo ataque a campos de petróleo e refinarias sauditas. 

Uma guerra causaria mortes de soldados americanos e a pior imagem para um presidente em campanha é a volta para casa de soldados mortos em caixões enrolados na bandeira. Novos ataques ao petróleo saudita abalariam o mercado internacional de energia. Poderiam causar uma nova recessão mundial. Nos dois casos, a reeleição de Trump estaria em perigo.

Pompeo declarou que os Estados Unidos estão articulando uma aliança para impedir futuros ataques. Trump afirmou ter muitas opções antes da guerra. O Pentágono, o Departamento da Defesa dos Estados Unidos, estaria examinando a possibilidade de fazer ataques cibernéticos contra o Irã.

O presidente falou em “aumentar substancialmente as sanções”. Não deu detalhes. Com sua guerra econômica e sua estratégia de “pressão máxima” para impedir o Irã de exportar petróleo, até agora, só conseguiu provocar a República Islâmica a perturbar a produção e a exportação de petróleo do Golfo Pérsico, primeiro com ataques a petroleiros e agora com o bombardeio na Arábia Saudita.

No Irã, o Supremo Líder Espiritual da Revolução Islâmica e homem-forte da ditadura teocrática iraniana, aiatolá Ali Khamenei, vetou a possibilidade de um encontro de Trump com o presidente Hassan Rouhani na próxima semana, em Nova York, durante a reunião anual da Assembleia Geral das Nações Unidas. 

Seria o primeiro encontro entre os líderes dos dois países desde a Revolução Islâmica, que derrubou em 1979 o xá Reza Pahlevi, aliado de Washington. Meu comentário: