O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, perdeu mais duas votações hoje à noite no Parlamento Britânico. Foram seis derrotas em seis dias.
Com 293 votos a favor e 46 contra, a Câmara dos Comuns rejeitou a antecipação das eleições para 15 de outubro, o que exige o apoio de dois terços dos deputados.
Por 311 a 302, os comuns exigiram que o governo publique os textos da Operação Martelo Amarelo para preparar o Reino Unido para sair da União Europeia sem acordo.
Agora, as eleições só podem ser realizadas em novembro. A dúvida é se Johnson vai cumprir a lei sancionada hoje pela rainha Elizabeth II que o proíbe de sair da UE sem acordo e a pedir uma prorrogação de mais três meses na data de saída, marcada para 31 de outubro.
Em desafio ao Parlamento, Johnson repetiu que não vai pedir prorrogação do prazo. O primeiro-ministro venceu a eleição interna para se tornar líder do Partido Conservador prometendo deixar a UE na data prevista com ou sem acordo. Pode até ser preso. Posaria como um mártir da saída britânica (Brexit) nas próximas eleições.
Ao expulsar deputados moderados e europeístas que votaram contra o governo para impedir uma ruptura com a Europa, Johnson tornou o partido menor, mais sectário, mais direitista e mais nacionalista.
No Reino Unido, um país multinacional dominado pela Inglaterra, centro do maior império que o mundo jamais viu, o nacionalismo britânico foi sempre menos exacerbado do que o de irlandeses e escoceses porque representaria uma ameaça à unidade do país
Quantos aos riscos de uma saída dura, sem acordo com os outros 27 países da União Europeia, o governo estudo medidas legais para não dar publicidade a comunicações internas sobre possíveis problemas decorrentes de uma ruptura total com o bloco europeu. Alguns documentos vazados em agosto falavam no perigo de escassez de alimentos e medicamentos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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