O produto interno da China cresceu num ritmo de 7% ao ano no primeiro trimestre de 2015. Esse crescimento seria espetacular para quase todos os outros países do mundo. É o dobro da média mundial. Mas mantém a tendência de desaceleração da segunda maior economia do mundo em termos nominais e primeira pelo critério de paridade do poder de compra do Banco Mundial.
Foi o pior resultado do primeiro trimestre em seis anos. A China havia crescido 7,3% no último trimestre de 2014, fechando o ano com alta de 7,4%, o menor avanço desde 1990, quando o país estava sob sanções por causa do massacre na Praça da Paz Celestial, em Beijim, em junho de 1989.
Ontem, foi anunciada uma queda de 15% nas exportações chinesas. Diante da crise internacional, o governo tenta reorientar a economia para o mercado interno. Mas o mercado imobiliário também enfrenta dificuldades e excesso de oferta.
A produção industrial no primeiro trimestre avançou 6,4% na comparação anual. Em março de 2015, a produção industrial cresceu 5,6% em relação a março de 2014. As vendas no varejo aumentaram 10,6% num ano.
No primeiro trimestre, a geração de energia elétrica caiu 0,1% na comparação anual e a produção de aço, 1,7%.
O investimento em imóveis aumentou 8,5% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período no ano passado, mas a venda de casas caiu 9,1%. O início de novas construções registrou baixa de 18,4%, informou a coluna Macro Horizontes, do jornal The Wall Street Journal.
A era do crescimento espetacular movido a investimento está se esgotando. Como é o espetacular desenvolvimento econômico chinês que legitima a ditadura do Partido Comunista, preocupado com o impacto político, o governo tende a usar as políticas fiscal e de crédito que deram certo nas últimas décadas. Com uma economia muito maior e excesso de capacidade instalada, o impacto dessas políticas vem diminuindo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 15 de abril de 2015
Crescimento da China cai para 7% ao ano
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