sábado, 14 de setembro de 2019

Rebeldes xiitas atacam instalações de petróleo na Arábia Saudita

Um bombardeio de drones atingiu hoje duas grandes instalações de petróleo, inclusive a maior refinaria do mundo, paralisando metade da produção da Arábia Saudita, segundo maior produtor e maior exportador mundial, com 10% do mercado. Os rebeldes hutis, do Iêmen, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã, reivindicaram a autoria do ataque. 

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, acusou o Irã pelo que chamou de "um ataque sem precedentes contra o suprimento mundial de energia" e alegou que "não há evidências de que os ataques vieram do Iêmen". A Arábia Saudita não responsabilizou o Irã.

As instalações atacadas têm capacidade de processar 8,45 milhões de barris de petróleo bruto por dia. A empresa estatal Aramco, maior companhia de petróleo do mundo, anunciou um corte de produção de 5,7 milhões de barris por dia. Os Estados Unidos podem usar suas reservas para estabilizar o mercado.

Se realmente foram os hutis, será o maior ataque ao reino desde a intervenção militar saudita na guerra civil do Iêmen em favor do presidente deposto Abed Rabbo Mansur Hadi, iniciada em 25 de março de 2015.

Os bombardeios aéreos dos sauditas e seus aliados do Conselho de Cooperação do Golfo arrasaram o mais pobre dos países árabes. Com um bloqueio naval, provocou a pior crise humanitária hoje no mundo, com milhões ameaçados pela fome.

A milícia huti faz parte de uma rede de grupos xiitas alinhados ao Irã, que disputa a liderança regional e do islamismo com Arábia Saudita, sunita. Os EUA e a Arábia Saudita acusam o Irã de enviar técnicos para treinar os hutis em tecnologias de mísseis e de drones.

Um inquérito das Nações Unidas constatou que os hutis têm drones com raio de ação de quase 1,5 quilômetro. Os alvos atingidos na Arábia Saudita estão a cerca de 800 km da fronteira iemenita. Os hutis atacaram a infraestrutura saudita anteriormente, mas com mísseis balísticos de pouca precisão.

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