A ditadura militar do Egito mobilizou milhares de policiais para impedir novas manifestações neste fim de semana depois de grandes protestos contra o regime liderado pelo marechal Abdel Fattah al-Sissi em 20 e 21 de setembro, noticiou a agência Associated Press (AP).
Desde o golpe militar de 3 de julho de 2013, que acabou com a breve experiência democrática da Primavera Árabe, reuniões públicas com de dez pessoas exigem autorização oficial. Em 2016, houve protestos quando o marechal Al-Sissi queria ceder duas ilhas habitadas do Mar Vermelho à Arábia Saudita. Agora, o alvo dos protestos é o ditador.
Mais de 2 mil pessoas foram presas nos últimos dias e a Internet desacelerada para dificultar a mobilização popular. Os protestos foram deflagrados por uma série de 35 vídeos divulgados via Internet pelo empresário Mohammed Ali, auto-asilado na Espanha, denunciando a corrupção, o luxo e a riqueza dos governantes num país onde um terço da população de 98 milhões de habitantes vive na miséria.
Como este quadro não vai mudar, a insatisfação com a situação econômica pode provocar novas manifestações de protesto contra a ditadura do marechal Al-Sissi e novas ondas de repressão, com os oposicionistas testando os limites.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário