Num raro pronunciamento político, o desgraçado ex-presidente George Walker Bush criticou no fim de semana o presidente Barack Obama pela negociação nuclear com o Irã e a retirada das forças dos Estados Unidos do Iraque, revelou ontem o jornal The New York Times.
Durante um encontro a portas fechadas com 700 doadores do Partido Republicano realizado em Las Vegas pela Coalizão Judaica Republicana, Bush manifestou-se contra o acordo preliminar e a retirada das sanções internacionais aos programa nuclear iraniano, se um acordo definitivo for acertado até o prazo final, 30 de junho de 2015. O ex-presidente acredita que a república islâmica estava cedendo e não é confiável. Assim, as negociações prejudicariam a segurança dos EUA e de Israel.
George W. Bush deixou a Casa Branca desmoralizado pelo fracasso nas guerras do Afeganistão e do Iraque, este último invadido sob a falsa alegação de possuir armas de destruição em massa, e pela pior crise econômica dos EUA em 70 anos.
A impopularidade de Bush e a crise econômica foram decisivas para que Obama se tornasse, em 2008, o primeiro negro eleito presidente dos EUA. Mas aparentemente não se arrepende: "A retirada do Iraque foi uma grande mancada", disse Bush, citado pelo senador republicano Lindsey Graham.
O ex-presidente cobrou mais dureza de Obama, criticando indiretamente o não cumprimento da ameaça de atacar a Síria se o ditador Bachar Assad usasse armas químicas na guerra civil do país.
Desde que deixou o poder, Bush mantém um perfil discreto. Não viaja ao exterior para não correr o risco de ser preso por crimes de guerra e raramente faz pronunciamentos políticos. Com o irmão Jeb Bush entre os favoritos para obter a candidatura do Partido Republicano à Casa Branca em 2016, teme ser um peso negativo para Jeb. Deve sumir de novo.
Quando lançou uma biografia do pai, no ano passado, ele negou responsabilidade pelo surgimento do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, nascido do caos e da anarquia no Iraque depois da deposição de Saddam Hussein, em 2003.
Vários republicanos lançaram pré-candidaturas à Casa Branca em 2016. Jeb lidera a maioria das pesquisas. Na semana passada, pela primeira vez, o jovem senador Marco Rubio, filho de exilados cubanos, apareceu em primeiro em pesquisa da Universidade Quinnipiac. A favorita entre todos é a ex-secretária de Estado e ex-primeira-dama Hillary Clinton, do Partido Democrata.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
segunda-feira, 27 de abril de 2015
George W. Bush critica Obama em relação a Irã e Iraque
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