O presidente Donald Trump está sendo duramente criticado por ter convidado terroristas para negociações de paz que seriam realizadas neste domingo na casa de campo da Presidência dos Estados Unidos, em Camp David. Trump cancelou o encontro até então secreto sob a alegação que a milícia fundamentalista dos Talebã (Estudantes) matou um soldado americano no Afeganistão.
Em uma série de mensagens pelo Twitter no sábado à noite, o presidente americano anunciou que não haveria o encontro porque os Talebã assumiram a responsabilidade por atentado com carro-bomba em Cabul com 12 mortos, inclusive um soldado americano, na quinta-feira.
Foi o 16º militar americano morto neste ano na Guerra do Afeganistão, que completa 18 anos em outubro e é a mais longa da história dos EUA. As outras 15 mortes não mereceram a mesma reação.
"Que tipo de gente mata tantos para, aparentemente, fortalecer seu poder de barbanha?", indagou Trump. "Se não podem concordar com um cessar-fogo durante negociações tão importantes, e até mesmo matam 12 pessoas inocentes, então provavelmente nem tenham poder para negociar um acordo significativo."
A Milícia dos Talebã lamentou o cancelamento da reunião, que também incluiria o presidente afegão, Achraf Ghani Ahmadzai, dias depois que o enviado especial dos EUA, o embaixador americano Zalmy Khalilzad, ter anunciado que chegou a um esboço de acordo de paz. O encontro em Camp David serviria para Trump aprovar o acordo.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, defendeu o convite ao grupo terrorista sob o argumento de que "temos a obrigação de fazer tudo o que pudermos", mas afirmou que as negociações estão paralisadas "no momento".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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