quinta-feira, 30 de abril de 2015

Ahrar al-Cham toma ponto de cruzamento na fronteira síria com Israel

O Movimento Islâmico dos Homens Livres do Levante (Ahrar al-Cham) tomou hoje uma localidade da Síria onde fica um posto de controle da fronteira com Israel, noticiou o jornal libanês The Daily Star citando como fonte o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental com sede em Londres que monitoria a guerra civil no país.

Na província de Idlibe, no Noroeste da Síria, a Frente da Vitória (Jabhat al-Nusra), ligada à rede terrorista Al Caeda, e milícias jihadistas aliadas cercaram um hospital na cidade de Jisr al-Sugur onde há 150 soldados do Exército da Síria.

Ahrar al-Cham e Jabhat al-Nusra são as milícias mais importantes do Exército da Conquista (Jaish al-Fatah), uma aliança rebelde que lançou uma ofensiva nas províncias de Hama e Idlibe e já controla a maior parte desta última.

Preços param de cair na Zona do Euro

Depois de quatro meses em queda, o índice de preços ao consumidor nos 19 países da União Europeia que usam o euro como moeda ficou em zero em abril de 2015, afastando os temores de deflação do Banco Central Europeu, informou o jornal americano The Wall Street Journal citando como fonte o Eurostat, escritório oficial de estatísticas do bloco europeu.

No mês passado, o índice preços na Zona do Euro havia baixado 0,1%, numa curva ascendente, depois de registrar -0,3% em fevereiro e -0,6% em janeiro de 2015.

Neste mês, os preços subiram mais em serviços (0,9%, em comparação com 1% em março) e no item alimentos, álcool e tabaco (0,9%, foi de 0,6% em março). A maior queda foi no setor de energia (-5,8%, depois de -6% no mês passado).

A ameaça de queda continuada dos preços na Eurozona levou o BCE a lançar um programa de compra de títulos que deve jogar em circulação um trilhão de euros até setembro de 2016.

Com a queda pela metade nos preços do petróleo nos últimos dez meses, havia o risco de uma deflação capaz de levar a uma espiral de queda nos preços, no investimento, na produção e no consumo. "Está claro que nossa política monetária evitou este risco", declarou no início do mês o presidente do BCE, o italiano Mario Draghi.

Centro Pompidou apresenta Le Corbusier como "arquiteto do corpo"

Pela primeira vez, uma exposição apresenta a obra do arquiteto suíço naturalizado francês Le Corbusier sob a perspectiva do corpo humano. A mostra Le Corbusier, medidas do homem foi aberta ontem no Centro Pompidou, o Museu de Arte Moderna da França, em Paris, onde fica até 3 de agosto de 2015.

Charles-Edouard Jeanneret-Gris, mais conhecido como Le Corbusier (1887-1965), foi um arquiteto e urbanista visionário, teórico da modernidade, pintor e escultor. É considerado um dos arquitetos mais importantes do século 20.

A exposição reúne mais de 300 desenhos, maquetes, quadros e fotografias do arquiteto genial, que influenciou o brasileiro Oscar Niemeyer, outro dos mais importantes arquitetos do século passado.

"O Centro Pompidou convida o público a compreender toda a obra dessa grande figura de modernidade através da noção da proporção humana, o corpo humano se impondo como um princípio universal definindo todas as dimensões da arquitetura e da composição espacial", diz o texto de apresentação.

Talebã que atacaram Malala pegam prisão perpétua

Um tribunal antiterrorismo do Paquistão condenou hoje dez homens pela tentativa de assassinato, em 2012, da jovem Malala Yussafzai, que desafiava os extremistas muçulmanos defendendo a educação da mulher, noticiou a televisão pública britânica BBC. Ela ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 2014 por sua luta.

Aos 11 anos, Malala criou um blogue para defender o direito das meninas à educação. Tinha 15 anos quando pistoleiros invadiram o ônibus escolar onde ela estava, no vale do Swat, uma área dominada por jihadistas, e dispararam na tentativa de matá-la. Outras duas meninas saíram feridas.

Gravemente ferida, Malala foi levada para tratamento na Inglaterra, onde vive exilada. Recuperada, passou a viajar pelo mundo para ampliar sua luta e escreveu um livro que liderou as listas de mais vendidos, Eu sou Malala, contando sua história. Foi a pessoa mais jovem a ganhar um prêmio Nobel.

No julgamento, os réus admitiram pertencer à milícia fundamentalista muçulmana dos Talebã (Estudantes) do Paquistão, mas o suspeito de comandar o ataque e o pistoleiro que teria disparado não estão entre os condenados. Eles teriam fugido para o Afeganistão.

Hoje, aos 17 anos, ela criou o Fundo Malala para "dar poder à mulher através da educação". A emancipação da mulher é um aspecto fundamental no combate ao fundamentalismo islâmico.

Venezuela troca com o Citi reservas em ouro por US$ 1 bilhão

Sem dólares para movimentar sua economia, apesar de ter uma das maiores jazidas mundiais de petróleo, a Venezuela fez um acordo com o banco americano Citibank para trocar parte de suas reservas em ouro por US$ 1 bilhão, revelou ontem o jornal inglês Financial Times.

O acordo alivia temporariamente o governo socialista de Nicolás Maduro, que enfrenta a maior inflação do mundo, de 80% ao ano, podendo chegar a 150% até o fim do ano; escassez permanente de medicamentos e produtos básicos como leite, carne, farinha de trigo e papel higiênico; e ainda perdeu receita com a queda pela metade nos preços do petróleo nos últimos dez meses.

A Venezuela prometeu trocar 1,4 milhão de onças troy (31,1 gramas), o equivalente a 3,5 mil barras ou 43,54 toneladas de ouro, por US$ 1 bilhão em dinheiro, sobre o qual vai pagar juros.

Aos preços de hoje, esta quantidade de ouro vale quase US$ 1,7 bilhão. O negócio uma grande margem de segurança ao banco caso o preço do ouro caia no mercado internacional. O ouro baixou 36% depois de chegar ao pico em 2011, mas subiu 1,8% em 2015. A onça troy está em cerca de US$ 1,2 mil.

Por causa do caos econômico instaurado pelo "socialismo do século 21" do falecido caudilho Hugo Chávez, a economia venezuelana deve recuar até 7% em 2015. Com a queda na arrecadação, o governo Maduro está imprimindo bolívares para financiar um déficit orçamentário de 20% do produto interno bruto. O resultado é a inflação projetada para chegar a 150% ao ano.

Com as reservas em moedas fortes em US$ 19 bilhões em abril, o menor nível em 11 anos, depois de vender US$ 1 trilhão em petróleo desde a ascensão de Chávez ao poder em 1999, só restou à Venezuela recorrer às reservas em ouro. São cerca de 377 toneladas.

Em seu duelo infantil com os Estados Unidos, Chávez prometeu livrar a Venezuela da "ditadura do dólar". Orientou o banco central a vender dólares e comprar ouro. Há quatro anos, com medo de processos pela desapropriação da empresas estrangeiras, levou a maior parte do ouro depositado no exterior para o país.

Agora, seu sucessor troca o ouro porque a Venezuela precisa de dólares que nunca deveriam faltar por causa das exportações de petróleo. Hoje em dia, nada na Venezuela funciona como num país normal. A última novidade é uma redução da jornada de trabalho dos funcionários públicos de oito para cinco horas por dia para economizar energia num dos maiores produtores mundiais de petróleo.

Pistoleiros matam professor universitário no Paquistão

Quatro atiradores que passaram em duas motos balearam mortalmente ontem o Dr. Syed Wahidur Rehman, professor assistente do Departamento de Comunicação Social da Universidade de Caráchi, a maior e mais rica cidade do Paquistão. As aulas foram suspensas por dois dias.

A polícia suspeita que o professor possa ter sido identificado como xiita, embora não seja xiita. Outra hipótese é que a morte esteja ligada ao assassinato, em setembro de 2014, do diretor da Faculdade de Estudos Islâmicos, Shakil Auj, noticiou o jornal paquistanês Dawn.

Os assassinos dispararam oito tiros contra o carro do professor, um Suzuki Cultus. Rehman, de 42 anos, foi atingido por cinco balas, no rosto, no pescoço, no peito, no abdômen e no braço, declarou o médico-legista Jalil Kadir.

Professores amigos do morto não acreditam que o homicídio esteja relacionado com um seminário a ser realizado na universidade em 6 de maio de 2015 sob o tema Desaparecimento de Pessoas no Baluquistão: o papel do Estado e da sociedade.

Numa cidade violenta, onde 2.029 pessoas foram assassinadas em 2014, a polícia não descarta nenhuma possibilidade. O primeiro-ministro Nawaz Sharif pediu um relatório sobre o caso.

Shakil Auj, assassinado no ano passado, pode ter sido morto por denunciar a falsificação de diplomas universitários, mas também houve boatos desmentidos de que um seminário islâmico do interior do país teria baixado um decreto religioso (fatwa) pedindo sua morte por blasfêmia.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

França reforça o orçamento de defesa para combater o terrorismo

Em plena crise, com a economia estagnada, o presidente François Hollande anunciou hoje um aumento de 3,8 bilhões de euros (US$ 4,2 bilhões) no orçamento de defesa da França nos próximos quatro anos para financiar o combate ao terrorismo. O dinheiro vai sair do orçamento de outros ministérios.

Desde os atentados terroristas de janeiro de 2015 contra o jornal satírico Charlie Hebdo e um supermercado judaico, 10 mil soldados do Exército participam regularmente do patrulhamento de escolas, embaixadas, templos e locais turísticos, ao custo de 1 milhão de euros por dia. Para cada soldado em operação, há outro de prontidão no quartel e um terceiro em treinamento.

No momento, a França mantém 9 mil soldados em ação no exterior. Tem forças terrestres no Mali e na República Centro-Africana, duas ex-colônias africanas, e participa dos bombardeios aéreos da aliança liderada pelos Estados Unidos na luta contra o Estado Islâmico no Iraque. O custo é estimado em 1,1 milhão de euros por dia, sem contar a depreciação dos equipamentos militares.

Faire Gnassingbe é reeleito presidente do Togo

Com 59% dos votos, resultado ainda parcial, Faire Gnassingbe foi reeleito presidente do Togo para exercer seu terceiro mandato, noticiou hoje a agência oficial de notícias chinesa Nova China.

Outros quatro candidatos disputaram a eleição presidencial togolesa, realizada em 25 de abril de 2015. Em segundo lugar, com 35% dos votos, ficou Jean-Pierre Fabre.

A divulgação dos resultados foi atrasada por causa de denúncias de fraude eleitoral feitas por Fabre.

O Togo é um país da África Ocidental situado no Golfo da Guiné. Têm fronteiras com Gana, Benin e Burkina Fasso. Com 56,8 mil quilômetros quadrados, 7,15 milhões de habitantes e produto interno bruto nominal de US$ 3,7 bilhões, é o 150º na lista dos países mais ricos do mundo do Fundo Monetário Internacional (FMI) e o 169º em renda per capita. É um dos países mais pobres do mundo.

Fed espera recuperação em ritmo moderado

Apesar da estagnação da economia no primeiro trimestre de 2015, a Reserva Federal, o banco central dos Estados Unidos, mantém uma expectativa otimista e considera "transitória"a desaceleração para um avanço de apenas 0,2% ao ano, anunciada hoje.

"Embora o crescimento da produção e do emprego tenham diminuído no primeiro trimestre, o comitê espera que, com uma acomodação política apropriada, a atividade econômica vai se expandir num ritmo moderado, com os indicadores do mercado de trabalho se movendo rumo a níveis consistentes com seu duplo mandato", declarou há pouco em nota o Comitê de Mercado Aberto do Fed, no fim de uma reunião de dois dias.

O desafio do Fed é manter a estabilidade de preços com desemprego baixo. A nota constata: "O ritmo dos ganhos no mercado de trabalho moderou-se e a taxa de desemprego permaneceu estável. Uma série de indicadores do mercado de trabalho sugere que houve pouca mudança na subutilização dos recursos do trabalho."

A declaração acrescenta que "os investimentos em capital fixo foram menores, a recuperação no setor habitacional permanece lenta e as exportações caíram."

Nos últimos três meses, o principal motor da economia dos EUA se desacelerou: "O crescimento no consumo doméstico declinou; a renda real doméstica aumentou, refletindo em parte declínios anteriores nos preços de energia e o sentimento do consumidor continua elevado."

Com o índice de preços em queda de 2%, principalmente por causa do petróleo, o núcleo do índice, excluídos os preços mais voláteis de alimentos e energia, ficou em 0,9% por causa das "importações não energéticas".

O dólar forte barateou os produtos importados e ajudou a manter a inflação abaixo da meta informal perseguida pelo Fed, de 2% ao ano, adiando as pressões por aumento dos juros. Mas, com os indicadores mais fracos, a moeda americana está em queda no mundo inteiro, inclusive no Brasil.

Como a presidente do Fed, Janet Yellen, promete aumentar os juros com base nos dados disponíveis, a serem avaliados a cada reunião do Comitê de Mercado Aberto, uma alta em junho não está descartada, mas é considerada mais distante pelo mercado.

O crescimento menor da produção e do consumo, e o saldo positivo de apenas 126 mil vagas de emprego em março indicam uma desaceleração da economia. Na análise do economista Car Tannembaum, da corretora Northern Trust, o Fed não vê "uma degradação nas condições econômicas", mas "uma urgência menor" para aumentar os juros, praticamente zerados desde dezembro de 2008.

A despeito da desaceleração, "o comitê espera que a inflação suba gradualmente até 2% ao ano a médio prazo quando o mercado de trabalho melhorar mais e os efeitos transitórios do declínio nos preços de energia e das importações se dissiparem." As taxas de juros só serão aumentadas quando o ritmo de contratações aumentar e o comitê "estiver razoavelmente confiante em que a inflação vai voltar a 2% ao ano".

No momento, depois de avaliar a inflação e o nível de emprego, concluiu o Fed, "as condições econômicas podem, por algum tempo, justificar a manutenção das taxas de fundos federais abaixo dos níveis que o comitê considera normais em longo prazo."

Economia dos EUA estagnou-se no início de 2014

Com cortes nos investimentos, queda nas exportações e cautela dos consumidores, o crescimento da maior economia do mundo caiu de 5% ao ano no terceiro trimestre de 2014 para 2,2% no quarto trimestre e apenas 0,2% ao ano nos primeiros três meses de 2015, revelou hoje o Departamento do Comércio dos Estados Unidos. Os economistas previam 1%.

"É mais um dado trimestral que confirma a tese de baixo crescimento a longo prazo, mas há boas chances de uma reação durante o ano com a estabilização dos gastos das empresas e do setor habitacional, que parece promissor", observou Guy LeBas, estrategista de renda fixa da corretora Janney Montgomery Scott, citado pelo jornal The Wall Street Journal.

No ano passado, os economistas atribuíram o fraco desempenho do primeiro trimestre, quando a economia americana recuou em ritmo de 2,1% ao ano, ao inverno rigoroso. Neste ano, além das tempestades de neve, pesaram negativamente a valorização do dólar, a queda nos preços internacionais do petróleo e greves em portos da costa oeste, no Oceano Pacífico.

"Esperamos que a economia se recupere, como no ano passado", comentou a economista Michelle Girard, da corretora RBS Securities.

Alguns fatores responsáveis pela forte desaceleração, como o dólar forte e os baixos preços do petróleo, tendem a se manter, afetando as exportações e os investimentos no setor de energia. Os investimentos em estruturas de exploração de petróleo caíram 23,1% e os gastos em minas e poços, 48,7%. As exportações baixaram 7,2%. E as lojas vão esperar a redução nos estoques antes de fazer novas encomendas à indústria.

Assim, a recuperação no segundo trimestre "deve ficar em torno de 2,5% ao ano e não dos 4% previstos anteriormente", declarou Joseph LaVorgna, economista do Deutsche Bank nos EUA.

Para acelerar a economia dos EUA, o consumo doméstico, responsável por dois terços do produto interno bruto do país, precisa aumentar. O relatório divulgado hoje indica uma de 4,4% para 1,9% no início deste ano.

Em vez de gastar, os americanos estão economizando mais. A taxa de poupança subiu de 4,6% para 5,5% do PIB.

A estagnação foi anunciada durante a reunião do Comitê de Mercado Aberto da Reserva Federal, o comitê de política monetária do banco central dos EUA, observada com atenção pelos analistas de mercado em busca de indícios sobre quando as taxas básicas de juros voltaram a subir. Elas estão praticamente zeradas desde dezembro de 2008. Havia expectativa de que fossem aumentadas em junho. Agora, esta expectativa está adiada.

Como o índice de preços ao consumidor registrou queda anual de 2% e o núcleo do índice, excluídos os preços mais voláteis de alimentos e energia, em 0,9% ao ano, a inflação não pressiona a alta dos juros. O Fed persegue uma meta de inflação informal de 2% ao ano. Altos funcionários do banco comentaram que a estagnação é passageira.

Sultão da Arábia Saudita muda príncipe herdeiro e ministro do Exterior

Numa mudança inesperada na alta cúpula da monarquia da Arábia Saudita, o rei Salman destituiu seu meio-irmão Mukrin ben Abdul Aziz do posto de príncipe herdeiro e nomeou como seu herdeiro o príncipe Mohamed ben Nayef, ministro do Interior e seu sobrinho, que até agora era o segundo na linha de sucessão ao trono. O segundo agora é o príncipe Mohamed ben Salman, filho do novo sultão e ministro da Defesa.

Se ascender ao trono, Nayef será o primeiro rei saudita que não será um dos 45 filhos do fundador do país, Abdul Aziz al Saud. Como ministro do Exterior, ele se notabilizou na repressão interna à rede terrorista Al Caeda e outros grupos jihadistas. É uma voz influente na política externa do reino.

O novo rei, que chegou ao poder supremo em 23 de fevereiro de 2015 com a morte do sultão Abdala, também substituiu o veterano ministro do Exterior saudita, príncipe Saud al-Faissal, pelo embaixador nos Estados Unidos, Adel al-Jubeir.

Salman decidiu adotar uma política externa mais agressiva para conter a expansão da influência do Irã no Oriente Médio. Desde 25 de março, a Arábia Saudita e aliados sunitas intervêm militarmente no Iêmen para conter o avanço dos rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã. Os dois príncipes promovidos estão diretamente envolvidos na intervenção militar.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Capitão de ferryboat pega prisão perpétua na Coreia do Sul

O Tribunal de Justiça de Gwanju, na Coreia do Sul, sentenciou hoje à prisão perpétua por múltiplos homicídios o capitão Lee Joon Seok, responsável pelo naufrágio do ferryboat Sewol em 16 de abril de 2004, quando 304 pessoas morreram, na maioria estudantes de segundo grau, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

A embarcação ia do porto de Incheon para a ilha turística de Jeju quando aconteceu o acidente. Lee, de 70 anos, mandou os passageiros ficarem onde estavam e foi um dos primeiros a serem resgatados, em vez de comandar a evacuação do navio.

"O capitão acabou prematuramente com as vidas dos estudantes e marcou as vidas dos pais para sempre", declarou o desembargador Seo Kyeong Hwan, que chorou ao ler a sentença. "Suas ações mancharam a imagem da Coreia do Sul e não podem ser justificadas sob quaisquer ciscunstâncias."

Um engenheiro foi absolvido em segunda instância da acusação de homicídio e teve a pena reduzida de 30 para 10 anos. As penas de outros 13 tripulantes foram reduzidas para um mínimo de um ano e meio e um máximo de 12 anos de cadeia.

Para um pai que perdeu o único filho, as penas para a tripulação foram suaves demais: "Todos foram responsáveis por abandonar as crianças, por isso mereciam sentenças mais pesadas." No julgamento em primeira instância, o capitão havia sido condenado a 36 anos de prisão.

O governo da Coreia do Sul pretende içar os restos do navio. A operação começa em setembro de 2015.

Reino Unido cresceu 0,3% no primeiro trimestre de 2015

A economia do Reino Unido se desacelerou nos primeiros três meses do ano, crescendo apenas 0,3%. A duas semanas das eleições para o Parlamento Britânico, esfria o discurso de recuperação econômica do primeiro-ministro conservador David Cameron. O ritmo de crescimento foi o menor desde o fim de 2012.

No último trimestre de 2014, a economia britânica avançara 0,6%. O ritmo do início deste ano projeta uma expansão anual de 1,2%, menos da metade dos 2,8% do ano passado, a maior taxa entre as grandes economias do Grupo dos Sete. Mas foi um crescimento desigual, muito concentrado na Grande Londres, não sentido pela maioria do país, submetido a um rigoroso ajuste fiscal

Agora, pela primeira vez em quatro anos, no início de 2015, o crescimento do Reino Unido pode ficar abaixo da média da Zona do Euro.

"É um ruído", alega David Kern, economista da Câmara de Comércio Britânica, na expectativa de reajuste do índice de crescimento em estimativas posteriores. O Fundo Monetário Internacional prevê uma expansão de 2,7% para a economia britânica em 2015.

As pesquisas de opinião indicam uma disputa apertada entre os dois grandes partidos tradicionais, conservador e trabalhista, mas o resultado está indefinido pela importância crescente de pequenos partidos. Com o desgaste de ser o parceiro menor da coalizão de governo, o Partido Liberal-Democrata deve sair menos destas eleições.

O Partido da Independência do Reino Unido (UKIP), mais votado no ano passado nas eleições para o Parlamento Europeu, culpa os imigrantes por tudo e quer sair da União Europeia. O Partido Nacional Escocês, pretende sair da Grã-Bretanha, mas antes quer derrotar os conservadores. O partido nacionalista galês Plaid Cymru cobra mais investimentos sociais no País de Gales. E o Partido Verde gostaria de mudar o modelo econômico. Devem impedir que um partido tradicional faça maioria absoluta na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico, de 650 cadeiras.

Pela segunda vez consecutiva, o que não acontecia desde a Segunda Guerra Mundial, quando foram formados governos de união nacional, o tradicional bipartidarismo britânico está cedendo vez a um governo mais fragmentado, de coalizão, a exemplo do que acontece na maioria dos outros países da Europa.

Se for reeleito, sob pressão da direita conservadora e do UKIP, Cameron promete convocar um referendo sobre a participação na União Europeia até 2017. Há grande chance dos antieuropeus ganharem, o que pode ter forte impacto negativo. Certamente levaria a Escócia a fazer um novo plebiscito sobre a independência, que provavelmente seria aprovada, acabando com a Grã-Bretanha e o Reino Unido. Restariam uma Inglaterra pequena e o País de Gales.

Indonésia executa brasileiro e outros traficantes de drogas

Apesar dos apelos internacionais, a Indonésia executou hoje oito condenados por tráfico de drogas, inclusive o paranaense Rodrigo Gularte, preso em 2004 ao entrar no país com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe, informou o jornal The Jakarta Post. Seu último pedido foi ser enterrado no Brasil.

Gularte foi condenado à morte no ano seguinte. Desde então, travava uma batalha judicial para obter indulto. A presidente Dilma Rousseff fez um apelo pessoal ao presidente indonésio, Joko Widodo, mas ele faz campanha prometendo pena de morte para o tráfico e nem respondeu.

Em retaliação, a presidente brasileira se negou a receber as credenciais do novo embaixador da Indonésia em Brasília, que chegou a ir até o Palácio do Planalto no início do ano, quando foi avisado que não seria atendido. Hoje o governo considerou a execução um "fato grave".

Durante entrevista à televisão americana CNN, Jokowi, como é conhecido o presidente indonésio, alegou que 50 pessoas morrem por dia no país por uso de drogas, por isso a pena de morte seria justificada.

A família ainda apelou para um laudo médico, alegando que Gularte era esquizofrênico e que a doença havia se agravado durante os anos em que ele ficou no corredor da morte. Outro brasileiro, Marco Archer Cardoso Moreira, havia sido executado por tráfico de cocaína em 18 de janeiro de 2015.

Dos oito traficantes executados hoje, três eram nigerianos, dois australianos, um brasileiro, um ganês e um indonésio. Eles foram fuzilados às 0h30 desta quarta-feira pela hora local, na ilha-presídio de Nusakambangan. A filipina Mary Jane Fiesta Veloso foi poupada a pedido do presidente das Filipinas, Benigno Aquino III, para que ela possa depor num processo sobre tráfico de pessoas.

Em protesto, a Austrália, um dos maiores parceiros comerciais da Indonésia, retirou seu embaixador de Jacarta.

Irã ataca e apreende navio americano no Golfo Pérsico

A força naval da Guarda Revolucionária Irã atacou um navio cargueiro com bandeira dos Estados Unidos pertencente à companhia dinamarquesa Maersk quando cruzava o Estreito de Hormuz hoje de manhã e o obrigou a ancorar no porto de Porto Abbas, no Golfo Pérsico, noticiou hoje a televisão saudita Al Arabiya.

Um porta-voz do Departamento da Defesa dos EUA, coronel Steve Warren, confirmou à televisão americana CNN que o navio MV Maersk Tigris, com bandeira das Ilhas Marshall, foi abordado por barcos de patrulha do Irã e considerou "inapropriados" os tiros de advertência disparados pelos iranianos. Dos 34 tripulantes, nenhum é americano. O navio de guerra dos EUA mais próximo estava a 100 quilômetros de distância.

Na versão do Pentágono, "o comandante do navio foi contatado e orientado a se desviar da rota rumo a águas territoriais iranianas. Ele se recusou e um barco da força naval da GRI disparou tiros contra o Maersk Tigris. O comandante aceitou então a exigência iraniana e levou o navio para águas iranianas, perto da ilha de Larak."

O navio, de 65 mil toneladas, passava entre as ilhas Keshm e o estreito, quando ia de Jedá, na Arábia Saudita, para Jebel Ali, nos Emirados Árabes Unidos. No trecho mais estreito, a passagem tem 33 quilômetros de largura e o canal de navegação pouco mais de 3 km.

Embora o Estreito de Hormuz fique em águas territoriais iranianas, como é uma rota internacional do tráfego marítimo, aplica-se a regra da "passagem inocente" quando embarcações civis passam por ali. Cerca de 30% do petróleo exportado por via marítima passaram pelo estreito em 2013.

A situação é tensa no Oriente Médio por causa da intervenção militar da Arábia Saudita e aliados sunitas no Iêmen contra os rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã. Para impedir a chegada de suprimentos aos rebeldes, os sauditas impuseram um bloqueio naval.

Apesar das negociações nucleares e da reaproximação com o Irã, os Estados Unidos apoiam a intervenção saudita e mandaram nove navios de guerra para a região. A GRI seria um dos principais focos de resistência no regime fundamentalista iraniano a um acordo com as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas para desarmar o programa nuclear do país.

Arábia Saudita ataca aeroporto para barrar ajuda do Irã a hutis

A aliança liderada pela Arábia Saudita bombardeou o aeroporto de Saná, a capital do Iêmen, para evitar o pouso de um avião civil do Irã que levaria ajuda e possivelmente armas aos rebeldes hutis, noticiou hoje a televisão saudita Al Arabiya.

De acordo com os sauditas, o avião, que supostamente levava ajuda humanitária, entrou numa zona de proibição de voo imposta por sua intervenção militar. O Irã afirmou ter obtido permissão de Omã e do Iêmen, sem esclarecer quem deu a permissão no Iêmen, que está sem governo desde fevereiro de 2015.

Os sauditas acusam o Irã de entregar armas aos hutis, que são xiitas zaiditas, sob o disfarce de ajuda humanitária, como a Rússia faz na ex-república soviética da Ucrânia.

A intervenção militar no Iêmen faz parte de uma política externa mais agressiva adotada pelo novo rei Salman, que ascendeu ao trono saudita em 23 de janeiro de 2015, para tentar contar a expansão da influência iraniana no Oriente Médio. No Iraque, na Síria, no Líbano, no Bahrein e no Iêmen, há conflitos entre sunitas e xiitas em que o regime fundamentalista iraniano apoia os xiitas.

Até agora, a intervenção militar impediu os rebeldes de tomar o porto de Áden, mas não atingiu o objetivo de reinstalar no poder o presidente Abed Rabbo Mansur Hadi, deposto pelos hutis em fevereiro.

Boko Haram vira Estado Islâmico da África Ocidental

Um mês depois de jurar lealdade ao Estado Islâmico do Iraque e do Levante, a milícia extremista muçulmana nigeriana Boko Haram trocou de nome para refletir a mudança. Agora, a propaganda do grupo se refere à organização como a Província do Estado Islâmico na África Ocidental, informa o sítio de notícias turco World Bulletin.

O Boko Haram, cujo antigo nome significa "não à educação ocidental", emprega táticas terroristas semelhantes às do Estado Islâmico do Iraque e do Levante nas guerras civis no Oriente Médio. A milícia foi consideravelmente enfraquecida depois de uma ofensiva das Forças Armadas da Nigéria em coordenação com os exércitos de países vizinhos como Camarões, Chade e Níger.

Desde que aderiu à luta armada para impor a lei islâmica à África Ocidental, em 2009, a guerra civil declarada pelo Boko Haram causou de 12 a 15 mil mortes. A Nigéria foi obrigada a adiar a eleição presidencial de 14 de fevereiro para 28 de março de 2015, que deu a vitória ao general e ex-ditador Muhamadu Buhari.

Há um ano, o Boko Haram raptou 273 meninas de uma escola secundária em Chibok. Mais de 200 continuam desaparecidas. O novo presidente prometeu fazer todo esforço possível para encontrá-las, mas não deu garantias de que estejam vivas.

Hoje o Exército da Nigéria anunciou a libertação de 200 meninas e 93 mulheres adultas, mas o governo declarou que as estudantes de Chibok não estão entre elas.

A aliança com o Estado Islâmico foi vista mais como um gesto de desespero de um grupo terrorista encurralado do que uma manifestação de força.

Terremoto atingiu 8 milhões de nepaleses, diz a ONU

Oito dos 26,5 milhões de habitantes do Nepal foram atingidos pelo violento terremoto de 25 de abril de 2015 e mais de 1,4 milhão precisam de ajuda alimentar para não passar, advertiram ontem as Nações Unidas. Na manhã desta terça-feira, 72 horas depois do grande abalo, o total de mortes confirmadas subiu para 4,4 mil, noticiou a televisão americana CNN.

Pelo menos 16 países enviaram equipes de socorro e ajuda de emergência, inclusive hospitais de campanha. Os hospitais locais não conseguem atender aos mais de 8 mil feridos. Faltam água, alimentos, medicamentos, suprimentos médicos, agasalhos e abrigo.

Centenas de milhares de pessoas dormiram ao ar livre. Um parque usado para solenidades militares virou um grande acampamento na capital, Catmandu.

A maior preocupação é com as cidades do interior situadas mais perto do epicentro do terremoto, localizado a 80 km a noroeste de Catmandu, até agora inacessíveis. Lá e em outras regiões, os feridos não receberam nenhuma ajuda, a não ser dos próprios sobreviventes.

O primeiro-ministro Sushil Koirala estima que o total de mortos pode chegar a 10 mil.

Baltimore está em chamas

O governo do estado de Maryland, Larry Hogan, decretou estado de emergência e a prefeita da cidade de Baltimore, Stephanie Rawlings-Blake, impôs um toque de recolher noturno de 22h às 5h por uma semana a partir desta terça-feira.

O objetivo é conter uma onda de violentos protestos, saques e incêndios deflagrada pelo enterro de mais um negro assassinado por um policial branco nos Estados Unidos. Pelo menos 15 policiais saíram feridos. Mais de 300 pessoas foram presas.

Ao declarar emergência, o governador convocou a Guarda Nacional. Em entrevista transmitida ao vivo pela televisão americana CNN, ambos disseram ter feito tudo o que estava a seu alcance e afirmaram que a situação estava sob controle. Os incêndios em maisde 100 carros e lojas da cidade os desmentiam no ar.

A prefeita, do Partido Democrata, alegou não ter acionado as autoridades estaduais antes dos protestos violentos e dos saques para não dar a impressão de estar reagindo exageradamente diante da insatisfação popular. As manifestações eram pacíficas, mas, no sábado passado e hoje os protestos degeneraram para ações violentas de jovens negros revoltados.

Filho de uma viciada, Freddie Gray é uma encarnação do pesadelo americano. Nunca teve um emprego nem chamou muito a atenção nos 25 anos de vida na pobre Zona Oeste de Baltimore. Ele morreu em 19 de abril de 2015, uma semana depois de ser jogado ao chão numa esquina, preso e arrastado até uma camionete da polícia, reportou o jornal The Washington Post.

De acordo com a autópsia, Gray sofreu várias lesões na coluna. Seis policiais envolvidos no caso foram afastados do serviço sem remuneração. Várias investigações estão em andamento.

Baltimore, de 660 mil habitantes, é uma cidade histórica onde 25% da população vivem na miséria e na desesperança, a um passo do crime e da violência. O problema lá é a miséria, não é o racismo, alega o repórter Michael Fletcher, do Washington Post, que morou 31 anos na cidade.

"A prefeita é negra, assim como o presidente da Câmara Municipal, o chefe de polícia, o promotor público e muitos outros líderes da cidade são negros

É mais um de muitos casos de negros mortos por policiais brancos. Em agosto de 2014, Michael Brown foi morto em Ferguson, no estado do Missouri. Quando a Justiça decidiu não processar o policial responsável, Darren Wilson, houve uma onda de violência na cidade.

Em dezembro do ano passado, Eric Garner, um vendedor de cigarros avulsos foi sufocado até a morte pela polícia de Nova York, apesar de reclamar que não estava conseguindo respirar. Em 4 de abril de 2015, Walter Scott foi perseguido por causa de um farolete queimado em Charleston do Norte, na Carolina do Norte.

O racismo institucionalizado das polícias municipais e estaduais dos EUA é um desafio para a nova ministra da Justiça, Loretta Lynch, de origem africana como o presidente Barack Obama e as vítimas desta história.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

China prende presidente de estatal do petróleo por corrupção

O presidente e subdiretor-geral da empresa estatal Sinopec, a maior refinaria de petróleo da Ásia, é mais um tigre que cai na malha da campanha anticorrupção da China. Wang Tianpu foi detido por investigadores do Partido Comunista por "sérias violações da disciplina e da lei", linguagem usada pelo regime para falar de corrupção.

A investigação foi revelada por uma pequena nota divulgada no sítio de Internet da Comissão Central para Inspeção Disciplinar, o poderoso órgão da campanha anticorrupção lançada pelo presidente Xi Jinping para se consolidar e se legitimar no poder.

No momento, um dos focos é o setor de energia. Neste mês, o ex-diretor da China National Petroleum Corporation, Jian Jiemin, preso em agosto de 2013, foi julgado por abuso de poder e aceitar suborno. Nas últimas semanas, o presidente do grupo China FAW, Xu Jianyi, e o vice-presidente do grupo Baostel, Cui Jian, passaram a ser investigados.

Muitos suspeitos são ligados a Zhou Yongkang, ex-todo-poderoso ministro da Segurança do Estado e ex-membro do Comitê Permanente do Politburo do Comitê Central do Partido Comunista, o seleto grupo de altos dirigentes que manda de fato na China. Ele será o mais alto funcionário do regime a ser processado desde a vitória da revolução liderada por Mao Tsé-tung, em 1º de outubro de 1949.

Lucro da Apple cresce 33% graças ao iPhone

Com a venda de 61,2 milhões de iPhones nos primeiros três meses de 2015, 40% a mais do que no primeiro trimestre do ano anterior, a companhia americana Apple, maior empresa privada do mundo, anunciou hoje resultados que batem mais uma vez as previsões dos analistas para vendas, faturamento e lucro.

As vendas na China cresceram 71%. O faturamento global cresceu 27% na comparação anual para US$ 58 bilhões. O lucro líquido aumentou 33% para US$ 13,57 bilhões.

Os dividendos pagos aos acionistas foram 11% maiores. Até março de 2017, a empresa pretende devolver US$ 200 bilhões aos acionistas através da distribuição de dividendos e recompra de ações. Em um ano, as ações da Apple se valorizaram em mais de 10%.

Com o sucesso cada vez maior de telefones inteligentes com telas grandes como os iPhones 6, a venda de iPads caíram 23% no trimestre. Os computadores Mac continuam ampliando sua fatia do mercado. Suas vendas subiram 10% na comparação anual, em contraste com uma queda de 7% no mercado global de computadores pessoais.

Israel bombardeia posições do Hesbolá e do Exército da Síria

Em menos de uma semana, a Força Aérea de Israel atacou três vezes bases de mísseis do Exército da Síria e comboios com mísseis para a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), que luta ao lado da ditadura de Bachar Assad na guerra civil do país, noticiou o jornal francês Libération.

Pelo menos 40 soldados sírios e quatro militantes do Hesbolá morreram nos ataques, estes últimos na noite de domingo para segunda-feira, quando armavam uma bomba à beira de uma estrada perto da fronteira entre a Síria e Israel.

Os principais alvos israelenses foram a 65ª e 155ª divisões, tropas de elite do Exército sírio, "os mais fiéis entre os fiéis", nas palavras do Libé, encarregados das armas estratégicas do regime, como os mísseis Scud, pesadelo dos militares israelenses.

"Israel faz esse tipo de ação na Síria porque os serviços secretos estimam que os interesses do país estão ameaçados, que as armas transferidas pelo regime de Damasco ao Hesbolá rompem o equilíbrio na região", explicou o analista militar israelense Alon ben David.

Em janeiro de 2015, um ataque a um comboio matou um general da Guarda Revolucionária do Irã e altos dirigentes do Hesbolá no lado sírio das Colinas do Golã. A diferença agora é que em cinco dias Israel bombardeou mais a Síria do que em todo o ano passado, mas não reivindicou a autoria para não inflamar ainda mais a situação.

"Nosso país não vai permitir a entrega de armas ao Hesbolá e a outras organizações terroristas. Vai defender seus interesses toda vez que julgar necessário", comentou o general da reserva Amos Gilad, alto funcionário do Ministério da Defesa. Mas o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa, Moshe Yaalon, preferiram manter a discrição.

Essa política de ficar em silêncio foi usada no bombardeio israelense de 6 de setembro de 2007 contra uma usina nuclear síria em construção com tecnologia da Coreia do Norte. Israel não reivindicou e a Síria não retaliou, três anos e meio antes do início da guerra civil que arrasou o país.

Exército da Conquista toma base do Exército da Síria perto de Idlibe

Rebeldes islamitas do Exército da Conquista tomaram o campo Karmid, um quartel do Exército da Síria na província de Idlibe, depois de um terrorista suicida da Frente al-Nusra, ligada à rede Al Caeda, explodir um caminhão-bomba com duas toneladas de explosivos para arrasar a área, noticiou hoje o jornal libanês The Daily Star.

É a terceira derrota em um mês da ditadura de Bachar Assad no Noroeste da Síria, depois da queda das cidades de Jisr al-Sugur e Idlibe, a capital da província. No fim de semana, a Força Aérea síria bombardeou Jisr al-Sugur, matando pelo menos 34 pessoas. A mídia estatal denunciou a presença de "dezenas de homens-bomba" da república russa da Chechênia.

"Um caminhão-bomba com duas toneladas de explosivos penetrou por uma das entradas do campo e facilitou a conquista", declarou pelo Skype o xeque Hussam Abu Bakar, comandante da milícia Ahrar al-Cham (Movimento Islâmico dos Homens Livres do Levante). Com 10 a 20 mil homens, é um dos maiores grupos em luta contra o regime sírio.

O Exército usava o campo Karmid para bombardear cidades e vilas ocupadas pelos rebeldes na região agrícola estratégica junto à fronteira com a Turquia. Para os insurgentes, vai servir da base para atacar o quartel de Mastuma, muito mais importante. 

"Era uma das maiores bases do regime na província de Idlibe, com grande quantidade de armas", comentou o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, Rami Abdel Rahman, acrescentado que os rebeldes tomaram sete tanques, lançadores de granada e caixas de munição. Eles estão cada vez mais perto de tomar toda a província, por onde passa a estrada ligando Damasco e Alepo, as duas maiores cidades da Síria.

Com Idlibe e Rakka, a capital do Estado Islâmico da Síria e do Levante, grupos rebeldes distintos dominam duas capitais provinciais.

Os sucessos recentes dos rebeldes são resultado da união de esforços da Arábia Saudita, do Catar e da Turquia, que levaram grupos rebeldes a se aliar desde o mês passado no Exército da Conquista. os Estados Unidos vão treinar os rebeldes nestes três países e na Jordânia.

Neste momento em que Assad parece ser reabilitado ao dar entrevistas para televisões dos EUA e da Europa, que admitem incluí-lo nas negociações sobre o futuro da Síria, sua base de poder no país se esvai.

George W. Bush critica Obama em relação a Irã e Iraque

Num raro pronunciamento político, o desgraçado ex-presidente George Walker Bush criticou no fim de semana o presidente Barack Obama pela negociação nuclear com o Irã e a retirada das forças dos Estados Unidos do Iraque, revelou ontem o jornal The New York Times.

Durante um encontro a portas fechadas com 700 doadores do Partido Republicano realizado em Las Vegas pela Coalizão Judaica Republicana, Bush manifestou-se contra o acordo preliminar e a retirada das sanções internacionais aos programa nuclear iraniano, se um acordo definitivo for acertado até o prazo final, 30 de junho de 2015. O ex-presidente acredita que a república islâmica estava cedendo e não é confiável. Assim, as negociações prejudicariam a segurança dos EUA e de Israel.

George W. Bush deixou a Casa Branca desmoralizado pelo fracasso nas guerras do Afeganistão e do Iraque, este último invadido sob a falsa alegação de possuir armas de destruição em massa, e pela pior crise econômica dos EUA em 70 anos.

A impopularidade de Bush e a crise econômica foram decisivas para que Obama se tornasse, em 2008, o primeiro negro eleito presidente dos EUA. Mas aparentemente não se arrepende: "A retirada do Iraque foi uma grande mancada", disse Bush, citado pelo senador republicano Lindsey Graham.

O ex-presidente cobrou mais dureza de Obama, criticando indiretamente o não cumprimento da ameaça de atacar a Síria se o ditador Bachar Assad usasse armas químicas na guerra civil do país.

Desde que deixou o poder, Bush mantém um perfil discreto. Não viaja ao exterior para não correr o risco de ser preso por crimes de guerra e raramente faz pronunciamentos políticos. Com o irmão Jeb Bush entre os favoritos para obter a candidatura do Partido Republicano à Casa Branca em 2016, teme ser um peso negativo para Jeb. Deve sumir de novo.

Quando lançou uma biografia do pai, no ano passado, ele negou responsabilidade pelo surgimento do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, nascido do caos e da anarquia no Iraque depois da deposição de Saddam Hussein, em 2003.

Vários republicanos lançaram pré-candidaturas à Casa Branca em 2016. Jeb lidera a maioria das pesquisas. Na semana passada, pela primeira vez, o jovem senador Marco Rubio, filho de exilados cubanos, apareceu em primeiro em pesquisa da Universidade Quinnipiac. A favorita entre todos é a ex-secretária de Estado e ex-primeira-dama Hillary Clinton, do Partido Democrata.

Ditador do Casaquistão é reeleito no pior estilo soviético

Com 97,5% dos votos, no pior estilo soviético, o ditador do Casaquistão, Nursultan Nazarbaiev, foi reeleito ontem para um quinto mandato consecutivo, noticiou a Agência France Presse com base em pesquisas de boca de urna. 

No poder desde 1990, antes do fim da União Soviética, Nazarbaiev é aliado do protoditador da Rússia, Vladimir Putin, na fundação da União Eurasiana, uma tentativa de recriar um arremedo da URSS.

De acordo com a comissão eleitoral controlada pelo governo da segunda maior ex-república soviética, um número recorde de eleitores votou. Dois outros candidatos governistas disputaram a eleição. Nenhum oposicionista foi autorizado a concorrer.

Guarda Nacional saudita patrulha fronteira com Iêmen

A Arábia Saudita mobilizou a Guarda Nacional para ajuda a polícia e o Exército a patrulhar a fronteira do país com o vizinho Iêmen, revelou hoje a Agência France Presse (AFP). Os militares se juntaram à polícia de fronteiras desde que os sauditas iniciaram há um mês uma intervenção com bombardeios aéreos para impedir o avanço dos rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã.

A notícia foi divulgada um dias depois que o ministro do Exterior iemenita, Riyadh Yassin rejeitou uma proposta de negociação de paz feita pelo ex-presidente Ali Abdullah Saleh, que apoia os hutis.

Os sauditas entraram na guerra civil do Iêmen quando os hutis avançavam rumo ao porto de Áden, a segunda cidade mais importante do país. Os hutis ocupam a capital, Saná, desde setembro de 2014, e dissolveram as instituições governamentais em fevereiro de 2015.

Diante da ofensiva rebelde, o presidente deposto, Abed Rabbo Mansur Hadi, fugiu para a Arábia Saudita, onde pediu ajuda militar para retomar o poder.

Depois de anunciar o início de uma "segunda fase" na intervenção militar que implicaria o fim dos bombardeios aéreos, a Arábia Saudita voltou a atacar posições rebeldes no fim de semana.

Em meio ao caos da guerra civil iemenita, a rede terrorista Al Caeda na Península Arábica, hoje o braço mais forte do grupo jihadista, tomou a cidade de Mukala, capital da província de Hadramauta, inclusive do porto e do aeroporto.

China planeja consolidação do setor estatal

Com fusões em série, a China pretende reduzir a 40 o número de conglomerados estatais para melhorar o desempenho econômico do setor, revelou hoje a mídia estatal chinesa, citada apela agência Reuters.  

No momento, o governo central chinês controla 112 conglomerados, inclusive 277 empresas de economia mista listadas nas bolsas de valores de Xangai e Xenzen, com valor de mercado de US$ 1,6 trilhão, informou o Diário de Informação Econômica.

A reestruturação do setor estatal é uma das prioridades do presidente Xi Jinping no momento em que a China tenta reorientar sua economia do comércio exterior para o mercado interno. O crescimento do ano passado (7,4%) foi o menor desde 1990 e o do primeiro trimestre (ritmo de 7% ao ano) o menor para o período em seis anos.

Um dos principais objetivos é reduzir uma concorrência predatória em setores competitivos. Com a notícia, as bolsas chinesas subiram hoje ao mais alto nível em sete anos, puxadas por gigantes como a China Petroleum & Chemical Corporation e a PetroChina. A SinoPec, maior refinaria da Ásia, e a PetroChina negaram estar discutindo uma fusão. Alegaram não ter recebido qualquer orientação neste sentido.

A fusão da CNR e da CSR, as maiores fabricantes de trens da China, criou uma empresa de US$ 26 bilhões apta a competir no mercado internacional com rivais como a companhia alemã Siemens e a canadense Bombardier.

Dentro da campanha anticorrupção usada pelo presidente Xi para se consolidar e se legitimar no poder, a Comissão Central para Inspeções Disciplinares está intensificando a fiscalização das empresas estatais de setores considerados estratégicos.

Nas últimas semanas, o presidente do grupo China FAW, Xu Jianyi, o vice-presidente do grupo Baostel, Cui Jian, e o gerente-geral da China National Petroleum Corporation passaram a ser investigados.

ONU dá US$ 15 milhões de ajuda de emergência ao Nepal

As Nações Unidas anunciaram há pouco a concessão de uma ajuda de emergência de US$ 15 milhões para o Nepal enfrentar o terremoto de dois dias atrás. Os Estados Unidos e a China prometeram US$ 10 bilhões. O total de mortos passa de 3,9 mil. Os prejuízos podem chegar a US$ 5 bilhões, um quinto de toda a riqueza que o Nepal produz num ano.

Os EUA, o Canadá, a França e a China enviaram equipes de resgate na esperança de encontrar sobreviventes. As primeiras 72 horas são críticas para isso.

Centenas de milhares de pessoas estão desabrigadas, com medo de voltar para as construções abaladas pelo tremor mais forte, de 7,8 graus na escala aberta de Richter. Os principais templos de Catmandu, a capital do país, que normalmente serviriam de abrigo, foram arrasados.

Depois do grande abalo, quando a terra tremeu numa oscilação de 4 metros, houve pelo menos 47 tremores secundários. O mais forte atingiu 6,7 graus.

No início da temporada de escalada do Monte Everest, o mais alto do mundo, haveria pelo menos mil alpinistas na montanha na hora do terremoto, que provocou grandes avalanches de neve, como esta divulgada pela televisão americana CNN. Pelo menos 17 montanhistas morreram e o socorro é difícil.

Tragédia no Nepal matou mais de 3,2 mil

Dois dias depois do terremoto de 7,8 graus na escala Richter que arrasou a capital, Catmandu, e a região central do Nepal, as autoridades anunciaram na manhã desta segunda-feira que o número de mortos passa de 3,2 mil. Outras 6 mil pessoas estão feridas. A dimensão total da tragédia ainda está longe de ser conhecida, observa o jornal The New York Times.

Cerca de 40% do país foram atingidos, avaliaram as Nações Unidas. Além das equipes de resgate para tentar salvar soterrados, as prioridades são água potável, alimentos, medicamentos, roupas, agasalhos e barracas para os desabrigados.

Com a destruição de templos e prédios públicos, os sobreviventes têm dificuldade para encontrar abrigo na capital. Todas as construções foram abaladas. Podem desabar num tremor secundário mais forte. No Monte Everest, o mais alto do mundo, os abalos ameaçam provocar novas avalanches como as que mataram pelo menos 17 montanhistas.

No interior do Nepal, especialmente na área mais próxima do epicentro, a 80 km a noroeste de Catmandu, o acesso é muito difícil. A pobreza e a deficiência do país o tornam totalmente dependente neste momento da ajuda externa de grandes potências como os Estados Unidos, a China e a Índia.

Em Catmandu, uma área usada para paradas e cerimônias militares se transformou num enorme acampamento onde os flagelados chegam com travesseiros, colchões e alguns pertences que conseguiram salvar. Muitos se concentram ao redor da Torre Dharahara, um dos pricipais símbolos da cidade, que desabou.

"Não temos para onde ir", desabafou Mohamed Khalil, que tentava se esquentar ao redor de uma fogueira com um grupo de uns dez homens ao lado das ruínas da torre. "Não temos roupa, não temos comida, não temos remédios e não sabemos se poderemos voltar para nossas casas."

Situado sobre uma falha geológica onde a placa tectônica da Índia se chocou com a da Eurásia formando a Cordilheira do Himalaia há 55 milhões de anos, o Nepal é sacudido com frequência por terremotos. Este foi o maior dos últimos 80 anos.

Centenas de estrangeiros tentam deixar o país, mas o aeroporto de Catmandu dá prioridade aos aviões que levam ajuda de emergência. Até agora, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil não soube de nenhum brasileiro morto ou ferido no terremoto.

domingo, 26 de abril de 2015

Total de mortos no Nepal passa de 2,5 mil

As equipes de resgate lutam para resgatar sobreviventes do terremoto de 7,9 graus na escala aberta de Richter que abalou ontem o Nepal, um pequeno país situado entre a China e a Índia, na Cordilheira do Himalaia, onde ficam as montanhas mais altas do mundo. O total de mortos chegou já passa de 2,5 mil e há pelo menos 4 mil feridos, informou a televisão americana CNN.

Os tremores secundários e as chuvas fortes previstas para durar uma semana dificultam as operações de resgate. O mais forte atingiu hoje 6,7 graus na escala Richter. As ondas de choque causadoras desses abalos se movem na direção leste, rumo ao Monte Everest, onde pelo menos 17 montanhistas morreram, aumentando o risco de avalanches no início da temporada de alpinismo, quando há centenas de pessoas na montanha mais alta do mundo, de 8.848 metros.

As primeiras 72 horas são vitais para salvar pessoas soterradas. A destruição na capital, Catmandu, é "apocalíptica", descreveu um fotógrafo ouvido pela CNN. Nas ruas escuras, populares e mochileiros procuram um lugar para passar a noite. Mas alguns serviços essenciais estão funcionando e o aeroporto foi reaberto.

sábado, 25 de abril de 2015

China manda equipe de emergência para o Nepal

O governo chinês vai mandar uma equipe especializada de busca e salvamento para ajudar o Nepal a enfrentar as consequências do terremoto de 7,8 graus que abalou o país hoje, informou a agência de notícias oficial Nova China, citando como fonte a Administração de Terremotos da China. 

O total de mortos chegou a 1.832.

A equipe de socorro da China chega amanhã a Catmandu, a capital nepalesa, uma das áreas mais atingidas. A cidade foi parcialmente arrasada, mas está funcionando. O aeroporto foi reaberto.

Os Estados Unidos e a Índia já haviam enviado ajuda de emergência. A China também prepara o envio de suprimentos e equipamentos de emergência. Nos primeiros dias, as maiores necessidades serão de água potável, alimentos, barracas e agasalhos.

EUA enviam US$ 1 milhão e equipes de socorro ao Nepal

Os Estados Unidos anunciaram uma ajuda inicial de US$ 1 milhão e o envio de equipes de resgate para trabalhar no socorro às vítimas do terremoto de 7,8 graus na escala Richter que abalou hoje o Nepal, matando mais de 1,1 mil pessoas, informou a agência Reuters.

A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e o Escritório para Ajuda em Desastres no Exterior estão se articulando para mandar equipes de emergência e recursos para as regiões onde houver maior necessidade.

Com epicentro a 80 km a noroeste da capital nepalesa, Catmandu, o tremor foi sentido nas capitais da Índia, Nova Déli, e de Bangladesh, Daca.

Violento terremoto mata mais de mil no Nepal

O pior terremoto no Nepal em 80 anos, de 7,8 graus na escala aberta de Richter abalou, hoje a região central do país, situado na Cordilheira do Himalaia, formada pelas maiores montanhas do mundo. A destruição é enorme na capital, Catmandu. O total de mortos já chega a 1.130.

O epicentro do abalo sísmico foi a cerca de 80 quilômetros a noroeste da capital nepalesa. A profundidade foi de 10 quilômetros. Vários países vizinhos foram atingidos. Houve pelo menos 34 mortes na Índia, seis no Tibete, que pertence à China, e dois em Bangladesh.

Muitos estrangeiros estão no Nepal nesta época do ano, inclusive brasileiros, para escalar o Monte Everest, o mais alto da Terra, com 8.848 metros. Pelo menos dez alpinistas teriam sido mortos e muitos estariam isolados por avalanches deflagradas pelo tremor de terra.

País pobres, com alta densidade demográfica, de 184 habitantes por quilômetros quadrado, maior ainda na capital, e a maioria das construções sem estrutura para suportar terremotos, o Nepal teme que o total de mortos seja muito maior.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Marco Rubio lidera entre pré-candidatos republicanos à Casa Branca

O senador Marco Rubio, de 43 anos, eleito pela Flórida com o apoio do movimento radical de direita Festa do Chá, ficou em primeiro lugar na prestigiada pesquisa da Universidade Quinnipiac entre os aspirantes da candidatura do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos em 2016. Foi a primeira vez que o jovem filho de exilados cubanos apareceu na frente.

Marco Rubio teve 15% das preferências, batendo o favorito até agora, o ex-governador Jeb Bush, do mesmo estado da Flórida, filho e irmão de ex-presidentes, que ficou em segundo, com 13%. O governador de Wisconsin, Scott Walker, foi o terceiro, com 11%.

Bush e Walker eram considerados os mais fortes candidatos republicanos na corrida à Casa Branca. A favorita no geral é a ex-secretária de Estado e ex-primeira-dama Hillary Clinton, que está sob fogo cruzado por causa das doações de estrangeiros à Fundação Clinton, dirigida pelo ex-presidente Bill Clinton (1993-2001).

Filho de exilados, Rubio lançou sua candidata na Torre da Liberdade, em Miami, onde os refugiados do regime comunista eram recebidos nos anos 1960s e 1970s. É defensor do Estado mínimo, a exemplo da maioria dos republicanos. É a favor de uma reforma do sistema de imigração para acolher e legalizar milhões de latino-americanos que vivem ilegalmente nos EUA, mas contra o reatamento diplomático com Cuba antes da democratização do país.

Durante a campanha eleitoral, na fase das eleições primárias, os republicanos costumam adotar um discurso radical de direita em que um dos elementos é a promessa de deportar os imigrantes ilegais, cerca de 12 milhões hoje. Isso afasta o partido de uma parcela cada vez mais importante do eleitorado.

O presidente Ronald Reagan (1981-89) dizia que "os latinos são republicanos, só que ainda não descobriram". Falava de valores como Deus, pátria e família cultivados pela população de origem latino-americana, tradicionalmente conservadora e católica. Mas o presidente Barack Obama foi reeleito com 73% do voto latino.

Se o Partido Republicano quiser reconquistar a Casa Branca, precisa mais do que o voto conservador tradicional, de homens brancos e ricos. Precisa ser menos feroz com os imigrantes ilegais e reformar o sistema para acolher os que já têm uma vida nos EUA.

Rubio é importante na luta por esse voto latino. Se crescer nas pesquisas e nas primárias, desde já se apresenta pela juventude como um possível candidato a vice-presidente.

Presidentes da França e da Rússia lembram Genocídio Armênio

Os presidentes da França, François Hollande, e da Rússia, Vladimir Putin, participaram hoje em Ierevã, capital da ex-república soviética da Armênia, das homenagens a 1,5 milhão de pessoas mortas no Genocídio Armênio, cometido pelo Império Otomano (turco) em 1915 e 1917, durante a Primeira Guerra Mundial. 

Na Turquia, o governo antecipou em um dia a comemoração do centenário da vitória na Batalha da Galípoli para abafar as acusações de genocídio.

Em Ierevã, centenas de milhares de pessoas participaram da marcha até o Memorial do Genocídio Armênio, levando flores e velas deixadas junto à chama eterna da sobrevivência. Em 24 de abril de 1915, 600 líderes políticos, empresariais e intelectuais da comunidade armênia foram presos em Constantinopla (hoje Istambul), dando início à matança generalizada de armênios, acusados de apoiar o inimigo.

Ao lado do presidente e aliado armênio Serj Sarkissian, Putin declarou que "o assassinato em massa não pode ser justificado", reconhecendo o Genocídio Armênio, a exemplo do que fizeram 20 países, inclusive a Assembleia Nacional da França, a Argentina e o Chile, mas não o Brasil. O papa Francisco também reconheceu o genocídio, sob protesto da Turquia.

"Eu me curvo em memória das vítimas e venho aqui para dizer aos amigos armênios que nunca vamos esquecer as tragédias que seu povo suportou", declarou o presidente Hollande, citado pelo jornal britânico The Daily Telegraph.

Em seu discurso, Sarkissian afirmou que "nada foi esquecido" e agradeceu o apoio: "Sou grato a todos os que mais uma vez confirmam seu compromisso com os valores humanos para dizer que nada foi esquecido. Cem anos depois, nós relembramos." Foi aplaudido de pé.

Até hoje, os turcos negam responsabilidade. O presidente Recep Tayyip Erdogan admtiu que houve massacres, mas rejeita a acusação de que tenha havido um extermínio sistemático premeditado para caracterizar o genocídio.

Para reduzir o impacto das críticas do mundo inteiro, Erdogan antecipou para hoje a celebração da vitória na Batalha de Galípoli, iniciada em 25 de abril de 1915. Cerca de 100 mil soldados do Império Britânico, na maioria australianos e neozelandeses, morreram na batalha, vencida pela Turquia, que perdeu 86 mil homens. O príncipe Charles representou o Reino Unido na cerimônia.

Na Primeira Guerra Mundial, os impérios Alemão, Austro-Húngaro e Otomano se aliaram contra a Tríplice Entente formada pela França, o Reino Unido e a Rússia, e perderam. Os impérios alemão, austro-húngaro, otomano e russo desapareceram no fim da guerra.

A palavra genocídio seria criada depois da Segunda Guerra Mundial para descrever a tentativa de extermínio do povo judeu pela Alemanha de Adolf Hitler. Hoje o extermínio dos índios americanos pode ser considerado genocida.

No século 20, o regime de terror imposto por Pol Pot no Camboja entre 1975 e 1979, com 2 milhões de mortes, também foi considerado genocídio, assim como o massacre de 800 mil tútsis pelo regime hutu derrotado na guerra civil de 1994 em Ruanda.

Gen. Petraeus é condenado com direito a suspensão da pena

O ex-diretor-geral da Agência Central de Inteligência (CIA) e ex-comandante militar dos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão, general David Petraeus, um herói americano, foi condenado ontem a dois anos de prisão com direito a suspensão da pena e multa de US$ 100 mil por revelar segredos de Estado a uma amante jornalista, informam os jornais The New York Times e The Washington Post.

A sentença desapontou os agentes do FBI (Birô Federal de Investigações), a polícia federal dos EUA. Os policiais federais entendem que o ministro da Justiça e procurador-geral, Eric Holder, deu tratamento privilegiado ao réu, permitindo que o general se declarasse culpado por um delito menor e não fosse para a cadeia.

A multa, tida como exagerada por analistas do sistema jurídico americano, foi justificada pelo juiz David Keesler por causa da "seriedade dos crimes".

Como parte do acordo para reconhecer a culpa, Petraeus admitiu ter revelado à amante, Paula Broadwell, que estava escrevendo sua biografia, cadernos de notas que continham informações confidenciais sobre reuniões de oficiais, estratégia de guerra e capacidade dos serviços de inteligência.

Durante a Guerra Fria, houve o escandaloso Caso Profumo. Em março de 1963, foi descoberto que o secretário da Guerra do Reino Unido (na época, não se chamava secretário da Defesa), John Profumo, tinha um caso com Christine Keller, uma jovem modelo que era amante de Ievgueni Ivanov, o adido naval da União Soviética.

O primeiro-ministro conservador Harold McMillan renunciou e o Partido Trabalhista ganhou as eleições de 1964 com Harold Wilson, o grande líder britânico dos anos 60, era dos Beatles e dos Rolling Stones, de renascimento cultural e decadência imperial.

Al Caeda planejava atacar o Vaticano

Uma célula da rede terrorista Al Caeda na ilha da Sardenha planejava atacar o Vaticano, revelou uma escuta telefônica feita pelas autoridades da Itália, revelou hoje a agência de notícias italiana ANSA. Dezoito suspeitos foram presos.

A polícia lançou uma grande operação contra o grupo em toda a Itália. Os suspeitos, a maioria de origem paquistanesa, foram caçados em sete províncias italianas. Um terrorista suicida se infiltraria na Santa Sé para se detonar em meio à multidão de visitantes e assim matar muita gente.

Com a ascensão do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Al Caeda tem sua posição de líder do movimento desafiada. Mais do que uma milícia ou grupo terrorista, o Estado Islâmico pretende ser um Estado Nacional. Em junho de 2014, seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi proclamou a fundação de um califado fundamentalista muçulmano.

Nesta competição, os grupos terroristas tentam fazer ataques espetaculares contra alvos ocidentais para se mostrar mais fortes e poderosos do que o outro, recrutar mais voluntários e arrecadar mais dinheiro.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

China adverte para ampliação do arsenal nuclear da Coreia do Norte

A Coreia do Norte ampliou seu arsenal nuclear e pode ter mais de 20 bombas atômicas prontas para usar, advertiu o maior especialista chinês do setor em encontro recente com especialistas dos Estados Unidos, citado pelo jornal The Wall Street Journal. Com este poderio nuclear, o regime comunista norte-coreano torna-se uma ameaça para a Coreia do Sul e o Japão, os maiores aliados dos EUA no Leste da Ásia.

"Fico preocupado porque com 20 bombas eles têm um arsenal nuclear", observou Siegfried Hecker, professor da Universidade de Stanford e ex-diretor do Laboratório Nacional de Los Alamos. "Quanto mais eles acreditarem que têm um arsenal e uma capacidade de dissuasão nuclear, mais difícil será fazê-los recuar."

Os EUA têm tratados de defesa mútua com Japão e Coreia do Sul. Isso significa que um ataque contra eles é considerado uma agressão aos EUA. E a Coreia do Norte já teria testado mísseis balísticos intercontinentais com alcance até 5,6 mil quilômetros, capazes de atingir a costa oeste dos EUA.

A China também está convencida de que a Coreia do Norte tem uma capacidade de enriquecimento de urânio maior do que a estimada pelos americanos. Até 2020, a ditadura stalinista de Kim Jong Un poderia ter 77 bombas nucleares.

Ao mesmo tempo em que abriu negociações para desarmar o programa nuclear do Irã, o presidente Barack Obama não seguiu o mesmo caminho com a Coreia do Norte, que violou todos os acordos que fechou e realizou explosões nucleares em 2006, 2009 e 2013.

Armênios marcam centenário do primeiro genocídio do século 20

Sob protesto da Turquia, os armênios do mundo inteiro relembram hoje o início do primeiro genocídio do século passado. Na noite de 23 para 24 de abril de 1915, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-18), 600 líderes da comunidade armênia foram presos em Constantinopla pelo Império Otomano (turco) e acusados de colaborar com o inimigo. Era o início do extermínio de 1,5 milhão de armênios.

Na Armênia, todos os mortos foram declarados santos hoje pela Igreja Ortodoxa. Mais de 20 países reconhecem o Genocídio Armênio. Outros, como o Brasil, relutam para não prejudicar as relações com a Turquia. Mas mesmo lá o genocídio deixou de ser tabu.

Até hoje, o presidente e ex-primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan foi o líder turco que foi mais longe ao admitir a responsabilidade turca pelo massacre de armênios. A Turquia atribui as mortes à guerra, fome e doenças causadas pelo conflito. Nega sobretudo que houvesse intenção de exterminar todo o povo armênio, como aconteceu com os judeus sob o nazismo na Segunda Guerra Mundial (1939-45).

O governo turco celebrou porque o presidente Barack Obama não vai usar a palavra genocídio ao homenagear o povo armênio em nome dos Estados Unidos. Mas a Assembleia Nacional da França já reconheceu que houve genocídio e o presidente da Alemanha, Joachin Gauck, também. A Alemanha e a Áustria, que eram aliadas da Turquia, admitem corresponsabilidade naqueles crimes contra a humanidade.

Quando o papa Francisco falou em genocídio, foi criticado pela Turquia. O papa condenou as atuais perseguições a cristãos por milícias extremistas muçulmanas como o Estado Islâmico e ao mesmo tempo mandou um gesto de conciliação à Igreja Cristã Ortodoxa.

No Brasil, onde vivem cerca de cem mil armênios, a principal homenagem aos mortos no genocídio foi no Consulado da Armênia em São Paulo.

Drone dos EUA matou reféns ocidentais d'al Caeda

O presidente Barack Obama pediu desculpas hoje pela morte de dois reféns ocidentais, um americano e um italiano, mantidos pela rede terrorista Al Caeda num refúgio no Paquistão bombardeado em janeiro de 2015 por um avião não tripulado dos Estados Unidos, noticiou o jornal The New York Times.

"Na névoa da guerra, de modo geral, e na nossa guerra contra o terrorismo, em particular, erros acontecem e esses erros podem ser fatais", lamentou Obama. "Como presidente e comandante em chefe, assumo total responsabilidade por todas as operações antiterrorismo."

Foi a primeira vez que os EUA mataram um refém por engano durante um bombardeio de drones. O erro foi um duro golpe contra o programa secreto de drones da Agência Central de Inteligência (CIA), o serviço de espionagem da Presidência dos EUA, que Obama ampliou depois de chegar à Casa Branca. Dois americanos que haviam aderido à Caeda também foram mortos por drones na região.

Warren Weinstein, um especialista americano em desenvolvimento, foi sequestrado em sua casa na cidade de Lahore, no Paquistão, em agosto de 2011. Em 2013, ele fez um apelo ao presidente Obama, declarando estar "totalmente abandonado" pelo governo americano.

Giovanni Lo Porto, natural de Palermo, na Sicília, era formado em ciências sociais em Londres. Antes de chegar ao Paquistão, onde ajudou áreas arrasadas por enchentes, trabalhou como assistente social na República Centro-Africana e no Haiti. Ele foi sequestrado no Punjab em janeiro de 2012.

Muitos líderes da rede Al Caeda foram mortos por drones. Nos últimos anos, o número de ataques boi bastante reduzido.

Ditador da Chechênia manda atirar para matar agentes russos

Num desafio ao Kremlin, Ramzan Kadirov, o ditador da república da Chechênia, uma das 85 unidades da Federação Russa, autorizou há dois dias as forças de segurança locais a "atirar para matar" agentes que realizem operações na Chechênia sem seu consentimento, revelou hoje a Rádio Europa Livre.

Suas declarações foram divulgadas dois dias depois que a polícia da região vizinha de Stavropol matou um checheno.

As tensões entre o líder checheno e o governo Vladimir Putin aumentaram desde o assassinato do líder da oposição Boris Nemtsov, em Moscou, a 50 metros das muralhas do Kremlin, em 27 de janeiro de 2015.

Durante as investigações, a polícia russa prendeu dois agentes chechenos de Kadirov, que chegaram a confessar o crime e depois recuaram. O líder checheno chegou a atribuir a morte a muçulmanos indignados com o apoio de Nemtsov aos jornalistas franceses mortos no ataque terrorista contra o jornal humorístico Charlie Hebdo.

Ramzan Kadirov é filho de Akhmad Kadirov, um senhor da guerra que terminou sendo cooptado por Moscou e governou a Chechênia de 5 de outubro de 2003 a 9 de maio de 2004, depois da Segunda Guerra da Chechênia. Akhmad oi assassinado por extremistas muçulmanos durante a parada militar para festejar o Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial. Mantém com Moscou a mesma relação dúbia do pai.

O líder checheno tem seu exército privado, Kadirovtsy, fez fortuna com o petróleo da Chechência e é acusado de graves violações dos direitos humanos.

Senado confirma Loretta Lynch como ministra da Justiça dos EUA

Depois de mais de cinco meses, por 56-43 votos, o Senado dos Estados Unidos aprovou hoje a nomeação pelo presidente Barack Obama de Loretta Lynch para ministra da Justiça, num momento de grande debate sobre o racismo institucionalizado da polícia e como combater o terrorismo, noticiaram os jornais The Washington Post e The Wall Street Journal.

Todos os senadores democratas e dez republicanos, inclusive o líder da maioria, Mitch McConnell, votaram a favor.

Durante o debate no Senado, Loretta Lynch foi elogiada por seu trabalho como procuradora federal no bairro do Brooklyn, em Nova York, mas criticada pela oposição conservadora por supostamente retardar e evitar a deportação de milhares de imigrantes ilegais.

Loretta Lynch substitui Eric Holder, o primeiro negro a ocupar o cargo de ministro da Justiça, que nos EUA acumula as funções de procurador-geral da República. A festa de despedida de Holder está marcada para sexta-feira. Lynch toma posse na segunda-feira, 27 de abril de 2015. Será a primeira mulher negra a ocupar o cargo.

Europa vai repatriar maioria dos imigrantes ilegais

Sob pressão dos partidos de extrema direita, antiliberais e anti-imigrantes, a União Europeia vai oferecer asilo para apenas 5 mil refugiados. Deve repatriar a grande maioria dos imigrantes ilegais que se aventuram pelo Mar Mediterrâneo para chegar à Itália, Grécia ou Malta, 150 mil só em 2014 e mais de 36 mil até agora em 2015, quando pelo menos 1.750 morreram na travessia, noticiou hoje o jornal inglês The Guardian.

Uma reunião de cúpula da emergência da UE discute hoje em Bruxelas um plano de dez pontos para enfrentar a crise, inclusive um reforço do patrulhamento naval e combate às máfias do tráfico humano, que terá o orçamento triplicado, informou a televisão pública britânica BBC. Mas a Europa não está disposta a aceitar este novo êxodo de miseráveis.

Entre as propostas, com o apoio da França, a Itália defende "esforços sistemáticos para identificar, capturar e destruir os barcos antes que sejam usados por traficantes". Os pescadores da Líbia, de onde sai a maior parte dos navios negreiros do século 21, podem ser prejudicados.

Pela lei europeia, refugiados de guerra têm direito a asilo político. Muitos fogem das guerras civis no Iraque e na Líbia, outros de países onde houve o colapso do Estado, como a Somália. Os outros devem ser considerados imigrantes econômicos, que não têm o direito de permanecer na Europa.

O problema ficou mais evidente com o fim do inverno no Hemisfério Norte, que encorajou traficantes humanos e suas vítimas a lotar barcos pesqueiros frágeis na esperança de atingir o eldorado europeu. No fim de semana passado, 800 pessoas morreram num único naufrágio.

Em 2014, a Operação Mare Nostrum (Nosso Mar), da Marinha da Itália, salvou cerca de 10 mil pessoas por mês a um custo de US$ 10 milhões mensais. Neste ano, cortou o orçamento dentro do programa de ajuste das contas públicas. Agora, espera ajuda de seus aliados da UE.

"Espero que nos próximos dias tenhamos um roteiro, um grande acordo sobre o que fazer", declarou ao chegar a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel. "É uma questão dos valores europeus, de suprema importância."

Para o primeiro-ministro maltês, Joseph Muscat, "as propostas são uma reciclagem do que ouvimos antes. A diferença agora é maior vontade política", sob impacto da tragédia. Nem tanto.

A duas semanas das eleições gerais, sob pressão do Partido da Independência do Reino Unido, o primeiro-ministro conservador britânico David Cameron, ofereceu dois barcos-patrulha e três helicópteros para socorrer os refugiados e imigrantes desde que sejam enviados a outro país. O oportunismo e a miopia política de olho no poder comprometem uma resposta conjunta europeia.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

África do Sul fecha consulado em Lagos por causa de protestos

A África do Sul fechou ontem e hoje seu consulado em Lagos, a maior cidade da Nigéria, por causa dos protestos contra a xenofobia e os ataques a imigrantes. Na Nigéria, o Ministério das Relações Exteriores convocou o embaixador sul-africano para pedir explicações sobre a onda de violência em que pelo menos sete estrangeiros foram mortos, informou o sítio sul-africano News24.

"O motivo da convocação é registrar o protesto da Nigéria contra os ataques xenofóbicos em andamento contra irmãos africanos na África do Sul", declarou em nota a chancelaria nigeriana.

Com a crise econômica e o desemprego elevado na África do Sul, os imigrantes e refugiados estão sendo alvo de ataques xenofóbicos na periferia de Joanesburgo, a maior cidade sul-africana. Moçambicanos, nigerianos e zimbabuenos estão entre os mais visados. Em resposta, os nigerianos têm protestado regularmente diante da embaixada sul-africana em Abuja e do consulado em Lagos.

Depois de um encontro com líderes civis, empresariais e religiosos, o presidente Jacob Zuma prometeu atacar as causas "subjacentes" da violência: "Os sul-africanos não são xenófobos. Se não lidarmos com as causas subjacantes, vai voltar."

Essas causas são o baixo crescimento, de 1,5% em 2014; o desemprego elevado, de 24,3% no fim de 2014; e a falta de políticas sociais efetivas para resgatar a dívida histórica de séculos de discriminação racial e dominação pela minoria branca.

Corrupto e incompetente, Zuma não se mostra à altura do desafio e da herança de Nelson Mandela. Como todo grande movimento de libertação nacional, talvez tenha chegado a hora de mudar para o Congresso Nacional Africano (CNA). A África do Sul foi ultrapassada pela Nigéria como maior economia da África e apresenta cada vez mais os vícios políticos observados em outros países africanos.

Presidente turco defende operação terrestre contra Estado Islâmico

Sem uma operação militar por terra, não será possível derrotar a milícia extremista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, declarou hoje o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ao lado do presidente iraquiano, Fuad Massum, informou o jornal turco Hürriyet.

Depois de advertir sobre o risco de possíveis ataques do Estado Islâmico na África, no Canadá e na Austrália, o presidente iraquiano, um curdo, pediu a ajuda da Turquia e de outros países para combater a milícia terrorista.

O Estado Islâmico ocupa grandes regiões da Síria e do Iraque, onde seu líder Abu Baker al-Baghdadi, proclamou a fundação de um califado em junho de 2014. Infiltrou-se na Líbia, criou uma base no Afeganistão em janeiro de 2015, fez um acordo com a milícia nigeriana Boko Haram e recruta milhares de jovens para sua "guerra santa" (jihad). Persegue cristãos e outras minorias, e está destruindo o patrimônio histórico, artístico e cultural das regiões ocupadas.

Erdogan advertiu que, mesmo derrotado, o Estado Islâmico pode renascer sob outro nome.

Quando os Estados Unidos entraram nas guerras civis do Iraque e da Síria para bombardear o EI, para participar Erdogan exigiu que um dos objetivos fosse afastar o ditador sírio, Bachar Assad, que ele considera responsável pelo caos na região.

Os EUA escolheram o EI como inimigo depois que o grupo degolou americanos. Passaram a aceitar que Assad fará parte das negociações pelo futuro da Síria.

EUA congelam bens de líderes da milícia somaliana Al Chababe

O governo dos Estados Unidos congelou os bens de dois líderes da milícia extremista muçulmana somaliana Al Chababe (A Juventude), Ahmed Diriye e Mahad Karate, considerados os principais responsáveis pelo massacre de 148 pessoas na universidade de Garissa, no vizinho Quênia, em 2 de abril de 2015.

A medida bloqueia o acesso dos dois a propriedades e serviços financeiros nos EUA, ajudando a bloquear o recebimento de doações pelo grupo, ligado à rede terrorista Al Caeda.

Diriye é o líder na Somália e Karate o chefe de inteligência d'al Chababe.

Rádio Manchete debate reatamento EUA-Cuba

Nesta quarta-feira ao meio-dia estarei no programa Confronto Manchete, na Rádio Manchete 760 kHz AM, no Rio de Janeiro, para discutir o restamento entre os EUA e Cuba e a candidatura à Casa Branca do senador republicano Marco Rubio, filho de exilados cubanos.

O link dá acesso à transmissão ao vivo.

EUA enviam mais um porta-aviões à costa do Iêmen

Diante da presença de dois navios de guerra do Irã perto do litoral do Iêmen, os Estados Unidos enviaram ontem o porta-aviões Theodore Roosevelt e outra navio de guerra para a região, onde já estavam sete navios da Marinha americana. Eles podem interceptar qualquer tentativa iraniana de entregar armas ou ajuda aos rebeldes hutis.

"Estamos enviando uma mensagem clara", declarou um general dos EUA ao jornal The New York Times. "Para os nossos amigos, estamos mostrando que estamos prontos para apoiá-los; para os iranianos, mostramos estar atentos."

A Casa Branca tem provas do "envio de armas e equipamentos militares aos hutis", afirmou o porta-voz da Presidência dos EUA, Josh Earnest. "Isso só vai contribuir para a violência no país. É exatamente este tipo de atividade desestabilizadora que aumenta a preocupação sobre as atividades desestabilizadoras do Irã no Oriente Médio."

Os hutis são xiitas zaiditas. Seu avanço em direção ao porto de Áden levou a uma intervenção militar da Arábia Saudita e aliados sunitas a partir de 26 de março. Ontem, as autoridades sauditas anunciaram que a intervenção entra numa segunda fase, preparando o terreno para negociações. Não se sabe qual será o papel do Irã nestas negociações.

Intervenção da Arábia Saudita no Iêmen entra em nova fase

Depois de impedir a tomada do porto de Áden pelos rebeldes hutis, a intervenção militar da Arábia Saudita e seus aliados sunitas no Iêmen, o país árabe mais pobre, entra numa nova fase, anunciou ontem à noite a televisão saudita.

É o fim da Operação Tempestade Decisiva, iniciada em 25 de março de 2015, com bombardeios aéreos às posições rebeldes, e o início da Operação Restauração da Esperança. A nova fase promete ser mais amena para abrir caminho para as negociações com os hutis, que são xiitas zaiditas apoiados pelo Irã.

O bloqueio naval ao Iêmen deve ser mantido, assim como "ações antiterrorismo". Um porta-voz da aliança não descartou a possibilidade de novos bombardeios aéreos, mas os ataques em larga escala estão suspensos.

Os sauditas sempre apontaram a devolução do poder ao presidente deposto, Abed Rabbo Mansur Hadi, como objetivo maior da intervenção. Como os bombardeios aéreos matam civis e destroem cidades e vilas, acabaram voltando a população contra os sauditas e seus aliados.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Estado Islâmico ataca Embaixada da Espanha na Líbia

A milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante explodiu uma bomba ontem à noite diante da Embaixada da Espanha em Trípoli, informou o World Bulletin. O exterior do prédio e edificações vizinhas foram danificados, mas ninguém saiu ferido.

Por motivos de segurança, a embaixada está desocupada desde o último verão no Hemisfério Norte. Vários grupos jihadistas atuantes na Líbia juraram lealdade ao Estado Islâmico, mas essas alianças são consideradas frágeis por analistas estratégicos.

Desde a queda do ditador Muamar Kadafi, em agosto de 2011, a Líbia não um governo estável. No momento, duas coalizões disputam o poder. Um governo formado por milícias islamitas controla a capital, Trípoli, enquanto o governo reconhecido internacionalmente se instalou em Tobruk, a 800 km da capital.

Egito condena presidente deposto a 20 anos de prisão

O único presidente eleito democraticamente da história do Egito, Mohamed Mursi, deposto por um golpe militar em 3 de julho de 2013, foi condenado hoje a 20 anos de prisão por sequestro, tortura e incitação à violência na repressão aos protestos contra seu governo em 2012.

Desde dezembro de 2013, seu movimento político, a Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista islâmico do mundo, é considerado terrorista pela Justiça egípcia. Centenas de militantes foram condenados, inclusive o supremo líder espiritual do grupo, Mohamed Badie, sentenciado à pena de morte. Ainda cabem recursos no seu caso e no de Mursi.

O ex-presidente e outros três partidários da Irmandade estavam numa cela instalada dentro do tribunal. Quando ouviram a sentença, transmitida ao vivo pela televisão, os três gritaram: "Alá é grande!"

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Egito condena à morte mais 22 militantes da Irmandade Muçulmana

Um tribunal do Egito condenou à morte hoje 22 ativistas do mais antigo movimento fundamentalista islâmico do mundo, a Irmandade Muçulmana, acusdo de atacar uma delegacia de polícia, informou a agência Reuters. Um menor de idade foi sentenciado a dez anos de cadeia.

Os condenados devem apelar da decisão. Centenas de militantes da Irmandade foram condenados à morte depois do golpe militar de 3 de julho de 2013, que derrubou o único presidente eleito democraticamente da história do Egito, Mohamed Mursi, membro do grupo. O movimento islamita foi declarado terrorista.

Até o supremo líder espiritual do grupo, Mohamed Badie, foi condenado à morte recentemente. A expectativa é que tenha a pena comutada para prisão perpétua.

Al Chababe é suspeito de ataque à ONU com nove mortos

Nove guardas da sede das Nações Unidas na cidade de Garowe, na Somália, foram mortos hoje num ataque a bomba, revelou a agência Reuters. Sete eram somalianos e dois quenianos.

A polícia somaliana suspeita da milícia extremista muçulmana Al Chababe, ligada à rede terrorista Al Caeda. A Somália não tem um governo estável desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991, no fim da Guerra Fria.

Desde 2011, uma força internacional de paz da União Africana apoia o governo provisório com mandato do Conselho de Segurança da ONU.

Líbano recebe armas da França

O Exército do Líbano recebeu hoje a primeira parcela de armas da França no valor de US$ 3 bilhões de dólares pagas por um doador saudita para se defender de ameaça jihadistas vindas da Síria, noticiou o jornal francês Le Monde. 

São 48 mísseis antitanque, 250 veículos de combate e de transporte de tropas, sete helicópteros Cougar, três corvetas, equipamentos de reconhecimento, comunicação e interceptação.

Os ministros da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, e do Líbano, Samir Mokbel, participaram da cerimônia para receber as armas na base aérea de Beirute. A força armada mais poderosa do Líbano hoje é a milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), aliado do Irã, que luta ao lado da ditadura de Bachar Assad na guerra civil síria.

General declara lealdade ao presidente deposto do Iêmen

O general Abdulrahman al-Halily anunciou ontem seu apoio ao presidente deposto do Iêmen, Abed Rabbo Mansur Hadi, que fugiu para a Arábia Saudita diante do avanço dos rebeldes hutis rumo ao porto de Áden, a segunda cidade mais importante do país, noticiou a agência Reuters.

Al-Halily comanda cerca de 15 mil homens estacionados perto da fronteira com a Arábia Saudita, que desde 25 de março bombardeia posição dos hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã em mais um conflito entre sunitas e xiitas no Oriente Médio.

Pelo menos 21 foram mortas ontem na guerra civil iemenita. A rede terrorista Al Caeda na Península Arábica, baseada no país para fugir da repressão saudita, beneficia-se do clima de instabilidade. Tomou o porto de Mukalla, capital da província de Hadraramaute, e libertou todos os presos na penitenciária local.

Al Chababe ataca comboio da missão de paz da UA na Somália

A milícia extremista muçulmana Al Chababe (A Juventude) atacou ontem um comboio da força internacional de paz da União Africana na Somália, que apoia o governo provisório com mandato das Nações Unidas, noticiou a agência Reuters. Dois veículos foram destruídos e três pessoas saíram feridas.

O grupo jihadista ligado à rede terrorista Al Caeda anunciou ter matado cinco pessoas na operação. Com o apoio da missão da UA, as forças de segurança da Somália conseguiram retomar a capital e expulsar os milicianos da maioria de seus redutos. Mas Al Chababe continua a realizar ataques como a chacina de 148 pessoas na universidade de Garissa, no Quênia, em 2 de abril de 2015.

O Quênia virou um dos alvos preferenciais dos terroristas por fornecer o maior contingente de soldados da missão de paz.

domingo, 19 de abril de 2015

China reduz exigência de reservas dos bancos

O Banco Popular da China reduziu hoje em um ponto a porcentagem dos depósitos que os bancos são obrigados a manter como reserva para enfrentar problemas inesperados, reportou hoje a agência de notícias Bloomberg. A medida entra em vigor amanhã. Deve liberar o equivalente a US$ 194 bilhões para estimular a economia.

A porcentagem exigida pelo banco central chinês, de 18,5%, é considerada relativamente alta para os padrões globais.

A China cresceu 7,3% em 2014, o pior resultado desde 1990. O ritmo de crescimento caiu para 7% ao ano no primeiro trimestre de 2015. O governo trabalha para reorientar a economia do comércio exterior para o mercado interno.

Naufrágio no Mar Mediterrâneo deixa 700 desaparecidos

Cerca de 700 refugiados podem ter morrido afogados no naufrágio de um barco pesqueiro no Mar Mediterrâneo a 100 quilômetros da costa da Líbia, informou hoje o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados. Se a tragédia for confirmada, o total mortos nos últimos dez dias vai passar de mil.

De acordo com relatos dos 28 sobreviventes, o barco de 20 metros estava superlotado e enviou um pedido de socorro na noite de sábado para domingo. A Guarda Costeira da Itália mandou um navio mercante português para o local. Quando o navio se aproximou, os migrantes correram todos para o mesmo lado do pesqueiro e viraram o barco.

Dezessete embarcações foram para o local para tentar salvar os náufragos, inclusive navios de Malta, pesqueiros italianos e embarcações privadas. Conseguiram resgatar 28 sobreviventes.

"Eles são homens e mulheres como nós, nossos irmãos buscando uma vida melhor, famintos, perseguidos, feridos, explorados, vítimas da guerra", lamentou o papa Francisco no sermão deste domingo no Vaticano. O papa pediu à sociedade internacional "uma reação rápida e decidida para que estas tragédias não se repitam".

Desde o início do ano, se as mortes foram confirmadas, o total vai chegar a 1,6 mil, o dobro do total de 2014, quando se estima que 280 mil migrantes entraram ilegalmente na União Europeia, sendo 170 mil pelo mar através da Itália.

O presidente da França, François Hollande, considerou o naufrágio "a pior catástrofe dos últimos anos no Mediterrâneo".

sábado, 18 de abril de 2015

Atentado terrorista suicida mata 33 pessoas no Afeganistão

Um atentado terrorista suicida diante de um banco matou pelo menos 33 pessoas hoje na cidade de Jalalabade, no Leste do Afeganistão, reportou a agência Reuters citando como fonte o chefe de polícia local. Outras cem pessoas saíram feridas.

A polícia investiga se houve uma segunda explosão minutos depois, quando a multidão corria para socorrer as vítimas. Também não foi revelado se o terrorista suicida trazia os explosivos junto ao corpo ou num carro-bomba.

A milícia fundamentalista dos Talebã (Estudantes) negou responsabilidade pelo atentado. Desde janeiro de 2015, o Estado Islâmico tenta implantar uma base no Afeganistão, de onde os Estados Unidos devem retirar o grosso das tropas até o fim deste ano.

Al Chababe mata deputado na capital da Somália

Milicianos do grupo extremista muçulmano Al Chababe (A Juventude) mataram hoje um deputado em Mogadíscio, a capital da Somália, reportou a agência Reuters. Ele representava a região semiautônoma da Puntlândia. Foi baleado várias vezes quando voltava para seu carro, estacionado num hospital.

Os terroristas estavam num micro-ônibus que bloqueou a passagem. Al Chababe, uma milícia ligada à rede Al Caeda, costumam atacar políticos e funcionários públicos. Também age no exterior, como no massacre de 148 pessoas na universidade de Garissa, no Quênia, em 2 de abril de 2015.

As ações no Quênia são retaliações pelo participação de militares quenianos numa força internacional de paz da União Africana que intervém na Somália desde 2011 em apoio ao governo provisório reconhecido internacionalmente.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Deflação na Zona do Euro recua para -0,1% ao ano

O índice de preços ao consumidor ficou negativo pelo quarto mês consecutivo em março de 2015 nos 19 países que usam o euro como moeda, mas a deflação recuou de -0,6% ao ano em janeiro para -0,3% em fevereiro e -0,1% no mês passado, revelou hoje o Eurostat, escritório oficial de estatísticas da União Europeia.

As maiores altas de preços na Zona do Euro foram em restaurantes e cafés (+0,11%), habitação (+0,09%) e produtos de tabaco (+0,07%). As maiores quedas em combustíveis para transporte (-0,44%), combustíveis líquidos (-016%) e telecomunicações (-0,06%).

Por país, a deflação foi maior na Grécia (-1,9%), em Chipre (1,4%) e na Polônia (-1,2%). A inflação foi mais alta na Áustria (0,9%), na Romênia (0,8%) e na Suécia (0,7%).

Todos os países da Eurozona ficaram abaixo da meta de inflação de 2% ao ano perseguida pelo Banco Central Europeu, que iniciou em março um programa de compra de títulos públicos por um ano e meio para jogar mais 1 trilhão de euros em circulação e assim estimular a frágil recuperação econômica da Europa. Está justificado.

Até agora, o crescimento projetado para 1,1% neste ano está sendo impulsionado pela queda nos preços internacionais do petróleo e pela desvalorização do euro por causa da política do BCE de imprimir mais dinheiro. A deflação também pode ser atribuída em parte à queda nos preços de energia.

Síria acusa Turquia de ajudar rebeldes a tomar Idlibe

A Turquia deu apoio logístico e militar à tomada da cidade de Idlibe pelos rebeldes islamitas na guerra civil da Síria, declarou o ditador sírio, Bachar Assad, em entrevista ao jornal sueco Expressen, informou hoje a agência Reuters. O Ministério do Exterior turco desmentiu a notícia.

Em 5 de março de 2015, vários grupos extremistas muçulmanos, inclusive a Frente al-Nusra, braço da rede terrorista Al Caeda na guerra civil síria, conquistaram a cidade de Idlibe. Desde então, os rebeldes controlam parte da rodovia M5, que leva para Alepo, a capital econômica do país.

Quando os Estados Unidos entraram na guerra, em agosto de 2014, para atacar a milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, negou-se a participar da aliança liderada por Washington alegando que o problema era a ditadura de Assad.

Sem um compromisso claro do governo Obama com a queda de Bachar Assad, a Turquia não entraria na guerra.

Pelo jeito, está perseguindo seus objetivos de outras formas.

Talebã dominam maior parte de província do Afeganistão

A província afegã de Fariabe, que fica na fronteira com a ex-república soviética do Turcomenistão, está praticamente sob o controle da Milícia dos Talebã (Estudantes), noticiou a Rádio Azatlik, do Turcomenistão, citando como fonte um deputado representante da província no Parlamento do Afeganistão.

Com a retirada dos Estados Unidos, que devem manter apenas 9,8 mil homens no Afeganistão depois do fim de 2015, há um temor no Afeganistão e nos vizinhos Tajiquistão, Turcomenistão e Usbequistão de um ressurgimento dos Talebã capaz de ameaçar a segurança regional.

Os Talebã governaram o Afeganistão de 1996 a 2001, acabando com o caos do período pós Invasão Soviética (1979-89). Foram derrubados por uma invasão americana iniciada em 7 de outubro de 2001 para vingar os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, cometido pela rede terrorista Al Caeda, de Ossama ben Laden, que tinha suas bases no Afeganistão.

A Guerra do Afeganistão já é a mais longa da história dos EUA. Até o fim de 2014, o total de soldados americanos mortos era 2.312.