O Parlamento do Paquistão rejeitou hoje um pedido da Arábia Saudita para participar da intervenção militar no Iêmen para conter os rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã, informou o jornal libanês The Daily Star.
A Arábia Saudita pediu ao Paquistão e a outros países muçulmanos de maioria sunita aviões, navios, tropas e tanques para conter a expansão da influência iraniana no Oriente Médio. Os países árabes do Golfo Pérsico se juntaram à intervenção, mas o Paquistão, que tem uma grande fronteira comum com o Irã, preferiu apoiar sem participar diretamente.
Em uma resolução, o Parlamento paquistanês pediu uma solução diplomática para uma "situação humanitária e de segurança que se deterioria no Iêmen. Mesmo expressando "apoio inequívoco ao reino da Arábia Saudita", os deputados decidiram "manter a neutralidade do Paquistão no conflito do Iêmen para o país poder exercer um papel diplomático ativo para acabar com a crise."
Se o território saudita for violado, ou seja, se o Irã retaliar diretamente, o Paquistão promete lugar "ombro a ombro com a Arábia Saudita e seu povo".
O Paquistão é a única potência nuclear muçulmana. Se o acordo negociado com as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas fracassar e o Irã desenvolver armas nucleares, a Arábia Saudita conta com a cooperação paquistanesa para fazer sua própria bomba atômica, numa corrida armamentista nuclear no Oriente Médio.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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